Amuleto Da Sorte escrita por Luísa Rios


Capítulo 6
As Estilistas


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo aí gente, espero que gostem :D



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Logo a porta se abre e uma garota de pele branca – que milagre, todo mundo aqui é colorido – e cabelos pretos com algumas mexas de cores como azul, roxo, rosa, verde, vermelho, várias cores. Ficou bonito até, nada daquele visual de circo do outro pessoal. Ela usava uma maquiagem das mesmas cores de seu cabelo, menos a boca, que estava vermelha escura. A moça entrou e me avaliou da cabeça aos pés, silenciosa. Depois de algum tempo ela pediu para que eu colocasse o robe de novo. Que bom.

–Olá, Clove. Eu sou Tory. – que merda de nome é esse? – Eu serei sua estilista. – ela me observou rapidamente de novo - Suas roupas do desfile já estão prontas, na verdade.

–É mesmo? – pergunto tentando parecer realmente interessada.

–Sim, quer saber como ficou?

–Claro.

–Você se lembra como os carreiristas do dois foram vestidos no ano passado? – engraçado como aqui eles não nos chamam de tributos e sim de carreiristas. Só falam que não há favoritismo. Eu, pessoalmente não tenho nada contra.

–Bem, geralmente o nosso distrito se veste como pacificadores mais aprimorados né? Foi assim que os vestiram no ano passado? Todos de branco em saias e calças, alguma coisa assim? Não lembro bem.

–Pois é. Esse ano nós não vamos focar nos pacificadores e sim na fábrica de armas. – que lindo. Já to até imaginando eles me colocando numa fantasia de espingarda. Não, não fariam isso. – Onde usam as armas, Clove? – pra que tanto mistério? Ai, eu mereço.

–Sei lá. – pensei – Revoltas, lutas, assassinatos, castigos, guerras...

–Isso mesmo. – fui interrompida – Guerras. – ela pausou e me observou, esperando uma reação de entendimento. – Bom, Clove, você já pode ir para seus aposentos. Logo eu e Aria - os nomes daqui merecem um prêmio. – vamos ao seu compartimento vesti-los. – já entendi. Ela não vai me contar como é a droga da roupa.

Espera. O estilista de Cato também é mulher?

–Vocês dois, nossos estilistas... – fui interrompida. De novo.

–Duas, amorzinho.

–São duas mulheres?

–Sim. – ela disse num tom natural, como se fosse óbvio. - Alguns distritos têm dois estilistas homens também, Clove. – Tudo bem, né.

Ela sorriu pra mim, num gesto de: “Já terminamos”. Eu saí da sala e me dirigi ao elevador. Não havia mais ninguém lá, somente eu. Apertei o botão de número dois, correspondente a nosso andar e quando as portas abriram eu pude ver, sentados no sofá Cato e Jonh estavam conversando sobre alguma coisa e o homem azul prestava atenção no noticiário sobre os jogos, que nessa época é só sobre o que se fala na capital.

–Clove! Demorou. Como foi sua sessão? – Jonh perguntou.

–Dolorida. Mas a de Cato foi pior né? – tentei fazer um falsete da voz dele, saiu horrível – “NECESSÁRIO MERDA NENHUMA”. – dei risada.

–Aqueles doentes coloridos queriam passar uma coisa quente e grudenta na minha perna. Nem sei o que aquele troço faz.

–Tira todos os pelos da sua perna, Cato. – eu falei – Passaram em mim duas vezes em cada perna.

–Pior ainda.

–Como te pouparam, Cato? Você simplesmente disse que não queria e eles não o fizeram?

–Não né, Clove. Eu gritei pro mundo todo ouvir. A Aria, a estilista, chegou e disse que não era necessário pra mim. Eles a ouviram e me liberaram.

–Sortudo. Olha o que fizeram na minha mão. – mostrei minhas unhas uniformemente em forma de garra pintada em dourado.

–Ficou... Maneiro. – ele falou vacilando. Eu ri.

–Vou deitar.

–Você é muito preguiçosa, Clove. – disse Jonh.

–Dane-se. – ele riu de minha ignorância.

Antes de eu ir até o quarto onde até então não havia prestado muita atenção, Cato fez o gesto de novo, que logo iria me ver.

A cama na qual dormi ontem era grande e fofa e encontrava-se arrumada. Do jeito que eu não deixei quando saí hoje de manhã. Havia uma janela na qual se tinha um controle para escolher a paisagem, não mexi. Tudo escuro tava bom, só podia ver vagamente uns pontos de luz por causa do abajur aceso. Também havia um guarda-roupa enorme, da mesma cor do metal da cama. Entrei no banheiro para lavar o rosto e esse sim era de surpreender. Diferente do trem, no painel da banheira havia dezenas de botões. Não sei nem pra quê serviria aquilo tudo, mas tudo bem. Havia três frascos de vidro com sabonete líquido dentro. Um era hidratante, outro que retirava oleosidade e outro que esfoliava. Pra que mesmo isso se já me despelaram toda?

Lavei meu rosto com água morna. Saí do banheiro e sentei em minha cama. Olhei no relógio ao lado na mesa de cabeceira e eram cinco e meia. Eu fiquei praticamente o dia inteiro no centro de modelagem e logo, logo eles viriam de novo fazer minha maquiagem e me vestir para o desfile dos tributos. Batidas na porta. E novamente antes que eu possa dizer “entre” Cato abriu a porta sorrindo. Eu fiz uma cara de brava forçada.

–Alguém te deixou entrar? – falei. Ele entendeu a brincadeira.

–E eu preciso de permissão? – ele fechou a porta com os pés e subiu na cama já me beijando. Eu pensei em como isso ia fazer mal pra gente depois. No fim de tudo.



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Notas finais do capítulo

Eai, gostaram? Mandem reviews dizendo o que acharam, amores!