Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie


Capítulo 40
Capítulo 39 - A Calma antes da Tempestade


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Rin continuava a olhar para ele, pasmada, como que se o que ele tinha acabado de dizer tivesse sido dito numa língua estrangeira que ela desconhecida. Em parte era, pensou Rin. Sessomaru nunca se tinha comportado assim.

—Venho numa altura inconveniente? – perguntou Hanna, entrando na mansão de Sesshomaru.

Tal como esperado, ela tinha conseguido passar pela barreira com uma facilidade espantosa.

—Na verdade, sim. – disse Sesshomaru sem tirar os olhos de Rin – Estávamos a discutir uma coisa bastante importante.

—Bastante importante… - murmurou Rin, para si mesma, sem perceber porque é que era tão importante.

Sesshomaru suspirou e virou costas.

—Podes ficar e falar com eles. – disse Sesshomaru para a mãe. Depois virou-se para Rin – Lembra-te do que te disse.

Quando Sesshomaru se retirou, Mariah levantou o braço para obter a atenção dos restantes.

—Enquanto resolvem as coisas, é melhor voltar para o quarto. – disse Mariah – Não quero ser um inconveniente para ninguém.

—É melhor. – concordou Yoru – Eu acompanho-te até ao meu quarto. Tenta não partir os vidros das janelas.

Mariah sorriu e saiu da sala com Yoru, deixando apenas Rin, Hanna e Hikari na mesma divisão.

—O que é que se passou entre ti e o meu filho? – perguntou Hanna imediatamente – Devo desculpar-me por ele?

—Não tens de te desculpar! – gritou Sesshomaru, do lado de fora.

—Não te metas! – gritou Hanna. E depois virou-se para Rin com um sorriso brilhante – Ele sempre foi muito teimoso. – agora com preocupação na face, Hanna pousou uma mão na mão de Rin – Não podes deixá-lo.

—Não é nada de muito grave. – disse Rin, assegurando Hanna – Apenas um pedido que eu não compreendo.

—Pedido? – Hanna endireitou-se – O meu filho não costuma pedir nada. O que é que se passa?

—Não te metas! – gritou Sesshomaru, outra vez.

Desta vez, Hanna ignorou o filho e continuou focada em Rin, à espera de uma resposta.

—Bem… - Rin corou um pouco – Ele quer que eu o comece a tratar por…

—Por…? – perguntou Hanna, quando viu Rin hesitar.

—O pai quer que a mãe não o trate por “sama”. – intrometeu-se Hikari, vendo a mãe olhar imediatamente de lado – O que é? É verdade.

—Estou a ver. – disse Hanna, anuindo com a cabeça – Porque é que não o tratas só por Sesshomaru?

—O Sesshomaru-sama cuidou de mim desde criança, protegeu-me. – respondeu Rin, baixando os olhos – E eu trato-o por Sesshomaru-sama há anos. Porque é que seria necessário trata-lo de outra maneira, agora?

Hikari decidiu intervir, por isso sentou-se ao lado da mãe e da avó.

—Eu posso explicar isso. – disse Hikari, obtendo a atenção das duas mulheres – Quando fui estudar para o tempo da tia Kagome, reparei que criam-se vários tipos de relacionamentos, na escola. Mesmo namorados, tratam-se por “kun” ou “chan”. Quando uma pessoa qualquer dessas menções do nome, significa uma de três coisas: não gosta da pessoa, já a conhece há muito tempo ou são bastante íntimos.

Hanna levantou o dedo.

—A mulher que está com o bastardo, não usa nenhum desses termos quando fala com ele. – lembrou-se Hanna, falando de Kagome e Inuyasha.

—É verdade. – reforçou Hikari – A tia Kagome disse-me que nunca tratou o tio Inuyasha por “sama” ou “kun”. Simplesmente “Inuyasha”.

—Estou a ver. – compreendeu Hanna – Então o meu filho quer o mesmo tipo de intimidade que o bastardo tem com a mulher dele.

—Porquê? – perguntou Rin, sinceramente.

—Porquê… - Hanna estava a pensar quando Sesshomaru entrou.

—Eu não disse para não te meteres? – perguntou Sesshomaru à mãe – Afinal, o que é que vieste aqui fazer?

Hanna levantou-se e encolheu os ombros.

—A mulher do bastardo está grávida outra vez. – disse Hanna, do nada – Eu senti-o quando estava a sobrevoar a aldeia onde ela vive e decidi vir dar-vos as noticias.

—Para que é que eu quero saber disso? – perguntou Sesshomaru.

—Apesar de ser um bastardo, ainda é filho do teu pai. – lembrou Hanna – Chegas lá, ou queres que eu explique melhor?

—Ele é um bastardo. – repetiu Sesshomaru.

—Um bastardo com potenciais concorrentes. – comentou Hanna.

—Eles nem são meios demónios! – protestou Sesshomaru.

—Não devias avisá-lo, mesmo assim? – perguntou Hanna – E talvez afastar os filhos dele dos teus?

Hanna virou as costas e acenou com a mão.

—Faz o que achares melhor. – disse Hanna – Eu volto.

Rin e Hikari levantaram-se quase ao mesmo tempo, esperando uma explicação mais detalhada, apesar de Rin já ter uma pequena ideia. Hanna não tinha ido ali para os avisar que deviam ir felicitar Kagome.

—Eles não podem considerar os filhos do Inuyasha-san como concorrentes. – começou Rin – Primeiro, o Inuyasga não é um filho legitimo e a Kagome é uma sacerdotisa!

—Não sei como é que vai ser desta vez. – confessou Sesshomaru – O único concorrente válido por enquanto, é o Yoru e mesmo ele é teu filho. O que quer dizer que, apesar de ser um demónio completo, ainda é filho de uma sacerdotisa.

—Então, como é que eles vão decidir? – perguntou Rin, preocupada.

—Só existem duas hipóteses. – respondeu Sesshomaru – Fazem um combate entre a Hikari e o Yoru ou incluem os filhos do Inuyasha também.

Rin levou uma mão ao peito e fechou os olhos.

—Estás bem, mãe? – perguntou Hikari, preocupada com o coração de Rin.

—Não te preocupes, Rin. – pediu Sesshomaru – Só quando eu estiver no lugar da minha mãe é que se vão impor essas questões.

—E porque é que não podemos aproximarmo-nos dos filhos da tia Kagome? – perguntou Hikari.

—Por causa do Yoru. – murmurou Rin, abrindo os olhos.

—O Yoru? – perguntou Hikari, confusa.

—Não concretamente por causa do Yoru. – disse Sesshomaru – O que a tua mãe quer dizer é que, se vocês se aproximarem, não temos a certeza de que não vai acontecer a mesma coisa que aconteceu contigo e com o Yoru.

—O Yoru cresceu depressa para chegar à tua idade e participar na competição. É uma coisa genética. – disse Rin – Não sabemos o que é que pode acontecer se vocês se aproximarem dos filhos da Kagome-san. Se se aproximarem e eles começarem a crescer mais depressa do que o normal, isso classifica-os imediatamente para participar no concurso. Principalmente tu, Hikari. Tu não podes aproximar-te deles. Se te aproximares deles sozinha e lhes acontecer alguma coisa…

—Isso classifica-me como concorrente para participar no concurso. – murmurou Hikari – Até agora, só o Yoru é que está classificado. Mas ele cresceu porque eu estava presente…

Rin e Sesshomaru entreolharam-se.

—A avó não disse nada ao clã, pois não!? – perguntou Hikari, percebendo os olhares.

—Tu és a primeira neta dela. – justificou Rin, com as lágrimas nos olhos – Eras tão pura. Não queríamos meter-te nisto.

—E não pensaram no Yoru, que ainda era um bebé na altura? – perguntou Hikari, chateada – Deixaram que ele fosse automaticamente classificado. Foi por isso que me mandaram para longe? Para que o clã não descobrisse?

—Essa foi uma das razões. – confessou Rin.

—O Yoru é um demónio completo, Hikari. – disse o pai – Tu podes ser muito mais forte do que ele e teres treinado durante muito mais tempo. Mas, como demónio completo, o clã vai considerar o Yoru como um líder.

—Eu treinei para ser a tua sucessora. – disse Hikari com as lágrimas nos olhos – Não só para isso, mas para teres orgulho em mim.

—Eu tenho… - Sesshomaru suspirou quando a filha saiu a correr da sala com as lágrimas a escorrer pela cara abaixo – Aquele é o lado humano dela.

—Porque os demónios não choram. – disse Rin, sarcasticamente – Mas é verdade, você treinou a Hikari durante vários anos para que ela o sucedesse. Durante anos, ela deu o seu melhor para o ser no futuro.

—Acho que também tens um bocado de culpa quando foste ter com a bruxa para tornares o Yoru num demónio verdadeiro. – disse Sesshomaru, para se defender.

—Bem, se não o fizesse, os dois iriam ter de lutar. – disse Rin, mas não era uma boa justificação – Porque é que não vais falar com a Hikari, para veres como é que ela está.

—Ela está bem. – mas, ao ver Rin cruzar os braços, Sesshomaru limitou-se a virar-lhe costas e a ir ter com Hikari.

Depois de ter a certeza que ele estava fora de casa, Rin sussurrou “Sesshomaru” e sentiu-se imediatamente constrangida e envergonhada.

Quando Sesshomaru se sentou ao lado da filha, ia com a mesma expressão vazia de sempre. No entanto, a filha sorria, porque reconhecia a mais pequena mudança de expressão na face do pai e conseguia ver que ele estava satisfeito. Atrevia-se a dizer, contente.

Apesar de a mãe ter murmurado o nome dele, devia ter-se esquecido que os ouvidos do pai não eram iguais aos ouvidos de um humano. Nem os dela.

—Vais deixar a mãe tratar da Mariah-san, agora? – perguntou Hikari.

—Porquê? – perguntou Sesshomaru.

—A mãe já disse o teu nome sem o “sama”. – respondeu Hikari – E a Mariah-san parece precisar mesmo da ajuda da mãe.

—Vou deixá-la ajudar a bruxa. – concordou Sesshomaru – A tua mãe pediu para vir falar contigo.

—Eu ouvi. – disse Hikari, simplesmente.

Hikari e o pai tinham tido sempre aquela maneira de falar e comunicar um com o outro sem dizer muita coisa.

—Preciso de falar contigo? – perguntou Sesshomaru.

—Não, nem por isso. – respondeu Hikari – Eu sei porque é que fizeram isto.

Ficaram em silêncio durante alguns minutos. Depois Hikari levantou-se e inspirou fundo e olhou para o pai a sorrir.

—De qualquer maneira, eu não sou muito boa a dar ordens. – disse Hikari – Muito menos a um clã inteiro, certo?

Sesshomaru não disse nada, nem era preciso dizer, o que o deixou um pouco triste já que sabia que a filha seria muito melhor a controlar um clã inteiro do que o filho. Mesmo assim, não o disse, porque ela também o sabia.

—Eu tenho orgulho em ti. – murmurou Sesshomaru, chocando Hikari – É por isso…que quero que vivas como queiras durante muitos anos.

—Sem pressão. – Hikari sorriu outra vez – Também quero que tu e a mãe, possam viver como quiserem, durante muito tempo. Sem mais complicações.

Sesshomaru anuiu com a cabeça e ficou sentado mais um bocado cá fora depois de a filha entrar.

Tinha decidido que os filhos não iam ter contacto com os tios…pelo menos por enquanto. Yoru seria o seu sucessor e Hikari seria livre. Apesar de ele nunca ter pensado dessa maneira. Hikari seria sempre a sua sucessora, mesmo que fosse Yoru a controlar o clã. Sesshomaru iria fazer com que isso ficasse bem claro.

Rin não envelheceria, o que significava que a conversa de a deixar para trás ia acabar.

Parecia estar a correr tudo bem agora. Bastava livrarem-se.

De longe, de maneira a que Sesshomaru não os conseguisse ver nem sentir, Cronos e Aion viam-no a entrar em casa com um pequeno sorriso que mal se conseguia ver.

Estava na altura de ir buscar a rapariga e talvez o rapaz.

E matar a sacerdotisa.


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Notas finais do capítulo

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