Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie


Capítulo 8
Capítulo 8 - A Competição


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Depois de obter a autorização da mãe, Kagome decidira sair de casa e ir visitar Rin ao hospital. Também porque a médica lhe tinha dito que para ir para o hospital quando estivesse na última semana e porque a mãe tinha pedido a Sesshomaru para a ajudar com algumas tarefas domésticas e, consequentemente, ele tinha-lhe pedido para ir visitar Rin.

Por isso, ali estava ela, com um sorriso na cara, mesmo que Rin parecesse desiludida por a ver.

Com calma, Kagome explicou o que tinha acontecido e porque é que Sesshomaru não tinha aparecido. Depois puseram-se simplesmente a falar do que se passava com os outros.

– Então é por isso que a Hikari ainda não me veio visitar. – disse Rin, depois de Kagome lhe contar que Hikari tinha ido visitar Yoru – Espero que ela esteja bem.

– Ela foi com o Inuyasha. – informou Kagome, para descansar Rin – Tenho a certeza de que vai correr tudo bem. Então, o que é que achaste da ideia de casares com o Sesshomaru aqui? Fui eu que tive a ideia.

– Oh, estou a ver. – Rin sorriu, tristemente. Apesar de não ser novidade que a iniciativa não tinha partido de Sesshomaru, Rin preferia pensar o contrário – Eu acho que é uma boa ideia.

Ao ver a expressão de Rin, Kagome arrependeu-se de ter dito que a ideia tinha sido sua. – Mas, sabes…o Sesshomaru também pareceu contente.

– Não faz mal, Kagome-san. – disse Rin – Os Daiyokais são criados para não sentirem esse tipo de sentimentos. A Hana Hime já me tinha contado.

– Contado o quê? – perguntou Kagome, confusa.

–O que acontece durante a infância dos Daiyokais…

Época Feudal: 355 anos atrás (Sesshomaru – 6 anos)

O pequeno Sesshomaru tinha nascido há 162 anos atrás e tinha agora 6 anos (pelo menos fisicamente). Porque os demónios envelheciam de uma maneira diferente que os humanos e Sesshomaru nunca tinha descido até ao mundo dos mortais, não tinha noção do que era um ano.

– Mãe! – exclamou Sesshomaru, correndo para a mãe com um ramo de flores nos braços e um sorriso na cara – Olha o que é que um dos nossos servos trouxe do mundo dos mortais!

Hana suspirou, perante a demonstração de afecto por parte do filho mais novo. Apesar de ainda não terem passado pelo ritual, só Sesshomaru é que continuava a mostrar tal inocência. Os restantes irmãos e irmãs passavam o dia a treinar com Taisho, o seu marido.

Continuando com uma expressão vazia, Hana levantou-se, dirigiu-se ao filho, pegou na flores e atirou-as para o chão.

– Ah! – exclamou Sesshomaru – Porque é que fez isso!?

– Sesshomaru, o teu pai já te explicou o que vai acontecer amanhã, certo? – perguntou Hana, acocorando-se para ficar da altura do filho. Quando ele anuiu com a cabeça, Hana pousou a mão na cabeça dele – Hoje, vão trazer uma sacerdotisa muito especial para vos dizer o que vai acontecer no futuro se ganharem na competição de amanhã. Por isso, não achas que devias estar a treinar para a competição?

– Mas, mãe… - disse Sesshomaru, com as lágrimas nos olhos – Eu prefiro morrer a matar alguém da minha família.

Hana suspirou outra vez, com a certeza de que o filho morreria no dia seguinte.

Sim, o ritual para se tornarem descendentes de Toshu podia parecer cruel, mas já era assim há centenas de anos. Assim, na manhã seguinte, os seus três filhos e duas filhas iriam enfrentar-se pelo lugar e quem sobrevivesse até ao pôr-do-sol, seria nomeado descendente.

O ritual também servia para eliminar qualquer bondade, amor ou gentileza que pudesse existir dentro do vencedor e transformá-lo numa criatura cruel e fria.

Apesar de achar que um filho como Sesshomaru era algo refrescante, soubera desde o princípio que era pouco provável que ele sobrevivesse. Hana quase desejava que ele perdesse, porque não queria ver Sesshomaru a perder aquele sorriso.

Não, pensou ela, tinha a certeza que ele iria morrer. E provavelmente seria o primeiro.

Ao vê-lo a apanhar as flores do chão com tristeza, quase lhe apeteceu abraça-lo e esconde-lo.

Vinte minutos depois, um dos servos trouxe a sacerdotisa que iria contar aos filhos qual seria o seu destino dentro de 300 anos se eles vencessem aa batalha.

Foram anunciadas coisas maravilhosas para os quatro filhos: conquistas fantásticas, herdeiros fenomenais e reinados prósperos.

Quando chegou a vez de Sesshomaru, a sacerdotisa sorriu, fazendo-o sorrir também. – Como é que tu te chamas?

– O meu nome é Sesshomaru. – apresentou-se ele, corando – A senhora é bonita.

– Obrigada. – agradeceu a sacerdotisa, vendo Hana a abanar a cabeça atrás da criança – Então, podes dar-me a tua mão?

Timidamente, Sesshomaru estendeu-lhe a mão e desviou os olhos quando a sacerdotisa tocou-lhe. Para surpresa de Hana, a mulher perdeu imediatamente o sorriso e largou a mão dele dois segundos depois.

– O que é que viu? – perguntou Hana, levantando-se.

– Podemos falar em privado? – perguntou a sacerdotisa, afastando-se de Sesshomaru para falar com Hana.

– Então, o que é que aconteceu? – perguntou Hana, quando já estavam afastadas que chegasse.

– Madame, pelo que percebi, o seu filho não acredita em lutas, certo? – perguntou a sacerdotisa, vendo Hana a anuir – Portanto, é pouco provável que ele saia vencedor, amanhã.

– Parece descansada pela morte do meu filho. – disse Hana, cruzando os braços.

– Se ele ganhar, Madame, ele não irá perder apenas o sorriso. – avisou a sacerdotisa – Vai tornar-se num monstro sedento, cheio de ódio e desejo por vingança, que fará de tudo para ser o demónio mais poderoso que este mundo já viu. Nos próximos 300 anos não haverá ninguém que consiga estar ao lado dele.

Hana permaneceu em silêncio enquanto a sacerdotisa era escoltada para fora do palácio.

“Se ele ganhar, vai ser um descendente fraco.” Tinha sido isso que Hana pensara. Nunca imaginara que a sacerdotisa lhe dissesse algo assim. Não conseguia imagina-lo daquela maneira.

No dia seguinte, Hana levantou-se depois de uma noite sem pregar olho.

– Mãe! – exclamou Sesshomaru, entrando pelo quarto adentro com um frasco nas mãos – Olha o que um dos servos trouxe do mundo dos mortais!

Com um sorriso brilhante, Sesshomaru levantou o frasco transparente para Hana ver a borboleta presa lá dentro.

– Não é linda, mãe? – perguntou Sesshomaru, quando Hana lhe afagou os cabelos – Queria visitar o mundo dos humanos, um dia.

– Sesshomaru, que tal se eu ficar com o frasco enquanto tu lutas? – sugeriu Hana, vendo o filho a entregar-lhe a borboleta, imediatamente.

– Mãe, pode tomar conta dela? – perguntou Sesshomaru – Já que eu não vou estar cá para o fazer…e liberte-a quando visitar o mundo dos mortais.

– Eu prometo. – disse Hana, passando uma mão pela cara do filho para lhe limpar as lágrimas.

Duas horas depois, a batalha estava prestes a começar. Os herdeiros estavam em posição e Hana encontrava-se ao lado de Toshu. Sabia que os quatro filhos mais velhos tinham planeado livrarem-se do elo mais fraco primeiro. Se tudo corresse como eles queriam, Sesshomaru estaria morto em dois segundos.

– Faças o que fizeres, não podes deixar que seja o Sesshomaru a ganhar. – disse Hana, olhando para Toshu.

– O que é que disseste? – perguntou Toshu, um pouco surpreendido.

– Limita-te a fazer o que eu peço! – exclamou Hana, quando um dos servos deu sinal para eles começarem.

Com o coração aos pulos e o frasco nas mãos, Hana viu os filhos mais velhos a avançarem sobre Sesshomaru. Apesar de demorar mais tempo do que esperado, cinco minutos depois, Sesshomaru estava estendido no chão.

Continua no chão, pensou Hana quando viu Sesshomaru a mexer-se e a levantar alguns segundos depois.

Os irmãos voltaram a investir contra ele. Quando Sesshomaru se levantou pela segunda vez já estava a soluçar mas, sem piedade, os irmãos continuavam a focar-se nele.

– Ele é fraco. – comentou Toshu, referindo-se a Sesshomaru – Fraco fisicamente e fraco de coração. Nem sequer tenta atacar… - quando ele olhou para Hana e viu-a a tremer e a estremecer sempre que Sesshomaru era atingido, franziu as sobrancelhas – Estás bem?

– Porque é que eles não acabam com ele mais depressa? – murmurou Hana – Matem-no de uma vez!

Sesshomaru estava a levantar-se pela quinta vez quando ouviu a mãe dizer aquilo e depois os irmãos a rirem-se cruelmente.

Quando se pôs de pé, já não estava a chorar. Ao olhar para os irmãos, já não havia nenhum rasto de medo. Quando o primeiro irmão atacou, Sesshomaru agarrou-o com uma mão e deitou-o ao chão, apertando-lhe a garganta até lhe partir a traqueia.

Com sangue nas garras, Sesshomaru endireitou-se e olhou para a irmã mais velha, que entretanto se tinha afastado. Mas, em vez de ir contra ela, deu a volta e dirigiu-se à irmã mais nova, atirando-a contra a parede do castelo.

Com dois mortos, Sesshomaru dirigiu-se a um dos guardas e roubou-lhe a espada. Apesar de nunca ter empunhado uma antes, foi com a destreza de um espadachim que cortou a cabeça do terceiro irmão e lançou a espada contra a irmã mais velha, acertando-lhe no coração.

O dia ainda não ia a meio quando a luta acabou. Sesshomaru caminhou lentamente até à irmã e retirou a espada do seu peito, sacudindo o sangue da lâmina. Depois olhou para o pai, esperando que ele desse a luta como acabada para largar a arma.

Com a roupa salpicada com sangue, dirigiu-se até aos pais e ajoelhou-se em frente a Toshu.

– Muito bem, Sesshomaru. – congratulou o pai – Começamos o treino amanhã. Porque é que não vais descansar.

Sesshomaru esperou até que o pai saísse para se levantar e olhar para a mãe.

– É teu. – com um sorriso, Hana estendeu-lhe o frasco – Eu sabia que ias conseguir.

Sem dizer uma palavra, ele atirou o frasco ao chão e esmagou a borboleta com a mão quando esta tentou voar para longe.

– Mentirosa. – murmurou Sesshomaru, antes de virar costas.

– Não é bom? – perguntara-lhe Toshu alguns dias depois – Não estava à espera que ele sobrevivesse nem que conseguisse matar os irmãos com tanta facilidade.

Mas o Sesshomaru a que ela dera a luz tinha morrido durante aquela batalha, pensou Hana.

Actualmente (na Era Feudal)

Algumas décadas depois, quando Toshu fugiu para ir ter com a humana por quem se tinha apaixonado, Sesshomaru desertara para o mundo dos humanos, prometendo que nunca mais voltaria àquele lugar.

Depois de lhe dizerem que os demónios não podiam ter tais sentimentos e ser obrigado a matar os irmãos, Hana não conseguia culpar o filho por não querer ter nada a ver com eles.

Tal como a sacerdotisa previra, não houvera ninguém que conseguisse ficar ao lado de Sesshomaru durante muito tempo.

Por isso é que, quando ouviu falar da criança humana que estava sob a protecção dele, Hana não acreditara até ver com os próprios olhos.

Não durará, pensara Hana. Pelo menos até ver como ele ficara ao saber que a humana estava morta e a sua espada não podia trazê-la de volta duas vezes.

Nunca imaginaria que um dia se encontrasse a segurar o seu segundo neto. Mas ali estava ela, com Yoru nos braços.

Era quase um milagre.

Actualmente (Hospital)

Claro que Hana não tinha contado a história toda a Rin. Apenas que eles obrigavam os filhos a lutarem uns contra os outros até só um estar de pé.

Também foi isso que Rin contou a Kagome.

– Isso…explica muita coisa. – comentou Kagome, quando Rin acabou – Mas isso não quer dizer que o Sesshomaru seja incapaz de amar. Ele nunca disse que te amava?

Rin pensou nisso e lembrou-se da altura em que estava prestes a morrer. Mas não tinha acabado de ouvir o que ele lhe dissera na altura.

– Acho que não. – respondeu Rin, com as sobrancelhas franzidas – Como eu disse, Kagome-san, não faz mal. Eu fico contente só de estar ao lado dele.

Kagome suspirou ao ouvir aquilo.

Apesar de ter pena de Rin, como é que podia culpar Sesshomaru depois de ouvir a história que Rin lhe tinha contado.

– Então o médico disse que a Rin-chan podia sair amanhã? – perguntou a mãe de Kagome, enquanto observava Sesshomaru a preparar as roupas novas que tinha comprado para Rin, para levar no dia seguinte – E porque é que disseste à Kagome que eu te pedi para fazeres tarefas domésticas?

– Precisava de fazer uma coisa, hoje. – respondeu Sesshomaru sem sequer olhar para ela.

– Está bem. – a mãe encolheu os ombros e entrou na cozinha, deixando Sesshomaru sozinho na sala.

Na verdade, depois de Kagome sugerir o casamento, Sesshomaru falara com o idiota do irmão que, apesar de já estar casado com a humana há alguns anos, não sabia muito do assunto.

– A mãe da Kagome deu-lhe um anel depois da celebração. – dissera-lhe Inuyasha – Acho que ela disse que o pai da Kagome tinha-lhe dado no dia do casamento.

– Então é normal dar um anel no dia do casamento? – perguntara-lhe Sesshomaru.

Como eventualmente perdera a paciência com o bastardo, fora perguntar à mulher dele que lhe dera todas as informações que ele precisava.

Depois de arrumar as roupas dentro de uma mochila que a mãe de Kagome lhe tinha emprestado, Sesshomaru levou uma mão ao bolso das calças e tirou de lá uma caixinha quadrada com o anel que tinha comprado há um par de horas atrás.

Segundo Kagome, ele tinha de lhe dar o anel antes da cerimónia e pedir-lhe cordialmente que o aceitasse. Sesshomaru olhou para o anel brilhante e franziu as sobrancelhas.

Perguntava-se se Rin gostaria daquilo.


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Notas finais do capítulo

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