Lembranças De Um Verão escrita por Sarah Colins


Capítulo 9
Capítulo 8 – Explorando


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, tudo bem?
Mais um capítulo pra vocês, espero que gostem ;)
Essa visita deles ao fundo do mar ainda vai render muuuuito! :D



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Sabe aquela sensação de sentir-se como um “peixe fora d’agua”? Pois é, irônico ou não, era exatamente assim que eu me sentia. Todos os seres, objetos e construções que nós vimos ao longo do caminho tinham aquele aspecto “marinho”. Tudo era perfeitamente adequado para o ambiente do fundo do mar. E eles haviam mesmo sido feitos pra isso. Eu sentia uma harmonia tão grande entre todas as coisas por ali. E ao mesmo tempo me sentia tão deslocada, como se nunca fosse pertencer àquele lugar.

Durante a nossa ‘tour’ por aquela cidade submersa, tínhamos visto de tudo. Peixes, baleias, tubarões, golfinhos, raias, caranguejos, polvos, sereias e alguns outros seres mitológicos que nem eu mesma conhecia. Em certo ponto, até que Percy tinha razão, eu estava adorando poder conhecer aquele lugar. Construções como aquelas não podiam ser encontradas em nenhum outro lugar. Era incrível como tudo fora projetado para abrigar perfeitamente a vida marinha que existia por ali. Eu ficava fascinada a cada novo prédio ou monumento que encontrávamos.

Passei alguns minutos admirando uma ponte que ligava uma parte da ‘cidade’ a outra. Ela era toda feita de areia e barro, suas laterais eram enfeitadas com os mais diversos tipos de corais. Eles eram coloridos, mas estavam distribuídos de uma maneira que fazia com que as cores virassem uma pintura. Mesmo encantada por aquela obra de arte, fiquei imaginando porque havia aquela ponte ali, já que todos os seres pareciam poder flutuar a hora que quisessem pela agua? Acho que devia ser uma daquelas coisas que não precisavam ser explicadas, simplesmente eram assim porque deviam ser assim.

– Tenho uma surpresa pra você! – A voz aquaticamente modificada de Percy, chegou aos meus ouvidos e sua expressão dizia que ele estava se divertindo muito com aquilo.

– Mais surpresas? Achei que eu é que estava te dando um presente hoje!

– Eu sei, mas a surpresa é boa para os dois. Agora vamos que ela está nos esperando.

– A surpresa está nos esperando? O que você esta aprontando agora, cabeça de alga?

– Será que vou precisar dizer mais uma vez pra você confiar em mim? – Ele me olhou e esperou eu negar com a cabeça – Assim está melhor!

Ele riu e segurou minha mão. Fomos caminhando pela areia e depois pelas pedras do fundo do mar. Chegamos a entrada de uma espécie de caverna. La dentro eu não conseguia ver nada além de escuridão. Percy continuou nos conduzindo na direção da entrada da caverna sem reduzir a marcha.

– Ei ei ei, espera um pouco aí, herói – disse eu enquanto parava de andar e fazia Percy retroceder alguns centímetros – Onde está me levando? Vamos precisar desembainhar nossas armas ou algo do tipo?

– Fica fria, não tem monstros aqui. Quer dizer, tem. Mas eles são do tipo amigáveis.

– Sei...

– E outra, não vamos precisar entrar até o final, ele está vindo os encontrar.

– Ele quem?

Percy voltou a andar em direção a caverna quando eu avistei alguém, muito maior do que nós, saindo de lá. Por um momento pensei que já havia chegado a tão temida hora de conhecer o meu “sogrinho”. Mas depois comecei a distinguir melhor os contornos daquela figura que se aproximava. Já começava a desconfiar de quem era a media que ele se aproximava da luz. Quando finalmente pude ver seu grande e único olho que irradiava felicidade, não tive mais dúvidas.

– Tyson! – exclamei ao vê-lo e nesse mesmo instante ele começou uma corrida em nossa direção, com um imenso sorriso no rosto e os braços abertos. Eu e Percy engolimos em seco e nos preparamos para receber o carinhoso e nada delicado abraço do Ciclope.

– Irmão! Annabeth! Vieram visitar Tyson em sua casa! – Depois de nos apertar até o ponto de ficarmos “sem ar”, ele nos soltou e começou a bater palmas freneticamente.

– E ai grandão, como estão as coisas por aqui?

–Bem! Menos trabalho, mais tempo livre. Papai está preocupado. Irmão Tritão não quer mais obedecer.

Quando ele disse aquilo eu lancei um olhar de preocupação para Percy. Ele logo fez um gesto com a cabeça indicando que estava tudo bem. Acho que Tyson também percebeu que eu fiquei mais séria e também tentou me confortar.

– Tritão nunca está feliz. Sempre reclamando!

– Eu sei Tyson, mas acho que não o culpo por não estar gostando da minha visita por aqui.

– Ninguém liga pro que aquele “peixe-morto” pensa não é mesmo, grandão? Agora porque não vem com a gente Tyson? Vamos visitar o Palácio do papai – Não sabia que Percy iria levar Tyson junto com a gente. Mas depois imaginei o porquê. Tyson, apesar de trabalhar nas forjas, ali tão perto de Poseidon, quase não tinha oportunidades de ir até lá para vê-lo. E Poseidon era um Deus sempre tão ocupado que dificilmente parava ‘em casa’. Então acho que Percy aproveitou a ocasião pra que Tyson também visse o pai. Olhei pra ele, sorrindo com ternura. Não tinha como ele ser fofo!

– Eba, jantar em família! – o Ciclope voltou a bater palmas e dessa vez também deu alguns pulinhos, tamanha era sua empolgação. Não quis cortar o barato dele, mas tive que me virar pra Percy nesse momento e perguntar.

– Jantar? – Com toda aquela luz ‘encantada’ que nos cercava, não dava pra saber se já estava anoitecendo na superfície. E mesmo se estivesse, eu não esperava me sentar numa grandiosa mesa e participar de um daqueles jantares formais com a ‘realeza’.

– É modo de dizer, Annie. Duvido muito que Poseidon tenha tido tempo pra organizar um jantar no Palácio. Alias, agora que mencionou, não sei nem se os deuses comem.

–Obvio que não comem. Mas sei lá, vai saber... Percy, por favor, se por acaso chegarmos lá e encontrarmos um banquete preparado, diga que não podemos ficar para o jantar, eu morreria de vergonha.

– Não se preocupe. Eu também não estava querendo me demorar muito lá.

Assenti, mais aliviada. E lá fomos os três caminhando lado a lado rumo ao Palácio do Deus dos Oceanos.

***

Meu queixo já estava caído desde a hora que havíamos chegado a frente do Castelo. Agora que já havíamos atravessado as portas e adentrávamos o hall, eu já tinha que tomar cuidado pra não deixar a baba escorrer. Aquele lugar era mais do que lindo. Era divino. Nem em mil anos eu poderia haver imaginado um lugar que fosse tão digno de abrigar um Deus. Girei 360º em volta de mim mesma só pra poder olhar cada detalhe daquela construção tão grandiosa e deslumbrante.

– Percy, obrigada por me trazer aqui. Não importa o que aconteça daqui pra frente, já valeu a pena só por poder conhecer esse lugar!

– Não tem de quê! Mas sabe que eu é que tenho que agradecer por ter aceitado vir comigo não é?

Dei um leve sorriso, mas que expressava tudo o que eu estava sentindo. Mesmo com Tyson ali do lado não conseguimos nos controlar. Percy começou a se aproximar de mim e eu dele. Quando estávamos a poucos centímetros prestes e nos beijar, ouvimos uma voz fina e aguda vinda do topo da escada central que levava ao andar de cima.

– Perrrrcy Jackson! – Disse uma pequena senhora, que era metade humana e metade... aquilo eram tentáculos de lula? Sua voz, além de estridente, tinha um ligeiro acento francês, o que a fazia parecer ainda mais estranha. Ela usava um grande óculos e aumentava o tamanho de seus olhos. A parte humana vestia um terninho roxo por cima de uma camisa branca. Ela carregava uma prancheta e descia as escadas como se flutuasse, quando passou os olhos de Percy pra mim – E você deve serrrr a namorada, Annabeth Chase.

– Sim, somos nós. E você quem é? – Percy perguntou sem cerimônia nenhuma.

– Sempre muito bem informado como sempre não é Percy? – Ria a senha, coma sua voz ainda mais estridente – Sou Cassandra, digamos que sou a nova governanta aqui do Palácio de Poseidon. Vocês tem hora marcada com ele?

– Não acho que precise marcar hora pra falar com o meu pai... Se puder fazer a gentileza de chama-lo.

A criatura soltou de novo aquela risada fina e assustadora. Ela parecia achar muita graça mesmo na presunção de Percy. Segurei em seu braço e tentei dizer com o olhar para ele se acalmar.

– Infelizmente acho que não agendamos horário com ele senhora Cassandra – tentei falar da maneira mais cordial possível – Mas acredito que Poseidon já está sabendo da nossa visita e está nos esperando.

– Você é mesmo uma digna filha de Atena, pequena Annabeth – Era no mínimo engraçado ouvir uma mulher daquele tamanho me chamando de pequena. Mas usei toda minha força de vontade pra não começar a rir – Seus bons modos e perspicácia vão salvá-los de serem enxotados daqui a pontapés. Vou ver o que posso fazer por vocês. Enquanto isso se quiserem esperar na sala ao lado. Ah só tomem cuidado para não serem devorados pela mobília.

E terminando seu pequeno discurso, Cassandra nos deu as costas e se virou para subir as escadas novamente. Olhamos os três ao mesmo tempo para o cômodo que ela havia apontado. Não parecia haver nada de diferente por lá, então fomos entrando. Pensei em me sentar numa poltrona que havia ali, mas me detive ao ver que ele tinha dentes e até uma grande língua que serviria como almofada se alguém conseguisse sentar-se ali sem ser comido.

– Acho que a decoração não é de tão bom gosto quanto a construção.

– Eu até que achei eles simpáticos – Disse Percy, enquanto colocava a mão em um aparador, e logo em seguida tirava pra não ser mordido. Tyson que ao contrário de nós, era quem metia medo na mobília, brincava com a mesinha de centro, como se ela fosse um cachorrinho.

– Foi muito legal a ideia de trazê-lo conosco. A vida nas forjas não deve ser muito empolgante.

– Que nada, ele adora o trabalho dele aqui. E lá em baixo ele pode estar com os outros Ciclopes. Acho que ele é feliz aqui.

– Acho que ele seria feliz em qualquer lugar, desde que tenha um amigo por perto.

– Tem razão.

Enquanto olhávamos pra Tyson, Percy veio ao meu lado e colocou o braço em volta dos meus ombros. Eu retribuí abraçando-o pela cintura. Ficamos um de frente para o outro sem dizer nada, nós nos olhando. Encostamos nossos lábios devagar e nos beijamos, e todo mar em volta de mim pareceu desaparecer. Infelizmente fomos interrompidos novamente por aquela voz que estava começando a irritar os meus ouvidos. Cassandra havia voltado e aparecera ali como uma assombração sem fazer barulho algum. Só nos demos conta de sua presença quando ela falou.

– Parrrrece que você é mesmo um dos favoritos de Poseidon, Percy. Ele pediu para eu acompanhá-los até a sala do trono. Sigam-me, por favor.



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Notas finais do capítulo

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