I Wont Let You Go escrita por Jessie Austen


Capítulo 15
Nobody's Home


Notas iniciais do capítulo

"Eu não poderia te dizer
Por que ela se sentiu daquele jeito
Ela sentiu isso todos os dias
E eu não pude ajudá-la
Eu só a via cometer
Os mesmos erros novamente
O que está errado, o que está errado agora?
Muitos, muitos problemas
Eu não sei onde ela pertence
Onde ela pertence
Ela quer ir pra casa, mas ninguém está em casa
É onde ela fica, despedaçada por dentro
Sem nenhum lugar pra onde ir, nenhum lugar pra onde ir
Para secar seus olhos, despedaçada por dentro
Abra os seus olhos
E olhe lá fora
Encontre o motivo pelo qual
Você tem sido rejeitado
E agora você não consegue encontrar
O que você deixou pra trás
Seja forte, seja forte agora
Muitos, muitos problemas
Eu não sei onde ela pertence
Onde ela pertence
Ela quer ir pra casa, mas ninguém está em casa
É onde ela fica, despedaçada por dentro
Sem nenhum lugar pra onde ir, nenhum lugar pra onde ir
Para secar seus olhos, despedaçada por dentro
Seus sentimentos ela esconde
Seus sonhos ela não consegue encontrar
Ela está perdendo a cabeça
Ela foi deixada pra trás
Ela não consegue encontrar seu lugar
Ela está perdendo a sua fé
Ela caiu em desgraça
Ela está por aí
Ela quer ir pra casa, mas ninguém está em casa
É onde ela fica,despedaçada por dentro
Sem nenhum lugar pra onde ir, nenhum lugar pra onde ir
Para secar seus olhos, despedaçada por dentro
Ela está perdida por dentro, perdida por dentro."
[Avril Lavigne]



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Mya corria por um campo aberto de gelo e de tanto rir quase não conseguia respirar.

– Você é louca! – disse um outro gigante se aproximando também sem ar algum.

– É por isso que você me ama!

Ele se aproximou e a beijou levemente sorrindo.

– É verdade. Desde a primeira vez que te vi...

– Impossível...você só tinha sete anos...

– Eu sempre fui um gigante muito maduro. – ele brincou fazendo-a deitar junto com ele.

Os dois observaram a imensidão do universo tão misterioso, fascinante e complexo.

– Eu queria que nós Jotuns, fôssemos aceitos nos outros oito reinos...queria poder conhecer outros lugares, sabe? Já vi livros de Midgard, Asgard...sempre falam de tantas coisas complexas que minha imaginação não consegue alcançar. Amo onde nasci, mas aqui é sempre assim...tão gelado, tão sério...

– O problema não é o nosso planeta, Mya. O problema é o nosso rei...graças a eles todos os outros reinos acham que nós somos apenas monstros bárbaros. A guerra com Niflheim só confirma isso. Por que Laufey tinha que invadir dois povos que sempre foram amistosos?

– Acalme-se, Ramy. Dará tudo certo...e quando você voltar...poderá me ver com um barrigão, já pensou? – ela disse sorrindo.

– Sim...será a nossa gigantezinha...

– Como você sabe que será ela mesmo? Pode ser um belo gigante também...

– Não sei, Mya...mas sinto que será uma bela gigante, assim como sua mãe é.

Ramy, o jovem gigante se aproximou e beijou sua barriga carinhosamente. Aquela foi a última vez que ficaram juntos. Na semana que se seguiu ele perdeu sua vida, durante uma luta que nem ao menos era dele.




Mya acordou gritando. Tentou enxergar, mas estava no escuro corredor. Sentia uma dor imensa percorrer por seu corpo, passou a mão por seu abdômen e sentiu um líquido quente. Sangue. O desespero correu por sua voz, seus olhos, mas parecia não haver mais ninguém ali. Ela perdeu seus sentidos novamente por causa da dor.






– Feliz aniversário, Mya! Não é todos os dias que uma gigante faz 12 anos!

– Obrigada, papai! Eu te amo!

A pequena jotun agarrou o pescoço do velho gigante que riu.

– Será que o Ramy vem? - perguntou de maneira distraída.

– Hum...pelo o que eu notei, com certeza vem sim!

– Queria que mamãe estivesse aqui...

– Não fique triste, querida.


O pai de Mya a abraçou carinhosamente.Ela jamais saberia, mas desde pequena havia escutado de todos que sua mãe havia morrido no parto. A verdade era muito mais sombria: sua mãe, Hal sempre fora apaixonada pelo jovem príncipe, agora rei Laufey. Mas acabou se casando com outro gigante.

Um dia, Laufey imensamente magoado, decepcionado e desiludido com sua a própria vida acabou usando-a, dizendo que a amava e que queria ficar com ela. Ela acabou engravidando.

Com uma filha ainda pequena e grávida de outro gigante do rei, Hal simplesmente enlouqueceu.

Seu marido a perdoou, mas ela não conseguiria fazer o mesmo. Sempre dizia que tinha estragado a vida deles.

Na noite em que Asgard atacava Jotunheim ela fugiu com o pequeno recém-nascido e procurou por Laufey.

"Ele é seu filho, Laufey! Você não pode negá-lo!" gritava no meio dos destroços próximo ao palácio. Ninguém a ouvia.

Ela segurou e olhando para o bebê que chorava, disse:

– Meu filho amado. Eu espero que me perdoe pelo que fiz, pois isso não tem mais volta. O que eu farei agora...será o melhor.

Entre duas pedras ela o deixou, enquanto as lágrimas corriam pelo seu rosto. E em um abismo ali próximo, ela decidiu dar fim à sua própria vida.

Um soldado asgardiano que estava escondido, vira a cena e se aproximou do local onde o bebê estava.

– O que houve? – disse o rei Odin se aproximando com seu cavalo.

– Veja, senhor! Um bebê jotun...eu vi uma gigante deixando ele quase agora. Ela gritava que ele era filho de Laufey.

– Filho de Laufey? – perguntou o rei de Asgard enquanto pegava o bebê carinhosamente – Não estranharei se for. Isso é típico dele, desistir, negar. Veja, ele sorriu...viu? Vamos, não temos mais nada que fazer aqui...

– O senhor vai levá-lo?

– Claro que sim. Frigga sempre desejou ter mais um filho.



Nos dias que se passaram, o marido de Hal procurou por ela e pelo bebê, mas eles simplesmente desapareceram.

Os anos se passaram e ele então educou a pequena Mya. Hal tinha fugido? Não sabia ao certo. Mas ele teria ficado com o pequeno, o filho de Laufey, como sendo seu.




– Papai...o que foi? Parece triste? – perguntou a pequena, abraçando sua cintura enquanto ele terminava de arrumar a mesa.

– Nada, acabei de lembrar que não comprei os pratinhos para o bolo. – respondeu sorrindo.




Dois anos mais se passaram e repentinamente o pai de Mya adoeceu e morreu sem dizer a verdade para sua filha.



– Socoorro! – ela gritou acordando novamente no corredor escuro.

– MYA! – Loki que se aproximou e se ajoelhou perto dela, segurando seu pescoço – ME AJUDEM! Mya, o que houve?

Loki segurou seu rosto, escorria sangue por sua boca, um sangue escuro, mas muito quente.

– Loki, o conselheiro...cuidado. É feitiço, não acredite neles...eles querem invadir Asgard para ganhar a guerra. Cuidado.

– O Conselheiro de Laufey fez isso? SOCORRO! Mya, acalme-se ok? Olhe para mim...vai ficar tudo bem...

– Eles querem enganá-lo...eu sinto muito.

– Mya! Mya! Olhe para mim!

– Não se preocupe, Loki...eu vou ficar bem...estou indo para um lugar muito bonito. - Loki começou a chorar ao ver que os olhos de Mya perdia a vida aos poucos – Cuide dela? Promete que vai cuidar da minha bebê?

– Prometo...eu juro. Mya...

Neste momento a gigante deu um leve sorriso e então fechou seus belos olhos lentamente.

Ele a segurou enquanto chorava de desespero. Por que tinham feito isso com uma jovem mãe? Ela tinha dito sobre feitiço, traição, sobre não acreditar neles. É claro que ela se referia sobre Laufey e seus fiéis gigantes. Ele tinha que tomar cuidado.

Se levantou e pediu aos empregados que a levassem para o quarto e a trocassem para seu enterro. Passou pelo quarto e viu o pequeno bebê dormindo profundamente. Loki a pegou nos braços e disse baixinho:

– Quem fez isso...eu me vingarei. Ouviu? Céus, tão pequena...

Neste momento Loki pensou também em algo que sempre fez questão de ignorar: sua mãe biológica.

Ele havia nascido numa época sombria de Jotunheim. E mesmo assim tinha tido muita sorte. Não sabia quais teriam sido as circunstâncias para ter sido abandonado, mas o mais importante é que tinha tido uma segunda chance para ser amado, desejado.

Ele tinha um pai, uma mãe...por causa de tudo que tinha acontecido havia conhecido o amor da sua vida.

Pensou em todas as mães desesperadas e todos os bebês abandonados. Ele definitivamente havia tido muita sorte. Olhando ainda para a pequena gigante, completou:

– E você será muito amada. Eu juro.

– Senhor, com licença...sou a ama que pediram – disse uma gigante se aproximando.

– Sim, claro. Cuide dela, ok? Eu já venho...obrigado.

Loki a entregou e enxugou suas lágrimas.

Iria de encontro de Laufey e seu conselheiro, mas antes daria seu último adeus a Mya.














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