Lembranças De Um Verão escrita por Sarah Colins


Capítulo 13
Capítulo 12 – Confidências


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, tudo certo?
Um capítulo novo em folha pra vocês! Pra quem tava querendo mais romance, se prepare! ;)
ps: Manu revisando meus textos e deixando recadinho, é isso mesmo produção? kkkkk



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Bati na porta algumas vezes. Demorou até que Percy viesse abrir. Provavelmente ele ainda estava dormindo quando ouviu o som das batidas e foi correndo se arrumar e trocar de roupa. Quando eu vi sua cara de sono eu confirmei minhas suspeitas.

– Te acordei?

– Não, imagina! É que eu resolvi adotar um novo visual: cara amassada e cabelo bagunçado. Gostou?

– Está uma graça! – disse ironicamente tirando sarro da cara dele.

– Não sei porque, mas acho que não está sendo sincera – ele riu passando as mãos nos cabelos tentando melhorar um pouco sua situação – Mas a que devo a honra? Para vir me chamar tão cedo é porque deve ter algo importante para dizer...

– Sim eu tenho! Podemos conversar em um lugar reservado?

– Claro, pode entrar – ele abriu mais a porta e se afastou deixando espaço para que eu passasse. Hesitei um momento.

Nunca tinha estado no chalé de Poseidon antes. Aliás, nenhum outro meio-sangue havia estado ali além de Percy, afinal ele era o único filho mortal de Poseidon. Pelo menos era o único que conhecíamos. Mas como era de dia e ainda não tinha dado o horário oficial de todos se levantarem, eu resolvi entrar. Ali poderia ser um bom lugar para conversarmos sem que ninguém interrompesse. Passei pela soleira da porta e Percy a fechou às minhas costas. Dei uma rápida olhada no lugar.

A única cama existente no cômodo estava desfeita, acusando que Percy realmente tinha acabado de acordar. Ao lado havia um criado mudo com algumas coisas bagunçadas em cima. Despertador, roupas, alguns livros... Desde quando ele lia? Do lado oposto havia uma espécie de escrivaninha com mais bagunça. Eu imaginei que ele nunca iria conseguir arrumar aquilo tudo a tempo. Depois pensei melhor e cheguei a conclusão de que ele nem tentaria. Estava satisfeito com seu 3 diário na inspeção.

– Fica a vontade – disse Percy me indicando uma cadeira que ficava em frente a escrivaninha. Eu ia dizer que preferia ficar de pé já que não tinha outra cadeira ali pra ele, mas ele logo se sentou em sua cama. Então eu me sentei na cadeira e me virei na direção dele. Respirei fundo e decidi ir direto ao ponto, antes que eu perdesse a coragem.

– Ontem à noite eu tive um sonho um tanto quanto intrigante – enquanto eu falava ele ficava compenetrado em mim prestando atenção – Afrodite veio me visitar e me alertou sobre um “empecilho” que terei que enfrentar em breve. E ela disse que isso vai por em prova o que eu sinto por você. Então provavelmente é algo que possa abalar nossa relação.

Percy ficou pensativo por um momento. Depois segurou minha mão e disse:

– E o que é que você sente por mim, Annie? – e ele tinha tocado de novo naquele assunto. Eu não podia mais fugir. Não naquele momento. Tinha que confiar nele e abrir meu coração de uma vez.

– Eu te amo, Percy. Eu te amo mais do que tudo! Isso é o que eu sinto por você! – Senti meu coração acelerar a cada palavra que saía da minha boca. Senti meu rosto quente e meus olhos marejados. Percy me puxou pela mão que estava segurando me fazendo sentar na cama ao seu lado, de frente pra ele.

– Se é isso que sente então não deve temer nada que possa tentar abalar nossa relação. Eu também te amo e não penso deixar que nada separe você de mim!

Ele sorriu. Eu sorri também. Ele então colocou a mão em meu rosto e o acariciou. Fechei os olhos por um momento e isso fez com que uma lágrima escorresse pelo meu rosto. Percy logo a enxugou com os dedos e se aproximou mais de mim pra me dar um abraço. Levei as mãos às suas costas e o apertei forte contra mim. Sentia suas mãos acariciando minhas costas suavemente como se quisesse me acalmar. Meus batimentos cardíacos e minha respiração iam voltando ao normal até que me tranquilizei.

– Desculpa por eu ser tão insegura. É que só de pensar em perder você me dá arrepios! – Falei ainda abraçada a ele enquanto encostava o nariz em seu pescoço e sentia seu cheiro.

– Para com isso! Não vai me perder nunca. Vou estar sempre aqui com você. E o que quer que possa estar vindo, vamos enfrentar juntos, combinado?

– Combinado!

Nos afastamos instintivamente um do outro só o suficiente para que nossos lábios se alcançassem. Nos beijamos novamente daquela forma mais urgente. Do mesmo jeito que tínhamos feito ontem. E aquela mesma sensação de estar sendo enfeitiçada por alguma energia estranha invadiu meu corpo de novo. Entretanto, dessa vez eu não obedeci ao chamado da minha cabeça me dizendo pra parar. Deixei que minha boca continuasse respondendo aos movimentos dele e que minhas mãos subissem pelas suas costas até chegar aos seus ombros.

Percy parecia também não estar preocupado com a hora de terminar o beijo. Colocou uma das mãos no meu pescoço por debaixo dos meus cabelos que estavam soltos. A outra mão que estava sobre minha perna subiu até minha cintura. E sem que eu me desse conta ele foi inclinando seu corpo sobre o meu até eu quase me deitar em sua cama. Nesse momento o chamado em minha cabeça apitou freneticamente como uma sirene junto com uma luz vermelha que indicava “Perigo!”. Foi então eu me dei conta do que estávamos fazendo e empurrei Percy para que eu pudesse me levantar e me afastei dele.

– Eu não deveria estar aqui!

– Annabeth me desculpe, acho que me empolguei...

– Não, tudo bem! É só que se me pegarem aqui estamos encrencados...

– Mas Annie...

– Então é melhor eu ir, nos vemos no café da manha ok? Tchau.

E sai de lá ainda meio zonza, quase correndo.

***

Depois que cheguei ao refeitório me sentei a mesa do chalé de Atena. Apoiei os cotovelos na mesa e a testa nas mãos. Fiquei ali um tempão olhando para a madeira apenas tentando “voltar ao normal”. Ainda não tinha ninguém ali, então eu aproveitei pra tentar colocar meus pensamentos em ordem. Já não estava mais tão preocupada com o aviso de Afrodite. Percy tinha conseguido me tranquilizar. E mais do que isso, ele tinha conseguido me fazer ver o quanto nosso amor era forte e verdadeiro.

E foi depois disso que eu senti aquela vontade avassaladora de estar com ele. De abraça-lo e beijá-lo sem parar um segundo pra respirar. Era como se aquilo me consumisse e eu precisasse responder depressa. Como se aquilo fosse me enlouquecer. E acho que eu estava mesmo chegando aquele ponto. Não entendia nada daquilo que estava sentindo. Eu sabia que o amava e que queria viver o resto da minha vida ao lado dele. Mas até então Percy tinha sido aquele amigo que eu podia beijar e trocar alguns carinhos. Nunca o tinha visto dessa maneira que estava vendo agora. Como alguém fisicamente atraente e desejável.

Eu tinha que admitir, meu namorado era muito bonito! Ele herdara os melhores traços de Poseidon e, pelo menos aos meus olhos, conseguia ser mais charmoso que o próprio deus do Mar. Lembrei-me dos momentos em que eu pude assisti-lo em batalhas. A forma como ele empunhava a espada e golpeava de forma certeira os inimigos sempre havia me deixado impressionada. E o que dizer dos momentos eu que eu tive que vê-lo só de bermuda nadando no lago do acampamento? Com certeza eu era uma garota de sorte por poder admirar essa cena. Afinal de contas não era assim tão estranho eu estar sentindo aquilo, era?

– Caiu da cama filha de Atena? – Clarisse se aproximou sem que eu percebesse. Só vi que estava ao meu lado de pé quando falou comigo. Ela mantinha aquela expressão dura, mas com um tom de diversão.

– Acho que não consegui dormir direito. Daí resolvi levantar.

– E como foram as coisas com o sogrinho?

–Bem! Ele não quis me matar nem proibiu que eu namorasse seu filho. Pelo contrário, ele foi bem legal e disse que Percy tem sorte de estar comigo.

– Sério que ele disse isso? Eu esperava mais de Poseidon. Achei que ele ia te botar pra fora a pontapés...

– É, mas o irmão mais velho de Percy, Tritão, quase que fez isso. Ele teve uma crise de ciúmes e começou a convencer todo mundo de que estávamos lá para tirar seu lugar. Mas no final nem deu pra nos divertirmos direito lutando com ele, Poseidon chegou e acabou com a festa!

– Essa eu queria ter visto! Percy e Tritão sendo pegos pelo pai fazendo arte! – Ela riu e depois se afastou com um aceno. Eu percebi que outros semideuses chegavam para o café então resolvi também ir pegar alguma coisa para comer.

Demorou só alguns minutos para que ver Percy chegando no refeitório. Ele olhou pra mim de longe, sua expressão era séria. Ele se limitou a pegar sua comida e sentar-se na mesa que correspondia ao seu chalé, ou seja, sozinho. Normalmente tomávamos o café da manhã juntos já que não havia supervisão a essa hora. Será que ele estava me evitando? Será que ele tinha ficado chateado por eu ter saído tão de repente de seu chalé? Ele continuou lá comendo lentamente, sem nenhuma pressa enquanto eu o observava.

Eu já tinha terminado meu café a muito tempo então resolvi me levantar e ir até a floresta. Quíron tinha pregado um aviso no mural do refeitório que dizia que era pra nos reunirmos próximo ao ‘Punho de Zeus’ depois da refeição. Eu já estava a meio caminho do local quando senti alguém colocando a mão no meu ombro. Essa mesma mão deslizou pelo meu braço até chegar a minha mão enquanto eu me virava e via um Percy com cara de ‘cão sem dono’ atrás de mim.

– Oi sua fujona!



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Notas finais do capítulo

twitter: @SarahColins_
blog: http://triipe.blogspot.com.br/
Bom fim de semana a todos! :D
beijos,
Sarah
Pitaco da Manu: Pô Anabeth, assim você judia demais do nosso herói!
Essas filhas de Atena pensam demais, demais, demais!