- Vocês por acaso não têm água com sal por aqui, têm?

  Percy me olhou como se achasse que a garota fosse maluca, eu também não entendi, mas a menina continuou a insistir.

  - Por favor, eu estou viajando há um tempo, preciso de água salgada.

  - Aqui está, querida – disse Sally trazendo um copo.

  - Obrigada, senhora – respondeu a menina bebendo todo o líquido salgado e logo ganhando mais cor.

  - Quem é você? – Percy perguntou

  Ela finalmente reparou nele. Levantou e fez uma reverência.

  - Sou Mare Laudes, senhor. É uma honra conhecê-lo – ela sorriu como se estivesse vendo o Papai Noel.

  - Mare Laudes não é Mar da Manhã em latim? – eu perguntei, tentando tirar a atenção dela de meu namorado.

  - Sim – ela respondeu olhando para mim – Sou uma Nereida, uma ninfa do mar.

  Agora estava explicado. As nereidas eram as ninfas do mar. Gentis e generosas, sempre prontas a ajudar os marinheiros em perigo. Por sua beleza, as Nereidas também costumavam dominar os corações dos homens. Eram filhas de Nereu e de Dóris, e, sendo seres marinhos, obedeciam a Poseidon.

   - Não sabia que as nereidas podiam sair da água – disse Percy coçando a cabeça e, para o meu espanto, parecendo hipnotizado pela menina, quero dizer, pela tal de Mare Laudes.

   - Ah, nós conseguimos sim. Mas ficamos fracas. Acho que desmaiei por isso.

   - Disse que precisava de ajuda? – eu perguntei

   - Sim – ela pareceu tremer um pouco

   - Algum problema no reino de meu pai? – perguntou Percy e para nossa surpresa a menina começou a chorar.

   - Por que não deixam a moça descansar...Amanhã ela fala com vocês. O que acha, querida? – perguntou a mãe de Percy

   - Obrigada, senhora. O senhor Poseidon disse-me que era uma rainha. – a menina sorriu e foi levada por uma Sally bem vermelha até o quarto de Percy.

  Olhei para Paul, achei que ele fosse ficar enciumado, mas para a minha surpresa ele também estava, aparentemente, hipnotizado pela nereida.

  - Não gostei dela. – falei enquanto Percy me levava de volta ao internato – Viu como ela te olhou? E como te chamou de ‘senhor’? E você e Paul pareciam totalmente hipnotizados por ela.

  Para a minha surpresa o Cabeça de Alga riu.

  - Com ciúmes, Sabidinha?

  - Quem, eu? É óbvio que não, Cabeça de Alga!

  - Então por que está tão nervosinha?

  - Não estou. Eu só não sei se é uma boa ideia abrigar essa nereida na sua casa.

  - Mas na mitologia as nereidas não eram espiritos bons, que ajudavam os outros?

  - Bem...sim, mas e se ela for diferente? E ela vai ficar no seu quarto...- e elas eram famosas por deixarem os homes boqueabertos, parecendo uns idiotas, mas é claro que não disse isso em voz alta.

  - Ah, entendi. – ele riu e parou o carro

  - Mas, Cabeça de Alga, ainda não chegamos no internato.

  - Eu sei – ele riu e me encarou – Annabeth Chase, você não deve, em hipótese alguma, ter ciumes.

  - E por que não? – perguntei entrando em seu joguinho

  - Por que? Porque nenhuma outra garota é tão linda, inteligente e maravilhosa como você, e nenhuma outra me faz sentir desse modo como me sinto quando estou com você.

  - E que modo é esse, Cabeça de Alga? – perguntei, nossos lábios muito próximos.

  - Você me faz sentir...Completo – ele respondeu simplesmente.

  - Eu te amo, Percy – eu disse emocionada e pega totalmente de surpresa. Incrível o que esse Cabeça de Alga e suas declarações fazem comigo.

  Então ele me beijou, um beijo ardente. Ele segurou minha nuca com uma mão enquanto passava a mão em minha coxa.

  Importante dizer, eu e Percy havíamos nos trocado enquanto estávamos na casa dele. Eu usava agora uma saia jeans e uma camiseta e o Percy usava uma calça e uma camisa azul.

  De algum modo conseguimos chegar no banco de trás. Continuávamos a nos beijar intensamente, Percy por cima de mim. Em cada toque eu sentia minha pele formigar, como se uma corrente elétrica nos unisse.

  Busquei meus olhos verdes preferidos, que sempre me faziam perder o controle, e, quando os encontrei, bem próximos aos meus, estavam cheios de amor e de desejo.

  Eu e o Cabeça de Alga nos amávamos e essa necessidade constante de tornar esse amor físico nos perseguia. Não que eu esteja me queixando.

  Interrompi o beijo e retirei sua camisa, passando a distribuir beijos por seu abdome enquanto o  sentia ficar arrepiado (Devo dizer que é muito bom ter um carro com vidros escuros a nossa disposição em momentos como esse).

  - Você me enlouquece, Sabidinha. – ele sussurou em meu ouvido e dessa vez fui eu que fiquei arrepiada.

   Voltamos a nos beijar ao mesmo tempo em que Percy tirava minha blusa e eu retirava suas calças. Mas devo dizer que o espaço era muito apertado, então desistimos de retirar nossas roupas.

  Percy levantou minha saia e retirou a minha calcinha. Me deitei completamente no banco, o que me fez perder a visão de Percy. Eu não conseguia ver mais nada senão o teto do carro nessa posição, mas pude senti-lo. No monento em que nos encaixamos eu senti o que sempre sentia quando nos amávamos, era uma sensação indescritível. Acho que nenhum adjetivo poderia defini-la.  

  O Cabeça de Alga voltou a me beijar enquanto iniciava os movimentos primeiro lentos e dolorosamente deliciosos. Depois aumentando a velocidade, chegando a um ritmo onde tudo que eu conseguia fazer era soltar palavras desconexas e uns gritinhos.

  Atingimos o ápice juntos. Não dissemos nada durante um bom tempo, não era preciso. Eu me sentia feliz, realizada, incrível, como em todas as vezes em que nos amávamos. Com Percy eu me sentia em casa, eu me sentia...

  - Sempre quis fazer isso – Percy disse, de repente.

  - Isso o que, Cabeça de Alga? – eu perguntei

  - Sexo no carro – ele riu e eu o acompanhei

  Percy deitou delicadamente sobre mim.

  - Percy?

  - Hum?

  - Você também me faz sentir assim...

  Ele olhou para mim, confuso.

  - Completa – eu disse enfim, e ele sorriu.

  - Eu te amo, Sabidinha.