Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie


Capítulo 9
Capítulo 9 - Decisões


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/247383/chapter/9

- Está óptima. – garantiu o médico, que tinha acabado de analisar Rin – Mas, antes do seu companheiro chegar, eu gostaria de saber o que é que se passou para ter entrado no hospital em tal estado.

- Humm…

- Eu sei que vocês insistiram em não dizer nada. E eu, como médico, estou mais do que feliz em ajudar, mesmo não sabendo o que se passou. – disse ele, vendo que ela hesitava – Mas, pelos danos que vi, parece que deu à luz poucas horas antes de entrar no hospital e eu gostaria de saber qual é o estado do bebé.

- Ele está bem. – garantiu Rin, mesmo sem ter a certeza – Ele nasceu saudável, mas houveram complicações e eu acabei naquele estado.

- Estou a ver. – ele suspirou e olhou pela janela – Mas talvez fosse melhor trazê-lo até aqui para ter a certeza.

- Mamã!

Ao ouvir a voz da filha, Rin olhou para a porta e viu Hikari acompanhado por Sesshomaru. Depois olhou para o relógio e reparou que já estava na hora das visitas.

- Já te posso abraçar? – perguntou Hikari, aproximando-se da mãe.

- Claro que sim. – Rin sorriu e abriu os braços quando viu as lágrimas nos olhos de Hikari – Está tudo bem, agora.

Entretanto, Sesshomaru decidiu ter uma conversa com o médico.

- Eu só queria saber se a criança estava bem de saúde. – explicou o médico, quando Sesshomaru lhe perguntou o que é que ele queria de Rin – Não é comum fazer partos em casa, hoje em dia.

- A minha mãe está habituada a isso. – disse Sesshomaru – Ela insistiu em ajudar e a criança está saudável.

- Talvez se tivesse sido no hospital…

- A Hikari nasceu na nossa casa. – interrompeu Sesshomaru – E olhe para ela? Está completamente saudável. A Rin também não teve problemas. Mas esta criança foi diferente. A Rin já sabia que iria ser assim.

- Muito bem. – cansado daquela discussão, o médico encolheu os ombros – A Rin já pode ir para casa hoje mas, como já tinha dito, o coração dela sofreu alguns danos durante as tentativas de reanimação. Ela não deve fazer esforços em demasia. E, por enquanto, deve descansar. – quando Sesshomaru anuiu, ele sublinhou – Nenhuns esforços físicos.

- Eu já percebi. – disse Sesshomaru, um pouco ofendido.

- Senhor Sesshomaru, não tenho bem a certeza se compreendeu. – disse o médico – Eu estou a falar de actos…íntimos.

A cara de Sesshomaru continuou em branco. – O que é que quer dizer com “actos íntimos”?

O médico suspirou. – Tem mais alguém com quem eu possa falar?

Sesshomaru pensou um bocado e olhou para a sala-de-espera. – O cach…meu meio-irmão e a companheira dela vieram comigo. Mas porque é que quer falar com eles?

O médico desistiu de tentar explicar-lhe e dirigiu-se à sala-de-espera, onde encontrou Kagome e Inuyasha sentados, à espera da sua vez para ir ver Rin. No entanto, quando viram o doutor, levantaram-se.

Já que Hikari ainda estava com Rin, Sesshomaru decidiu segui-lo para tentar perceber o que ele tinha dito antes.

No entanto, as palavras que o curandeiro disse a Kagome e a Inuyasha foram as mesmas que lhe tinha dito a ele e, mesmo assim, eles pareciam compreender o que ele queria dizer.

- Bem, senhor Sesshomaru. – disse o médico, voltando-se para ele – A partir daqui, eles vão explicar-lhe tudo. Por favor, tenha bastante atenção ao que eles dizem.

Curioso, Sesshomaru aproximou-se imediatamente dos dois, mas recebeu apenas um “Não te preocupes” como resposta.

- Se é alguma coisa que possa afectar a Rin, eu quero saber. – exigiu Sesshomaru, franzindo as sobrancelhas.

- O médico só estava a ser perfeccionista. – explicou Kagome – Não é nada com que te tenhas de preocupar. Por isso, podes voltar para a beira dela.

Sesshomaru olhou para Inuyasha, desconfiadamente, mas desistiu e voltou para o quarto.

- Achas mesmo que não lhe devemos dizer? – perguntou Kagome, olhando para Inuyasha – E se acontece alguma coisa.

- Ia ser uma chatice dizer-lhe porque ele é praticamente “inocente” quando se fala nesse tipo de coisas. – respondeu Inuyasha – E, para mais, o Sesshomaru só faz esse tipo de coisas se for para ter outro filho.

- A sério? – perguntou Kagome, com a boca aberta – Porque eu pensava que os demónios tinham desejos carnais mais intensos.

- E têm. – confirmou Inuyasha – Mas o Sesshomaru é um demónio muito prático e a Rin é humana. Ele provavelmente não quer magoá-la mais do que é necessário.

- Provavelmente está a ter o efeito contrário. – murmurou Kagome.

- Dizes isso, mas estás sempre a queixar-te quando eu tento alguma coisa! – disse Inuyasha, cruzando os braços.

- Isso é porque tentas vezes demais! – ripostou Kagome – No caso da Rin, ela deve pensar que o Sesshomaru não a acha atraente.

- Não podemos fazer nada quanto a isso. – disse Inuyasha – Ou queres ir falar com o Sesshomaru a esse respeito?

Nem por sombras, pensou Kagome.

Mas tinha pensa daqueles dois. Ambos pensavam estar a fazer o correcto pelo outro, mas ambos estavam enganados e, consequentemente, acabavam magoados.

- Como é que está o Yoru? – perguntou Rin, enquanto continuava a fazer festinhas na cabeça da filha.

- A avó está a tomar conta dele. – respondeu Hikari, com a cabeça deitada no colo da mãe.

- Nós também vamos voltar amanhã. – Rin olhou para Sesshomaru para obter confirmação e tomou o seu silêncio como um “sim” – Já vamos poder tomar conta do Yoru, depois.

- Mas o tio Inuyasha disse que nós íamos ficar mais duas semanas. – revelou Hikari, recebendo a atenção imediata do pai.

- Ele disse porquê? – perguntou Sesshomaru.

- Não. – respondeu Hikari – Ele disse que depois explicava-te, papá.

Sesshomaru levantou-se e, mais uma vez, dirigiu-se à sala-de-espera.

- A Hikari apareceu com as roupas ensanguentadas a esta Era, certo? – começou Kagome – O que se passou com ela pode ser a mesma coisa que acontece com o Inuyasha quando ele se descontrola. Afinal, ela também é meia-humana.

- Eu posso lidar com isso sozinho, na nossa Era. – disse Sesshomaru – Porque é que temos de ficar aqui por causa disso?

- É mais fácil discutir isto aqui, onde não existe a ameaça constante de ela ser atacada por demónios. – explicou Kagome.

- E a tua mãe disse que tinhas de tomar uma decisão qualquer o mais depressa possível. – completou Inuyasha – Que devias fazê-lo antes de volta.

Talvez devesse, pensou Sesshomaru, olhando para Inuyasha.

- Muito bem. – concluiu Sesshomaru – Então, se não se importarem, nós vamos ficar mais um bocado.

- Fiquem à vontade. – disse Kagome, antes de Sesshomaru voltar para o quarto onde Rin estava a calçar os sapatos.

- O médico disse que já podíamos ir. – disse Rin – Já falou com o Inuyasha-san?

- Parece que vamos ficar. – respondeu Sesshomaru, surpreendendo Rin – Algum problema com isso?

- Não… - murmurou Rin – Mas eu queria ver o Yoru.

- O Yoru está bem com ela. – disse Sesshomaru, referindo-se à mãe – Entretanto, temos coisas para tratar aqui. Até estar tudo pronto, não vamos a lado nenhum.

Uma vez que não queria contraria-lo, Rin acabou de arranjar-se de cobriu Hikari, que tinha adormecido na cama.

- Devemos deixá-la dormir? – perguntou Rin, reparando que Sesshomaru estava a olhar para a filha de uma maneira invulgar – Passa-se alguma coisa?

- Nada. – foi a resposta de Sesshomaru – Ela está cansada por causa da viagem. Porque é que não esperamos até ela acordar?

Mesmo dizendo isso, duas horas depois, as enfermeiras disseram que eles tinham de ir embora porque elas precisavam do quarto para outros pacientes.

Por isso, Sesshoru pegou na filha, que ainda dormia, e saiu do hospital com Rin às costas.

- Não precisa de levar-me, Sesshomaru-sama. – disse Rin, um bocado envergonhada.

- O curandeiro disse que não podes fazer esforços físicos. – justificou Sesshomaru, enquanto segurava Hikari num braço – Agarra-te bem. Vou começar a correr.

Ele estava estranho, pensou Rin.

Enquanto deitava Hikari na cama de Kagome (que tinha entrado em trabalho de parto há duas horas atrás e ia passar a noite no hospital), Sesshomaru continuava a pensar no que havia de fazer. Tinha estado a pensar toda a tarde, mas ainda não tinha chegado a nenhuma conclusão.

Por causa da sua tradição família, se ele tivesse mais do que um descente, eles teriam de lutar quando o novo chegasse a uma idade apropriada. Lutar até à morte.

A “decisão” de que a mãe falara, era a de descartar Hikari automaticamente. Esta hipótese não estava normalmente disponível, uma vez que não era permitido que os pais tomassem a decisão livremente. Mas, uma vez que Hikari tinha sangue humano, Sesshomaru podia escolher Yoru, sem terem de se defrontar.

No entanto, se ele escolhesse essa opção, estaria a negar o sangue humano na família e, com ele, Rin. De seguida, elas seriam entregues à aldeia mais próxima, proibidas de se aproximarem dele e de Yoru.

Rin seria executada imediatamente por ter tido filhos com um demónio, pensou Sesshomaru. Hikari seria torturada ou expulsa da vila, depois de ver a mãe a morrer.

Hikari era a herdeira. Ela tinha treinado dias e noites para estar ao nível que ele exigira. Não. Acima do nível que ele tinha exigido.

“Se sou só metade demónio, tenho de treinar a dobrar.” Era o que ela dizia sempre que lhe perguntavam porque é que ela se esforçava tanto.

Como é que podia descarta-la depois de ela dizer isso? Como é que podia pedir que ela lutasse com o irmão?

Nenhuma das opções parecia acertada.

Discutir o assunto com Rin também não parecia correcto. Ela não estava habituada àquele tipo de vida. Preferiria dar a sua vida por Hikari ou por Yoru.

Negar-se a seguir a tradição também seria complicado, uma vez que o seu futuro herdeiro seria o governador do clã.

Sesshomaru cobriu Hikari e passou-lhe a mão pelo rosto.

O que havia de fazer?

- Estou feliz por ver-te de boa saúde. – disse a mãe de Kagome, sentando-se em frente a Rin, na sala de convívio – Mas pareces preocupada.

- O Sesshomaru-sama está perturbado. – explicou Rin, contorcendo as mãos – E eu acho que sei qual é a razão.

- Então, porque é que não falas com ele? – perguntou a mãe.

- Porque acho que não posso ajudá-lo neste caso. – respondeu Rin – Mas quando ele se decidir, talvez tenha de fazer alguma coisa.

- Devias ajudá-lo. – disse a mãe – Às vezes é difícil tomar decisões sozinho. Nesses momentos, nós contamos com as pessoas que amamos para nos ajudarem.

- Mas o Sesshomaru-sama nunca quer ajuda de ninguém. – disse Rin, baixando os olhos.

- Eu acho que ele não pede ajuda a ninguém porque pensa que isso o faz parecer fraco aos vossos olhos. Mas a Kagome contou-me a vossa história. – continuou a mãe – Quando lhe deste comida, ele comeu-a eventualmente, não comeu? Se lhe ofereceres ajuda, tenho a certeza de que ele vai aceitar…relutantemente.

- Acha que sim? – perguntou Rin, um pouco esperançosa.

- Claro que sim. – garantiu a mãe – Afinal, quem não quereria os conselhos da pessoa que ama? Tenho a certeza que ele vai apreciar a tua ajuda.

- Está bem. – Rin sorriu – Então, amanhã vou falar com ele.

- É isso mesmo! – incentivou a mãe, levantando-se – Agora, porque é que não vais dormir? Tenho a certeza de que estás cansada.

- Obrigada pelos conselhos. – agradeceu Rin, levantando-se também.

O sol passou pelas cortinas cor-de-rosa do quarto de Kagome e acordou Hikari

Tinha adormecido no hospital, apercebeu-se ela. Que vergonha!

Para adicionar a isso, tinha dormido demais e perdido a hora do treino. O pai devia estar furioso.

Chateada consigo mesma, Hikari levantou-se e quase parou de respirar ao ver o grande urso de peluche à sua frente.

Primeiro pensou que ele era algum tipo de monstro ou demónio que tinha entrado pela janela mas, depois de um segundo olhar, notou que algo estava errado. Ele não se mexia, não estava a respirar sequer…

Agora que pensava melhor, os bonecos que Kagome lhe tinha mostrado eram parecidos com aqueles.

Com medo, Hikari aproximou-se e tocou-lhe com o indicador. Depois apalpou-o. Por fim, abraçou-se a ele e começou-se a rir.

Nunca tinha tido nada assim.

Ansiosa por mostrar a toda a gente, Hikari pegou desajeitadamente no peluche ligeiramente maior do que ela e desceu as escadas.

- Tia! – exclamou Hikari, referindo-se à mãe de Kyoko, enquanto entrava na sala de convívio – Mamã! Olha o que estava no teu quarto!

- Bom dia. – cumprimentou a mãe de Kagome, olhando para Hikari – Oh, estou a ver que encontraste o peluche que o teu pai te comprou.

- Foi o papá!? – perguntou Hikari, continuando a gritar cada palavra, graças ao entusiasmo.

- A sério? – perguntou Rin, olhando para a mulher que preparava o pequeno-almoço.

- Sim. – respondeu a mãe de Kagome – E as surpresas não acabam por aí. Mas eu não posso dizer mais nada, por enquanto.

Rin sorriu enquanto via a filha a brincar e a saltar para cima do boneco.

Nesse momento, Rin decidiu que Hikari não ia passar pelo mesmo que Sesshomaru tinha passado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sesshomaru - Luz E Escuridão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.