Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie


Capítulo 44
Capítulo 43 - A luz Apaga-se Part I


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Sesshomaru foi assistir ao casamento de Rin no dia seguinte. De longe, claro, para que ela não o conseguisse sentir. Felizmente, era um casamento entre um monge e uma sacerdotisa “sagrada”, por isso não houve muito contacto físico.

Nos dias seguintes, nenhum deles tinha muito tempo para estar com o outro, graças aos respetivos trabalhos. E porque Sesshomaru mandava alguns demónios fracos para a aldeia para manter Rin ocupada até descobrir uma maneira de a trazer de volta para o seu lado.

Claro que não se esquecera dos filhos. Mas eles conseguiam safar-se sozinhos e Hikari tinha implorado a Sesshomaru para trazer a mãe de volta. Yoru também já não falava desde o último encontro com Rin.

Já se tinham passado quase 3 semanas.

— Já fazem quase 3 semanas.

Chocado, Sesshomaru olhou para baixo e viu Rin com uma flecha apontada a si. Devia ter estado demasiado focado nos seus pensamentos para não perceber a presença dela.

— És tu que tens enviado os demónios para a nossa aldeia, não és? – perguntou Rin.

Sem dizer uma palavra, Sesshoaru saltou e desapareceu na floresta antes de Rin ter tempo de lançar a flecha. No entanto, na manhã seguinte, lá estavam os dois, frente-a-frente. Desta vez, Rin já não tinha o arco apontado a Sesshomaru. Limitavam-se a olharem-se.

— Porque é que vens aqui todos os dias? – perguntou Rin, finalmente – E porque é que não me matas?

Sem dizer uma única palavra, Sesshomaru saltou e desapareceu outra vez na floresta. No dia seguinte, foi Rin que apareceu primeiro e sentou-se por baixo da árvore onde Sesshomaru aparecia todos os dias. E, tal como calculara, ele apareceu. Sentou-se num ramo da árvore, um pouco acima de Rin e ficou calado esperando que ela dissesse alguma coisa.

No entanto, essa vez, ela limitou-se a levantar-se passado alguns minutos de silêncio e a voltar para a aldeia. Sesshomaru ficou ali mais um pouco até recuperar da ferida resultante da luta contra um demónio que estava a caminho da aldeia para comer Rin.

No dia seguinte, Rin fez a mesma coisa, mas ficou um pouco surpreendida por ver Sesshomaru a sentar-se no chão também. Não era ao seu lado, mas do lado oposto. Desta vez, Rin tentou falar.

— Eu sei o que é que fizeste por mim, ontem. – disse ela – Para além de não me matares, estás-me a proteger.

Ele manteve-se calado, mas não fugiu, por isso ela decidiu arriscar e continuar a falar.

— Porque é que estás a fazer isso? – perguntou Rin – Sabes que eu sou a sacerdotisa desta aldeia, certo? E eu sinto que tu tens mais do que poder suficiente para me matar.

Sesshomaru levantou-se fazendo com que Rin se levantasse num salto.

— Espera. – pediu Rin – Não vás!

Ele voltou-se e olhou-a nos olhos causando-lhe um arrepio na espinha.

— Porquê? – perguntou ele, simplesmente.

Mas ela não conseguiu responder depois de ouvir a voz dele e ele foi-se embora depois de prometer que nunca a mataria.

Passaram-se alguns dias. Rin voltava sempre ao mesmo sítio, mas Sesshomaru não voltou, desmotivado por ela não lhe ter conseguido responder. Entretanto, o monge, seu marido, começava a ficar impaciente graças à falta de contacto físico.

— Já está na altura de honrarmos o nosso casamento. – disse o monge um dia, enquanto duas serventes ajudavam Rin a apartar bem o kimono para ir dormir.

— Tive muito trabalho, hoje. – mentiu Rin – Estou muito contente por se disponibilizar para dar continuidade à linhagem da Midoriko-sama, mas estou muito cansada, hoje.

As serventes saíram imediatamente quando o monge agarrou Rin pelo braço. – Isso é mentira. Não tiveste nenhum trabalho hoje. Tens tido algum privilégio porque és a “sacerdotisa sagrada”, mas as esposas devem obedecer aos seus maridos e devemos honrar este casamento. – ele puxou-a até estarem os dois no chão – Todos os aldeões estão à espera do bebé que irás dar à luz.

Sem nenhum esforço, Rin criou uma barreira à sua volta, o que mandou o monge contra a parede. Lentamente, foi para o seu futon, ainda com a barreira à sua volta e cobriu-se.

— Eu disse que estou muito cansada, hoje. Talvez amanhã. – disse ela, voltando-lhe as costas enquanto ele se levantava – Os aldeões vão ter um herdeiro. Não se preocupe.

Enquanto fechava os olhos, pensou que ia ter de dormir com a barreira à sua volta. Sabia que o marido a estava a trair com as serventes. Não era segredo nenhum e ele não se dava ao trabalho de o esconder dela. Pelos vistos era normal que as pessoas de maior nível tivessem amantes, logo que honrassem o casamento, e tivessem um ou dois descendentes. Ao casar-se com ela, ele tinha aumentado de nível por isso as pessoas até achavam necessário que ele tivesse algumas amantes.

Que desgraça e humilhação seria se ele não as tivesse e tivesse que recorrer à sua esposa para satisfazer todos os seus desejos pecaminosos.

Enquanto se perdia no mundo dos sonhos, Rin perguntou-se se os demónios teriam relações do mesmo tipo. No entanto, mesmo que passasse meses a perguntar-se, ele não voltaria para responder à sua pergunta.

E porque é que ela sentia a falta dele?

Rin acordou com os raios de sol a baterem-lhe nos olhos.

Felizmente, tinha conseguido manter a barreira à sua volta durante a noite inteira. Mas as noticias que as serventes lhe deram, enquanto a ajudavam a vestir não foram tão consoladoras.

O seu marido tinha-lhe ordenado para a preparar para a noite nupcial antes de ele chegar aos aposentos naquela noite. As serventes também lhe disseram que uma menina tinha vindo da aldeia vizinha para a visitar e que estava à espera dela à entrada do Templo.

Um pouco confusa, Rin pegou no arco e nas flechas como fazia todos os dias e foi até à entrada do Templo onde Hikari a esperava com um ramo de flores brancas nos braços.

Hikari tinha decidido que, se o pai tinha ficado deprimente suficiente para visitar a mãe, ela própria o faria.

Já Rin perguntava-se como é que nenhum dos monges ou sacerdotisas sentiam que ela um demónio.

— Podemos…falar noutro sítio? – pediu Rin, para a levar para longe da aldeia.

Elas dirigiram-se para a floresta e, quando estavam suficientemente longe, Rin apontou-lhe uma flecha, mas Hikari limitou-se a sorrir.

— Porque é que não me estás a atacar!? – perguntou Rin, um pouco chateada com os demónios que a visitavam – E como é que ninguém sentiu a tua presença!?

— Porque sou um hanyou. Metade demónio, metade humana. Também sei disfarçar muito bem a minha aura. – disse Hikari, esticando os braços em direção a Rin para lhe entregar as flores – E o pai contou-me que não atiraste contra ele.

— Pai? – pensou Rin enquanto pousava o arco e aceitava as flores inconscientemente. Quando se apercebeu de quem ela estava a falar, ficou desapontada – Oh, então és a filha dele.

— Sim. – confirmou Hikari, sem perceber os sentimentos da mãe – E nós? Também não somos muito parecidas? O pai diz que somos…por eu ser metade humana.

— Então, posso perguntar uma coisa? – perguntou Rin, sem ouvir a última parte – Os demónios têm relações fixas? Quero dizer…escolhem um parceiro e ficam com ele para o resto da vida?

Era a única oportunidade que iria ter de perguntar, pensou Rin.

— Normalmente, os demónios só se preocupam com a descendência. Não conseguem suportarem-se um ao outro durante muito tempo. – respondeu Hikari, sem perceber porque é que a mãe lhe estava a perguntar aquilo – Mas o pai é muito fiel. Ao contrário dos outros demónios, ele não foi embora depois de ter descendência.

— Então porque é que ele me vinha ver todos os dias!? – exclamou Rin, com as lágrimas nos olhos.

— Como disse, o pai é muito fiel. – repetiu Hikari, agora mais seriamente – E odeia que outros toquem nas coisas que lhe pertencem.

Chateada, Rin deixou cair as flores ao chão, pegou no arco e na flecha e apontou-a à cabeça. No entanto, as mãos começaram a tremer e, sem conseguir atirar contra aquele demónio perigoso, atirou o arco e a flecha ao chão.

— Vai-te embora! – gritou Rin com as lágrimas a escorrerem pela cara abaixo – Se tens alguma piedade de mim, vai-te embora!

Um pouco triste, porque o pai estava a ouvir tudo escondido atrás de árvore mais distante, começou a caminhar lentamente, a pensar se já seria demasiado tarde para terem a mãe de volta.

No entanto, enquanto Rin se baixava para recolher as flores, ouviu uma flecha a passar por si e congelou na posição em que estava.

— Cuidado, Rin-sama! Ela é um demónio muito poderoso! – disse uma das sacerdotisas da aldeia – A aura dela bem me pareceu estranha quando ela visitou o Templo.

Rin endireitou-se imediatamente e olhou para trás. Felizmente, a sacerdotisa não tinha uma pontaria certeira, mas a flecha ainda tinha trespassado a perna de Hikari, fazendo com que ela não conseguisse caminhar, muito menos fugir. E pelos vistos também devia ter acertado numa artéria porque estava a sangrar imenso.

Ao ver Sesshomaru a sair de detrás da árvore com a cara pálida, Rin sentiu-se extremamente culpada. Ao ver a filha a tentar esconder a dor e a tentar levantar-se, Sesshomaru aproximou-se em segundos e segurou-a para ela não se mexer.

Sem intensão, Sesshomaru olhou para Rin com desprezo. Depois olhou para a sacerdotisa que estava atrás de Rin.

— Se se recusarem a tratar a minha filha, eu destruo a aldeia inteira. – disse Sesshomaru, fazendo a rapariga estremecer – Resposta?

Depois de alguns segundos de hesitação, a sacerdotisa concordou e pediu a Sesshomaru para levá-la para o Templo. No entanto, quando ia levantá-la com cuidado, sentiu o filho a aproximar-se rapidamente e amaldiçoou o seu próprio destino, tal como Chronos e Aion.

Tal como, bem lá no fundo, Rin.

— Eu cheirei o sangue da Hikari. – disse Yoru, estranhamente preocupado, enquanto se aproximava – O que é que que aconteceu?

Quando viu a irmã à beira da inconsciência e os arco e a flecha de Rin no chão, percebeu mal, tal como Sesshomaru tinha feito.

— Tu atiraste contra a tua própria filha!? – exclamou Yoru, furioso.

— Yoru. – murmurou Hikari.

— Não! – continuou Yoru – Eu sabia que era melhor tê-la devorado depois de nascer!

— Yoru. – chamou agora o pai, fazendo com que o filho se silenciasse – Eles vão tratar a tua irmã. Caso contrário, dou-te permissão de matar toda a gente na aldeia.

— Mas esta é aquela noite, não é? – perguntou Yoru – Ela não se vai curar tão depressa.

Sesshomaru não disse nada.

Angustiado, Yoru fechou os punhos enquanto Sesshomaru pegava na filha, manchando as suas roupas com o sangue dela. Sesshomaru passou por Rin em silêncio, seguido pelo filho. Esta continuava confusa e em choque.

O pequeno demónio tinha acabado de dizer que ela tinha atirado contra a sua filha?

Quando chegaram ao Templo, os curandeiros da aldeia começaram imediatamente a tratar dela. Disseram que, se ela sobrevivesse à noite, ficaria tudo bem por isso, Sesshomaru sentou-se à porta do quarto onde a filha descansava com uma expressão serena mas com o coração pesado, enquanto o sol se punha.

Yoru encontrava-se à porta do Templo, sentado, ainda com os punhos fechados, depois de avisarem que nenhum monge nem sacerdotisa – a não ser Rin – podia entrar até a irmã recuperar completamente.

— Os curandeiros já me disseram que a tua filha vai sobreviver se passar desta noite. – disse Rin, aproximando-se de Sesshomaru – Mas deve ser fácil. Afinal, ela é um demónio. Cura-se mais rapidamente. Amanhã já deve estar de pé.

— Sabes porque é que o Yoru te deixou entrar? – perguntou Sesshomaru, olhando para ela – Só a ti e mais nenhuma sacerdotisa.

Rin manteve-se em silêncio.

— Porque queria que visses o que aconteceu por tua causa. – continuou ele – Se a tua filha morrer.

Quando o sol desapareceu e a filha tornou-se numa humana completa, Sesshomaru fechou os olhos e, pela primeira vez na sua extensa vida, rezou. Rezou para que amanhecesse depressa.


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Notas finais do capítulo

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