Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie
Notas iniciais do capítulo
Enjoy ^-^
Depois de obter a autorização da mãe, Kagome decidira sair de casa e ir visitar Rin ao hospital. Também porque a médica lhe tinha dito que para ir para o hospital quando estivesse na última semana e porque a mãe tinha pedido a Sesshomaru para a ajudar com algumas tarefas domésticas e, consequentemente, ele tinha-lhe pedido para ir visitar Rin.
Por isso, ali estava ela, com um sorriso na cara, mesmo que Rin parecesse desiludida por a ver.
Com calma, Kagome explicou o que tinha acontecido e porque é que Sesshomaru não tinha aparecido. Depois puseram-se simplesmente a falar do que se passava com os outros.
– Então é por isso que a Hikari ainda não me veio visitar. – disse Rin, depois de Kagome lhe contar que Hikari tinha ido visitar Yoru – Espero que ela esteja bem.
– Ela foi com o Inuyasha. – informou Kagome, para descansar Rin – Tenho a certeza de que vai correr tudo bem. Então, o que é que achaste da ideia de casares com o Sesshomaru aqui? Fui eu que tive a ideia.
– Oh, estou a ver. – Rin sorriu, tristemente. Apesar de não ser novidade que a iniciativa não tinha partido de Sesshomaru, Rin preferia pensar o contrário – Eu acho que é uma boa ideia.
Ao ver a expressão de Rin, Kagome arrependeu-se de ter dito que a ideia tinha sido sua. – Mas, sabes…o Sesshomaru também pareceu contente.
– Não faz mal, Kagome-san. – disse Rin – Os Daiyokais são criados para não sentirem esse tipo de sentimentos. A Hana Hime já me tinha contado.
– Contado o quê? – perguntou Kagome, confusa.
–O que acontece durante a infância dos Daiyokais…
…
Época Feudal: 355 anos atrás (Sesshomaru – 6 anos)
O pequeno Sesshomaru tinha nascido há 162 anos atrás e tinha agora 6 anos (pelo menos fisicamente). Porque os demónios envelheciam de uma maneira diferente que os humanos e Sesshomaru nunca tinha descido até ao mundo dos mortais, não tinha noção do que era um ano.
– Mãe! – exclamou Sesshomaru, correndo para a mãe com um ramo de flores nos braços e um sorriso na cara – Olha o que é que um dos nossos servos trouxe do mundo dos mortais!
Hana suspirou, perante a demonstração de afecto por parte do filho mais novo. Apesar de ainda não terem passado pelo ritual, só Sesshomaru é que continuava a mostrar tal inocência. Os restantes irmãos e irmãs passavam o dia a treinar com Taisho, o seu marido.
Continuando com uma expressão vazia, Hana levantou-se, dirigiu-se ao filho, pegou na flores e atirou-as para o chão.
– Ah! – exclamou Sesshomaru – Porque é que fez isso!?
– Sesshomaru, o teu pai já te explicou o que vai acontecer amanhã, certo? – perguntou Hana, acocorando-se para ficar da altura do filho. Quando ele anuiu com a cabeça, Hana pousou a mão na cabeça dele – Hoje, vão trazer uma sacerdotisa muito especial para vos dizer o que vai acontecer no futuro se ganharem na competição de amanhã. Por isso, não achas que devias estar a treinar para a competição?
– Mas, mãe… - disse Sesshomaru, com as lágrimas nos olhos – Eu prefiro morrer a matar alguém da minha família.
Hana suspirou outra vez, com a certeza de que o filho morreria no dia seguinte.
Sim, o ritual para se tornarem descendentes de Toshu podia parecer cruel, mas já era assim há centenas de anos. Assim, na manhã seguinte, os seus três filhos e duas filhas iriam enfrentar-se pelo lugar e quem sobrevivesse até ao pôr-do-sol, seria nomeado descendente.
O ritual também servia para eliminar qualquer bondade, amor ou gentileza que pudesse existir dentro do vencedor e transformá-lo numa criatura cruel e fria.
Apesar de achar que um filho como Sesshomaru era algo refrescante, soubera desde o princípio que era pouco provável que ele sobrevivesse. Hana quase desejava que ele perdesse, porque não queria ver Sesshomaru a perder aquele sorriso.
Não, pensou ela, tinha a certeza que ele iria morrer. E provavelmente seria o primeiro.
Ao vê-lo a apanhar as flores do chão com tristeza, quase lhe apeteceu abraça-lo e esconde-lo.
Vinte minutos depois, um dos servos trouxe a sacerdotisa que iria contar aos filhos qual seria o seu destino dentro de 300 anos se eles vencessem aa batalha.
Foram anunciadas coisas maravilhosas para os quatro filhos: conquistas fantásticas, herdeiros fenomenais e reinados prósperos.
Quando chegou a vez de Sesshomaru, a sacerdotisa sorriu, fazendo-o sorrir também. – Como é que tu te chamas?
– O meu nome é Sesshomaru. – apresentou-se ele, corando – A senhora é bonita.
– Obrigada. – agradeceu a sacerdotisa, vendo Hana a abanar a cabeça atrás da criança – Então, podes dar-me a tua mão?
Timidamente, Sesshomaru estendeu-lhe a mão e desviou os olhos quando a sacerdotisa tocou-lhe. Para surpresa de Hana, a mulher perdeu imediatamente o sorriso e largou a mão dele dois segundos depois.
– O que é que viu? – perguntou Hana, levantando-se.
– Podemos falar em privado? – perguntou a sacerdotisa, afastando-se de Sesshomaru para falar com Hana.
– Então, o que é que aconteceu? – perguntou Hana, quando já estavam afastadas que chegasse.
– Madame, pelo que percebi, o seu filho não acredita em lutas, certo? – perguntou a sacerdotisa, vendo Hana a anuir – Portanto, é pouco provável que ele saia vencedor, amanhã.
– Parece descansada pela morte do meu filho. – disse Hana, cruzando os braços.
– Se ele ganhar, Madame, ele não irá perder apenas o sorriso. – avisou a sacerdotisa – Vai tornar-se num monstro sedento, cheio de ódio e desejo por vingança, que fará de tudo para ser o demónio mais poderoso que este mundo já viu. Nos próximos 300 anos não haverá ninguém que consiga estar ao lado dele.
Hana permaneceu em silêncio enquanto a sacerdotisa era escoltada para fora do palácio.
“Se ele ganhar, vai ser um descendente fraco.” Tinha sido isso que Hana pensara. Nunca imaginara que a sacerdotisa lhe dissesse algo assim. Não conseguia imagina-lo daquela maneira.
No dia seguinte, Hana levantou-se depois de uma noite sem pregar olho.
– Mãe! – exclamou Sesshomaru, entrando pelo quarto adentro com um frasco nas mãos – Olha o que um dos servos trouxe do mundo dos mortais!
Com um sorriso brilhante, Sesshomaru levantou o frasco transparente para Hana ver a borboleta presa lá dentro.
– Não é linda, mãe? – perguntou Sesshomaru, quando Hana lhe afagou os cabelos – Queria visitar o mundo dos humanos, um dia.
– Sesshomaru, que tal se eu ficar com o frasco enquanto tu lutas? – sugeriu Hana, vendo o filho a entregar-lhe a borboleta, imediatamente.
– Mãe, pode tomar conta dela? – perguntou Sesshomaru – Já que eu não vou estar cá para o fazer…e liberte-a quando visitar o mundo dos mortais.
– Eu prometo. – disse Hana, passando uma mão pela cara do filho para lhe limpar as lágrimas.
Duas horas depois, a batalha estava prestes a começar. Os herdeiros estavam em posição e Hana encontrava-se ao lado de Toshu. Sabia que os quatro filhos mais velhos tinham planeado livrarem-se do elo mais fraco primeiro. Se tudo corresse como eles queriam, Sesshomaru estaria morto em dois segundos.
– Faças o que fizeres, não podes deixar que seja o Sesshomaru a ganhar. – disse Hana, olhando para Toshu.
– O que é que disseste? – perguntou Toshu, um pouco surpreendido.
– Limita-te a fazer o que eu peço! – exclamou Hana, quando um dos servos deu sinal para eles começarem.
Com o coração aos pulos e o frasco nas mãos, Hana viu os filhos mais velhos a avançarem sobre Sesshomaru. Apesar de demorar mais tempo do que esperado, cinco minutos depois, Sesshomaru estava estendido no chão.
Continua no chão, pensou Hana quando viu Sesshomaru a mexer-se e a levantar alguns segundos depois.
Os irmãos voltaram a investir contra ele. Quando Sesshomaru se levantou pela segunda vez já estava a soluçar mas, sem piedade, os irmãos continuavam a focar-se nele.
– Ele é fraco. – comentou Toshu, referindo-se a Sesshomaru – Fraco fisicamente e fraco de coração. Nem sequer tenta atacar… - quando ele olhou para Hana e viu-a a tremer e a estremecer sempre que Sesshomaru era atingido, franziu as sobrancelhas – Estás bem?
– Porque é que eles não acabam com ele mais depressa? – murmurou Hana – Matem-no de uma vez!
Sesshomaru estava a levantar-se pela quinta vez quando ouviu a mãe dizer aquilo e depois os irmãos a rirem-se cruelmente.
Quando se pôs de pé, já não estava a chorar. Ao olhar para os irmãos, já não havia nenhum rasto de medo. Quando o primeiro irmão atacou, Sesshomaru agarrou-o com uma mão e deitou-o ao chão, apertando-lhe a garganta até lhe partir a traqueia.
Com sangue nas garras, Sesshomaru endireitou-se e olhou para a irmã mais velha, que entretanto se tinha afastado. Mas, em vez de ir contra ela, deu a volta e dirigiu-se à irmã mais nova, atirando-a contra a parede do castelo.
Com dois mortos, Sesshomaru dirigiu-se a um dos guardas e roubou-lhe a espada. Apesar de nunca ter empunhado uma antes, foi com a destreza de um espadachim que cortou a cabeça do terceiro irmão e lançou a espada contra a irmã mais velha, acertando-lhe no coração.
O dia ainda não ia a meio quando a luta acabou. Sesshomaru caminhou lentamente até à irmã e retirou a espada do seu peito, sacudindo o sangue da lâmina. Depois olhou para o pai, esperando que ele desse a luta como acabada para largar a arma.
Com a roupa salpicada com sangue, dirigiu-se até aos pais e ajoelhou-se em frente a Toshu.
– Muito bem, Sesshomaru. – congratulou o pai – Começamos o treino amanhã. Porque é que não vais descansar.
Sesshomaru esperou até que o pai saísse para se levantar e olhar para a mãe.
– É teu. – com um sorriso, Hana estendeu-lhe o frasco – Eu sabia que ias conseguir.
Sem dizer uma palavra, ele atirou o frasco ao chão e esmagou a borboleta com a mão quando esta tentou voar para longe.
– Mentirosa. – murmurou Sesshomaru, antes de virar costas.
– Não é bom? – perguntara-lhe Toshu alguns dias depois – Não estava à espera que ele sobrevivesse nem que conseguisse matar os irmãos com tanta facilidade.
Mas o Sesshomaru a que ela dera a luz tinha morrido durante aquela batalha, pensou Hana.
…
Actualmente (na Era Feudal)
Algumas décadas depois, quando Toshu fugiu para ir ter com a humana por quem se tinha apaixonado, Sesshomaru desertara para o mundo dos humanos, prometendo que nunca mais voltaria àquele lugar.
Depois de lhe dizerem que os demónios não podiam ter tais sentimentos e ser obrigado a matar os irmãos, Hana não conseguia culpar o filho por não querer ter nada a ver com eles.
Tal como a sacerdotisa previra, não houvera ninguém que conseguisse ficar ao lado de Sesshomaru durante muito tempo.
Por isso é que, quando ouviu falar da criança humana que estava sob a protecção dele, Hana não acreditara até ver com os próprios olhos.
Não durará, pensara Hana. Pelo menos até ver como ele ficara ao saber que a humana estava morta e a sua espada não podia trazê-la de volta duas vezes.
Nunca imaginaria que um dia se encontrasse a segurar o seu segundo neto. Mas ali estava ela, com Yoru nos braços.
Era quase um milagre.
…
Actualmente (Hospital)
Claro que Hana não tinha contado a história toda a Rin. Apenas que eles obrigavam os filhos a lutarem uns contra os outros até só um estar de pé.
Também foi isso que Rin contou a Kagome.
– Isso…explica muita coisa. – comentou Kagome, quando Rin acabou – Mas isso não quer dizer que o Sesshomaru seja incapaz de amar. Ele nunca disse que te amava?
Rin pensou nisso e lembrou-se da altura em que estava prestes a morrer. Mas não tinha acabado de ouvir o que ele lhe dissera na altura.
– Acho que não. – respondeu Rin, com as sobrancelhas franzidas – Como eu disse, Kagome-san, não faz mal. Eu fico contente só de estar ao lado dele.
Kagome suspirou ao ouvir aquilo.
Apesar de ter pena de Rin, como é que podia culpar Sesshomaru depois de ouvir a história que Rin lhe tinha contado.
…
– Então o médico disse que a Rin-chan podia sair amanhã? – perguntou a mãe de Kagome, enquanto observava Sesshomaru a preparar as roupas novas que tinha comprado para Rin, para levar no dia seguinte – E porque é que disseste à Kagome que eu te pedi para fazeres tarefas domésticas?
– Precisava de fazer uma coisa, hoje. – respondeu Sesshomaru sem sequer olhar para ela.
– Está bem. – a mãe encolheu os ombros e entrou na cozinha, deixando Sesshomaru sozinho na sala.
Na verdade, depois de Kagome sugerir o casamento, Sesshomaru falara com o idiota do irmão que, apesar de já estar casado com a humana há alguns anos, não sabia muito do assunto.
– A mãe da Kagome deu-lhe um anel depois da celebração. – dissera-lhe Inuyasha – Acho que ela disse que o pai da Kagome tinha-lhe dado no dia do casamento.
– Então é normal dar um anel no dia do casamento? – perguntara-lhe Sesshomaru.
Como eventualmente perdera a paciência com o bastardo, fora perguntar à mulher dele que lhe dera todas as informações que ele precisava.
Depois de arrumar as roupas dentro de uma mochila que a mãe de Kagome lhe tinha emprestado, Sesshomaru levou uma mão ao bolso das calças e tirou de lá uma caixinha quadrada com o anel que tinha comprado há um par de horas atrás.
Segundo Kagome, ele tinha de lhe dar o anel antes da cerimónia e pedir-lhe cordialmente que o aceitasse. Sesshomaru olhou para o anel brilhante e franziu as sobrancelhas.
Perguntava-se se Rin gostaria daquilo.
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