Mais dois dias, sem o perfume dela, sem nenhum beijo, sem os conselhos que tanto o tinham ajudado, sem ela. Era assim que Draco se sentia, inútil, sozinho, triste, distante...

Por que eu to me sentindo assim? Ela é só a Granger sangue-ruim, eu não deveria me importar. Mas eu sou um idiota, ela me ajudou, e eu simplesmente... joguei ela fora como se ela não significasse nada, pra quem eu estou mentindo? Pra mim mesmo, é isso.

- Draco... – a voz de Blaise o chamava.

- O que foi?

- Já faz uns dias que você tá parecendo um zumbi, e não adianta falar nada nem tentar explicar, eu sei que é pela Hermione, você acha que eu não percebo? Eu sou seu melhor amigo.

Draco não respondeu, estava um tanto quanto perplexo.

- Você vai esquecer essa coisa de sangue-ruim e vai lá falar com ela, hoje! – Blaise disse em tom autoritário.

- E se eu não quiser? – Draco ergueu a sobrancelha.

- Você não tem que querer, você vai, e pronto.

- E como você tem tanta certeza?

- DRACO VOCÊ VAI!

Blaise saiu deixando Draco lá com a impressão de que se não fizesse aquilo se arrependeria depois. Ele não pensou muito e saiu do Salão Comunal, não teve muita dificuldade em achar Hermione, que estava sentada recostada a uma árvore nos jardins, sem se importar com os olhares dos outros alunos o loiro se aproximou dela.

- Hermione.

- O que foi? – ela disse grossa.

- Só ouve. Eu realmente não devia ter te desprezado daquele jeito, eu... de certa forma eu sinto sua falta, preciso desabafar, preciso te ver, e a coragem de falar isso eu realmente não sei de onde está vindo, eu to passando por cima do meu orgulho, ninguém nunca me fez passar por cima do meu orgulho até você chegar, mas a verdade é que eu tenho medo, de perder minha mãe, de não ter os seus conselhos, eu tenho medo de mim. – Draco terminou de falar e sentiu o rosto corar fortemente, sim, Malfoy estava corando.

- D-Draco...

- Se você não quiser voltar a falar comigo tudo bem... mas eu preciso dos seus conselhos e do seu abraço de novo, só isso.

- Draco!  Realmente não sei o porquê de você ter feito isso, assim como não sei o porquê de eu te perdoar... mas sim, eu... eu desculpo você.

Hermione sentiu um peso sair de seus ombros, Draco sentiu o mesmo, o loiro fez um sinal com a cabeça para que ela o seguisse, e assim ela fez.

Ambos entraram no castelo e foram em direção a uma sala vazia, a uns dias atrás Draco recebera outra carta, sua mãe disse que seu pai tinha se esquecido por um tempo da história de ele ter que se tornar um comensal... ele contou tudo a morena, que o ouvia atentamente e no final, ela apenas o disse para se acalmar, sua mãe ficaria bem, tudo ficaria bem no final. Pelo menos assim ela esperava que fosse.

Depois de ouvir Hermione falar ele se acalmou, olhou nos olhos da garota e viu que ela estava cansada, será que ele estava cansando ela?

- Desculpe fazer você gastar seu tempo...

- Tudo bem, foi uma boa causa, só estou pensando... uma guerra se aproxima rapidamente, vão haver mortes e...

- Eu sei... não quero lutar do lado de Vold... do lado de você-sabe-quem, realmente não quero, mas e se for preciso?

- Não será, você só lutará do lado dele se quiser. – Hermione disse séria.

Draco não respondeu, sabia que era a verdade e por mais difícil que fosse, ele tentou esquecer esse assunto por alguns minutos, antes de beijá-la, surpreendendo-a.

- Chega Draco. Não posso beijar você dia sim dia não e depois fingir que nada aconteceu... dói fazer isso.

As palavras machucaram Draco.

- É simples... – seu orgulho estava no chão nesse momento, não havia orgulho algum, era sinceridade – me beije todos os dias, não finja que não aconteceu... namore comigo, Hermione.

Os olhos da castanha se arregalaram, já nos de Draco havia dúvida, ele fora rápido demais? Ele errara? No fundo, será que ela o odiava?

- Você não está falando sério...

- Estou sim, mais sério que nunca. Eu quero você, Hermione.

Ela não acreditava, não podia, era muito para sua cabeça, mesmo ela sendo a Granger sabe – tudo.

- E-Eu... quero ser sua namorada.

Os olhares se encontraram novamente e eles se abraçaram, um abraço que não transmitia nada mais que tranquilidade. Agora eles tinham os problemas, ah sim, os problemas que geralmente estragavam tudo, contar a Ron e Harry era o primeiro deles.