Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie


Capítulo 1
Capítulo 1 - Luz


Notas iniciais do capítulo

Tenho a certeza que existem várias fics do Inuyasha por aí...espero que gostem da minha ^-^
Enjoy



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/247383/chapter/1

Sesshoumaru voltava da sua caçada, já o sol se começava a erguer no horizonte.

Normalmente costumava voltar mais cedo, mas a sua companhia impedira-o de assim o fazer. Talvez até tivesse demorado mais se não a tivesse deixado para trás. Infelizmente, quando regressou ao lugar onde a tinha deixado, ela já não estava lá.

Sem se apressar, seguiu o cheiro dela e encontrou-a a colher flores, num campo não muito longe do esconderijo onde ele a tinha deixado. Quando ela olhou para cima, sabendo que Sesshoumaru também estava ali, sorriu-lhe e mostrou-lhe o ramo que tinha entre os braços, orgulhosamente.

- Olha! – pediu a menina levantando-se – Não são lindas?

Sesshoumaru teve vontade de suspirar, mas manteve a postura. Virou costas e continuou a caminhar na direção contrária.

- Vem, Hikari. – disse Sesshoumaru, sem parar de andar, sendo seguido imediatamente pela menina que começou a saltitar ao lado dele.

Hikari tinha sete anos e uma personalidade bastante brilhante, como o próprio nome indicava. Tinha herdado o cabelo preto da mãe, tal como os traços faciais e a paciência. Aliás, se não fossem pelas marcas na cara que tinham vindo do lado do pai e os olhos amarelos, ninguém diria que ela era um demónio. Um demónio não…um hanyou.

Um hanyou que tinha as mesmas orelhas de cachorro que o meio-irmão, cobertas pela fita vermelha que prendia o cabelo preto num puxo.

- Onde é que encontraste essa fita, Hikari? – perguntou Sesshoumaru, sem sequer olhar para ela.

- Foi a tia Kagome que me deu! – exclamou Hikari com um enorme sorriso na cara – Mas o tio Inuyasha disse que seria mais divertido deixá-las à vista para irritar o papá! Depois a tia Kagome disse Osuwari e pediu-me para não dar ouvidos ao tio Inuyasha. – disse ela, repetindo exatamente o que ouvira-os dizer – O que é que o tio Inuyasha quis dizer, papá?

Maldito Inuyasha, pensou Sesshoumaru. Mas não respondeu à filha. Em vez disso, fez-lhe outra pergunta.

- Porque é que foste visitá-los? – perguntou ele.

- Porque o papá não estava em casa e a mamã queria ver tia Kagome. – confessou Hikari, sem hesitar – A tia Kagome vai ter o bebé não tarda nada.

- Hikari, a tua mãe não está em condições de viajar. – lembrou Sesshoumaru, parando à porta de uma mansão – Pensei que te tinha dito para cuidares dela.

- Mas nós fomos no Ah-Uh! – justificou-se Hikari, enquanto o pai tratava de retirar a kekai em volta da mansão – E o tio Jaken foi connosco.

- Estou a ver. – foi a única resposta de Sesshoumaru, mesmo antes da Kekai se dispersar.

Ignorando os corpos dos monstros e demónios que tinham morrido depois de terem ido contra a kekai mortífera, Sesshoumaru entrou na mansão, seguida pela filha.

Hikari já não achava aquilo estranho. Era normal, que os demónios quisessem atacar a mamã quando o papá estava ausente e o papá podia estar ausente durante muito tempo. Por isso, tinha percorrido metade do país até encontrar uma maneira de criar aquela kekai.

Até já tinha visto corpos humanos, por entre os demónios. Eram pessoas que não estavam contentes com a presença deles naquela aldeia e queriam matar a mulher que tinha aceitado ser a esposa de um demónio.

Hikari entrou a correr na sala principal da mansão, onde a mãe se encontrava com Jaken.

Quando Sesshoumaru entrou atrás da menina, Rin tentou levantar-se, mas foi parada por Jaken. Rin, de 26 anos, estava grávida pela segunda vez. No nono mês de gestação, Rin podia dar à luz a qualquer momento.

Apesar de parecer cansada e sem energia, Rin sorria enquanto olhava para Sesshoumaru. A sua pele estava tão branca que quase parecia um cadáver. Sesshoumaru não percebia o que lhe tinha acontecido para ficar assim. Quando estava grávida de Hikari, parecia muito mais saudável.

- Rin, já te perguntei isto muitas vezes mas, o que é que fizeste? – perguntou Sesshoumaru.

- Do que é que está a falar, Sesshoumaru-sama? – Rin sorriu, mas não transmitia convicção nenhuma – Não fiz nada.

Sesshoumaru manteve os olhos em Rin durante alguns segundos, mas não continuou com aquele assunto.

- Rin, foste tu que escolheste vir comigo. – lembrou Sesshoumaru – Mas seria um grande inconveniente se morresses.

Apesar de Hikari ter ficado chateada pelo pai ter dito aquilo e, consequentemente, ter-lhe dado um pontapé, Rin sorria.

- Sim, Sesshoumaru-sama! – concordou Rin que agora parecia bem mais feliz.

- Jaken. – chamou Sesshoumaru, assustando Jaken – Vem cá.

- Sim, Sesshoumaru-sama! – obdeceu Jaken, já a suar.

Depois de Sesshoumaru sair, seguido por Jaken, Hikari ajoelhou-se em frente à mãe, tocando levemente na sua barriga.

- Achas que ele vai demorar muito a sair, mamã? – perguntou Hikari, sorrindo para Rin – O meu maninho ou maninha.

- Quem sabe…Quando estiver pronto para sair. - Rin fez festinhas no cabelo da filha – Pode nascer daqui a uma semana ou amanhã.

Rin franziu as sobrancelhas e olhou para o seu ventre onde o bebé descansava.

Tinha sido avisada, mas nunca imaginara que doesse assim tanto.

Sete meses atrás

Na última semana, Sesshoumaru tinha ficado em casa, não saindo uma única vez. Mandava Jaken procurar comida com Hikari, porque achava que a filha tinha que se tornar forte o quanto antes, já que era a sua herdeira.

Rin sabia que muitos demónios aproveitavam a ausência de Sesshoumaru para tentar matar a sua descendência. Principalmente nos primeiros meses de gestão e nos primeiros meses depois de o bebé nascer, todos os tipos de monstros – dos mais fracos aos mais fortes – aproveitavam a fraqueza da mãe e do feto para tentarem matá-los.

Antes de Sesshoumaru ter conseguido a kekai, Rin estivera em perigo várias vezes, durante a ausência dele, já que só tinha Jaken e Ah-Hu para a proteger. Era por isso que Sesshoumaru não saía de casa agora, tal como não tinha saído até Hikari fazer um ano, mesmo com a kekai.

No entanto, ela só conseguira dar-lhe um hanyou. Rin tinha a certeza que Sesshoumaru não tinha ficado nada contente com isso.

- Rin, voltaste ao normal? – perguntou Sesshoumaru quando Rin voltou para a sala principal.

- Sim. – Rin sorriu e sentou-se em frente a Sesshoumaru – Os enjoos já pararam.

Sesshoumaru levantou-se. – Vou ver se eles já voltaram. – avisou ele, referindo-se a Hikari e Jaken já que, se ele não abrisse a kekai, eles não poderiam entrar.

- Sesshoumaru-sama. – chamou Rin, fazendo-o parar – Depois da Hikari nascer…mesmo depois de eu dizer que devia encontrar alguém que pudesse dar-lhe um herdeiro digno…Desta maneira, o bebé vai nascer meio-humano, outra vez.

Sesshoumaru não respondeu, limitando-se a sair da sala. Sozinha, Rin olhou para a barriga que começava a crescer lentamente.

Pouco depois, Jaken e Hikari entraram com alguns peixes acabados de apanhar.

- Mamã! Mamã! – exclamou Hikari, abanando a caça em frente a Rin – Olha o que apanhamos!

- Hikari, o que é isso? – perguntou Rin apontando para o kimono dela que estava manchado de sangue no ombro esquerdo.

- Um demónio atacou-nos mesmo em frente à mansão. – explicou Jaken – Mas o Sesshoumaru-sama já está a cuidar dele.

- Jaken-sama, posso falar consigo? – pediu Rin, indicando para que a filha saísse da sala – Há alguma maneira para que um hanyou se torne num demónio completo?

Jaken estranhou a pergunta mas pensou seriamente no assunto.

- A Shikon no Tama foi destruída. Acho que essa era a única maneira de transformar um hanyou em demónio. – disse Jaken, falando mais para si mesmo do que para Rin – Para além disso, se calhar a única solução seria encontrar uma bruxa que tivesse tal poder mas, tal bruxa não deve existir.

Rin teria de descobrir isso por si mesma.

Depois da conversa com Jaken, Rin decidira sair para procurar pela bruxa antes de o bebé nascer. Mas como é que havia de sair dali sem que Sesshoumaru desse conta?

A única solução era esperar que ele saísse. Como os três meses já tinham passado e Sesshoumaru não era muito adepto de ficar por casa, não tardaria muito até que ele saísse.

Tal como tinha previsto, na manhã seguinte, Sesshoumaru anunciou que ia partir com Hikari e Jaken mas a kekai ficava fechada, por isso ela não correria perigo.

- Parece que alguns demónios estão a tentar recriar a Shikon no Tama. – explicou Sesshoumaru – E a Hikari precisa de treino, por isso levo-a comigo.

- Tenha cuidado, Sesshoumaru-sama. – pediu Rin, levantando-se – Tu também, Hikari. Não saias do lado do teu pai.

Era a oportunidade perfeita, pensou Rin enquanto os via sair. Se conseguisse sair antes da kekai fechar completamente…

- Ah-Hu! – chamou Rin quando a kekai começou a fechar. Alguns segundos depois estavam da parte de fora da kekai, mesmo a tempo – Vamos, Ah-Hu!

Mas ir aonde, pensou Rin, enquanto Ah-Hu voava por cima da aldeia e da mansão onde vivia. Não sabia onde é que tal bruxa estava, onde sequer se ela existia.

- Estás à minha procura? – perguntou uma velha que apareceu do nada e começou a flutuar em frente a Rin, assustando Ah-Hu – Tenho exatamente o que queres, rapariga.

- Quem és tu!? – perguntou Rin, agarrando-se a Ah-Hu.

- Vem comigo, rapariga. – disse a bruxa flutuando até aterrar no bosque que ficava atrás da mansão.

Depois de hesitar um bocado, Rin deu um toquezinho a Ah-Hu para ele descer. Era por aquilo que tinha ido ali. Não podia voltar atrás, agora.

A velha bruxa com a espinha curvada e o corpo magro como se fosse um cadáver, olhou para ela com um sorriso maldoso.

- O teu amado sabe que estás aqui? – perguntou a bruxa quando Rin desceu de Ah-Hu – Será que ele está a observar-nos de longe?

À menção de Sesshomaru, Rin olhou para trás, fazendo a bruxa rir às gargalhadas.

- Estou a ver! – disse a bruxa, continuando a rir até ficar sem folego – Então ele não sabe que estás aqui! Isto é divertido! Talvez ele te matasse se soubesse que lhe tinhas desobedecido.

- Se sabe porque é que estou aqui…

- Tem calma, rapariga! – interrompeu a bruxa tirando um frasco de vidro de dentro da sua capa. O líquido roxo que balançava de um lado para o outro era repugnante – É óbvio que um demónio como o Sesshomaru nunca admitiria um hanyou como seu herdeiro. – a velha esticou-lhe o frasco – Dê isto à criança. Ela tem sete anos, não tem? Com isto, o sangue de demónio vai possuir o sangue humano e ela deixará de ser um hanyou.

Rin não se mexeu, perdida nos seus pensamentos.

Hikari era a herdeira de Sesshomaru e, por isso era inadmissível que ela fosse metade humana mas, nunca seria capaz de transformá-la num demónio. O que aconteceria se ela lhe desse aquela poção?

- O meu bebé! – exclamou Rin – Pode transformar o meu bebé em demónio?

- Bebé!? – a bruxa olhou para a barriga de Rin com desdém – Estás grávida, outra vez!? Porque é que ele quis outro bebé contigo depois de dares à luz um hanyou!?

Rin deu um passo atrás sem perceber porque é que a bruxa estava tão chateada com aquele facto. Talvez fosse melhor voltar à mansão.

- Eu tenho que precisas! – exclamou a bruxa com a raiva a brilhar nos olhos. Voltou a guardar o frasco com o liquido roxo e tirou outro frasco, desta vez com um liquido vermelho borbulhante – Não há nada que possa transformar o bebé depois de ele nascer mas, se beberes isto enquanto estiveres grávida, a poção vai destruir todo o ADN humano presente no feto, deixando apenas o sangue demoníaco.

Rin apressou-se a pegar no frasco antes que a bruxa se arrependesse.

- Mas, tem cuidado, rapariga. – advertiu a bruxa – Se ainda não se passaram três meses de gravidez, o bebé ainda não desenvolveu sangue demoníaco e irá morrer. Também corres o perigo de não digerires a poção a tempo e morreres.

Mesmo depois de a avisar, Rin apressou-se a beber. Já tinham passado três meses e, se ela morresse, Seshomaru teria pelo menos Hikari.

O líquido vermelho passou-lhe pela garganta e deixou um rasto de queimaduras para trás.

- Sabes quais são os perigos de uma humana carregar um bebé demónio? – perguntou a bruxa, sorrindo – A tua energia vai ser completamente sugada até nem sequer conseguires levantar-te. Vais sofrer e sofrer, enquanto o bebé cria yoki para o rodear. E, quando ele finalmente nascer, morrerás no parto ou servirás de alimento para o pequeno monstro que agora carregas na barriga!

A bruxa começou a rir-se tresloucadamente antes de desaparecer numa nuvem de fumo negro, tal como tinha aparecido. Depois de alguns momentos de silêncio, Rin subiu para Ah-Hu.

- Vai ficar tudo bem, Ah-Hu. – garantiu Rin, fazendo festinhas ao animal – Vamos voltar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Nota: Hikari quer dizer "Luz" em Japonês.
Comentários?