Lembranças De Um Verão escrita por Sarah Colins


Capítulo 10
Capítulo 9 – Recepção


Notas iniciais do capítulo

Boa noite amigos! ^^
Gostaria de pedir mais uma vez para aqueles que estão lendo a fic que deixem comentários nos capítulos, para eu saber se ela está agradando vocês ;)
E podem dar sugestões se quiserem!



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Cassandra nos conduziu ao andar superior do Palácio. Depois de subir as escadas andamos por um longo corredor que me pareceu interminável. Não sei se porque o lugar era realmente imenso, ou porque eu estava cada vez mais tensa. Com que cara eu ia olhar para o pai de Percy que era só o deus dos Mares? O que eu ia dizer? Normalmente eu não me intimidava com a presença de nenhum deus. Mas dessa vez era diferente. E se Tritão tinha conseguido fazer a cabeça de Poseidon e ele agora achava que eu era uma “ameaça” para seu “reino”? Como um inimigo infiltrado. Era melhor nem pensar naquilo.

Cassandra enfim parou de andar quando chegou a frente a uma imensa porta dupla de topo arredondado. Ao lado havia um desses teclados onde você deveria digitar uma senha de segurança pra conseguir destrancar a porta. A mulher-lula não só fez isso como também colocou as digitais de sua mão humanoide e teve as retinas lidas, para que a porta fosse aberta. Não dava nem pra acreditar que um Palácio tão rústico tinha um sistema de segurança tão moderno e aparentemente humano. Ela então se virou para nós e disse:

– Esperrrrrem aqui fora até serrrrrem anunciados – e entrou no grande salão que se estendia porta adentro. Eu e Percy nos olhamos com cara de “Mas o que?” e ele não conteve o riso.

– Dá pra acrrrrrreditar em tanta frescura? Da última vez que viemos aqui não tinha nada disso, não é Tyson? – Falou Percy imitando o sotaque ligeiramente francês da criatura.

– Percy tem razão. Castelo do papai estava bombardeado e destruído – Ele falou com tristeza. Percy não havia se referido a isso, mas achou melhor não tentar explicar ao irmão.

– Eles devem ter reforçado a segurança por aqui depois que quase tudo foi destruído na Guerra dos Titãs – Lembrei Percy para que ele parasse de zombar da situação. Apesar de eu achar graça, preferia não provocar Poseidon nem nenhum de seus ‘funcionários’.

– Senhor Percy Jackson, Senhora Annabeth Chase e Senhor Tyson, o Ciclope!

Entramos os três juntos no salão, com Percy um pouco a nossa frente. Como eu havia imaginado, o lugar era imenso, como todo o resto. Havia um longo tapete verde situado bem no meio do recinto. No final ele subia alguns degraus até encontrar-se com o trono de Poseidon. E lá estava ele, da mesma forma que eu havia visto em meu sonho. Aparência humana, roupas simples e meio gastas de pescador, expressão serena. E aquele brilho verde nos olhos que não havia perdido intensidade alguma ao ser herdado por Percy.

Percebi que haviam mais dois tronos posicionados em ambos os lados dele. O de tamanho intermediário deveria ser de Anfitrine, esposa de Poseidon. O menor deles provavelmente era de Tritão. Ambos estavam vazios. Preferia ficar sem saber se eles estavam muito ocupados para aquele encontro “familiar”, como disse Tyson, ou se simplesmente não quiseram se dar ao trabalho de comparecer. Já era bem difícil enfrentar o sogro, eu dispensava a sogra e o genro por enquanto.

Poseidon se levantou de seu trono e, em seus mais de 3 metros de altura, veio caminhando até nós. Felizmente ele diminuiu gradativamente de tamanho até ficar da altura de um humano normal. Ele se dirigiu primeiro a Percy e lhe deu um forte abraço.

– Percy, quanto tempo filho! – Depois fez o mesmo com Tyson, e não pareceu nenhum pouco desconfortável com o forte aperto do Ciclope – E você Tyson, cresceu mais alguns centímetros ou é impressão minha? – A pergunta do deus fez as bochechas de Tyson ficarem rosa e ele colocou as mãos na frente da boca, escondendo um sorriso.

Enfim o Rei dos Mares se dirigiu a mim. Ele deu um sorriso bem sutil e me estendeu a mão cordialmente. Eu, que estava em estado de choque ou algo assim, demorei mais tempo do que o normal pra apertar sua mão retribuindo o cumprimento.

– E você é Annabeth Chase. Creio que não tivemos a oportunidade de sermos formalmente apresentados das últimas vezes. Muito prazer!

– O pa... pa... prazer é todo meu, senhor – senhor? É assim que a gente deve se dirigir a um deus? De repente eu virara um tremendo fracasso em pronomes de tratamento. Vossa divindade soaria muito exagerado? Parei de viajar em pensamentos idiotas e resolvi prestar atenção pra não fazer papel de boba.

– Pelo que eu soube de você, parece que Percy tirou a sorte grande por tê-la ao lado dele – Ele estava me elogiando ou era impressão minha? – Sabe uma das maiores virtudes que podemos ter é saber reconhecer as qualidades de nossos inimigos e nunca subestimá-los. E vejo em você todas as boas características de Atena.

– Obrigada! Acredito que posso dizer o mesmo de Percy quanto ao senhor.

– Acho que podemos cortar o senhor, não é? Afinal você já é praticamente da família!

Eu estava chocada com a forma descontraída com que ele se dirigia a mim. Ou melhor, estava impressionada. Pelo que Percy já havia me contado das conversas que tivera com o pai, ele sempre pareceu ser gentil e simpático. Mas ainda assim, eu não esperava que ele fosse me tratar da mesma forma. Não que eu pensasse que ele fosse me tratar mal. Mas talvez com mais frieza, com mais cautela, uma vez que eu era filha de sua inimiga. Mas ao contrário disso, ele parecia realmente satisfeito em saber que eu era namorada de seu filho.

– Me desculpe, acho que nunca fui formalmente apresentada como namorada do filho de nenhum deus antes. Tudo bem, nada de senhor – ele riu mostrando que além de tudo era bem humorado. Talvez Percy tivesse puxado isso dele, afinal.

– Por que não se sentam aqui para conversarmos? – Ele nos indicou uma imensa mesa que ficava do lado direito da sala. Havia um arranjo muito bonito no centro dela com umas flores que eu nunca tinha visto antes – também posso pedir alguma coisa para vocês se estiverem com fome... – e disse aquilo como se realmente não entendesse tal sensação.

– Não precisa! – Percy e eu dissemos ao mesmo tempo, e enquanto isso Tyson apenas confirmava com a cabeça, animado. Fiquei sem graça por um momento até que vi Poseidon sorrindo mais uma vez.

– Ok, comida para um ciclope, por favor, Cassandra! – A governanta não pareceu gostar da ideia de ter que se retirar do local enquanto nós ainda estávamos ali, mas não teve escolha. Fez uma reverência exagerada e saiu.

Sentamos a mesa e inicialmente ficou aquele silêncio chato. Mas isso não pareceu incomodar o Rei dos Mares. Ele parecia feliz com a nossa visita. Eu desconfiava que ele também não se importava de ter um tempinho de folga do seu árduo trabalho de ‘governar’ os oceanos. Sua expressão era de total tranquilidade o que acabava me contagiando. E isso era no mínimo, intrigante. Eu já não sentia toda aquela tensão e ansiedade de alguns segundos atrás. Era bom saber que ele não queria me matar.

A comida de Tyson, que poderia alimentar um time de futebol inteiro, chegou enquanto conversávamos. Comer não impediu que o Ciclope também opinasse, vez ou outra, mesmo com a boca cheia. Falamos do acampamento meio-sangue, do ano escolar, das novidades do Olimpo e, claro, da Guerra dos Titãs. Acho que Poseidon era um dos únicos deuses que admitia que não teriam conseguido vencer sem a ajuda dos semideuses. Ele não poupou elogios para nós e os outros heróis que lutaram para defender Manhattan.

Nem vimos o tempo passar enquanto estávamos ali. Depois de um tempo acabamos cedendo e comendo alguma coisa. Pra minha surpresa, o gosto das coisas não mudava e eu nem tive dificuldade de engolir nada debaixo d’água. Mas enfim Percy consultou seu relógio a prova d’água e a prova de pressão submarina. Já estava ficando tarde e logo iria escurecer na superfície. Poseidon fez questão de nos acompanhar até a saída do castelo, ignorando os apelos de Cassandra que dizia que ele precisava voltar ao seu posto.

– Espero voltar a vê-los em breve. E que não precise haver outra guerra pra isso! – Disse o deus mostrando uma veia humorística que eu já conhecia bem. Nós rimos enquanto chegávamos do lado de fora do Palácio.

– Prometo voltar mais vezes, e trazê-los comigo – Disse Percy se referindo a mim e a Tyson.

– Até logo Annabeth. Cuide bem desses dois – disse Poseidon piscando pra mim.

– Pode deixar! Até logo – E apertei novamente a mão daquela deus tão encantador.

Esperei que Percy e Tyson se despedissem do pai e depois acenamos antes de dar meia volta e começar a descer as escadarias do Palácio.

– Doeu? – Era Percy tirando sarro da minha cara. Eu sabia que ele não perderia essa oportunidade, mas pensei que ia esperar até que voltássemos a superfície pra isso.

– Não, não doeu nada! Ok, pode zombar de mim o quanto quiser. Afinal você estava certo. Não tinha porque eu ficar encanada. Seu pai foi muito legal conosco.

– Eu bem que avisei... – disse ele antes de colocar o braço em volta de meu pescoço e me puxar para me dar um selinho – Mas você é cabeça dura demais para me ouvir né?

– Percy e Annabeth são namoraaados! – Tyson falava e ria ao nosso lado, como se fossemos a coisa mais engraçada do mundo.

– É grandão. E isso faz da Annie aqui sua cunhada, sabia? – Disse Percy me olhando com aquela cara de “sem vergonha”. Como uma criança levada que acabou de pregar uma peça em alguém.

– Tyson e Annabeth também são parentes! – Acho que aquela foi a melhor noticia que Tyson deveria ter recebido desde que soube que Percy era seu irmão. Ele ficou pulando ao redor de nós enquanto cantarolava alguma coisa. Apesar de eu adorar Tyson, e não conseguir pensar em alguém melhor pra chamar de cunhado, torci pra que ele não resolvesse me dar outro daqueles abraços esmagadores.

De mãos dadas com Percy e com um ainda muito feliz Tyson ao meu lado, terminamos de descer as escadarias. Vi que havia uma pequena movimentação ali perto como se um bando de ‘gente’ tivesse se reunido em volta de algo, ou alguém, que chamavam sua atenção. Ouvia-se um burburinho vindo dali, que aos poucos foi se tornando uma gritaria. Fomos chegando perto para ver o que estava acontecendo.

No meio de todas aquelas criaturas, estava Tritão, o meio irmão de Percy. Ele havia subido em cima de uma fonte, que aparentemente não tinha como funcionar ali debaixo d’água. O que quer que ele estivesse fazendo ali, foi interrompido quando nos aproximamos.

– Ali estão eles! – gritou Tritão enérgico.



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Notas finais do capítulo

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