– Então...? - eu disse.

– Bom, hoje é o casamento dos nossos pais. - ele começou e eu assenti com a cabeça. - Um dia muito importante para eles. Então, eu acho que seria legal uma trégua entre a gente. Pelo menos hoje.

– Isso é um "pedido de paz"?

– Só por hoje. - ele acrescentou.

– Pedido concedido, então. - eu conclui.

– Certo. Já tá pronta?

– Tô sim.

– Então vamos. - ele apontou para a porta me dando passagem.

– Mas eu ainda não esqueci o que você fez hoje de manhã. - eu deixei claro.

– Pode deixar que eu também não. - ele respondeu com um riso no rosto. Revirei os olhos, apaguei a luz do quarto e sai, com Percy atrás de mim.

Assim que desci as escadas vi que meu pai e Thalia só estavam esperando a gente para ir embora.

– Vamos? - meu pai perguntou se levantando do sofá.

Assenti e nós (eu, meu pai, Percy e Thalia) seguimos em direção ao carro, eu me sentei no banco de trás com Thalia. Olhei no relógio, 18:30, a essa hora Sally já deveria tar pirando de tanto nervosa... Se bem que pra falar a verdade meu pai não tá tão diferente...

(n/a: pra vocês entenderem mais ou menos a questão do espeço, é mais ou menos isso: http://www.armazemuzina.com/ cliquem no espaço "Ambientes". O Salão Amália é a festa, o Riachão é o que o Percy e a Annabeth vão esperar a Sally, e o Amapá e o do casamento. )

Chegamos ao local onde iria ser o casamento e entramos pelo caminho que a mestre de cerimônia indicou, chegando no primeiro salão. Ah, esqueci de dizer, o casamento não vai ser na igreja, vai ser numa espécie de armazém para festas, que é divido em dois espaços, um pra cerimônia e outro pra festa.

Quando chegamos no primeiro salão pude perceber que este já estava meio cheinho; a maioria dos convidados já tinham chegado. Meu pai se dirigiu para os primeiros bancos, perto do altar, pra falar com uns amigos, e eu fiquei perto da porta com Thalia e Rachel, que tinha acabado de se juntar a nós, e Percy tinha ido falar com um primo dele. Ficamos conversando besteiras até que vi Percy se aproximando.

– Minha mãe tá chegando, a gente tem que esperar lá na porta.

– Certo. Vamos então.

Me despedi de Thalia e Rachel e segui para a porta de entrada com o Percy. Quando cheguei lá a mestra de cerimônias me entregou um pequeno buquê de rosas brancas e pediu que ficássemos do lado de fora porta, numa sala menor, esperando Sally, então assim o fizemos.

– Meia hora. – Percy disse.

– Ãnh?

– Meia hora e nenhuma patada, tanto do seu lado como do meu. – ele disse, e eu dei um meio riso.

– Melhor não ir se acostumando...

– Você também. – ele completou.

Então eu vi Sally entrando na sala que antecedia a porta. Ela estava linda, quero dizer, o vestido não era aqueles cheios de brilhos, babados e rendas, era um mais simples, afinal, ela não era mais aquelas noivas de 25 anos, mas mesmo assim era muito bonito, ela carregava um buquê de rosas azuis e brancas – as cores da decoração da festa – e, o mais importante, um lindo sorriso que parecia iluminar a sala. Dei um abraço nela depois que Percy tinha falado com ela e a mulher disse que era hora de entrarmos. Ela iria entrar com Percy e eu entraria na frente, sozinha – mais uma vez forever alone – só eu e meu buquê.

(bota play agora)

Assim que as portas se abriram todos os convidados se levantaram e a música começou – não era aquela marcha de sempre que tocam para todas as músicas, era apenas voz e violão – e eu entrei no salão, seguida pela noiva e seu filho.

E ali do começo do tapete eu pude ver meu pai, então eu ganhei a noite em apenas ver o sozinho dele quando viu Sally entrando no seu vestido de noiva. Quer dizer, eu poderia muito bem achar esse casamento um lixo, afinal, ela não era minha mãe, mas eu podia sentir que meu pai realmente estava feliz. E nesse momento isso é tudo o que me importa.

Caminhei uma marcha lenta até o palco, depois fiquei do lado do meu pai e de um arranjo de flores. Quando me virei tive tempo para ver o final do entrada da Sally, acompanhada por Percy. Pude perceber o mesmo sorriso no rosto dela, uma mão segurando o buquê e outra entrelaçada no braço do filho. Assim que chegaram no altar eles se separaram, Percy deu um beijo na testa da mãe e se dirigiu ao lugar ao meu lado. Trocamos um olhar e a cerimônia foi iniciada.

Sentei-me numa mesa com Thalia, Luke, Rachel e adivinha? Percy a tiracolo.

A cerimônia já acabou faz quase uma hora, agora já estamos no outro salão, o da festa, falando sobre assuntos banais e, pasmem, acabei de descobri que o Luke e o Percy tão se dando bem agora. Estava muito empolgada conversando quando percebo que alguém estava vindo falar comigo. E esse alguém era a Hannah.

– Annie, quanto tempo né?! – ela disse já sentando na nossa mesa, mesmo sem ninguém chamar.

– Ôh. Quase morri de saudade sua. – disse irônica.

– Eu acredito... Oi Percy! – ela disse, já tentando se jogar em cima dele, mas ele só se virou, deu um mísero “oi” e continuou a conversar com um Luke e um tal de Tyson, primo dele.

– Mas então, Annie, como foi seus dias sem mim?

– Terríveis. Um horror. – eu respondi ainda mais sarcástica. – Bom, eu tou com sede. - mentira, só que passear mesmo. – Alguém quer alguma coisa?

– Você sabe como eu te amo né Annie? Então sinta-se livre para retribuir meu amor com um copo de coquetel. – Thalia disse.

– Claro minha querida. – eu disse me levantando.

– Ah, eu ajudo você. – Percy disse se levantando também.

– A quê? Carregar dois copos de coquetel? Acho que ainda consigo carregar isso tudo sozinha, hein?

– Conseguiria carregar três? – ele respondeu, já me seguindo em direção ao bar.

Quando chegamos no balcão ele pediu três coquetéis e nós ficamos esperando.

– Meio atiradinha essa sua prima hein?

– Meio? Ela é atiradinha por todo mundo aqui. – eu disse rindo, e ele riu também.

Pouco tempo depois os coquetéis chegaram, eu peguei o meu e o da Thalia e nos dirigimos a mesa. É, por incrível que parece, eu e o Percy estamos até convivendo civilizadamente hoje.

– Ei, vamo dançar? – Rachel chamou todos na mesa, quando o DJ começou a tocar. Thalia se levantou com Luke, acompanhada pela Rachel, Tyson e Percy.

– Vamo Annie! Levanta vai! – ela insistiu.

Então Percy estendeu a mão em direção a minha e falou:

– Concede-me uma dança, senhorita? – ele perguntou como se fosse um cavalheiro a moda antiga, fazendo charme. Não resisti, segurei a mão dele e segui os outros em direção a pista.

Pera. Retrocede ai. Eu não resisti?! Ah, pelo amor de Deus, Annabeth, o que deu em você?

Sei lá. Mas o fato é que dançamos o resto da noite, até que o DJ parou a música para avisar que Sally ia jogar o buquê. Todas as mulheres foram na direção que ela estava, e eu e Thalia fomos praticamente arrastadas pela Rachel.

– Ai Rachel, vai dizer o quê? Que eu vou me casar logo se pegar o buquê? – eu disse.

– É. Agora vai, ela começou a contar.

Sally contou até três e jogou o buquê. Crendo ou não nesse troço de casar logo, só sei que o buquê veio caindo em minha direção, até que chegou a uma distância próxima de mim e eu o peguei. Sally se virou para ver quem o tinha pegado e viu que era eu. Eu balancei as flores pra ela rindo, ela olhou pra mim, deu um riso e depois olhou pra Percy. Olhou novamente pra mim e, pera, eu tou vendo direito? Ela deu uma piscadela. O QUE ESSA PISCADELA SIGNIFICA SALLY CHASE?!

Fiquei na festa até umas duas e tanta da manhã, quando a Thalia foi embora, pois eu já tinha combinado que hoje eu iria dormir na casa dela.