Lembranças De Um Verão escrita por Sarah Colins


Capítulo 12
Capítulo 11 - Alerta


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, tudo certo?
Ontem o capítulo foi tenso né? Hoje ele tá um pouco mais tranquilo. Mas tem novas emoções por vir, fiquem ligados! rs...



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Subimos novamente a uma velocidade impressionante até a superfície do mar. O Peixe-filtro escapou pela minha boca quase sem que eu me desse conta. Nesse momento Percy havia me orientado a prender a respiração e colocar a cabeça pra fora da água. Respirei fundo sentindo o ar voltando aos meus pulmões. Já estava anoitecendo e a temperatura ali estava bem baixa. Percy segurou minha mão e, com seus poderes, conseguiu me deixar livre da agua em minha roupa, cabelo e pele. Subimos ao barco e logo colocamos várias blusas de frio.

Não demorou nada para que o barco começasse a se movimentar. Percy e eu íamos abraçados, olhando o horizonte, rumo ao acampamento meio-sangue. Chegamos lá em algumas horas. Percy me ajudou a sair do barco e fomos diretamente para o refeitório porque estávamos morrendo de fome. Tyson não havia deixado muito pra nós do seu banquete no Palácio de Poseidon. Os campistas nos receberam com entusiasmo, querendo saber detalhes da nossa ‘viagem’. Infelizmente não conseguimos contar tudo porque estávamos muito cansados.

Comemos e logo nos encaminhamos aos nossos chalés, depois de nos despedirmos dos outros semideuses. No caminho, eu parei de andar e fiz com que Percy se virasse para mim. Ele estava com a expressão tranquila apesar de cansado. Sorri e o estreitei em meus braços. Beijei sua boca e depois encostei minha testa na dele, ficando nessa posição por um momento.

– Vai cumprir a promessa que fez ao seu pai?

– Que promessa? – ele parecia não estar mais conectado a esse mundo. Não sei se era o cansaço da viagem ou se foi o nosso último beijo que o havia deixado abobado daquele jeito.

– A promessa de voltar lá mais vezes pra fazer uma visita a ele.

– Eu cumprir a promessa é fácil! Difícil é ele estar disponível mais vezes para nos receber.

– Já está me incluindo na próxima vez é?

– Claro, que sim. Poseidon adorou você! E, além disso, estou pensando em levar mais um ou dois amigos meio-sangues para uma pequena excursão por lá. Quem sabe não consigo provocar outro dos filhos imortais do deus do Mar?

– Há-há! Só pra se meter em confusão de novo, né?

– Mas essa foi a melhor parte da viagem! – fechei a cara pra esse comentário dele, e então Percy logo emendou – Depois dos momentos em que ficamos a sós, é claro!

– Hmmmm, sei. Acho que nem teria notado se eu não tivesse ido.

– Não seja boba, eu nem teria ido lá se você não fosse comigo, ok? – Ele tentava se redimir enquanto eu mantinha a expressão séria – Aliás, eu vi como lutou contra aquelas ninfas e como correu pra tentar me ajudar quando Tritão me encurralou.

– É, pena que não precisou da minha ajuda, conseguiu se virar bem sem mim.

– Tá certo vai, da próxima vez eu deixo meu oponente me sufocar por mais tempo com sua arma pra você poder chegar e me socorrer! – Sem conseguir mais manter a cara séria, eu ri. E ele riu também.

Depois de alguns instantes retomamos o ar e nos olhamos nos olhos. Mesmo com a escuridão da noite, Percy não perdia aquele brilho verde-mar que tinha no olhar. Segurei seu rosto enquanto meus dedos acariciavam levemente seus cabelos. Ele levou as mãos a minha cintura e juntos, nos aproximamos para mais um beijo de tirar o folêgo. Esse beijo era mais urgente e empolgado que os outros. Como se estivéssemos tentando expressar através dele tudo o que sentíamos um pelo outro. Cheguei a ficar ofegante quando enfim nos separamos, o que me deixou sem graça.

– É... acho que é melhor eu ir pro meu chalé agora. Preciso descansar, até amanhã, Percy!

– Até...

E eu saí andando bem rápido, sem deixar que ele se despedisse direito. Quando cheguei ao meu chalé coloquei um pijama e me enfiei na cama bem rápido. Tentei não ficar pensando naquele nosso último beijo, mas era inevitável. Nunca havia me sentido daquele jeito antes. Depois de alguns minutos, adormeci.

No meu sonho eu me via em um imenso descampado. Era de noite, mas a lua e as estrelas iluminavam aquele local. Eu estava sentada em um chão com uma grama bem baixa que o cobria. Estava de calça jeans, camiseta do acampamento e tênis. Meu boné dos Yankees estava em minhas mãos. Olhei pra ele examinando-o detidamente. Uma voz a minha frente chamou meu nome e eu levantei o rosto assustada. Não havia ninguém ali há dois segundos. Agora eu podia ver uma silhueta de mulher alta que emanava uma aura de luz e poder.

– Boa noite, heroína – disse a figura majestosa a minha frente. Meus olhos foram se acostumando ao brilho que ela irradiava e então eu pude reconhecer quem era.

– Afrodite!

– Correto. Assim costumam me chamar – Ela sorriu me brindando com toda sua beleza e simpatia.

– O que faz aqui?

– Precisava falar com você e não encontrei forma melhor do que invadindo seus sonhos. Pude perceber que está em uma fase de descoberta quanto aos seus sentimentos por Percy, estou certa?

– É... acho que isso é um assunto particular.

– Minha cara Annabeth, tudo que tem a ver com o amor está relacionado a mim. Mesmo que eu não queira, eu consigo ver e sentir tudo o que se passa no coração dos apaixonados. Mas não foi pra isso que eu vim até você. Tenho que te alertar sobre outra coisa. Algo muito mais importante, algo muito mais complicado...

– Sobre o quê? – perguntei pacientemente enquanto via a deusa do amor e da beleza exibir um semblante de preocupação que só conseguia deixa-la mais ainda bonita.

– Tempos difíceis estão por vir, minha queria. O seu amor por Percy será colocado à prova.

– Como assim colocado à prova? – Eu já começava a me preocupar também. Me coloquei de pé e continuei encarando a deusa.

– Não consigo discernir exatamente como, mas você terá que ser forte para enfrentar esse empecilho. Terá que estar disposta a fazer qualquer coisa por ele.

– Se realmente sabe de tudo que tem a ver com o amor, então deveria saber que eu já estou disposta a fazer qualquer coisa por ele. E pelo que eu sei, é você que gosta de tornar a vida dos apaixonados mais difícil, só para que os romances se tornem mais emocionantes.

– Isso é verdade, sábia heroína. Um pouquinho de emoção não faz mal a ninguém. Quando um amor é verdadeiro e forte ele sobrevive no final das contas. Mas o que eu vejo no caminho de vocês dois é algo muito maior do que as peças que eu prego de vez em quando. Algo que pode mudar o rumo de toda essa história.

– Olha, eu até gosto de enigmas e essas coisas. Mas não posso imaginar algo pior do que o que eu e Percy já passamos até agora. Conseguimos sobreviver a muitas coisas e no fim sempre ficaremos um ao lado do outro. Obrigada pelo alerta, mas tenho certeza de que o que eu sinto por ele é forte o suficiente para aguentar o que for que estiver por vir.

– Gosto da sua confiança, Annabeth. E ninguém além de mim é capaz de compreender tão bem o quão forte é o amor de vocês dois. Só quero que lembre-se do meu aviso. Lembre-se de minhas palavras quando se deparar com momentos de fraqueza e desespero.

E assim como havia aparecido momentos atrás, a deusa sumiu em um piscar de olhos. Deixando apenas aquela marca de luz em minha retina, agora que eu encarava a noite escura. Nesse mesmo instante eu acordei e me sentei rapidamente na cama. Era dia lá fora, mas o cômodo estava escuro ainda com as cortinas fechadas. Devia ser bem cedo. A imagem de Afrodite ainda estava gravada em minha mente e suas palavras ecoavam em minha cabeça. Resolvi não pensar nisso naquele momento e comecei a me levantar. Fui até o banheiro e tomei um longo banho.

Depois que terminei de arrumar minha cama e desfazer a mochila que tinha levado ao fundo do mar, sai do meu chalé e fui procurar Quíron. Queria saber como correram as coisas por ali durante a minha ausência e também, quem sabe, poderia mencionar o sonho que tive com Afrodite para ver se ele poderia me esclarecer alguma coisa. Como levantei bem cedo, ainda não havia muitos semideuses pelo acampamento. Percy provavelmente também ainda estaria dormindo uma hora dessas.

Procurei Quíron por alguns minutos até finalmente encontrá-lo perto da Casa Grande. Ele conversava com alguns sátiros e acenou pra mim quando me viu. Me aproximei devagar e esperei um pouco enquanto ele terminava sua conversa. Depois que os sátiros foram embora eu fui cumprimentá-lo.

– Bom dia, Quíron!

– Bom dia Annie, como foi conhecer o reino de Poseidon?

– Ah foi bem legal! A arquitetura do lugar é incrível! E Poseidon nos tratou muito bem. Ele é bem simpático pra um deus.

– Não sabia que iam encontra-lo. Percy disse que iria apenas buscar umas armas novas que havia pedido a Tyson pra fazer...

– Ah, claro! – Tratei de tentar disfarçar rapidamente depois de me dar conta do fora que eu tinha acabado de dar – Nós fomos primeiro pegar essas coisas com Tyson. Mas, como Poseidon estava por lá, então Percy achou legal fazer uma visitinha.

– Entendi – disse o centauro e eu não consegui identificar se ele havia acreditado na minha história ou não. Mas se Quíron desconfiava da nossa mentira também não parecia ter se importado muito com isso. Ele sorriu e continuou – espero que estejam prontos para voltar ao treinamento!

– Claro que sim! Mas seria bem melhor se tivéssemos uma missãozinha para poder colocar em prática nossas habilidades novamente, não é? – falei em tom de brincadeira, mas estava jogando verde. Queria ver se Quíron não estava escondendo o jogo. Aquele ‘alerta’ de Afrodite havia me deixado preocupada. Será que estava acontecendo algo grave? Se fosse assim, Quíron deveria saber de alguma coisa.

– Pois é, seria bem melhor mesmo. Pena que estamos em uma época de paz e acho difícil surgir alguma missão tão cedo – a resposta dele havia me decepcionado. Ou ele não sabia de nada, ou estava querendo nos poupar do perigo. Decidi então perguntar diretamente.

– Quíron, essa noite eu tive um sonho onde recebia a visita de Afrodite. Ela me deu uma espécie de aviso, dizendo que em breve eu teria que enfrentar uma situação difícil. Uma coisa que colocaria em prova o meu... o meu namoro com Percy – como era difícil falar sobre aquilo com Quíron! – Você não tem ideia do que possa ser?

– Que eu saiba não existe nenhum perigo iminente. Está tudo na mais perfeita paz! Mas você sabe como é Afrodite, para ela algo que pode interferir em uma paixão é mais importante que uma guerra. Pode ser que não seja algo tão grave.

– É você tem razão, não deve ser nada de mais...

Depois de mais algumas palavras me despedi do centauro e caminhei pelo acampamento meio sem rumo. Quíron não tinha me ajudado como eu imaginava. Aquela perturbação continuava em minha cabeça. Eu não conseguia simplesmente não dar importância para o que Afrodite havia me dito. Uma deusa não visita os sonhos de um meio-sangue por qualquer coisa. Resolvi seguir o conselho de Clarisse novamente e me encaminhei para o chalé de Poseidon. Tinha que falar com Percy.



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Notas finais do capítulo

twitter: @SarahColins_
blog: http://triipe.blogspot.com.br/
beijos e até amanha ;**
Sarah
***
Manu passando por aqui apenas para dizer que a Saritah é a escritora mais dedicada aos seus leitores que eu conheço! kkkkkk