Nossos Vizinhos: Os Addams escrita por TheSecretWriter


Capítulo 20
Minnesota...


Notas iniciais do capítulo

O fim se aproxima... Será que eu aguento? Ja me envolvi tanto emocionalmente com essa história... :( Eu já tô com o final escrito há algum tempo, e não tinha ideia do que ia acontecer nos copítulos anteriores, então eu to tentando adaptar, mas acho que vai ficar bom :) Espero, de verdade, que vocês gostem. Enjoy, guys!



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        Joey chegou cedo da escola naquele dia. Tinha combinado algo com Wandinha uns dias atrás e não queria se atrasar. Droga. Ele se lembrou que não poderia mais vê-la. Caramba, a culpa por eles terem terminado ainda o consumia. Algo ainda não se encaixava bem ali. Tinha que esquecê-la, mas isso parecia impossível.

Assim que abriu a porta da cozinha e viu a mãe encaixotando as coisas, já sabia o que estava por vir.

        - Joseph, querido, que bom que chegou. Venha, me ajude a empacotar essas coisas, temos pressa.

        - Quê? – ele perguntou, pasmo. Já sabia onde tudo isso ia acabar.

        - Seu pai conseguiu uma promoção.

        - Quê?!

        - Vamos para Minnesota amanhã mesmo.

        - QUÊ?!

        - Vamos nos mudar. Nos mu-dar, filho. Joseph, acho que já está na hora de ver esse seu problema de surdez – ela disse e saiu, levando algumas caixas.

        - Nos mudar? – ele repetiu, olhando imediatamente pela janela da cozinha para a casa do outro lado da rua.

        Seu pai constantemente era transferido no trabalho. Nos últimos cinco anos, eles já haviam se mudado dezoito vezes.

        No geral, Joey não se importava muito com a mudança, afinal, nunca fazia amigos em lugar nenhum.

        Mas dessa vez foi diferente, havia Wandinha e Feioso, e até mesmo o Bicho. Os Addams o prendiam a Cemitery Lane.

        Só faziam nove meses que haviam se mudado para lá, mas sabia que não conseguiria mais viver sem Wandinha o atormentando, Feioso, para explodir coisas com ele, Bicho, para ouvir suas histórias e seus problemas, Mortícia e Gomez para serem seus outros pais. Eles eram sua nova família agora, e ele não podia deixá-los.

        Precisava de um plano. E rápido.

        Não pensou duas vezes, trancou a porta do quarto e saiu silenciosamente pela janela. Sabia que Wandinha talvez não quisesse mais vê-lo, mas precisava dela mais agora do que nunca. Não ligava pro namoro, pro rompimento, para nada, só deixou o desespero tomar conta de si: precisava pelo menos de seus amigos ao seu lado.

        O Bicho saltou a janela e caiu em seu colo, queria ir junto.

        Ele abriu rapidamente a porta da macabra casa e entrou junto com o animal.

        - Wandinha! Feioso! Gente, desce aqui! – ele gritou – Rápido, é uma emergência!

        Wandinha apareceu no alto da escadaria e ficou muda por um instante. Sentiu suas bochechas quase corarem. O que ele queria ali? Bem, o que quer que fosse, ela ouviria. Também morria de saudade dele.

        - Que é, Joseph? – perguntou Wandinha, com o mau-humor de sempre, e um maçarico na mão – Estava prestes a queimar o Feioso, fala logo.

        Joey subiu as escadas correndo, segurando o Bicho nos braços. Juntos, foram até o quarto onde Feioso estava.

        - Seguinte. Meu pai foi transferido e a gente vai ter que se mudar pra Minnesota. Qual é o plano?

        - Plano pra quê? Finalmente me livrei de você – ela disse, sorrindo.

        Wandinha tentava esconder, mas ficara realmente preocupada. Bem lá no fundo, ela sabia que sentia algo forte por ele.

        - Você e seus comentários. Sempre animadores. Conseguem pensar em alguma coisa?

        - Você podia fugir de casa – sugeriu Feioso.

        - E pra onde eu iria?

        - Pra cá – ele continuou.

        - Não acho que ia dar certo. Primeiro, porque é muito óbvio que eu estaria aqui. Passo mais tempo com vocês do que em casa. Segundo, porque uma hora eles iam me achar, e a gente se mudaria do mesmo jeito. E, por último, porque eu me lembro muito bem do que aconteceu da última vez que passei a noite aqui – ele olhou para Wandinha – Olha, a grana do pai tá curta. Ele só vai pra lá pelo aumento. Se ele conseguisse um emprego por aqui...

        - Acho difícil. Não tem muita gente na cidade contratando nessa época do ano – disse o garoto – Você podia ameaçar se jogar da ponte – ele sugeriu.

        - Seria uma boa ideia... Se por aqui tivesse pontes altas.

        - A gente podia matar seu pai – sugeriu Wandinha.

        Ele apenas olhou para ela.

        Horas e horas se passaram, gastas à toa. Nenhuma ideia boa, e já havia escurecido.

        - Bom, é isso, então. Eu vou tentar falar com eles no jantar, mas não acho que vai adiantar – ele disse, e saiu em passos pesados.

        - Estou tão animada para amanhã, Walter – começou a mãe durante o jantar.

        - Se você está feliz, eu também estou, amor.

        - Sabem... Eu não acho que é uma boa ideia.

        - Porque não, filho?

        - Olha, nós temos uma vida boa aqui. Estamos bem, não precisamos de mais! – Joey disse, sem convencê-los – Quero dizer, não vão sentir saudade desse clima lindo? – ele abriu a janela, o vento gélido soprou para dentro da cozinha – Hã... Esqueçam. Mas... Não é uma boa ideia nos tirar da escola no meio do ano letivo. Não é, Jessica?

        - Se eu ficar, eu repito – disse ela, lixando as unhas, distraidamente.

        - Ok... Mas... E nossos vizinhos? Não são adoráveis?

        - Temos que admitir que eles são um pouco estranhos, não é, Joseph? Mas teremos vizinhos legais em Minnesota também, filho. O segredo está nos biscoitos.

        - Ah, mãe, deixa disso! Olha, todo mundo sabe que seus biscoitos são horríveis! Aposto que quem comeu tudo foi a Cleópatra.

        - Mais respeito, moleque!

        - Cleópatra? – perguntou o pai, confuso.

        - É, a planta da Mortícia. Mas isso não vem ao caso. O fato é que eu tenho amigos aqui. Acreditem, isso é novidade pra mim. Eu finalmente encontrei pessoas que pensem como eu! Aconteceu tanta coisa aqui que vocês não sabem...

        Silêncio geral.

        - Então, tem garotos bonitos lá em Minnesota? – perguntou Jessica.

        - Ah, filha, tem uns...

        - Chega! – ele esbravejou. Não podia acreditar que sua própria família não lhe dava ouvidos – Pra mim já chega. Vocês nunca me entenderam, e pelo visto, nunca vão me entender! Droga... – ele disse, e saiu, batendo a porta.

        Atravessando a rua, foi direto para a casa dos Addams e bateu na porta, como costumava fazer. Sabia que aquela podia ser a última vez que os visitava.

        Wandinha abriu a porta, como de costume, e Joey a abraçou com força.

        - Olha, essa pode ser a última vez que eu te vejo, então é agora ou nunca. Eu te disse uma vez, vou dizer de novo, e quantas vezes mais eu precisar. Eu te amo. Te amo, te amo, te amo, ok? Eu te amo... – ele disse, e a beijou.

        De olhos fechados, ele viu tudo o que já passaram juntos acontecer como um flash. O dia em que se conheceram, as flechas, o primeiro beijo, Max, aquela noite na armadilha, o namoro. Tudo. Foi como um choque para ele, pois sabia que em poucas horas ele nunca mais poderia dar continuidade àqueles momentos.

        Wandinha não esperava por aquilo, mas não pôde negar que gostou. Passou os braços pela cintura de Joey, e ficaram ali, por mais quanto tempo os deixassem.

Era besteira continuarem separados, porque se ele fosse embora, ela o perderia do mesmo jeito.

        - Eu não vou te esquecer – ele prometeu

        - Mesmo?

        - Mesmo – e voltou a beijá-la. 


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Notas finais do capítulo

Bom... Depois desse cap, ainda tem o último e o epílogo, que eu pretendo postar nas proximas semanas :) Espero mesmo que vocês tenham gostado... E comentem! ^_^