Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie


Capítulo 3
Capítulo 3 - Sangue de Demónio


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^^



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Depois de ver o pai a sair com a mão ao colo à velocidade da luz, Hikari entrou na mansão para perguntar à avó o que se tinha passado.

- A tua mãe está muito doente. – foi a resposta de Hana – O teu pai foi à procura de alguma coisa que a conseguisse salvá-la.

- E como é que está o bebé? – perguntou Jaken que estava ao lado de Hikari.

- Ele está ótimo. – garantiu Hana – Os meus criados estão a limpá-lo e a preparar o quarto dele. – ela olhou para Hikari – Querida, o teu pai vai precisar muito de ti, quando voltar. Tens que ser forte.

- O que é que quer dizer com isso, avó? – perguntou Hikari.

- A tua mãe está muito doente. – repetiu Hana que não queria dizer à criança que o mais provável era que ela morresse – Mas também podes viver com a avó, se quiseres. Não creio que o Sesshoumaru esteja totalmente são quando voltar.

- O papá vai conseguir salvar a mamã! – exclamou Hikari, chateada com a avó – Temos que ajudá-lo!

- Não há nada que possamos fazer, querida. – disse Hana, fechando os olhos.

Desesperada, Hikari olhou para Jaken, há procura de algum apoio, mas o servo também não disse nada para ajudar a herdeira.

- Vocês são covardes! – gritou Hikari – Eu própria vou ajudar o papá! Não preciso de vocês!

Depois de dizer isso, Hikari virou costas e saiu a correr. Jaken tentou segui-la mas, quando se virou já a tinha perdido de vista.

- Ela é muito parecida com o pai. – comentou Hana – Não admira que ele esteja tão orgulhoso. Mas, aquela humana…ela não vai sobreviver.

- Devo ir atrás da Hikari? – perguntou Jaken.

- Ela foi criada pelo meu filho. – respondeu Hana – O que é que tu achas?

Sesshoumaru chegou ao poço em menos de duas horas.

Uma vez que, normalmente, demorava dois dias para chegar à aldeia, ele teve que pousar Rin no chão antes que ele desmaiasse e caíssem os dois. Durante a viajem, Rin tinha perdido consciência mas continuava viva. Agora era só uma questão de tempo até chegarem ao outro lado.

Mesmo que não tivessem a capacidade de atravessar o poço antes, Sesshoumaru tinha a certeza que ia conseguir pô-lo a funcionar, agora.

No entanto, quando pegou em Rin outra vez e saltou para dentro do poço, não aconteceu nada. Irritado, Sesshoumaru pegou na espada e espetou no chão mas continuava tudo na mesma.

- O que é que eu faço, Rin? – perguntou Sesshoumaru, mesmo sabendo que não ia obter resposta – Não consigo salvar-te.

- Papá!

Ao ouvi a voz da filha, Sesshoumaru olhou para cima mas, como não viu ninguém, pensou que tinha imaginado. Afinal, tinha-se passado dez minutos desde que ele chegara ali. Mesmo que Hikari tivesse-o seguido imediatamente depois de ele sair, não havia maneira de ela ter chegado até ali tão rápido.

- Papá! – ouviu outra vez e decidiu sair do poço só para se certificar que não era nenhum inimigo a tentar passar-se por Hikari.

Quando chegou lá acima, foi com surpresa que viu a filha à procura dele.

- Hikari? – chamou Sesshoumaru, fazendo a filha virar-se e sorrir – Como é que chegaste aqui?

- Vim a correr, papá. – Hikari aproximou-se e olhou para Rin – O que é que a mamã tem?

- Ela… - Sesshoumaru calou-se quando viu a roupa de Hikari – Estás ferida?

- Não, papá. – garantiu Hikari, sem perceber ao que o pai se referia – Temos que tratar da mamã!

- Hikari, o que é que aconteceu à tua roupa? – continuou Sesshoumaru, mais preocupado com a filha, naquele momento.

Confusa, Hikari olhou para baixo e, pela primeira vez, viu que a sua roupa branca estava completamente vermelha. Demorou pouco mais até perceber que era sangue. E não era só a sua roupa. As mãos dela também estavam manchadas e pequenas gotas de sangue pingavam para o chão.

- Eu não me lembro. – confessou Hikari.

E estava a dizer a verdade, pensou Sesshoumaru. No entanto, já tinha visto aquilo a acontecer antes. Quando o irmão era separado da sua espada, o sangue de demónio apoderava-se dele. Seria o que acontecera ali? Se fosse, teriam problemas, já que não havia nenhuma Tessaiga para Hikari.

- O que é que estás aqui a fazer? – perguntou Sesshoumaru, decidindo pôr aquele assunto de lado. E até porque fazia uma ideia do que tinha acontecido.

- Eu vim ajudar o papá a salvar a mamã. – respondeu Hikari, esquecendo-se imediatamente do tópico anterior.

- Bem, Hikari. – Sesshoumaru olhou para Rin – Não há nada que possamos fazer. A tua mão perdeu muito sangue e eu não consigo atravessar o poço.

- Estás a desistir, papá? – perguntou Hikari, surpreendida.

- Não há nada que possa fazer. – repetiu Sesshoumaru, desviando os olhos para o chão – Mesmo que o Inuyasha estivesse aqui, nunca poderíamos atravessar para o outro lado.

- Porque não, papá? – perguntou Hikari, quase a chorar – Porque é que o tio Inuyasha e a tia Kagome pode e nós não?

- Já chega, Hikari. – pediu Sesshoumaru – Vamos voltar. O teu irmão vai precisar de nós. Quando a Kagome voltar, pedimos-lhe para enterrar a Rin na vila.

- Enterrar? – as lágrimas de Hikari começaram a correr.

- Não chores. As tuas lágrimas não vão ajudar a tua mãe. – disse Sesshoumaru, preparando-se para voltar.

- Eu vou conseguir, papá. – prometeu Hikari, saltando para dentro do poço – Por favor…

- Se não vieres, eu vou deixar-te aqui. – avisou Sesshoumaru.

Mas Hikari não saiu do poço. Em vez disso, escavava a terra como se isso pudesse levá-la até ao outro lado. Angustiado, Sesshoumaru fechou os olhos e pousou Rin outra vez para ir buscar a filha mas, quando olhou para lá para dentro, Hikari tinha desaparecido.

Hikari olhou em volta mas a escuridão do templo não lhe permitia ver coisa nenhuma. Ainda demorou alguns segundos para ver a escada de corda que estava pendurada ao seu lado.

Envergonhada, subiu as escadas e saiu para o pátio da casa onde Kagome vivera durante dezasseis anos da sua vida. Curiosa e confusa, Hikari começou a explorar mas só reconheceu a árvore do tempo.

- Ora, tu não és a filha do irmão do Inuyasha?

Hikari virou-se e viu a mãe de Kagome, já com alguns cabelos brancos e algumas rugas que, mesmo assim, não revelavam a idade que ela tinha.

- Pobrezinha, o que é que te aconteceu à roupa? – perguntou ela.

- Hum…onde é que eu estou? – perguntou Hikari.

- A Kagome falou-me muito de ti. – confessou a senhora – Espera aqui, enquanto te vou buscar uma muda de roupa. Acho que ainda tenho alguma das roupas da Kagome…

Hikari viu a mulher a entrar na casa e franziu as sobrancelhas. As pessoas eram estranhas ali. Mas agora não podia preocupar-se com roupas. Aquela era a época para onde o papá queria levar a mamã. Tinha de ir busca-los.

Por isso, Hikari voltou a entrar no templo e saltou para dentro do poço. Tal como tinha acontecido antes, Hikari viajou no tempo e, quanto deu por isso, já estava de volta.

- Papá! – chamou Hikari, esperando que ele não tivesse ido para casa sem ela – Papá, eu consegui!

- Hikari! – respondeu Sesshoumaru, olhando para o fundo do poço – O que é que aconteceu?

- Eu fui para a outra época! – explicou Hikari – Já podemos salvar a mamã!

No entanto, Sesshoumaru não tinha a certeza se ele e Rin teriam a mesma sorte. Porque, apesar de Inuyasha e Kagome poderem atravessar, nenhum dos seus amigos alguma vez os puderam acompanhar.

Mesmo assim, Sesshoumaru não tinha nada a perder por isso, pegou em Hikari e saltou para o poço.

- Vais ver, papá. – disse Hikari, saindo do poço para saltar outra vez. A luz ofuscou-a novamente e, em poucos segundos, já estava dentro do templo novamente – Papá? – chamou ela que não via nada novamente por causa da escuridão.

- Estou aqui, Hikari. – respondeu Sesshoumaru, surpreendido por estar mesmo ali – Agora temos de tratar da tua mãe. Por onde é que saímos.

- Temos que subir aquelas escadas de corda. – informou Hikari, apontando para as escadas – E depois temos que…

- Bem me parecia ter-te cheirado.

Mesmo sem olhar para cima, Sesshoumaru sabia quem era. Inuyasha olhava para o irmão que carregava Rin e a sobrinha que obviamente tinha estado a chorar mas não conseguia perceber como é que eles tinham chegado até ali.

Num momento daqueles, Sesshoumaru nem se dignou a responder ao idiota do irmão. Ignorando as escadas de corda, ele saltou e saiu para o quintal.

Chateado por ter sido desprezado, Inuyasha seguiu-o e só viu Rin quando a luz do sol os iluminou.

- O que é que se passou? – perguntou Inuyasha.

- A Rin precisa de um curandeiro. – respondeu Sesshoumaru – O mais rápido possível.

- Segue-me. – disse Inuyasha e começou a correr.

Antes de o seguir, Sesshoumaru olhou para a filha que entretanto também já tinha saído.

- Fica com a tua tia Kagome. – pediu Sesshoumaru, vendo a filha anuir com a cabeça.

- Cuida da mamã! – gritou Hikari, quando o pai começou a correr. Mas ele já não respondeu.

- Hikari-chan. – Hikari virou-se e viu Kagome à porta de casa com um sorriso meigo – Porque é que não entras e mudas de roupa?

Com os olhos cheios de lágrimas e o lábio inferior a tremer, Hikari correu para Kagome e abraçou-a.

- Vai ficar tudo bem, Hikari-chan. – garantiu Kagome – A tua mãe não vai tardar a voltar para casa.

Entretanto, na era feudal, a bruxa, que tinha seguido Hikari pela floresta com intenções de a matar, tinha presenciado tudo.

A pequena tinha-se deparado com um demónio pelo caminho. De repente, os seus olhos tinham ficado vermelhos, os caninos maiores e as garras mais afiadas. Tanto a velocidade como a força tinham duplicado.

Depois de cortar o seu inimigo a meio, Hikari voltara à estrada, destruindo tudo e todos que se punham à sua frente e só tinha voltado ao normal à beira do poço porque tinha cheirado o sangue da mãe.

Ela nunca tinha visto nada assim.

Sesshoumaru entrou no hospital com Inuyasha que antes o tinha instruído para se comportar o mais naturalmente possível.

- O que é que se passou? – perguntou a enfermeira que puxava a maca de Rin.

- Ela deu à luz mas alguma coisa correu mal. – explicou Sesshoumaru, sendo o mais vago possível – Conseguem tratar dela?

- Precisamos de repor o sangue que perdeu. – disse a enfermeira – Qual é o tipo de sangue dela?

- O quê? – confuso, Sesshoumaru olhou para o irmão que ia ao seu lado com um boné vermelho na cabeça.

- Nós não sabemos. – respondeu Inuyasha.

- Vão ter de ficar aqui, meus senhores. – avisou a enfermeira, alguns segundos antes de entrar para a sala de cirurgia – Nós vamos tratar bem dela e avisamos quando houver novidades.

- Eu não vou deixá-la sozinha! – recamou Sesshoumaru, mas foi parado por Inuyasha.

- Se entrares, só vais piorar as coisas. – disse Inuyasha – Segundou a Kagome, temos que esperar na sala-de-espera. Foi o que fizemos quando o avô dela esteve no hospital.

Amuado, Sesshoumaru sentou-se num dos bancos sujos e desconfortáveis da sala-de-espera e deparou-se com os olhares de todas as mulheres na sala.

- Quanto tempo é que vou ter de esperar até haver notícias? – perguntou Sesshoumaru, impacientemente.

- Só se passaram cinco segundos, idiota! – respondeu Inuyasha – A Rin perdeu muito sangue. Eles nem sabem qual é o tipo de sangue dela. Tens que ter paciência.

Paciência, pensou Sesshoumaru olhando para a porta da sala-de-espera.

Sesshoumaru nunca tinha conhecido um daiyoukai com paciência.

Entretanto, na mansão onde Sesshoumaru vivia, Hana cuidava do bebé.

- Ele parece saudável. – informou um dos seus servos – O que devemos fazer?

- Esperamos que o Sesshoumaru chegue. – respondeu Hana – Até lá, quero que encontres a bruxa que deu a poção à Rin e trá-la até mim.

- Sim, senhora.


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Notas finais do capítulo

Desculpem o atraso.
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