I Wont Let You Go escrita por Jessie Austen


Capítulo 7
The Scientist


Notas iniciais do capítulo

"Vim para te encontrar, te dizer que estou arrependido
Você não sabe como você é adorável
Eu tive que te encontrar, te dizer que eu preciso de você
E te dizer que me afastei de você
Me conte seus segredos e me pergunte suas dúvidas
Oh, vamos voltar para o começo
Correndo em círculos, chegando nas caudas
Cabeças em uma ciência distante
Ninguém disse que era fácil
É mesmo uma pena nós nos separarmos
Ninguém disse que era fácil
Ninguém nunca disse que seria tão difícil
Oh, me leve de volta ao começo
Eu só estava adivinhando números e figuras
Resolvendo os quebra-cabeças
Questões da ciência, ciência e progresso
Então não fale tão alto quanto meu coração
E me diga que você me ama, volte e me assombre
Oh, quando eu corro para o começo
Correndo em círculos, perseguindo caudas
Voltando a ser como nós éramos
Ninguém disse que era fácil
Oh, é mesmo uma pena nós nos separarmos
Ninguém disse que era fácil
Ninguém nunca disse que seria tão difícil
Estou voltando para o começo."
[Coldplay]



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“.(...)Mas resolveu em cima da hora ir de encontro com Laufey sem avisar ninguém.

Ele não queria ter que mentir nem omitir nada de Thor, mas o conhecia bem ao ponto de saber que ele nunca concordaria com aquela ida à terra dos Gigantes.

Loki tinha medo, mas tinha também muita curiosidade de saber o que estava se passando com ele.

Usando então uma de suas magias, fugiu por um portal de difícil acesso e limitou o acesso do guarda Heimdall. Desta forma, ninguém saberia que ele iria para lá....”




Quando Loki chegou ao mundo dos Gigantes não viu nada além imensas rochas brancas.

– Laufey! Eu estou aqui! Me diga o que você quer! – ele gritou olhando à sua volta.

– Veja quem finalmente voltou para casa. Meu filho. – respondeu uma voz em som sarcástico. Logo Laufey apareceu sentado e distante dele, acima numa pedra.

– Não ouse me chamar de seu filho. Eu tenho um pai e ele definitivamente não se parece nada com você...

– Será mesmo? Somos reis e queremos as mesmas coisas. Riqueza e poder. Os métodos não importam muito...

– Na verdade são as únicas coisas que importam. Me diga, o que você quer...

– É bem simples. Quero que você assuma o reinado de Jotunheim.

Loki riu e com desprezo, respondeu:

– O que te faz pensar que eu quero isso. Que eu vá aceitar isso. Eu não tenho motivo nenhum para fazer isso. Eu nunca fui seu filho e não serei agora.

– Mas é exatamente aí que você se engana Loki. Você quer poder, você quer ser reconhecido, afinal você merece.

– Você não me conhece mesmo...

– Não? Eu sei que você é suficientemente patético por viver uma vida ridícula e limitada em Asgard. Apaixonado pelo próprio irmão...aceita ser o segundo em tudo. O melhor, depois do querido e amado Thor.

– Não ouse dizer o nome de Thor.

– O que você vai fazer? Me atacar? Você é tão fraco e tudo porque você não sabe da verdade completa.

O coração de Loki batia forte de ódio e seus olhos começavam a ficar marejados.

– Me diga logo o que você quer, Laufey.

– Eu quero que você seja o que realmente é. Um gigante de gelo.

– E por que isso agora? Você me rejeitou...

– Não quero ser o seu pai. Você tem uma ideia muito asgardiana das coisas...mas nem sempre foi assim, lembra? Eu sei...eu conheço a sua fama, Loki. Sei que muitas pessoas não confiam em você. E com razão...você sempre mentiu, jogou sujo, trapaceou...e então, o que aconteceu? Thor o deixou fraco...sensível...um completo inútil. Não, eu preciso apenas de um substituto.

– Não serei. Nunca seria...e muito menos agora depois de todas essas ofensas. Você é patético Laufey. Seu reinado reflete o fracasso que você é em tudo o que você faz. Não justificarei o que sinto ou o que vivo porque não é da sua conta.

– Vá embora então. Aceite ser o coadjuvante na história do Thor...e aproveite enquanto ele te deseja na forma asgardiana. Isso não durará muito tempo.

Loki sentiu um calafrio subir por sua coluna e tentou responder da maneira mais calma que conseguiu:

– O que você quer dizer?

– Ah, o seu querido pai não disse? Típico do Odin mesmo...o pai de todos é sempre tão cauteloso. Pois bem, eu conto. Nós, Loki...gigantes de gelo temos o poder de tomarmos a forma de quem quisermos. Isso justifica a sua habilidade em truques. Não me diga que você nunca tomou outras formas...de pássaros, por exemplo. E me diga quantos asgardianos possuem a mesma habilidade.

Loki refletiu então. Realmente, desde criança ele possuía tal habilidade. Havia se passado por outras pessoas e animais para se esconder, brincar e até mesmo enganar quem queria. E nunca ele havia conseguido outro alguém com tais habilidades.

– Isso não faz sentido. Eu sou assim desde que me lembro.

– É claro que é. Você cresceu convivendo com essa forma. O que teve que fazer foi apenas imitar. Para tentar se encaixar, parecer normal...afinal ser o filho do rei não é tarefa fácil. Mas tudo o que você sente é um reflexo do que você vê...e é exatamente isso que o limita.

– Você está mentindo...

– E você não tem certeza disso. Quer ficar e ver o que acontece? Thor vai te desprezar, vai sentir nojo do monstro que você vai tornar...seus pais o negarão e você começará a perder bondade e vai querer se vingar deles. Loki, aceite o monstro que você é. Liberte-o. – sorriu Laufey.

Loki tremia. Ele queria chorar, mas ao mesmo tempo queria matá-lo. Sabia que um movimento e ele estaria morto.

– Eu sinto cheiro de ódio? Muito melhor do quando você chegou...de medo, esperança. Loki, você se tornará um rei poderoso. Sem a fraqueza asgardiana, você não precisará de ninguém. – disse o gigante.

– Eu já tenho tudo que eu preciso...- ele respondeu com sua voz falhando.

– Mas tudo o que você tem é uma mentira...e ela chegará ao fim muito em breve. Loki, não seja tolo de acreditar que Thor aceitará você com sua forma natural. Você não pertence à Asgard. Nunca pertenceu. Na verdade você está só voltando e tomando o lugar que é seu de verdade. Para que se contentar com migalhas se um banquete te espera? Pense. Tudo o que você sempre almejou antes de convencer que estava apaixonado o aguarda. Basta você aceitar quem realmente é.

Loki não podia acreditar no que ouvia. Devia haver uma solução, ele simplesmente não podia aceitar desistir de tudo.

– Afaste-se Thor enquanto você pode fazer isso. É o que irá acontecer você querendo ou não. Você sabe disso. Você sabe que por dentro você não tem nada de realmente bom. Nunca teve. Os gigantes são traiçoeiros, invejosos, egoístas...ruins.

Ele então se virou e saiu em direção ao portal que iria levá-lo de volta. Queria acordar daquele pesadelo, aquilo não podia ser verdade. Antes de partir, encarou Laufey mas não conseguiu dizer nada.


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Chegando em casa, viu Thor o esperando em frente à arvore de sua casa.

– Até que enfim você veio! Você parece triste...- disse Thor abrindo um sorriso que fez o coração de Loki doer. Ele só precisava abraçá-lo.

– Não, não é nada. Dia cheio, só isso. Quero dormir. – respondeu automaticamente enquanto seus pensamentos divagavam.

– Vamos jantar? – questionou Thor beijando-o novamente.

– Estou muito cansado.

– Loki, olhe nos meus olhos.

Ele evitou ao máximo, mas teve que olhar naqueles olhos que tanto amava e que o fazia se perder de si próprio.

– Independente do que aconteça lá fora, o que importa é que você me tem e eu tenho você. Entendeu?

– Sim. – respondeu sem certeza alguma.

Thor sorriu e o beijou novamente.

Tudo aquilo então chegaria ao fim. Sua alma chorava em desespero. Loki nem ao menos conseguia saber o que sentia de verdade, quem era realmente. Queria fugir dali o mais rápido, queria implorar para Thor se afastar. Quis que tudo aquilo terminasse.

– Thor, eu vou tomar um bom banho. Depois vou dormir.

– Ok. Te espero então.

Os dois entraram em casa e Loki foi até o banheiro. Olhando a pele de suas mãos, ele não podia acreditar no que estava acontecendo. Começou a chorar silenciosamente. Ele devia partir, então. Sentiu ódio de ter nascido um gigante de gelo, de ter sido abandonado, de ter servido como relíquia para seu o pai de todos por todo esse tempo, de ter conhecido Thor e de ter se apaixonado por ele. Mas principalmente de partir daquele jeito covarde.

Loki entrou na banheira e ficou encarando o teto por muito tempo. Só despertou quando percebeu que a água já começava a ficar gelada. E ele nem havia percebido a mudança de temperatura.

Quando terminou, foi até o quarto e encontrou Thor adormecido sentado na cama, no seu lado havia um sanduíche e um copo de leite que ele havia preparado se caso Loki mudasse de ideia. Aquela cena fez Loki tampar sua própria boca para abafar o choro. Se aproximou do mais velho, o beijou levemente e disse ao seu ouvido:

– Eu te amo, Thor. Disto eu sempre tive muita certeza.

Preparou uma pequena mala com algumas roupas que daqui a algum tempo não precisaria mais. Deveria deixar uma carta com o motivo da partida? Um bilhete talvez. Ele não conseguia pensar em nada brilhante para dizer.

Era melhor que Thor pensasse que ele havia o traído. O silêncio, a dúvida era mais dolorosa.

“Apenas me perdoe algum dia.”

Essa frase ele teve que escrever.

Deixando o papel sobre a mesa da cozinha, ele então partiu para Jotunheim.



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