Love is Us escrita por Clarinha


Capítulo 2
Primeiro Capítulo: Conhecendo Pessoas


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o primeiro capítulo! Espero que gostem.



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Paisly POV.

Quando chegamos na nova casa, subi as escadas em busca de meu quarto. Achando um cômodo, comecei a desempacotar minhas coisas. Eu até chamaria mamãe, mas ela havia me irritado. Onde já se viu mudar nessa rapidez?!

Estava cansada, então deitei e acabei dormindo. Quando acordei, era hora da janta. Pude sentir o cheiro de lasanha do andar de cima! Parecia ótimo descer para comer, mas antes, o banho!

Procurei pela casa inteira onde estaria a banheira, mas achei apenas um box simples onde provavelmente não saíria água quente de lá. Para minha surpresa, pelo menos isso tinha! Estava quase saíndo quando um monstro me surpreende; uma barata!

– MÃAAAE! – O meu grito ecoou por todos os cômodos. Logo minha mãe entra no banheiro, me pegando encostada num dos cantos, com a toalha no corpo e olhando dessesperadamente para o bichinho como se quem estivesse lá fosse o demônio.

– É só isso, querida? – Perguntou, enquanto esmagava a criatura com seu chinelo.

– SÓ isso? Pelo amor de Deus mulher, livre-se desse chinelo!

Mamãe saiu rindo do banheiro. Provavelmente eu tenha exagerado um bocadinho, mas não É POSSÍVEL QUE ELA NÃO FIQUE NEM UM POUCO AMEDRONTADA!

Saí de lá procurando por mais possíveis ameaças, mas nada foi detectado. Corri para meu quarto e coloquei meu pijama. “Hora da janta”, pensei.

Fui até a cozinha e lá estava meu prato já pronto. Pelo visto alguém aqui está bem disposta, ham?!

Duas horas se passaram. A mulher que morava comigo, cuja me pariu, estava agora jogada ao sofá com a boca aberta e aos roncos. Cobri-a, por mais que estivesse brava com a mesma, e subi para tirar o meu descanço.

No dia seguinte, acordei devido ao cantarolar dos pássaros. DEMÔNIOS!

Já que eu era a única acordada na casa e não havia nada a fazer, decidi dar uma andada no bairro. Observei um grupo meio emo, algumas crianças correndo em círculos e três meninas altamente exageradas no rosa. Nossa, que bairro incrível não?!

Observei também que ali perto havia um campo de futebol, e nele, adivinhem? Meninos! Olhando pra eles? As “do rosa”. Parecia aquelas cenas de filmes onde as patricinhas ficam de olho nos garotos sarados, sabem? Estranho.

Sentei em um banquinho ali perto e fiquei obervando o jogo. Quando acabou, uma das meninas veio em minha direção. Oh, ou... Problemas?

– Ei, dyke! O que tanto olha?

Dyke? Sério?! Não é porque não uso maquiagem ou sandálias que sou masculina!

– Só vendo o jogo. Algum problema?

– Por enquanto não... Mas fique esperta! – Disse, saindo enquanto empinava a bunda o máximo que conseguia.

Nisso eu continuei olhando o grupo de meninos ali perto. No meio deles havia uma menina, que pra minha surpresa, havia passado por despercebida. Ela sim era uma dyke!

E do nada, a nuvem rosa de mariposas assassinas foi na direção da mesma, e começaram-lhe a agredir. Não sei o que já havia se passado entre elas mas, parecia-me errado. Foi então que fiz uma burrada: fui até lá pra ver o que estava acontecendo!

–Ei, por quê vocês estão machucando ela?

– Não enteressa, lesbo!

Olhei a menina que estava no chão, com lágrimas nos olhos e cara de pânico.

– Claro que interessa!

– Você a conhece?

Exitei. “Ah, foda-se”, pensei.

– Conheço!

Nessa altura, os meninos já estavam a nossa volta pra ver o “showzinho”. As meninas então começaram a nos bater sem motivo algum, e nem os “amigos” da guria a ajudaram.

–Saiam daqui, menininhos, ou vamos acabar com vocês.

Eu até continuaria lá e a provocaria, mas a menina ao meu lado estava mais acabada que eu. Levantei-me e a puxei para cima, apoiando-a em meu ombro.

– Nós vamos; mas não pense que tenho medo de vocês... – Respondi enquanto andávamos em direção oposta.

Após termos andado um pouco, lembrei que ela precisava de ajuda.

– Ham, onde é sua casa? Vou levá-la até lá.

– N-Não precisa. – A menina gaguejava.

– Vai, está tudo bem! Eu vou te ajudar...

A mesma sorriu em direção a mim. Mal a conhecia, mas sentia que precisava fazer o certo pelo menos uma vez na vida.

– Qual seu nome? – Perguntei.

Nattalia POV.

Estava um maravilhoso dia lá fora, então decidi ir jogar futebol com Diego e seus amigos. Não que eu gostasse tanto, mas não havia nada melhor pra fazer.

Foi uma partida até que legal; mas pena que o dia não pode continuar assim. Alexia e suas duas puddles cor-de-rosa vinham em minha direção, e em seguida delas, suas mãos.

– Sai daqui, sapatão!

– É, não adianta ficar perto dos meninos... Não vai aprender a amá-los.

Diversas risadas vinham ao meu redor. Inclusive de alguns garotos ali presentes.

– O que vocês querem agora? – Perguntei.

– Esmurrar você. Não é adorável?

Nem sequer deu tempo de argumentar, quando uma delas já me empurrou em direção ao chão. Continuaram me batendo lá mesmo, e ninguém fazia nada. A humilhação de estar sozinha nessa situação, doía mais do que a agressão.

– Por quê estão machucando-a? – Uma menina de cabelos castanhos e olhos verdes perguntou.

– Não interessa...

– Claro que interessa! – Olhei-a de baixo para cima. Quem seria ela?

– Você a conhece?

A menina então encarou meu rosto, já todo vermelho e cheio de lágrimas.

– Sim!

Eu juro que nunca havia a visto por aqui; menos ainda que a conhecia!

Foi então que as puddles cor-de-rosa começaram a nos agredir; e isso ia de físicamente a verbalmente. As pessoas em volta continuavam paradas. Após um certo tempo, Alexia nos mandou embora.

A menina dos olhos verdes simplesmente permaneceu calada, me levantou ao seus ombros e nos tirou de lá. No caminho, continuava tentando me lembrar se a conhecia, mas nenhum nome me veio a cabeça.

– Alô? Estou falando com você! Onde você mora? Te levo até lá.

– Ah, perdão. Não precisa. – Respondi, ainda trêmula.

– Vamos! Eu quero te ajudar. A propósito, qual é seu nome?

– Nattalia. E o seu?

– Paisly.

– Ah, sim. Já nos conhecemos antes?

– Não. – Sorriu. – Sou nova aqui.

Sorri de volta. Pelo visto ela seria uma nova amiga, ou a única que eu teria aqui.

– Por quê as meninas estavam te enchendo o saco?

– Ah, elas não vão com minha cara pelo visto.

– Sério? Não havia motivo? Malditas!

Ambas rimos. Fomos o caminho inteiro de minha casa conversando e trocando informações como, “de onde você veio?”; “em que escola estuda?”, mas quando chegamos em frente a minha morada, a melhor pergunta surgiu.

– Quer sair comigo sexta a noite? Assim poderei conhecer melhor a cidade!

– C-Claro!

– Ok então! Passo aqui as 16:15.

Fiz que sim com a cabeça e fui entrando. Pude ir vendo cada vez menos da menina enquanto eu encostava a porta. Assim que a fechei, fui direto ao banheiro me limpar, e fantasiar sobre tudo que poderia acontecer.

Madallene POV.

Eu acordei tarde, confesso, e dei de cara com a casa vazia. Só depois de uma hora que acordei, Paisly chegou toda machucada.

– Meu Deus filha! O que houve?

– Nada mãe, me deixa!

Fiquei sem saber o que havia acontecido. Será que ela havia se metido em brigas de novo? Ó céus, não adianta; ela não muda!

Mais um dia sem nos falarmos, provavelmente.

Paisly POV.

Entrei em meu quarto e fui em direção ao espelho. Minha nossa!

– Paisly, Paisly... Olha só sua situação. – Disse a mim mesma enquanto pegava um pano úmido para limpar o sangue de minha pele.

Acabei por deitar em minha cama e dormir. Nem sequer almocei ou senti fome; o extress era maior.

Depois de mais ou menos sete horas, minha mãe resolveu me chamar. Estava na hora da janta!

Comi e repeti. Que delícia; comer! Subi novamente em meu quarto e arrumei minha mochila. O dia seguinte seria cansativo, cheio de aulas e pessoas novas que provavelmente eu não vou gostar. Além disso, eu terei de voltar todos os dias a pé pra porra da minha casa pois mamãezinha querida estará trabalhando. Injustiça!

Logo voltei a dormir. Eu teria de estar totalmente disposta de manhã, e nada que me irrite mais do que estar com sono e ter de ir a algum lugar!

[Dia seguinte]

Acordei toda contente, pensando que apesar de estar indo a escola, não poderia ser pior do que o pessoal do maldito parque que fui no dia anterior.

Mas claro que se alguma coisa pode dar errado, ela vai dar. Mal cheguei no portão, quando avisto as mariposas cor-de-rosa assassinas.

– Olha só quem está aqui... – Uma delas falou.

– Quem diria não? Mais uma lesbo pra estudar nessa escola! Agora pode fazer companhia pra sua namoradinha...

– Ah, Natt estuda aqui?! – Perguntei, ignorando suas piadinhas.

Ambas fizeram cara de “aff, me poupe” e saíram de minha frente. Não pude deixar de reparar, lá longe, Nattalia sentada sozinha e com seus fones de ouvido azul-bebê.

– Não tinha um fone mais discreto? – Perguntei, sorrindo.

– Ah, oi! O que faz por aqui?

– Tenho que estudar, sabia?

– Idiota! – Riu.

Sentei ao seu lado e começamos a discutir sobre gostos musicais. O nosso era até que bem parecido; um pouco de rock e uma pitada de folk e indie.

O sinal bateu, e então nos dispersando para salas diferentes. Porém, no intervalo ficávamos juntas; ríamos, falavamos merda e recebíamos ameças das patricinhas.

A partir de então, começamos a sair mais e tudo corria bem. Nossa amizade se tornou cada vez mais forte, de nos considerarmos melhores amigas. E sobre as ameaças; já não ligávamos mais. Tudo mudou entre nós e nossas vidas... Parecia que ela completava a minha e eu, a dela.

Eu me sentia bem junto dela, e ao mesmo tempo confusa. Aposto que esses sentimentos eram recíprocos; não sabíamos no que havia se tornado.

Durante dias, permaneci sem conversar com Natt. Eu precisava pensar; apesar de que suas sms’s não me deixavam fazer isso corretamente.

– Filha, visita! – Mamãe gritou lá de baixo.

Quando desci, dei de cara com Nattalia sentada no sofá.

– Por quê não respondeu minhas mensagens, ou ligações?

Ela parecia estar irritada; nem um pouco feliz ou com cara de quem iria me compreender.

– Vamos pro meu quarto! – Peguei em sua mão e a puxei.

– Pronto, aqui estamos. Tem como me responder?

– Eu... Ham...

– “Ham” nada! Tem ideia de quanto me preocupei contigo? Achei que poderia ter acontecido qualquer coisa! Mal falou comigo durante essa semana, e fugia de mim na escola. Não foi ao parque, e nem entrou nas redes sociais! Eu senti sua falta, filha da puta! Não se importa com meus sentimentos? Eu gosto mui...

Não aguentei ficar olhando-a enquanto a mesma falava, ou reclamava, sobre mim. Antes mesmo dela terminar a frase, eu a beijei. Nossos lábios se tocando suavemente foram, pra mim, como estar nos céus.

– Pay... – Natt me olhava assustada, separando nossas bocas.

– Eu... Eu não q-queria...

Nattalia saiu eufórica de meu quarto, sem me deixar uma só palavra. Talvez eu tivesse me precipitado, não sei. O que ela pensara de mim agora?


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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