Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie


Capítulo 2
Capítulo 2 - Yoru


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^^



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Presentemente

Depois da sua conversa privada com Jaken, Sesshoumaru voltou para a sala principal com o servo na mão.

- Eu e a Hikari vamos visitar o Inuyasha. – anunciou Sesshoumaru, atirando Jaken para Rin – Ele fica contigo, Rin. Se ela vier, o Jaken sabe abrir a barreira

- Viajem em segurança. – pediu Rin, abanando o braço a filha.

- Papá, posso viajar às tuas costas? – perguntou Hikari, enquanto o pai abria a barreira – Tu és mais rápido do que eu.

- Isso é conversa de perdedores. – Sesshoumaru olhou de lado para a filha – És a minha herdeira ou não?

Como sempre acontecia, os olhos de Hikari encheram-se de determinação e começou a esticar as pernas.

- A que horas é que achas que chegamos à casa do tio Inuyasha? – perguntou Hikari, já mais do que disposta a correr – Aposto que chego antes do papá.

- Devemos chegar lá em pouco menos de dois dias. – informou o pai – Mas, se ficares para trás por teres esgotado a energia toda, não vou esperar por ti.

- Eu sou rápida! – protestou Hikari, saindo para fora da mansão com Sesshoumaru – Tenho treinado quando o papá sai!

- Se é assim, vou ficar à espera de poder testar a tua força. – disse Sesshoumaru, fechando a barreira rapidamente mas, quando se virou, Hikari já tinha começado a correr. Com um sorriso na cara, ele começou a correr e rapidamente passou à frente da filha, ouvindo-a a reclamar.

Apesar de Rin poder não acreditar, Sesshoumaru tinha orgulho em Hikari e não se importava que ela fosse um hanyou. Logo que continuasse com aquele espirito competitivo, ela podia até derrotar o demónio mais forte.

Não poderia querer um herdeiro mais perfeito do que ela.

Tinham demorado um pouco mais de 48 horas para chegar à aldeia.

Isto porque Hikari tinha caído e torcido o tornozelo pelo caminho.

Mesmo sendo meia humana, Hikari não teria problemas em recuperar mas, como ainda era uma criança, demoraria um par de horas. Por isso, ele pegara na filha ao colo, mesmo depois de ela ter jurado que estava bem e que podia continuar a correr sem problemas.

- Não podes levar-me ao colo, papá! – exclamou Hikari, envergonhado – Se tens que carregar-me, carrega-me às costas! Não sou uma princesa para ser carregada desta maneira!

Fazendo a vontade da filha, Sesshoumaru pousou-a no chão e deixou-a subir para as costas dele. Passadas duas horas o tornozelo já estava curado mas, por essa altura, Hikari tinha adormecido por isso, Sesshoumaru parou de correr para não acordá-la.

Daí tinha resultado o atraso.

Quando chegaram à aldeia, o sol já tinha nascido há três horas. Com a rapariga grávida, Inuyasha nem devia ter dormido e, se assim era, não fazia mal entrar na cabana e deitar Hikari.

Sem sequer avisar, entrou na cabana e apanhou os dois a discutirem.

- Já disse que não precisas de ficar acordado a noite toda! – exclamou Kagome – Para que é que te estás a queixar!

- Como é que eu vou dormir quando tu pareces uma bomba relógio!? – atirou Inuyasha.

- Osuwari!

Sesshoumaru abanou a cabeça lentamente e deitou Hikari no futon que Kagome tinha trazido do futuro.

- Sesshoumaru! Porque é que entraste sem pedir!? – reclamou Inuyasha, que estava chateado com o “Osuwari” mas não podia gritar com Kagome.

- Podes falar baixo, cachorro? – era a maneira que Sesshoumaru tinha de pedir alguma coisa ao meio-irmão – A minha filha está a dormir.

- O que é que vieste aqui fazer? – sussurrou Inuyasha, enquanto Kagome afagava o cabelo de Hikari – Pensei que não saías do lado da Rin nos últimos meses de gravidez.

- Ela está com o Jaken. – disse Sesshoumaru – Quando a Rin e a Hikari vieram visitar-vos, o que disseste à minha herdeira foi desapropriado.

- Eu só acho que é engraçado teres gozado comigo por eu ser um hanyou e agora teres uma filha meia-humana. – referiu Inuyasha, cruzando os braços – Ela também uma “desgraça para a nossa espécie”?

- Só por ser minha filha, ela já é muito melhor do que tu. – disse Sesshoumaru, extremamente ofendido. No entanto, não era sensato começar uma luta que pudesse ferir Hikari – E já pensaste que o teu filho vai ser menos do que um hanyou?

- O quê? – confuso, Inuyasha olhou para Kagome.

- É verdade, Inuyasha. – confirmou ela – Eu sou uma humana e tu só és metade demónio. Se fizermos as contas, o bebé só vai ser 1/3 demónio.

- Abaixo de hanyou. – concluiu Sesshoumaru, vendo Inuyasha a ficar pálido.

- N-Não faz mal! – retorquiu Inuyasha – Ele só tem que procriar com um daiyokai.

- Inuyasha! O nosso bebé não tem que procriar com ninguém com ninguém. Ele não é um animal. – disse Kagome, olhando de seguida para Sesshoumaru – E tu só vieste para dizer isso?

Não. – respondeu Sesshoumaru – Vim perguntar onde é que vais dar à luz a tua criança.

- Nós vamos para a minha época natal ainda hoje. Ainda deve faltar uma semana para o bebé nascer. Mas, por essa altura, já não conseguiria atravessar o poço de uma maneira segura. – informou Kagome – Ah, será que queres que leve a Rin. Não custava nada.

- Como disseste, é perigoso fazer uma viajem pelo poço agora. Ela deve estar para dar à luz a qualquer momento. – disse Sesshoumaru – Só te vinha oferecer os meus serviços, se não tivesses ninguém para te ajudar.

- Achas que ia deixar que tocasses nela!? – perguntou Inuyasha, levantando-se – Provavelmente ias traumatizar o bebé antes de ele sequer abrir os olhos.

- Não seria eu, idiota. – disse Sesshoumaru – Agora, ajuda-me a pôr a Hikari às costas.

-Não era mais fácil levá-la ao colo? – perguntou Inuyasha com um tom de desaprovação – Ela é uma menina. Podias ser mais simpático com ela.

- Ela é a minha herdeira. – disse Sesshoumaru, resolvendo não dizer que fora Hikari a recusar ir no colo dele – Se for simpático com ela, nunca será capaz de enfrentar as dificuldades que vêm com o cargo.

- Ser tua filha não é um cargo. – reprovou Kagome, levantando-se com cuidado – Como é que podes dizer isso da tua própria filha?

- Estou a ver que o teu herdeiro vai ser criado como um humano. – o tom reprovador também preenchia a voz de Sesshoumaru, enquanto olhava para Inuyasha – Não esperes que a Hikari te visite mais vezes.

Sem dizer mais nada, Sesshoumaru saiu com Hikari ao colo, e deixou Kagome e Inuyasha sozinhos.

- Achas que a Rin vai ficar bem com alguém como ele? – perguntou Kagome, sentando-se novamente – A principio pensei que ele gostasse da Rin. Mas ele toda a gente de uma maneira fria. A Rin merecia sentir-se mais amada.

Inuyasha sentou-se e ponderou no assunto.

O irmão não era do tipo de fazer uma viajem de dois dias com a filha às costas para perguntar onde é que eles iam ter o bebé.

- De uma maneira estranha, acho que ele veio aqui para a Hikari nos ver. – só de pensar nisso, já se sentia enjoado. Sesshoumaru nunca seria capaz de pensar em tal coisa. – Só faltava dizer que ele veio porque estava preocupado contigo.

- Agora que falas nisso. – Kagome sorriu – O Sesshoumaru pode ser uma pessoa mais simpática do que pensamos.

Inuyasha riu-se. – Nem pensar.

Entretanto, na mansão, a parteira já tinha chegado e trespassado a barreira sem a ajuda de Jaken.

Quando a mãe de Sesshoumaru entrou na sala principalmente seguida dos servos que iam assisti-la, Rin fez questão de se levantar. A beleza daquela mulher continuava parada no tempo, espicaçando a inveja de Rin. Como Sesshoumaru nunca tinha mencionado o nome da mãe, Rin tratava-a por Hana-hime. Por o nome dado por Rin lhe agradar, ela também nunca a tinha corrigido.

- Como é que está a minha neta? – perguntou ela, enquanto os servos preparavam as coisas para o parto – O idiota do meu filho não me deixa ver a Hikari desde que ela fez três anos. Diz que sou uma má influência para ela.

- Ele devia estar só a brincar. – disse Rin – A Hikari saiu com o Sesshoumaru-sama, mas já devem estar quase a voltar.

Pelo menos Rin esperava que sim. Já tinham passado quatro dias. Era mais do que tempo para ir e voltar.

Hana-hime tinha assistido no parto de Hikari e oferecera-se de livre vontade quando soubera que Rin estava grávida outra vez.

- Nem acredito que vou ter outro neto! – as palavras saíam da boca de Hana, enquanto os olhos brilhavam – Nunca imaginei que o Sesshoumaru fosse dar-me netos por isso, estar prestes a ter o segundo é como se fosse um milagre! Ele deve mesmo gostar de ti!

Rin sorriu e pôs a mão na barriga. Será que podia acreditar que era amada pelo Sesshoumaru-sama?

- E a Hikari é uma criança tão adorável! Este também deve… - ela parou de falar subitamente e olhou em volta – Está aqui algum demónio?

- O quê!? – assustada, Rin olhou em volta – Onde?

- Não um vejo. – respondeu Hana – Mas sinto um yoki muito poderoso.

Depois de perceber o que é que ela estava a sentir, Rin sentou-se e envolveu a barriga com os braços. Ela estava a sentir o yoki do bebé.

- Bem, deve estar do outro lado da barreira e, mesmo que seja forte, não consegue quebrá-la. – disse Hana, encolhendo os braços – Já pensaste no nome que vais dar ao bebé?

- Ainda não sei se é menino ou menina. – lembrou Rin, pondo-se o mais longe possível de Hana – Mas já tenho algumas ideias.

- E quais são? – perguntou Hana, curiosa – Ah! Ele chegou!

Poucos segundos depois, Sesshoumaru entrou com Hikari ao seu lado.

- Rin, porque é que o bebé está a criar um yoki tão poderoso? – perguntou Sesshoumaru, surpreendendo Rin – Um hanyou não devia ser capaz de criar um yoki assim.

- E-eu… - Rin devia saber que ele sentiria – Eu queria dar-lhe um demónio, por isso…

Depois de muito tempo, Sesshoumaru mostrou toda a raiva que sentia na sua expressão, assustando Rin.

- Não consigo respirar bem. – anunciou Hikari, que também começava a sentir os efeitos do yoki – O que é que se passa, papá?

- Jaken, leva a Hikari para longe daqui. – ordenou Sesshoumaru – Neste momento ela está mais segura do lado de fora da barreira.

Como lhe tinha sido pedido, Jaken levou a débil Hikari para fora da barreira onde conseguiram respirar ar puro.

- Eu disse-te que a Hikari era a minha herdeira! – exclamou Sesshoumaru, encarando Rin – Mesmo que tenhas um demónio agora, isso não muda o lugar da Hikari!

- Sesshoumaru, se não fizermos o parto agora, ela vai morrer! – interrompeu Hana.

- Trata tu dela. – disse Sesshoumaru, virando costas – Eu não quero ter nada a ver com o monstro que ela carrega.

Devagar, saiu da sala mas, contrariando as palavras de desdém, sentou-se mesmo em frente à porta.

Desesperado, Sesshoumaru levou uma mão à cara e pensou que, provavelmente, Rin morreria naquele dia.

A bruxa observava do outro lado da barreira, à espera da reação deles quando a Rin morresse e tivessem que matar o demónio selvagem que tinha acabado de nascer.

A reação que obteve de Sesshoumaru, no entanto, não foi a esperada. Ali sentado, com a mão na cara, quase parecia querer chorar.

Ela odiou Rin ainda mais, por fazer com que O Sesshoumaru fizesse aquela cara. Ela merecia morrer! E depois seria a vez da hanyou que tomara o lugar de herdeira sem ter esse direito.

Sem mais ligação com aquela humana desprezível, Sesshoumaru poderia recuperar a sua grandeza. Afinal, se ela não podia tê-lo, ninguém o teria.

Há cinquenta anos atrás, ela apaixonara-se por Sesshoumaru. Por ele, começara a aprender as artes mágicas. Ele não aceitaria uma humana normal ao seu lado. Tinha que mostrar que conseguia sobreviver sozinha.

No entanto, mesmo depois de ter-se tornado uma bruxa poderosa, ele desprezara-a. Porque é que aquela rapariga era diferente? Porque é que ela causava tanto sofrimento a Sesshoumaru?

De repente, viu Sesshoumaru levantar-se de um salto e a entrar dentro da mansão, de um segundo para o outro.

Teria acabado?

Dentro da mansão, Sesshoumaru viu a mãe a segurar um bebé com cabelo branco e as marcas distintas na cara. Ao contrário de Hikari, aquele bebé também tinha a meia-lua na testa e não tinha orelhas de cachorro.

Era definitivamente um demónio completo.

- Parece que o yoki era só uma maneira para assustar outros demónios durante o parto. Agora está bem. – Hana deu o bebé a um dos servos para que ele limpasse o recém-nascido – Mas, a Rin…

Devagar, aproximou-se de Rin que estava deitada no chão e ajoelhou-se ao lado dela.

- Ele chama-se Yoru. – anunciou Rin, com um sorriso fraco e uma voz ainda mais fraca – A Hana-hime disse que ele está bem.

- Ele está ótimo. – confirmou Sesshoumaru.

- Ela perdeu demasiado sangue. – informou Hana – Não vai durar muito mais tempo. Talvez seja melhor trazeres a Hikari para se despedir da mãe.

Ao contrário do seu estado de espírito, a expressão de Sesshoumaru estava impassível.

Ele levantou-se, pegou em Rin ao colo e saiu a correr.

- Sesshoumaru-sama. – murmurou Rin quando passaram pela barreira em segundos – Onde é que vamos? Eu gostava de falar com a Hikari.

- Tu não vais morrer, Rin. – disse Sesshoumaru, calmamente – Uma vez ouvi o Inuyasha dizer que, do outro lado do poço, podem curar uma pessoa, mesmo que ela esteja à beira da morte.

- Mas não conseguimos atravessar o poço. – lembrou Rin

- Não vais morrer hoje Rin. – garantiu Sesshoumaru – Vou arranjar uma maneira de te levar para o outro lado.


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Notas finais do capítulo

Hana significa "flor" e "hime" significa princesa. Por isso é que a mãe do Sesshoumaru estava tão contente com o nome que Rin lhe deu.
Yoru significa "noite". A principio pensei dar o nome de "Yami" que significa "trevas", mas a Rin nunca daria um nome assim ao filho, por muito mau que ele fosse. Por isso ficou "Yoru" em contraste com "Hikari" que significa "luz".
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