Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie


Capítulo 41
Capítulo 40 - Esquecida


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Chronos e Aion estiveram bastante tempo a pensar no que fazer em relação ao caso da família irritantemente complicada de Sesshomaru. Estiveram tanto tempo que acabou por anoitecer antes de entrarem na casa da família. Mas finalmente tinham chegado a uma conclusão.

O que fazer? Eles controlavam o tempo e o espaço. Tinha o que tinha sido e o que iria ser pertencia-lhes, em todo o caso. Competia-lhes a eles fazer com que o que tinham ou iriam ter os fizesse orgulhosos. Infelizmente, aquela família não os estava a fazer. E eles tinham descoberto porquê.

Não podiam tirar Hikari do lar, uma vez que ela um demónio com duas personalidades. Yoru estava demasiado apegado ao pai para sequer considerar a ideia de desertar. O último elemento restante era a descendente de Midoriko. Com tanto poder, e tão pouco treino. Tudo o que fazia era por instinto e isso não os fazia orgulhosos.

Por isso, planearam afastá-la da família que ela tinha criado.

Uma vez que ela não sabia como usar os poderes, o mais lógico era dar continuidade à linhagem da Midoriko…com um humano normal.

Midoriko tinha sido uma excelente humana, e Rin não estava a fazer jus à sua fama. Esperavam mesmo que o filho ou filha que ela teria no futuro tivessem mais controlo. Quanto ao facto de ela já ter tido contacto e “acasalado” com um demónio…eles também tratariam disso. Se os humanos soubessem, poderiam não aceitar Rin, ou até mesmo matá-la.

Com o sangue de Midoriko nas veias, eles não podiam deixar que isso acontecesse.

Por isso, é que tinham estruturado um plano tão elaborado.

Por isso é que pararam o tempo quando entraram na casa e deixaram apenas Rin de fora. Sabiam que podiam negociar com ela…e ela teria todo o prazer de concordar com eles.

Claro que ela tentara acordar Sesshomaru que dormia ao seu lado quando Aion a despertou e claro que tinha sido inútil. Eles explicaram que queriam falar um pouco com ela e que lhe prometiam que não iriam fazer mal à família dela, se ela concordasse.

E foi assim que começou a conversa. Depois de Rin sair do quarto e entrar sala, onde se sentou no chão, com Chronos e Aion.

— Vocês querem que eu deixe a minha família? – perguntou Rin, um pouco chocada – Porque é que eu faria isso?

— Porque se não o fizeres, vamos matar a tua família. – respondeu Aion imediatamente.

Chronos levantou uma mão para que parceiro se acalmasse.

— Tu com certeza não te lembras. – disse Chronos, com mais calma – Mas nós fizemos-te uma visita quando estavas na casa da mulher do hanyou. No entanto, a Midoriko-sama sentiu-nos mesmo antes de entrarmos na casa e criou uma barreira à sua volta para se proteger. Quando entramos no quarto, ela estava com uma flecha apontada à minha cabeça. Para dizer a verdade, fiquei um pouco orgulhoso. Consegues fazer isso, Rin? Consegues fazer isso, agora?

— O que é que isso tem a ver…

— Vou-te contar uma coisa, Rin. – continuou Chronos, enquanto Aion limitava-se a olhar para ela – Nós fomos criados para controlar o tempo e o espaço. Vimos décadas a passar. Por certas razões, fomos banidos para outra dimensão, no decorrer do tempo. Mas, o que nos fazia sorrir eram aqueles poucos humanos ou yokais que puxavam os limites e quebravam barreiras.

— Ficávamos extremamente orgulhosos dessas criaturas. – disse Aion, enquanto Chronos anuía com a cabeça – Dava-nos uma razão para existir.

— Nós não nos gostamos de meter. Não nos interpretes mal. – disse Chronos – Mas vimos demasiadas guerras e demasiadas mortes que podiam ser evitadas no nosso tempo. Por isso, mesmo que não possamos ver da outra dimensão, ficamos contentes quando certas criaturas tentam ir mais longe. Tu conheces essas criaturas. Midoriko-sama, Inu no Taisho, Kikyo-sama, Kagome, Inuyasha, Sesshomaru, Hikari, Yoru,…a lista continua.

— E depois és tu. – disse Aion, com um suspiro, enquanto abanava a cabeça.

— Tu tentaste, Rin. Tu tentaste quebrar barreiras mas, no final de contas, acabaste por desistir. – disse Chronos, um pouco desapontado – Em vez disso, criaste barreiras à volta das pessoas que já as tinham quebraram.

— O que é que queres dizer? – perguntou Rin, um pouco deprimida.

— Tens de desaparecer da vida deles. – respondeu Aion.

— Mais precisamente, eles nunca se vão lembrar que te conheceram. Não vão saber que tu sequer existes. – disse Chronos – Nós podemos fazer com que isso aconteça. Tu instalaste numa vila longe daqui, casaste com um humano para continuares com a linhagem da Midoriko-sama apropriadamente. O Sesshomaru vai ficar com os filhos. Vai pensar simplesmente que acasalou com uma humana por engano, o que vai explicar a existência de Hikari e, depois, para redimir o erro, vai-se lembrar que teve relações com uma yokai, dando lugar a Yoru. Provavelmente vai desprezar Hikari, por ela ser um hanyou e virar toda a sua atenção para Yoru. O que vai fazer com que Hikari treine mais para obter a atenção do pai. Sem uma humana para proteger, com certeza que o Sesshomaru vai querer continuar a procurar mais poder e volta tudo a ser como devia ser.

— E não tentes ir falar com a Kagome ou o Inuyasha. – adicionou Aion – Eles também não se vão lembrar de que tu existes.

Rin estava com as lágrimas nos olhos enquanto ouvia isso.

— Porque é que faria isso? – perguntou Rin, contendo os soluços.

— Como o meu amigo disse, se não o fizeres, matamos a tua família toda. – mentiu Chronos. Eles nunca conseguiriam matar Hikari e muito menos Yoru – No entanto, fecha os olhos por alguns momentos e pensa em nós. – pediu ele – No meio das criaturas invejosas e egoístas, só queremos ver algumas delas…

Chronos parou de falar a meio porque não conseguia acabar a frase.

Rin olhou para ele, pensando que ele estava a fingir, mas viu, para sua surpresa, que ele estava realmente triste. Desapontado com as pessoas que o rodeavam e com as coisas que via. Aion também estava de olhos baixos.

Rin também baixou os dela, deixando uma lágrima cair nas suas mãos.

— Eu não envelheço. – Rin não conseguiu conter as lágrimas e começou a soluçar violentamente – Isso…pode ser um problema…na vila…

Rin tentava limpar as lágrimas, mas estas não paravam de cair.

— Nós também pudemos cuidar disso. – murmurou Chronos, olhando para ela com pena – Eles vão pensar que tu és especial.

Ela anuiu a cabeça, enquanto continuava a chorar e a soluçar. – Posso vir visitá-los…de vez em quando?

Chronos abanou a cabeça, fazendo Rin chorar ainda mais.

— Tu vais continuar a ser extremamente apetecível para os demónios. – murmurou Chronos – Uma vez que o Sesshomaru não se vai lembrar de ti, pode acabar por matar-te.

Rin anuiu com a cabeça. Esperaram alguns minutos até ela se acalmar. Depois foi buscar as suas coisas e visitar o quarto dos filhos. Depois foi a vez de Sesshomaru.

— Eles já não se vão lembrar de mim quando acordarem? – perguntou Rin.

— Não. – respondeu Aion.

— Nós acompanhamos-te à tua nova casa. – disse Chronos, guiando Rin para fora de casa – Temos de inserir memórias em todos os aldeões. Vai demorar a noite inteira.

Depois de sair da casa, Rin olhou uma última vez para trás.

Para bem da história, era melhor assim.

— Espero que ele não seja muito duro com a Hikari. – murmurou Rin, virando depois as costas.

6 Meses Depois

Estava tudo a correr como Chronos e Aion tinham dito.

Sesshomaru não se lembrava dela. Ignorava Hikari, o só a fazia treinar mais e dava a sua total atenção a Yoru. Os filhos também não se lembravam em nada, a não ser no que o pai lhes tinha dito. Que tinha “acasalado” com as mães deles e livrado-se delas imediatamente depois de darem à luz. Eram essas as suas memórias.

Kagome e Inuyasha também não se lembravam dela. Apenas os aldeões se pareciam lembrar. Ela era especial, nascida de uma miko e de um monge, tinha sido abençoada com juventude eterna.

Tinha sido rapidamente aceite como miko da vila e já tinha um casamento marcado com um monge, arranjado pelo chefe da vila.

Claro que se dizia que o próprio chefe da vila a queria para si. Mas uma mulher tão sagrada e pura como Rin não podia pertencer a mais ninguém.

Rin treinava todos os dias e livrava-se dos demónios que tentavam atacar a vila como se fossem insetos. Muitas vezes, os aldeões vinham até ela, esperando que ela fizesse milagres. Ela fazia o seu melhor, mas não era nenhuma santa.

Chronos e Aion tinham-lhe dito que eles podiam fazer com que ela se esquecesse da sua família, mas ela recusara imediatamente. Apesar dos aldeões pensarem que ela tinha nascido e crescido ali, Rin queria lembrar-se do que realmente tinha acontecido.

E, foi por ter escolhido lembrar-se de tudo, que tinha sentido a presença de um demónio ao longe. Mas não era um demónio normal. Sesshomaru aproximava-se, emitindo uma força inacreditável.

Chronos e Aion tinham razão. Ela tinha construído barreiras em volta de Sesshomaru. Barreiras que agora já não existiam.

Rin apressou-se a avisar os aldeões para que se escondessem. Não que servisse de alguma coisa, mas tinha-se preparado para enfrentá-lo…de alguma maneira.

Ela não envelhecia e Sesshomaru fazia-o muito lentamente. Era quase inevitável que eles se encontrassem algum dia. Por isso, implorou ao seu futuro marido para se afastar e deixar tudo com ela.

Foi até aos limites da aldeia depois de colocar a sua armadura e preparou-se, apontando a flecha para o lugar de onde as ondas de poder vinham. Eram dele e sabia que ele também conseguia senti-la. Estava em perigo ali, mas não ia recuar.

Os aldeões contavam com ela.

Rin viu Sesshomaru ao longe, a caminhar devagar. Rin já devia estar acostumada à maneira de ele lutar mas, ainda assim, surpreendeu-se, quando ele começou a correr e aproximou-se dela em segundos.

Para Rin, aconteceu tudo em camera lenta. Ela virou-se e soltou a flecha, que falhou por milímetros e deixou um fio de sangue na cara dele. Viu-o a esticar o braço para levar a mão à garganta dela e fechou os olhos.

A dor espalhou-se pelo corpo dela quando ele atirou-a com força contra uma árvore e fê-la cuspir um pouco de sangue. Enquanto ele lhe apertava um pouco a garganta, ela lutava para respirar mas, quando abriu os olhos, sorriu, confundindo-o.

Chateado, levantou-a até Rin ficar em bicos de pés e atirou-a para o chão com a mesma força com que a tinha atirado contra a árvore. Rin caiu no chão e bateu com a cabeça noutra árvore.

No entanto, confundindo Sesshomaru outra vez, ela começou-se a rir.

— És tu a miko desta aldeia? – perguntou Sesshomaru, com uma voz soturna.

— Não devia estar-me a rir, pois não? – Rin suspirou e levou uma mão à testa para limpar um pouco de sangue que estava a escorrer da ferida da sua cabeça – Realmente…nunca pensei lutar contra ti. – ela apoiou-se na árvore para se levantar – Sim, sou a miko desta aldeia.

— Pareces mais fraca do que eu sinto. – comentou Sesshomaru, fazendo Rin soltar outra gargalhada – Qual é a piada?

Rin conseguia ver que ele estava a ficar claramente chateado. Pegou no arco e nas flechas e aproximou-se lentamente dele. Ele não se mexeu. Ambos sabiam que ele podia muito bem matá-la a qualquer momento se assim o desejasse.

— Sabes, estou prometida a outro homem nesta aldeia. – informou Rin, vendo-a quieto, sem nenhuma reação – Não estás feliz por estar finalmente a tratar-te por “tu”? talvez seja por ter batido com a cabeça.

— Do que é que estás a falar, mulher!? – perguntou Sesshomaru, impaciente.

— Estás à procura de poder. Eu sei disso. Se me matares e servires-te de mim, provavelmente, vais ficar muito mais forte. Não sei. – disse Rin, andando de um lado para o outro, olhando para Jaken com um sorriso na cara – Não percebo muito disso. Mas as pessoas na aldeia, são fracas.

— Queres que as poupe? – perguntou Sesshomaru, vendo Rin anuir com a cabeça – Porque é que não estás com medo?

Rin suspirou.

— Eu estava à tua espera. – Rin parou, olhou para ele e sorriu – Estás a ver… - ela limpou mais um bocado de sangue – Os demónios sentem-se atraídos por mim. Consegui sobreviver até agora, de alguma maneira. Até me encontrares. Só tenho pena de não deixar um descendente humano…

— Como é me conheces? – perguntou Sesshomaru.

— Como é que podia não conhecer? O grande daiyokai Sesshomaru. – comentou ela, olhando para o céu – Mas, já que vou morrer aqui, podes dizer-me como é que estão a Hikari e o Yoru?

Sesshomaru abriu a boca, mas não teve tempo de dizer nada. Ela desmaiou, devido à ferida na cabeça e ia cair no chão mas, por alguma razão que não conseguia encontrar, Sesshomaru deu um passo em frente e apanhou-a antes de ela cair no chão.

— Mestre. – chamou Jaken.

Sesshomaru olhou para trás, ainda com Rin nos braços.

— Eu conheço-a? – perguntou Sesshomaru.


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Notas finais do capítulo

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