"Posso sentir a tensão como uma nuvem de fumaça no ar. Agora estou respirando como se estivesse correndo. Pois você me leva até lá. Tá sabendo? Você me faz perder o controle."

(Jessie J - Dominó)

O resto da semana passou como um borrão. Assim como as outras semanas. A morena foi se adaptando ao ritmo novo e as novas amizades. Felizmente incidentes como o do primeiro dia com jogadores de futebol não voltaram a ocorrer – em partes por ela sempre andar com a Trindade Profana e pelo medo que todos tinham de encontrar a morte olhando para a headcheerio loira.

Rachel começou a perceber como o corredor se abria quando as três líderes passavam e como as pessoas corriam para a direção oposta quando vislumbravam Santana e Quinn. Ela até perguntara o motivo dessas ações, mas só recebeu um dar de ombros por parte da loira e um sorriso maldoso da latina e desistiu de tentar entender o que acontecia naquele colégio.

Tinha certeza que era melhor não saber, já que provavelmente envolvia Sue Sylvester.

Não voltou a perguntar sobre Harmony e Quinn tão pouco tocara na assunto. Não demorou muito para perceber que era um tópico evitado como praga no Glee Club. Só que uma pequena parte de si não podia ajudar em se sentir de fora. A loira tinha se tornado fechada, e por causa disso, Rachel praquejava em pensamentos contra Harmony.

Faltavam algumas semanas para as Seccionais e a noite de Halloween se aproximava. Todos os garotos estavam na sala do Glee esperando o Sr. Schue – que mais uma vez fora encurralado pela treinadora Sylvester.

“Sabe o que?” Puck levantou da cadeira que estava sentado a quase dez minutos e foi para a frente da sala. “Final de semana vai sair uma festa de Halloween lá em casa. Quero ver todo mundo levando essas bundas pra lá.”

Todos soltaram gritinhos animados. Ia ser a primeira festa grande desde que as aulas voltaram. Mesmo sendo uma festa na casa de Puckerman – com basicamente todo o corpo estudantil – eles sabiam que o melhor era a festa que o Glee fazia a parte.

“E como toda festa de Halloween,” Ele continuou. “quero ver todo mundo fantasiado.”

“Você só quer uma oportunidade de ver as meninas com roupas indecentes.” Tina rebateu de forma divertida, e todas as meninas do coral acenaram a cabeça em concordancia.

“Concordo com a Mulan nessa.” Santana sacudiu a cabeça em descrença. “Você não perde a chance Puckerman.”

“Eu faço o que posso.” O garoto deu de ombros abrindo um sorriso malicioso.

“Nojento.” Mercedes murmurou e todos começaram a rir. Rachel sabia que essa festa prometia.

x-x

“BERRY.”

Um grito fez Rachel parar. Caminhava lentamente por uma rua de Lima enquanto pensava na fantasia que usaria na festa no dia seguinte. A semana tinha passado mais rápido do que previra e se não fosse Quinn lembrá-la da festa, possivelmente estaria se descabelando no dia seguinte.

“Sério, como alguém tão curto pode caminhar tão rápido?” A voz de Santana soou ofegante quando a latina finalmente conseguiu alcançar a morena. “Quase perdi as pernas correndo atrás de você. A treinadora Sylvester me afoga se souber disso.”

“Você podia ter gritado antes.” A morena deu um sorriso contido, e olhou para a latina de forma confusa.

“Não pensei nisso Berry.” Santana retrucou. Sua respiração ia acalmando aos poucos e as duas voltaram a caminhar, mantendo um ritmo mais lento. “Ou eu corro, ou eu penso.”

“Onde está a Brit?” Rachel estranhou não estar vendo a cheerio loira, já que desde que chegara a Lima, nunca viu as duas separadas.

“A Q está ajudando ela com Trigonometria.” A latina deu de ombros. “A Polly Pocket é melhor nisso do que eu, então nada mais justo que ela ajudar a minha bebe com a matéria.”

Rachel deu um aceno de concordancia. Quinn era realmente um gênio quando se tratava se exatas – e qualquer outra matéria do colégio para falar a verdade – então sabia que Brittany estaria em boas mãos.

“Mas o que você está fazendo caminhando como uma mosca morta por Lima?”

As vezes a delicadeza da latina pedia liçenca e esquecia de voltar. Quase sempre na verdade.

“Preciso de uma fantasia pra festa do Noah.”

“Então deixa que a tia San aqui te leve pra luz.” A latina abriu um sorriso enorme e arrastou a judia para uma loja de fantasias.

Rachel experimentou várias fantasias que a loja tinha, mas não gostou de nenhuma, e tampouco Santana aprovou as usadas. Não queria usar uma escolha óbvia, mas a escasses de opções a estava fazendo mudar de idéia.

Já estava desistindo e cogitando ir com um lençol na cabeça quando a latina empurrou uma fantasia vermelha para a cabine. Seus olhos se arregalaram quando finalmente decifrou do que Santana queria que se vestisse e seu rosto assumiu uma tonalidade tão escura quanto a roupa que segurava nas mãos.

“SANTANA.” Deu um grito horrorizado e escutou a risada da latina no outro lado. Não vestiria aquela roupa nem que fosse obrigada. “Pode esquecer que eu vou usar isso.”

“Berry, é a melhor coisa que você pode encontrar aqui.” A latina falou. “E eu tenho certeza de que todos vão olhar quando você passar.”

“Não adianta. Me recuso a ir na festa do Puck vestida com isso.”

“Só veste a porcaria da roupa Rach. Se não gostar eu escolho outra coisa.”

A judia bufou, mas acabou fazendo o que Santana pediu. Depois de alguns minutos finalmente saiu do provador. Limpou a garganta chamando a atenção da latina que estava concentrada no celular. Santana levantou os olhos e o aparelho escorregou de suas mãos.

A latina tinha os olhos arregalados e a boca levemente aberta enquanto analisava a morena. Depois do que pareceram horas para Rachel, ela finalmente encontrou a voz.

“Berry, onde você escondia esse corpo?”

“Santana!”

“Só falo a verdade.” Deu de ombros ainda embascamada. “Você ficou gostosa pra caralho nessa roupa, e tenho certeza que vai causar algumas separações quando entrar na festa vestida assim.”

“Mas eu não - ”

“Sem mas. Você vai ir com essa roupa e não se fala mais nisso.”

Rachel bufou. Era melhor concordar com a latina, já que era bem capaz dela a arrastar para a festa pelos cabelos. E agora que parou para pensar, seria interesante ver como o corpo estudantil reagiria ao vê-la vestida assim.

Até que não era uma ideia ruim.

x-x

Quinn olhava entediada os corpos dançando. Estava parada junto a lareira da casa de Puck, esperando impacientemente pela chegada de Rachel. Tinha se oferecido para trazer a judia, mas ela disse que Santana a tinha proibido. O porque dela ter aceitado uma ordem da latina ainda era uma dúvida a ser esclarecida.

A loira já tinha visto o anfitrião da festa vestido de Hans Solo, o casal Samcedes vestido de Coringa e Nicki Minaj e o casal Tike vestido de Buffy e Drácula. Ela ainda tem certeza de ter visto dezenas de vampiros e bruxas espalhados pela casa, bem como um grupo usando as roupas do Quarteto Fantástico.

Um gradalhão vestido de Frankstein arrastando um garoto de cadeira de rodas vestido de Magneto se aproximam de onde ela estava. Com um pouco de dificuldade Quinn consegue reconhecer Finn e Artie e abre um sorriso.

“Quinn, você ficou incrível de Viúva Negra.” Artie abre um sorriso sincero em direção a loira. “Aprecio esse conhecimento nerd que você tem.”

“Eu faço o que posso.” Ela abre mais ainda o sorriso e depois dá de ombros. Finn ainda encarava descarradamente as pernas de Quinn, cobertas pela roupa de couro preta absolutamente justa. “E você Hudson, mantenha os olhos aqui em cima.”

O gigante cora numa tonalidade vermelho escuro ao ser pego pela loira, que só faz rir. Ao longe Quinn avista Blaine – vestido de Charada – e Kurt – que incrivelmente aceitou se vestir de Zorro – se aproximarem. Blaine tinha dois copos vermelhos na mão, com alguma bebida que Quinn tinha pedido para o garoto pegar.

“Cade o casal Brittana?” Kurt pergunta confuso quando está perto o bastante para não precisar gritar.

“Aonde você acha?” Quinn questiona de forma retórica e a expressão do garoto se ilumina.

Pouco a pouco o Glee Club todo se reune. As últimas a chegar são Brittany e Santana, e os sussurros de aprovação são muitos. A loira vestia uma roupa de couro e uma mascara no rosto, que contrastava com os cabelos claros. Era a personificação da mulher gato. E a latina encarnava com muito charme e de forma muito sexy a heroina Mulher Maravilha. Os longos cabelos negros estavam soltos e davam mais veracidade a fantasia. Olhar para as duas era como encontrar o paraíso na Terra.

“S, você já encontrou com a Rach?” Quinn pergunta depois de um tempo. A festa já havia começado a mais de uma hora e não havia visto nenhum sinal da morena. “Será que ela não vem?”

“Se aquela nanica não vier, faço questão de trazer ela arrastada pelos cabelos.”

“Falando em Rachel, qual será a fantasia dela?” Mercedes perguntou, e todos começaram a apostar. Vampira. Líder de torcida. De algum personagem da Broadway. Diabinha. Cada um tinha a sua opinião.

Quinn viu quando a latina deu um sorriso lascivo e focou seu olhos nela.

“Você sabe, não é?” A latina assentiu. “E vai contar?”

“Não mesmo.”

No mesmo instante o celular de Quinn vibra em seu bolso. Ela o pesca e o nome de Rachel aparece no visor. Não perde muito tempo antes de desbloquear o aparelho e verificar a mensagem.

Vocês estão na festa? – Rach

Estamos sim. Onde você está? Quer que eu te busque? – Q

Não precisa. Só me diz exatamente o lugar onde vocês estão! ;) – Rach

Logo na entrada, do lado da lareira ;) – Q

Já chego ;) – Rach

A loira voltou a guardar o aparelho no bolso. Seus olhos começaram a procurar a figura pequena de Rachel pela multidão. Não a encontrava. Facilitaria se a latina tivesse falado a fantasia que a morena usava. Foi tirada de sua busca pela voz de Santana.

“Olha a Berry.” Apontou para a porta que se abria.

No instante em que a judia colocou os pés dentro na casa todos viraram em sua direção. Ela colocou o melhor sorriso safado no rosto e se dirigiu até o grupo de amigos. As expressões em seus rostos eram impagáveis.

Rachel estava vestida de Elektra. Quinn não conseguia acreditar no que via diante de seus olhos. A roupa vermelha era justa em todos os lugares certos e o salto alto que a judia usava nos pés fazia suas pernas parecerem mais longas que o normal.

Era sexy como o inferno.

Puck e Finn eram os piores. Os copos de cerveja que tinham na mão cairam no chão logo que colocaram os olhos na morena. Tinham os olhos arregalados como pires e a boca estava aberta.

“Cuidado que a baba tá escorrendo!” Santana falou maliciosa e fez todos se recomporem.

“Gostaram?” A morena perguntou assim que chegou nos amigos. Ela deu uma voltinha em si mesma e recebeu muitos assovios de aprovação.

“Princesa judia, me perdoe pela expressão, mas você tá gostosa pra caralho.” O garoto do moicano avaliou a morena de baixo a cima, fazendo a garota corar levemente. “Ouch Q.” Resmungou assim que levou um tapa sonoro de Quinn e a olhou ofendido. A loira só deu de ombros e colocou a sua melhor expressão de inocencia no rosto.

“Santana me ajudou a escolher.” A morena falou e todos olharam para a latina que tinha uma expressão convencida no rosto.

“Não precisam me agradecer.” Santana falou. “Agora vamos dançar.”

E assim ela puxou Brittany, Rachel e Quinn para o meio da sala. As pessoas só podiam ficar olhando para o espetáculo que acontecia diante de seus olhos.

x-x

Não sabiam dizer quanto tempo ficaram dançando animadamente no meio da sala. Mas foi o bastante para o numero de pessoas na festa ser reduzido drasticamente. Se divertiram como nunca e agora os pés reclamavam de forma incensante.

“Eu preciso parar.” Quinn se largou pesadamente num dos sofás da sala. Seus pés doiam como o inferno e a roupa de couro já estava ficando desconfortável pelo calor excessivo. “Acho que vou desmaiar com essa roupa.”

“Quanto drama loira.” Rachel riu se sentando ao lado de Quinn. Não se sentia tão desconfortável com o couro todo já que sua roupa não era tão fechada quando a da loira. “Mas eu também preciso descansar. Só não sei com a San e a Britt ainda conseguem dançar!”

“É um caso a ser estudado.” A loira riu baixinho, cansada demais para outra coisa.

“Sabe do que é a hora agora?” Puck perguntou aparecendo de surpresa e assustando as garotas. Elas olharam para o garoto de moicano de forma confusa. “JOGO DA GARRAFA!”

Em poucos minutos todo o coral estava sentado no tapete da sala com uma garrafa de cerveja no meio. Alguns jogadores e líderes de torcida remanescentes também se juntaram a brincadeira. Puck aproveitou para repor a bebida na mão de cada uma das pessoas que iriam jogar, já que em sua filosofia, o jogo ficava mais interessante quando o álcool estava envolvido.

“Quem vai ser o primeiro?” Mercedes chamou a atenção de todos. Os garotos ficaram se olhando e quando ela percebeu que ninguém tomaria a iniciativa jogou a garrafa para Finn.

O garoto a olhou confuso, mas depois acabou girando a garrafa. Foram segundos intermináveis até que ela parou apontando para uma das líderes de torcida. Finn abriu um sorriso sacana e viu a garota corar levemente. Apesar disso trocaram um beijo muito longo.

A próxima pessoa a girar seria Puck. A garrafa apontou para Quinn que sorriu e puxou o garoto pela gola da camisa, lascando um beijo de tirar o fôlego em seus lábios. Ele sentiu como se estivesse no céu. As próximas combinações foram das mais bizzaras as mais apreciadas pelos casais. E de algum jeito estranho todas as vezes que Santana ou Brittany giravam a garrafa ela acabava parando na outra.

Todos começaram a pensar que era sorte demais. Ou que Santana tinha algum pacto com algum ser misterioso que garantisse poderes a ela. As teorias mais absurdas.

Então chegou novamente a vez de Rachel girar. Já tinha beijado Sam, Puck e Santana e esperava realmente não ter que beijar algum dos jogadores de futebol. Ainda estava traumatizada com o que acontecera no primeiro dia de aulas. A garrafa girou rapidamente e começou a perder o ritmo até parar. A princípio pensou que tinha apontado para si própria, e quando fazia mensão de girar novamente, foi parada pela voz de Sam.

“Ei, parou na Quinn.”

E realmente tinha parado na loira. Rachel virou o rosto levemente para ela, e Quinn tinha um sorriso divertido nos lábios. Não conseguiu evitar o calor se espalhar pelo rosto. Suas mãos tremiam levemente conforme aproximava seu rosto do da loira. Não conseguia entender o que acontecia. Já tinha beijado três pessoas na noite e nem de longe ficara tão perturbada quando agora.

Cravou os olhos na imensidão avelã a sua frente e viu um brilho divertido na iris. Mas conforme se aproximava mais, via como os olhos iam dilatando de desejo, e isso a confundiu. Antes que pudesse desistir, seus lábios finalmente se encontraram.

Começou com um roçar simples, até que a loira resolveu passar a lingua pelos lábios da morena, procurando aprofundar o contato. Rachel deu passagem e se entregou totalmente ao beijo. Os lábios de Quinn eram suaves contra os seus e nem de longe se comparavam a nenhum beijo que tenha dado na vida. Arrepios começaram a correr pelo seu corpo e borboletas se agitaram em seu estômago. Quando soltou um gemido baixo sentiu uma mordida ser deixada em seus lábios e o calor da boca de Quinn se afastou.

A loira tinha as bochechas coradas e os lábios finos inchados. Seu cabelo estava bagunçado e ela arfava baixinho. Nada muito diferente de como Rachel estava. Ela se sentia quente em todas as partes do corpo.

Pouco a pouco os sons foram voltando a ser captados pelos seus ouvidos. A voz de Jessie J em Dominó era ouvida em algum dos auto falantes, e ela também podia ouvir a respiração entrecortada que escapava pela sua boca. Se virou lentamente em direção aos amigos e todos tinham olhos arregalados.

Com toda a certeza estavam surpresos. A entrega das garotas ao beijo os tinha desnorteado.

“Cara, vocês tem que repetir isso!” Puck falou malicioso e abriu um sorriso safado no rosto. “Foi quente.”

Todos os meninos concordaram, e para a sua surpresa algumas meninas também deram sua aprovação. Rachel escutou a risada de Quinn vindo de seu lado e voltou seus olhos para a loira. Ela já estava mais composta e puxou a garrafa para continuar a brincadeira.

Santana observava a interação das duas. Sentia que deixava alguma coisa importante escapar. Olhou para Brittany e a loira também tinha uma expressão pensativa enquanto observava Quinn e Rachel.

Certamente algo estava escapando de seu radar.

Mas ela ia descobrir o que era, ou não se chamava Santana Lopez.

x-x

Rachel acordou na manhã seguinte com muita dor de cabeça. Levantou soltando um gemido baixo e viu que ainda estava na casa de Puck. Na verdade todos ainda estavam na casa do garoto. Ela dormira em um dos quartos junto com Santana, Brittany e Quinn.

A claridade vinda da janela a incomodava e tratou de fechar a cortina com um puxão. Ainda estava na fantasia de Elektra e a roupa a deixava desconfortável. Saiu do quarto e desceu as escadas. Precisava encontrar algum remédio que fizesse sua cabeça parar de latejar então foi em direção a cozinha. Se surpreendeu ao encontrar Puck fazendo café na cafeteira.

O garoto só vestia uma calça de moletom com o símbolo dos Titans e deixava o tórax definido a mostra. Ele abriu um sorriso carinhoso assim que vislumbrou a morena e a puxou para uma cadeira.

“Bom dia princesa judia.”

“Bom dia Noah.” Rachel conseguiu dar um sorriso fraco para o garoto e tombou a cabeça contra a tampa da mesa. Logo dois comprimidos eram empurrados em sua direção, junto com um copo cheio de água.

“Vai fazer bem pra essa ressaca.”

“Obrigada.” Ela tomou os comprimidos da mão do garoto e engoliu rapidamente. Depois voltou a debruçar a cabeça, escondendo os olhos da claridade. “O que aconteceu ontem a noite?”

“Você bebeu um monte e depois beijou metade do clube do coral.” Puck falou virado para a cafeteira. Serviu uma xicara de café para si e outra para a morena. Depois sentou na cadeira em frente a ela. Rachel tinha cravado os olhos na figura musculosa assim que as primeiras palavras tinham saido de sua boca. “Mas tenho que dizer, a melhor coisa da noite foi quando você e a Q quase se sugaram com um beijo. Foi quente.”

“Eu beijei a Q?” Perguntou aterrorizada.

“Foi quente.”

Seus olhos castanhos dobraram de tamanho. As memórias da noite anterior começaram a voltar para sua mente. Começou a lembrar dos lábios de Quinn. De como eles eram suaves contra os seus e do leve gosto de cerveja que tinham.

O judeu só ria do desespero da morena.

“Calma Rach. A Q não vai surtar.”

“Eu não vou surtar com o que?”A voz da loira soou rouca da porta da cozinha. Rachel ficou tensa na cadeira e se recusou a encarrar a dona dos olhos avelã.

“Por causa do beijo de vocês ontem.”

“Não precisa se preocupar com isso Rach.” A loira sentou na cadeira vazia ao lado da morena e a obrigou a olha-la. “Isso não vai mudar nada entre a gente.”

“Você promete?”

“Prometo.” Quinn falou e deu um beijo leve na bochecha de Rachel. Depois virou o corpo para Puck. “Não mereço um café?”

O garoto soltou uma gargalhada. “Tudo pra minha loira.”

Rachel realmente esperava que tudo continuasse leve como estava agora. Não precisava de dramas perto das Seccionais.