Spell The Most escrita por Angel Salvatore


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Nossa, parece que fazem anos que não posto aqui, Mas aqui está o novo capítulo.


E acho que vou postar mais dois para compensar a minha ausência. Aproveitem.



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Já te disse que você está linda?”

Seria a terceira vez que ele me diria aquilo hoje. Eu e Nick já estávamos parado em frente ao ringue de patinação que seu pai era gerente. Ao nosso lado, e como nossa acompanhante, a professora Caroline.

“Eu acho que sim, mas mais uma vez não me fará mal”, eu o abracei e beijei sua bochecha um pouco corada por causa da baixa temperatura do local.

“Você é a criatura mais linda que existe no mundo, visto aos meus olhos”, ele disse e entrelaçou seus dedos nos meus me puxando em direção as escadas.

Caroline nos seguia em silêncio, mas conseguíamos sentir ainda sua presença. O ringue de gelo estava com bastante gente por causa do fim de semana. Crianças, adolescentes, adultos, até mesmo idosos estavam presentes.

Eu tinha escolhido vestir algo mais social e ao meu estilo. Uma saia jeans até a metade da coxa, uma regata preta, casaco jeans e um gorro preto, sem esquecer dos tênis que logo eu trocaria por patins. Nick por sua vez, optou por um suéter azul claro que ressaltava seus lindos olhos azuis e calças jeans escuras.

As escadas da qual Nick me puxou ficavam no fundo do grande ringue, ao lado de onde pegavam os patins. Quando chegamos lá em cima, me deparei em frente a uma sala, que mesmo sendo pequena, tinha o ar de pertencer a uma pessoa grande.

Quadro de boa qualidade estavam espalhados na parede, uma mesa retangular com duas cadeiras vagas a sua frente. Em cima da tal mesa, se encontrava um computador, algumas pastas, um copo de café que ainda saía fumaça e um pequeno e discreto vaso de flores.

Um homem nos observava com os olhos verdes e alertas por baixo dos óculos. Assim como Nick, ele vestia um suéter branco de gola alta e uma jaqueta. Seu rosto sério se iluminou quando viu Nick.

“Meu filho, pensei que não viria”, ele disse e se levantou para abraçar Nick. Um ato meio que complicado, considerando que Nick não havia largado a minha mão.

“Desculpe por ter demorado, pai”, Nick se desculpou. “Sabe como são as mulheres”, os dois riram.

Os olhos verdes e alertas do pai de Nick foram inúmeras vezes de mim para Caroline, nos estudando, até que pousaram em mim. “Então, quem é essa pequena aqui?”

Evitei uma careta e sorri. Odiava que me chamassem de pequena, baixinha ou algo do tipo, apenas permitia que meu pai o fizesse. Tudo bem, eu era baixa. Tinha 1, 68 de altura. Mas não precisavam ficar ressaltando esse fato toda vez que me conheciam.

“Essa é a Alexa Night.”, Nick me apresentou dizendo meu nome com orgulho. “É a garota de quem te falei”, o vi piscando para o pai e os dois riram novamente.

“Prazer, Alexa”, ele estendeu a sua mão e eu a apertei no mesmo instante. “Sou Michael Wave, o pai de Nicolas.”

“O prazer é todo meu, senhor Wave”, soltei sua mão e entrelacei meus dedos nos de Nick novamente. Era o nosso modo particular de nos manter juntos e quentes.

“Oh, por favor, me chame de Michael”, ele disse e voltou a olhar Caroline. “E você é?!”, ele perguntou. Caroline deu um passo a frente e estendeu sua mão, sorrindo.

“Caroline Days , professora de equitação de Nicolas e Alexa”, ela se apresentou.

“Oh, me desculpe.”, Michael disse claramente envergonhado.

“Tudo bem”, Caroline sorriu novamente de modo que seus olhos azuis brilharam.

Michael voltou a se sentar na cadeira atrás da mesa e a nos encarar, só que dessa vez, sorrindo como nunca. De certo modo, eles se veriam daqui a duas semanas, mas um pai não conseguia segurar a saudade de um filho. Isso era fato. Eu e Nick nos sentamos nas duas vagas e Caroline continuou em pé, apenas nos observando.

“Suas irmãs queriam muito vê-lo, Nick”, Michael disse.

“Eu sei. Ou melhor, consigo imaginá-las pulando de um lado para o outro, querendo ver a escola para onde me mandaram.”, Nick revirou os olhos e riu. “Gabi e Ana não mudam.”

“Oh, não”, Michael concordou e riu junto com o filho.

Olhei para trás, e encontrei Caroline tão confusa quanto eu. Ela encontrou meus olhos e deu de ombros sorrindo. Caroline era tão elegante e linda. Não sabia como não tinha namorado ainda. Ela me contou uma vez, ano passado, que tentou ter um relacionamento com um humano, mas que ele começou a desconfiar e então ela teve que terminar. Uma pena.

“Vocês devem estar se entediando tendo que conversar com um velho envés de patinar”, Michael disse recebendo de volta a minha atenção. Nick e eu começamos a protestar, mas Michael não quis nos ouvir. “Vão logo. Vão se divertir”, ele disse e apontou para a porta.

Nos despedimos dele e descemos a escadaria indo, dessa vez, em direção ao balcão. Lá nós demos nossos números e pegamos os patins. Ainda não confiando na minha habilidade de esquiadora, coloquei os patins apenas em frente a abertura onde ficava a entrada do ringue.

Me sentei tirando os tênis, ao mesmo tempo que invejava as crianças que patinavam com tanta perfeição. Deveria estar afeiçoadas aquilo a muito tempo. Estava demorando tanto para colocar os patins, que Nick me ajudou e me levantou.

“Cuidado”, ele alertou. “É só ter equilíbrio”

Com isso nós fomos em direção ao ringue. A superfície plana e escorregadia não me ajudou muito com o equilíbrio. Nick parecia se dar bem de primeira com a pista enquanto segurava as minhas mãos para que não caísse.

Ele tentou me soltar depois de algumas voltas na pista de gelo, mas tudo o que eu consegui foi cair de bunda no gelo. Nick parou a minha frente e estendeu a mão para me ajudar a levantar. Consegui ouvir algumas crianças rindo e corei de modo violento.

“Isso não vale.”, eu me queixei quando voltamos a andar de mãos dadas. “Gelo faz parte do seu elemento”

Nick sorriu.

“Isso não tem nada a ver. É prática, não mágica.” , ele disse me arriscando em um rodopio rápido. “Sei patinar desde os sete anos. Você também deve ter um dom especial, talvez possa me mostrar um dia”, ele provocou.

“Talvez”, eu disse, prestando mais a atenção nos meus pés do que nas intenções por baixo das palavras de Nick. “Mas isso não muda o fato que gelo e água são partes do seu elemento”

“São, mas eu não os estou usando”, ele largou uma das minhas mãos e colocou em minha cintura, de modo que meu corpo ficou perto do seu.

“Não precisa”, eu disse presa na profundidade de seus olhos azuis. “Pode estar usando inconscientemente.”

“Hum”, foi a última coisa que ele disse antes de me beijar.

Sua outra mão ainda estava na minha cintura, me dando o tal equilíbrio que ele tanto citara. A outra estava na minha mão, como se fôssemos dançar alguma valsa. Era incrível a sensação dos seus lábios contra os meus. Tão gelados, mas ao mesmo tempo, tão quentes.

Nick tentou puxar ainda mais meu corpo contra o seu, mas isso só fez com que nós dois perdêssemos o equilíbrio e caíssemos no chão, um por cima do outro. Sorte a minha que eu tinha caído em cima de Nick e não vice-versa.

“Vamos sentar um pouco”, ele propôs quando paramos de rir.

“Claro.”, respondi.

Tirei meu corpo de cima do dele de modo que ele pudesse se levantar e esticar sua mão enluvada para mim. Um sorriso sempre reinando em seu rosto. Assim que sentamos no banco, Caroline veio em nossa direção, rindo.

“Estou me divertindo tanto vendo vocês patinando que me lembrei da época que eu o fazia”, ela confessou se sentando ao meu lado no banco.

Parei de esticar as minhas pernas para encará-la, chocada.

“Você patinava?”, perguntei.

“Claro!”, ela respondeu radiante. “Desde os 12 anos de idade. Só parei porque tinha o meu trabalho como professora e o meu dever como bruxa”, ela pareceu um pouco triste aquela hora.

Então uma ideia brilhou em minha cabeça.

Tirei meu patins e os estendi para Caroline. “Vá, patine”, eu disse sorrindo.

“Não posso”, ela lamentou, mas seus olhos estavam fixos nos sapatos com duas lâminas perfeitas. Apostava que eu calçava o mesmo número que ela. “Tenho que ficar de olho em vocês dois”

“Hey,”, Nick disse entrando em nossa conversa pela primeira vez. “Já tenho 18 anos e aposto que posso cuidar da minha namorada muito bem”, ele colocou seu braço em meus ombros.

Eu corei com o novo título de namorada. Mal nos conhecíamos. Mal tínhamos saído. Mas já que ele já me considerava, para quê eu iria discordar? Empurrei os patins, impaciente, em sua direção e cruzei meus braços de modo que dissesse que não aceitaria um 'não' como resposta.

“Tudo bem”, Caroline suspirou e começou a trocar os sapatos. “Mas será rápido e vocês não saíram daqui”

“Ok”, Nick e eu dissemos juntos.

Caroline se levantou com tamanha elegância e se pôs em direção a pista de patinação. Ela começou divagar, dando algumas voltas e conhecendo a pista de gelo. Mas logo pegou o embalo e começou a dar alguns saltos.

Sentia minha boca se abrindo ao observá-la. Muitas das pessoas que ali estavam patinando, saíram da pista, para cedê-la a Caroline e sua performasse. Ela parecia um anjo, com seus cabelos loiros pálidos soltos e um sorriso de tirar o fôlego. Dava inúmeros saltos, sendo a maioria perfeitos e difíceis. Até mesmo Nick se surpreendeu.

Logo a pista só pertenceu a Caroline e seus pés de ouro. Ela não errava mais. Rodopiava conforma a música suave, mas com ritmo que saía dos alto falantes. Conseguia até mesmo imaginá-la em alguma competição de alto nível e como ganhadora. Não conseguia sequer desviar, ou perder, um movimento que ela realizava.

Finalmente e infelizmente, ela terminou sua curta apresentação com um giro triplo perfeito e se colocou em uma posição angelical, onde esticava uma de suas pernas para trás e seus braços para os lados, como um avião. Devo acrescentar que ela recebeu palmas e assobios. A música terminou no exato momento em que ela se curvou em agradecimento e saiu da pista, um pouco corada por causa do esforço e da vergonha.

“OMG! Chamei muita atenção”, ela respirava um pouco rápido e pesado.

“Você merece essa atenção, Caroline.”, Nick disse e estendeu sua mão em direção a dela. “Devo admitir que você foi muito boa”, eles apertaram as mãos e ela corou mais ainda.

“Muito boa?”, eu arfei. “Ela foi ótima, maravilhosa, perfeita, impecável e um montão de outras coisas”, a abracei e nós duas rimos. Conhecia Caroline desde que entrei na escola e nós duas tínhamos desenvolvido um tipo de camaradagem boa de aluna-professora.

“Não seja muito exagerada, Alexa”, ela me censurou.

“Ela apenas está dizendo a verdade, Caroline”, Nick disse.

Mas no fundo, ela sabia que eu tinha razão. Só era humilde demais para admitir. Todas as pessoas ficaram impressionadas com aquela “simples” apresentação. Caroline, quando colocava os pés na pista de gelo, deixava de ser uma bruxa normal para se tornar uma ninfa do gelo.

Caroline, finalmente se sentindo vencida, riu.

“Tudo bem, tudo bem. Vou aceitar os elogios, só dessa vez”, ela disse e olhou no relógio. “É melhor nós voltarmos para a escola. Está ficando tarde e acho que Alexa já teve tombos o bastante”

Caroline e Nick riram enquanto eu corava.

Nós colocamos nossos sapatos e os entregamos no balcão. Mesmo o pai sendo gerente dali, Nick fez questão de pagar e ainda dar uma gorjeta. Quando voltamos a pequena sala onde Michael estava para nos despedir, ele lamentou que a visita tivesse sido rápida.

“Pena que vocês já vão”, ele disse enquanto abraçava um a um apertado, inclusive Caroline. “Acho que nos vemos na visita mensal”, ele lamentou.

“Claro, pai”, Nick respondeu abraçando o pai novamente.

Ele se afastou e entrelaçou seus dedos no meu. Michael sorriu. Caroline também. Nick mais ainda. E eu? Estava radiante. Tinha sido o melhor dia de toda a minha vida. E com o garoto que eu gostava de verdade.


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Notas finais do capítulo

Comentem, please



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