Uma Nova Vida escrita por Lethy_Nayume


Capítulo 3
Uma lembrança explicaria tudo? III


Notas iniciais do capítulo

" Uma lembrança do passado, levou à tona tudo o que realmente aconteceu."



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- Max, a minha irmã, ela não está bem...Eu sei disso. Acho que foi ela que matou os meus pais - Disse Julia chorando baixinho no colo do amigo.

- Não foi, quero dizer não tem como Julia! Foi um acidente...As coisas acontecem, e as vezes não podemos evitar, foi isso  o que aconteceu.

- Ela disse que ia fazer isso! Eu lembro! Como pude esquecer aquele dia, ela com o seu amigo conversando, com aquelas risadinhas estridentes, foi ela Max, eu tenho que falar com a polícia, mas antes ela vai ter que confessar o crime.

 

~*~*Flash Back*~*~

Era tarde, estava frio e ao que tudo indicava ia chover.Fazia alguns meses, Melissa estava diferente da garota doce e meiga que Julia conhecia e admirava. Ela aos poucos foi deixando de freqüentar as aulas, reclamações dos professores chegavam constantemente aos ouvidos dos pais, andava  agora com um grupo de pessoas desconhecidas, com aparência mais velha e descuidada, estava sempre acompanhada de um garoto do qual, nem o nome sabia, chamando-o apenas de Dim. Aos poucos Melissa mostrava o seu lado rebelde sem se importar com sua família e antigos amigos, até que um dia foi encontrada numa casa, ou melhor, na casa do "Dim" com convulsões assustadoras.Foi encaminhada para o hospital.

Diagnóstico:  -Drogas. Ela teve uma overdose. - o médico dizia, como uma coisa normal, aos pais de Julia e Melissa que ficaram em estado de choque.

- Minha filhinha...Não pode ser... - disse a mãe com lágrimas nos olhos, se consolando no abraço do marido, que não parecia tão surpreso assim.

- Eu já sabia, mas não queria que você soubesse, não dessa maneira. Eu tentei conversar com ela, mas ela preferiu sair, ao ouvir meus conselhos, querida não fique assim.

- Roger você sabia? E não me falou nada?! Você não poderia ter feito isso comigo...

- Calma Suzan, achei que ela mudaria...Mas vejo que vamos ter que interná-la.Não há saída, esse é o único jeito.

Nesse dia, Julia assistiu tudo sentada na pequena cadeira da sala de espera do hospital. Não tinha ninguém ali para abraçá-la, não tinha ninguém para confortá-la, sabia apenas que tinha que ser forte e ajudar aos seus pais e sua irmã, mal sabia o que o futuro lhe reservava.

Depois que saiu do hospital e ter ficado uma semana em casa sendo observada, Melissa foi internada numa clínica especializada, onde ficaria até terminar o tratamento.

- Mamãe, eu não quero ir, não deixe eles me levarem...

- Mel, querida, você vai ser bem tratada, vai sim! E você vai voltar melhor, tenho certeza! Olhe para mim, prometo que vou visitá-la todos os sábados e a Julia também vai.

- É Mel, eu vou sim.

- Papai...não deixa não, eu prometo que vou parar, eu prometo! Mas deixa eu ficar aqui em casa, eu vou pra escola, vou sim...

- Não Mel, é melhor para você. Você vai ficar melhor e poderá voltar pra casa.

Julia ainda se lembrava daquele dia, podia ouvir os gritos da irmã enquanto os homens de branco a colocavam na ambulância. Julia podia ver o ódio nos olhos da irmã.

Meses se passaram, e aquelas idas e vindas a clínica se passaram, Melissa estava de volta e parecia estar melhor. Depois de uma semana em casa ela voltou à escola. Estava indo tudo bem, bem até demais. Melissa estava sempre feliz, ajudava em casa, ia bem na escola, tudo perfeito não? Não exatamente. Um dia voltando da escola que soltou mais cedo, Julia viu Melissa na porta de casa conversando com ninguém menos, ninguém mais que o   " Dim". O coração da pequena gelou, andando mais rapidamente, ela se escondeu atrás de uma planta próximo onde eles estavam.Ela pode ouvir perfeitamente o que falavam:

- Dim, eles me matem presa aqui, eu quero fugir, estou enlouquecendo! Quando você vem me buscar?

- Logo, logo gata. Eu não vou deixar você aqui. Mas então você quer mais um pouco hoje?

- Claro que sim! Acho que aqueles comprimidos não estão resolvendo mais o problema, me dê mais hoje!

- Ei! Vai com calma, eles podem desconfiar assim. Amanhã eu volto e trago mais.

- Então tá. Você sabe que eu te amo não é Dim? E estou fazendo isso por você. Um dia vai ser só eu e você.

- Eu sei, também gosto de você.

- Também gosta? Dim eu te amo! Você não voltou pra aquela vadia...

- Hei gata! Se liga...Você é minha princesa agora! Agora eu tenho que ir...Daqui a pouco a piralha da sua irmã aparece procurando confusão.

- Você tem razão. Tchau amor.

- Tchau.

Julia ficou gélida e pálida. Como Melissa podia estar fazendo aquilo de novo? Traindo a confiança e o amor do seus pais? Ela precisa contar tudo, antes que fosse tarde demais.

Quando seus pais chegaram, Julia não hesitou, e contou tudo que viu mais cedo, quando eles não estavam em casa. Chocados eles chamaram Melissa que confirmou tudo com apenas um olhar fuzilante na pequena.

- Eu te mato garota!

Antes que seus pais começassem um discurso acusador, Melissa saiu sem mais delongas, com apenas uma olhada pra trás e uma frase final:

- Eu mato vocês! Eu juro que mato! Por tudo que fizeram comigo! Eu odeio vocês!

Foi lembrando-se  de tudo que Julia chegou a uma conclusão. A morte de seus pais não foi um acidente. Mas foi provocado pela sua irmã.

~*~*~*~*~*~*~

 

- Eu sei que sua irmã passou por muita coisa Lia, mas quando as pessoas estão com raiva, elas falam coisas sem querer, pode ter sido apenas isso. - Max falava enquanto Julia parecia não concordar com aquilo.

- Max eu sei que foi ela! Vamos logo, eu tenho que achá-la e sei bem onde deve está.

- Você não acha melhor voltar amanhã? Está ficando escuro e aqui não me parece um bom lugar.

Ao redor, viam-se apenas prédios cinzentos, carros que passam rapidamente e olhares ameaçadores, aquelas pessoas pareciam não está de bom humor, ou para brincadeiras.

- Deixa de medo Max...Veja bem, eu só vou na casa do Dim, sei que minha irmã está lá, se é que pode chamar aquilo de casa.

- Será que você não pode me ouvir ao menos uma vez! Acho melhor irmos embora, sua tia deve está preocupada.

- Max! Ela vai ter que falar! Eu gravo tudo e a gente leva pra polícia, só isso, veja bem, só são seis e quinze, dá tempo.

- Cansei de tentar convencer você! Você é muito cabeça dura sabia? Vamos logo então acabar com tudo isso.

Chegando à porta da "casa" de Dim, Julia sentiu uma pontada no coração, sabia que aquilo não era apenas uma aventura de dois amigos de 14 anos. Sentiu medo pela primeira vez, mas já era tarde demais para voltar.   

    


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Notas finais do capítulo

Oi^^ Desculpe pela demora, mas aí está o terceiro capítulo! Espero que tenham gostado...A história ainda não acabou.



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