Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie
Notas iniciais do capítulo
Enjoy ^-^
Depois de Rin desmaiar, por alguma razão, Sesshomaru não conseguiu matá-la, por isso pousou o corpo dela na relva e escondeu-se atrás de uma árvore até os monges irem busca-la. Ia partir depois disso, até Jaken mencionar que a sacerdotisa ia morrer de qualquer maneira.
Sesshomaru parou e olhou para ele. – O que é que queres dizer com isso?
— Bem, o mestre danificou-lhe bastante a traqueia. – explicou Jaken – Para não falar do ferimento na cabeça.
Jaken começou a andar outra vez, mas Sesshomaru ficou no mesmo sitio.
— Os aldeões não conseguem curá-la? – perguntou Sesshomaru.
— Nem pensar. – respondeu Jaken com um pequeno sorriso.
Sesshomaru pegou em Jaken com uma mão e entregou-lhe uma pomada que tinha feito de algum sangue de demónio e de monge.
— Isto vai acordá-la o tempo suficiente. – disse Sesshomaru, pousando Jaken no chão – Tens que passar-lhe pelas feridas.
— Mas porque é que quer salvá-la, mestre? – perguntou Jaken, confuso – Não queria o poder dela? Ah, já sei! É para capturá-la!
Ouve um pequeno silêncio.
— Sim, é exatamente isso. – respondeu Sesshomaru finalmente – Agora vai busca-la e certifica-te que ninguém vos vê.
Jaken despachou-se. Esperou que a deixassem sozinha para Rin descansar…e para morrer em paz e foi até ela. Tal como o mestre lhe tinha instruído, espalhou a pomada pela traqueia e pela ferida na cabeça dela, que os monges já tinham limpado.
Agora que Jaken olhava melhor para ela, a sacerdotisa era completamente parecida com Hikari. Claro que devia ser coincidência. O mestre tinha matado a mãe de Hikari depois de ela dar à luz a hanyou.
Ainda demorou alguns minutos até Rin abrir os olhos. Teve imenso trabalho em levá-la até ao mestre, uma vez que ela estava tonta e não sabia muito bem onde estava ou o que estava a acontecer. À beira da morte, pensou Jaken, quando chegaram finalmente à beira do mestre.
— Não pudemos demorar muito tempo. Os monges vão considera-la uma traidora se souberem que esteve consigo. – avisou Jaken – E, de qualquer maneira, ela está quase a morrer. Eu sinto a alma dela a desvanecer-se pouco a pouco.
— Se ela morrer, eu não posso trazê-la de volta outra vez. – disse Sesshomaru. No entanto, mal acabou a frase, ficou chocado consigo mesmo.
— O quê? – perguntou Jaken – Já a trouxe de volta uma vez? Conhece-a?
— Não sei. – respondeu Sesshomaru – Não importa. Devo apreçar-me e tirar-lhe a energia enquanto ela está viva.
Enquanto isso, entre a consciência e a inconsciência, Rin tropeçou e caiu de joelhos no chão.
— Yoru. – murmurou Rin, quando viu o filho a aproximar-se.
Sem Rin para proteger, Sesshomaru e os filhos limitavam-se a ir de aldeia em aldeia e descansavam na floresta quando estavam cansados. Por isso estavam sempre perto uns dos outros.
— Comida! – exclamou Yoru, entusiasmado, enquanto se aproximava – Parece ser forte. Vai partilhar, pai?
— Talvez um pouco. – considerou Sesshomaru.
— Não podem matá-la! – Hikari apareceu a correr e pôs-se entre o pai e Rin.
— E porquê, hanyou? – perguntou Yoru, com um sorriso – Ela está a morrer de qualquer maneira.
Hikari esperou um pouco enquanto a voz na sua cabeça lhe dizia porque é que eles não podiam matar aquela mulher.
— Porque ela é a minha mãe! – exclamou Hikari, sem pensar.
Chronos e Aion tinham-se esquecido que Hikari era um hanyou com personalidade dividida na altura em que estavam a apagar as memórias. Um erro que lhes podia custar caro, agora. Porque a parte negra dentro de Hikari lembrava-se de tudo.
— O que é que estás a dizer? – perguntou Sesshomaru – Eu matei a tua mãe.
— Não! – exclamou Hikari – Ela é a minha verdadeira mãe. E também é a mãe do Yoru!
— O meu filho não foi concebido por uma humana! - Sesshomaru levantou a mão em direção a Hikari mas, quando lhe ia dar um estalo, foi repelido por uma barreira. Com queimaduras na mão, Sesshomaru deu um passo atrás – Mas que…
Hikari voltou-se e viu a mãe a ofegar no chão.
— Como é que ela consegue conjurar uma barreira deste nível quando está praticamente morta? – perguntou Jaken, chateado por ela ter ferido o mestre. No entanto, a barreira não demorou muito tempo a desaparecer e Jaken não hesitou a dar-lhe um pontapé – Como é que te atreves a fazer isso ao mestre!?
— Não! – exclamou Hikari, mas não sabia o que fazer.
“Deixa-me tratar disto.” Disse a voz dentro da cabeça de Hikari, que parecia extremamente chateada. Furiosa, até.
— Vamos comê-la ou não? – perguntou Yoru, aproximando-se.
Com medo de perder a mãe, Hikari deixou a sua outra personalidade tomar conta do seu corpo.
— Nós não vamos comê-la. – disse Hikari com mais convicção – Nós vamos tratar dela.
— O que é que estás a dizer, hanyou? – a rir-se, Yoru aproximou-se. No entanto, quando estava a um passo de Hikari, esta levou uma mão à face dele, surpreendendo-o, e atirou-o contra uma árvore com força suficiente para o deixar inconsciente.
Quando Jaken se aproximou, ela sorriu de uma maneira trocista, pegou nele, deitou-o ao chão e prendeu-o lá com um pé. Depois olhou para o pai, sem qualquer medo nos olhos.
— Já chega, Hikari. – disse Sesshomaru, chocado com a força da filha – Ela está a morrer.
— Eu posso passar por uma humana e pedir ajuda aos outros humanos. Ouvi dizer que a humana que está a viver com o tio é bem poderosa. – Hikari foi até Rin e tentou levantá-la com cuidado, mas falhou – De qualquer maneira, já podia tê-la matado há muito tempo. Porque é que esperou?
Surpreendendo Sesshomaru outra vez, Ah-hu apareceu a voar e pousou ao lado de Rin, começando a passar o focinho pela cara de Rin tristemente.
Parecia que eles também não tinham apagado a memória de Ah-Hu, pensou Hikari contente. Com esforço e cuidado, levantou Rin – que agora estava inconsciente – nas costas de Ah-Hu, subiu também e olhou para o pai.
— Acho que este adeus era previsível. – disse Hikari – Nós eramos felizes. É uma pena que não se lembre mas, mesmo que não possamos viver mais juntos, não vou deixar a mãe morrer.
…
Kagome tinha conseguido mantê-la viva até a madrugada, depois de ouvir a história inacreditável de Hikari. Depois de estabilizá-la, disse que tinha de ir para a sua Era para curar Rin e pediu a Hikari para ficar ali.
— Vai ficar tudo bem. – prometeu Kagome, à beira do poço, com Rin nos braços de Inuyasha – Ela vai ficar bem. Só tens de ficar aqui e tomar conta do meu filho.
Hikari anuiu com a cabeça e ficou a vê-los a atravessar o poço. Desviou-se imediatamente quando sentiu a presença do pai atrás de si.
— Onde é que o cachorro leva a tua “mãe”? – perguntou Sesshomaru, chateado por alguma razão.
— A tia Kagome foi curar a mãe. – disse Hikari a medo, uma vez que a segunda personalidade já não estava a controlar o seu corpo – Ela vai ficar bem.
— Eu não perguntei se a sacerdotisa ia ficar bem. – mas ficou estranhamente aliviado por ouvir isso – Onde é que eles foram.
— Eles foram para a Era da tia Kagome. – disse Hikari, dando dois passos atrás – Os curandeiros são mais poderosos lá. Eles vão poder salvar a mãe.
— O que é que foi aquilo, ontem? – perguntou Sesshomaru – O Jaken ainda está a recuperar.
“Basta saltares para o poço.” Murmurou a voz dentro da cabeça de Hikari, assustando-a “Eu guio-te até à tua mãe.”
— Mas eu não consigo atravessar o poço. – murmurou Hikari.
“Tu consegues. Confia em mim.”
Hesitante, Hikari deu mais um passo atrás e saltou para o poço, surpreendendo o pai quando conseguiu atravessar o poço. Seguindo a sua voz interior, Hikari ignorou a mãe de Kagome e dirigiu-se para o hospital onde foi diretamente contra um doutor.
— Oh, tu és a filha da Rin-san. – disse o médico a olhar para ela a sorrir – Não te preocupes, ela vai ficar bem. Apesar de poder ter alguma dificuldade em falar no principio. Mas ela já está acordada. Podes ir vê-la.
Confusa, Hikari contornou o doutor e continuou a ouvir a sua segunda voz.
— Hei. – chamou o doutor, fazendo Hikari parar e olhar para trás – Onde é que está o teu pai?
— O quê? – perguntou Hikari, franzindo as sobrancelhas.
— O Sesshomaru-san. – especificou o doutor – Ele não saía do hospital enquanto a tua mãe não estivesse completamente recuperada, antes. Muitas vezes, até trazia presentes.
— O meu pai? – perguntou Hikari, tentando imaginar o pai a fazer aquilo. Quase se riu – Não, ele não veio.
...
Depois de se encontrar com a mãe, que a abraçou com força, com as lágrimas nos olhos, Kagome levou Hikari para sua casa, uma vez que Rin ainda não conseguia falar e precisava de falar.
Indicou-lhe um quarto onde ela podia ficar. Quando entrou e viu um urso gigante, ela sorriu sem querer.
— O que é isto? – perguntou Hikari, sentindo nostalgia.
— Não faço ideia. Não me lembro de o ter comprado e a minha mãe não se lembra de mo ter dado. – respondeu Kagome – Mas é giro, por isso mantenho-o aí.
“É teu! O pai deu-nos da última vez que visitamos esta Era!”
— O quê!? – perguntou Hikari, chocada – Ele nunca me daria nada assim.
“Ele deu!”
Hikari sentou-se na cama e, por alguma razão, as lagrimas começaram a escorrer pela sua face, enquanto olhava para o peluche.
— Eu quero esse tipo de pai. – disse Hikari, limpando algumas lágrimas – Quero essa vida de que falas.
“Desculpa. A única coisa que posso fazer sozinha é manter a mãe a salvo.”
Hikari afundou o rosto nas almofadas e desejou poder fazer alguma coisa para voltar ao que era antes.
…
Rin olhou pela janela e viu nuvens cinzentas no céu. O Inverno estava a chegar.
Sabia que Chronos e Aion iriam voltar para retificar o que tinha ficado por fazer mas tinha conseguido abraçar a filha que até a tinha protegido. E também tinha conseguido ver Sesshomaru e falar com ele uma última vez.
Depois dos Deuses do Tempo e Espaço voltarem, ela iria casar-se com um humano normal, ter um filho e continuar a linhagem da Midoriko-sama.
Rin deitou-se, fechou os olhos e uma lágrima escorreu até ao travesseiro.
Daquela vez, talvez…pedisse a Chronos e a Aion para apagar as suas memórias também e substitui-las por outras.
Enquanto isso, na Era Feudal, sentado com as costas voltadas para o poço, Sesshomaru esperava pela filha. Não sabia bem porquê…
Podia simplesmente abandoná-la. Não era como se ele a considerasse sua descendente.
Levantou a cabeça quando algumas gotas começaram a cair. O Inverno ainda não tinha chegado, mas o tempo já estava frio…
— Devia comprar um kimono mais quente para… - ele não acabou a frase, procurando um nome nas suas memórias confusas – Para quem?
Quando uma briza soprou, levantando-lhe os cabelos, ele olhou de lado para o poço.
— Hikari? – olhou para o céu outra vez. Não, a filha não usava kimonos – De quem é que me estou a esquecer?
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Comentários?