Expectativa

Thor estava sentado no trono. Se tornaria rei naquela tarde, tudo já estava pronto.

Naquele gigantesco e dourado salão ele tinha a vista de todo o reino de Asgard à sua frente.

O dia pelo qual ele havia nascido havia chegado, mas por quê então não se sentia feliz?

Por um segundo conseguiu desviar seus pensamentos de Loki.

Depois de quase três meses eles não haviam se visto mais e Thor ficava sabendo apenas das notícias mais relevantes de Jotunhein que chegavam até ele.

A seu pedido, um convite havia sido enviado à Jotunheim, mas ele sabia que seu amado não viria de qualquer forma.

Fechou seus olhos por um segundo e respirou fundo. Repassou toda a cerimônia e o que deveria fazer e falar, não haveriam erros afinal desde criança ele havia sido preparado para isso.

Por um momento desejou ter nascido um cidadão asgardiano ou um gigante. E novamente seus pensamentos voltaram-se para Loki.

– Senhor! Com licença! – entrou um empregado correndo pelo salão após abrir a porta abruptamente – Ele não quis esperar...eu disse para ele esperar!

Thor olhou em direção à porta e não pode acreditar. Era Loki. Sorrindo.

Ele se levantou num impulso e agradecendo, pediu para deixa-los sozinhos.

Quando finalmente ficaram de frente, Thor disse:

– Você veio...

– Eu não perderia este dia por nada. Thor, eu te amo.

Ele então se aproximou e o beijou de maneira tão doce que quase o machucou.

Loki estava ótimo. Em sua versão asgardiana, ele estava feliz, brilhante. Ele era o antigo Loki novamente.

Thor o abraçou forte e isso o fez cair na risada.

– Você voltou. Você voltou para mim...Loki. – disse, beijando-o.

O mais novo segurou forte seu pescoço enquanto revia todos os detalhes daquele rosto que amava tanto. Loki sorriu e respondeu:

– Eu estou aqui, Thor. Já chega de tristeza.

Por fim, o beijou novamente de maneira sufocante.

Realidade

– Senhor, senhor!

Thor levou despertou de seus pensamentos. Viu o empregado entrando com pressa pelo imenso salão e isso fez seu coração bater muito forte.

– Sim...

– Desculpe-me incomodá-lo. Mas sua mãe o aguarda para os últimos detalhes referentes à sua vestimenta, meu príncipe.

– Oh, sim. Claro...minha vestimenta, naturalmente. Obrigado. Diga a ela que já vou.

– Sim, senhor.

O futuro rei de Asgard então se levantou e caminhou lentamente pelo salão. Lá fora pode ver o Sol se pondo.

Sentiu como se seu coração estivesse sangrando. Queria fugir, esquecer de tudo e de todos. Sentia sufocado, mas nada poderia ajudá-lo.

Neste momento ele percebeu que não era a ilusão que o feria e sim a esperança que ainda possuía mesmo sem ter nenhum motivo.

(...) E é com grande honra, povo de Asgard, que eu anuncio a vocês e a todos os outros oito reinos que o meu filho, meu primogênito, Thor...a partir de hoje é o reino de Asgard!

Todos no grande salão dourado que estavam escutando tais palavras em silêncio ovacionaram o seu novo rei.

Thor se levantou e cumprimentou a todos de maneira simpática e mecânica. Em meio àquela multidão de rostos felizes e falantes, não estava a pessoa que ele mais ansiava ver naquele momento.

Ele olhou para Odin e Frigga que sorriam, orgulhosos. Virou-se em direção de seus quatro amigos e fez uma breve reverência.

Tomando à frente, disse:

– Minha amada Asgard: Hoje é um dia muito importante para mim. Sonho com esse dia, e houve uma época que eu não merecia ser rei. Mas eu sempre procurei aprender, crescer e hoje, meu pai me concedeu essa honra. Prometo a vocês e a todos os outros reinos, ser responsável, mas ter bravura. Ser sensível, mas ser uma fortaleza. Arriscar, mas em todas as vezes, aprender. Muito obrigado a todos que me ajudaram a chegar a este momento. Em especial a Loki. Sinto muito a falta dele.

Todos ficaram em silêncio ao ver o rosto de Thor ser tomado por tristeza. Após alguns segundos, ele voltou à realidade e terminou seu breve discurso de posse.

Odin terminou de dizer algumas palavras e após o término da cerimônia, Thor foi para a festa de sete dias que era feita em toda ocasião especial.

Nela, ele teve a impressão de ter conversado com todos do reino de Asgard e mesmo assim nunca havia se sentido tão só.