Thor caminhava pelas ruas movimentadas de Asgard. Apesar de haverem vários rostos, vários sorrisos, vários cumprimentos e elogios ele nunca havia se sentido tão solitário como naquele dia.

Depois de voltar de Jotunhein, Thor foi falar com Odin, mas este não naturalmente não concordou com sua ideia de invadir o planeta dos gigantes de gelo. Loki seria coroado como rei, havia abandonado tudo os que viveram, sentiram e Thor nem sabia o por quê.

Foi para a casa onde o mais novo morava, mas não sabia direito o que fazer ali. Não havia mais nada além de lembranças que o deixavam mais triste.

Viu os livros, sua armadura para batalha, pegou uma de suas roupas e ficou olhando.

Seus olhos arderam ao se lembrar do que Loki havia dito:

“– Oh Thor, sempre tão seguro de si. Apenas volte e aceite isso como algo irreversível. Não há nada que você possa dizer...que me faça voltar.”

Todos o achavam um poço de confiança, de atitude, de coragem. Um erro muito comum. Thor não conseguia pensar o que fazer a seguir e a todo momento a imagem de Loki vinha para atormentá-lo.

Ouviu alguém batendo na porta e quando atendeu viu que eram Frandal, Hogun, Volstagg liderados por Sif.

- Olá Thor. Soubemos do que houve. – disse Hogun.

- Entrem meus amigos. Aceito e agradeço a companhia de vocês neste momento. – respondeu ele dando passagem para os outros entrarem.

- Nós entendemos os seus sentimentos, Thor. Mas precisamos fazer algo. Rápido. – declarou Sif.

- Tento pensar em algo também. Mas o que? Não poderei invadir Jotunheim. Nem deveria, não quero causar uma guerra, é estranho dizer isso...mas não quero usar violência por mais que meu coração esteja agitado, pedindo por explicações, por perdão.

- Loki se tornará rei hoje ao entardecer. Sif nos deu a ideia de irmos falar com ele. Quero dizer, vamos com você...não vamos para brigar, apenas para ajudá-lo. Se essa ajuda for usar a violência, então assim será. – disse Volstagg segurando o ombro de Thor.

- Faremos isso. Você merece. Loki merece. – complementou Frandal.

- Sou eternamente grato a vocês. Faremos isso então. – respondeu o futuro rei de Asgard.

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Loki observava da janela seu futuro reino. Como tudo pôde mudar tão rápido? Era nisso que ele pensava quando um escravo veio e disse que o rei o aguardava.

Este tinha aparência assustada e não o olhou em nenhum momento. Então era assim que o povo de Jotunheim vivia. Era assim que Laufey vivia. Seu povo assustado e exilado naquele mundo sem frio, sem vida. Loki não conseguiu evitar de pensar que Odin também tivera sua parcela naquilo tudo e mesmo não tendo vivido esses dias, ele sentiu o peso de fazer disso.

Lutar, esbravejar, se mostrar mais forte não tinha mais tanto mérito ou honra quando a guerra era de verdade. As palavras da gigante Mya voltavam a todo momento em sua mente:

“...mas...nem sempre o que vemos é a verdade. Desconfie, questione, confie nos seus sentimentos, senhor.”

Se Loki seguisse seu coração, nada daquilo teria acontecido. Mas nem tudo era só o que desejava. Desconfiar? Questionar? Ele havia parado quando soube que seu destino era se tornar um gigante. Olhou novamente seu reflexo no espelho. Sua aparência era tom azulado, pele grossa, cabelos escuros que sempre foram sua marca e os olhos completamente vermelhos.