- Bem, ele falou que não devemos nos preocupar com a ilha, Mare saberá quando chegarmos - afirmou Nico. Mas a nereida só balançou a cabeça frustrada.

  - E aquilo sobre você, Mare? - perguntou Thalia

  - Isso é particular - ela respondeu simplesmente. Ainda parecia chocada e um pouco... ansiosa?

  Eu estava curiosa, e pelo que parecia, meus amigos também, principalmente Nico. Mas a nereida não ia falar sobre isso, era óbvio.

  - Precisamos de um plano... – eu concluí – não podemos ficar navegando até “esbarrarmos” na ilha correta. Isso é loucura!

  Antes que alguém pudesse responder, alguma coisa bateu em nosso barco, o navio tremeu me fazendo tropeçar.

  - O que é isso? - Mare perguntou

  - Não faço ideia, mas parece grande - respondeu Percy enquanto destampava Contracorrente. Peguei minha adaga ao mesmo tempo em que meus amigos também se preparavam para uma luta. 

  Mas Nenhum monstro apareceu. Quem emergiu foi uma mulher, e, por estar acostumada a um mundo de monstros, deuses e titãs, eu sabia que ela não era comum.

  Era bonita, porém de um jeito doentio. Tão pálida que parecia estar morta, tinha cabelos dourados e brilhosos. Ao mesmo tempo transmitia uma incrível aura de poder.

  - Olá, heróis. - ela falou com uma voz melodiosa.

  - Quem...quem é você? - perguntou Percy.

  Por um momento eu pensei que ela fosse atacar o Cabeça de Alga, olhou-o de um jeito perverso, como se o odiasse. Eu não gostei nada disso.

  - Ora, então você é Perseu Jackson. OgrandePerseu Jackson. Aquele que matou a minha filha Equidina.

  Equidina? Espera, então essa é...

  - Você é Ceto - eu adivinhei – Mãe de Equidina e de milhares de outras tão horripilantes quanto ela.

  - Oh, sim, essa sou eu. - Ceto sorriu. Ela se virou para Percy - Bem, eu estou recebendo ordens e por isso não posso matá-lo aqui,Percynho. Ela não quer que seja tão rápido, ela quer irritar o seu papai.

  - Ela? Não entendo...Quem é ela? É a mesma pessoa que roubou as coisas de Neleu e Pélias? - perguntou Thalia 

  A mulher fez um beicinho.

  - Que peninha...vocês não estarão vivos para saber. Vou mandá-los para um lugar ótimo! Meus bichinhos adorarão comê-los!

  Percy saltou sobre Ceto, sua espada em punho, mas antes que conseguisse alcançá-la tudo ficou preto.

  Quando recuperei a consciência tentei abrir os olhos. Eu não conseguia enxergar nada. Tudo escuro. Eu não sabia onde estava, se me encontrava sozinha, ou em perigo. Minha sorte é que eu tinha a minha adaga.

  Minha adaga...

  Procurei por minha velha arma e a encontrei próxima a minha perna. O bronze celestial fazia com que eu conseguisse enxergar um pouco. Pude ver que não estava só, havia alguém deitado perto de mim. Com a fraca luz de minha faca era impossível distinguir quem era, mas pelo som de sua respiração eu soube: Percy.

  - Percy? - tentei falar, minha voz ecoou como se estivéssemos em um grande vazio.

  - Annabeth, é você? Espere um minuto...- Ele se sentou e buscou sua espada, o brilho dela bastava para que eu pudesse ver o seu rosto. - Você está bem? - Ele perguntou me abraçando, seu cheiro de mar como sempre me entorpecendo e tranquilizando.

  - Estou, mas onde...estamos?

  - Não faço ideia. Onde estão os outros?

  - Percy, Annabeth...- Thalia chamou

  - Estão todos bem? - perguntou Nico 

  - Sim - respondeu Mare - mas que lugar é esse?

  - Não sei...é como se estivéssemos literalmente no meio do nada...- eu disse

  - Estão sentindo isso? - sussurrou Mare

  - Isso o que?

  - Como se alguém estivesse nos observando...

  Escutamos um barulho estranho.

 Era como uma horda de monstros viesse ao nosso encontro. Senti um cheiro pavoroso de sangue.

  - Acho que temos problemas - concluiu Percy

Levantamos-nos e esperamos o ataque.

Ele não tardou, enfrentávamos dezenas de monstros apenas com a luz do bronze celestial, o que dificultava muito as coisas. Percy usava Anaklusmos como um arco de pura destruição, eu lutava ao teu lado com minha adaga. Thalia e Mare atiravam flechas contra os inimigos e Nico convocava esqueletos com a sua espada negra.

  Os monstros continuavam a aparecer, e nós estávamos ficando cansados. O chão começou a tremer, blocos negros despencavam ao nosso redor, era como se o "nada" estivesse desmoronando. 

  Nossa luta continuou, cada vez mais intensa. Monstros dos mais variados tipos nos atacavam e a terra tremia mais e mais.

  Um bloco enorme veio em nossa direção. Pegou-nos desprevenidos.

   Quando Nico olhou para cima já era tarde demais.