Pov Edward

O local estava bem movimentado. Isso se devia também a festa do lado de fora. Muitas vezes já havia estado ali no local. Um ambiente agradável e bem discreto.

Ciganas lindíssimas circulavam pelo salão, com vestidos que apesar de longos acentuavam bem as cinturas e seios fartos.

A casa de Kate atendia viajantes que ainda não haviam sido enlaçados e em troca de uma boa quantia doavam para nós, os vampiros, seu sangue. Eram as donates; uma espécie de doadoras de sangue.

Claro que algumas também doavam outras coisas, como sexo, mais isso era algo que ha muito tempo não procurava. Parecia que meu corpo só ansiava por ela. Embora não tivesse um rosto já adulto em minhas lembranças, meu corpo parecia saber que não era ela ali em meus braços. Desde aquele dia que senti o perfume.

O problema é que tive um envolvimento com uma delas e que agora vinha insistindo por algo que nunca seria dela. Me deitei com ela algumas vezes mas sempre deixei claro que já era enlaçado, aliás como todo o clã já sabia, mas ela insistia que deveria dar minha prometida como morta e fazer o laço com ela.

Mas eu sabia que ela não estava morta; sentia em meu coração que ela estava viva esperando por mim.

Quando mais novos, tínhamos nossas amas de leite no castelo ou se preferir de sangue. Só que com o passar do tempo crescemos e procuramos algo mais que isso e claro não iria ficar bem aos olhos de mamãe termos isso dentro do castelo. Mesmo enlaçados nosso corpo desenvolvia normalmente e não podíamos tomar nossa prometida antes do tempo.

– Edward como está? – Kate veio me receber assim que adentrei o local. -  Há quanto tempo! - Era uma jovem senhora, cigana belíssima e usava um longo e amarelo vestido alem de enormes brincos e cordões de ouro.

– Não faz tanto tempo assim Kate; - sorri - estivemos aqui não faz quatro dias.

– Seus irmãos estiveram mais cedo aqui. – disse dando uma piscada. Com certeza Jasper seria o primeiro a correr pra lá.

– O de sempre? – me perguntou. Assenti e ela fez sinal para que uma das ciganas trouxesse uma caneca de vinho.

– Já volto. – ela sorriu e saiu. Sabia que tinha ido chamar uma donate. Peguei a caneca de vinho dando um generoso gole. Minha garganta estava ardendo e muito devido a sede, talvez fosse precisar de mais de uma donate hoje.

– Príncipe. - uma linda morena se aproximou fazendo uma reverencia. Não gostava quando nos tratavam assim.

–Não precisa disso. - falei meio azedo dando o ultimo gole na caneca de vinho.

– Desculpe...,então Edward, podemos ir? – disse já indo em direção ao quarto. Embora a quantidade de sangue que absorvíamos não era muito grande a donate precisava de um tempo para se recuperar. Diziam que era como a sensação de um prazer imensurável. Melhor que um orgasmo.

Para nós o sabor de sangue era algo indescritível e também era superior ao prazer carnal, mas segundo meu pai quando amávamos nossas prometidas e no momento do ápice bebíamos seu sangue, era algo inestimável. Algo que ainda não tinha feito, somente com minha prometida. Senti meu braço ser agarrado no caminho.

– Por que não me escolheu? - Victoria tentou me puxar, mas sua força era como se tentasse mover uma parede.

– Já disse que não teríamos mais nada. - disse firme – Por favor me solte.

– Mais ...mais...

– Mais nada Victoria, o que tivemos não passou de um envolvimento sem importância, sempre lhe disse isso. – puxei meu braço me soltando dela. Me olhou furiosa antes de rogar pragas enquanto sacudia a saia.

Deixei-a com sua lamurias e segui ao quarto da morena. Com certeza fui mais grosso do que deveria com Victoria, mas minha sede estava já descontrolada para agüentar melindros dela.

Assim que fechei a porta puxei a morena em meus braços envolvendo sua cintura, senti meus caninos começarem a apontar .

Ela levantou o braço esquerdo afastando os cabelos para o lado deixando a pele do pescoço exposto.

Rocei meu nariz pela sua pele e sem mais agüentar afundei meus caninos nela.

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– Olhei para o quarto e três moças dormiam na cama. No momento me sentia saciado. Minha sede estava controlada, mas não sabia até quando. Peguei uma grande soma dividindo em três e deixei na cabeceira da cama.

Já próximo da saída avistei Kate do outro lado do salão e acenei com um sorriso me despedindo.

Do lado de fora o número de pessoas havia duplicado; mesmo assim não foi difícil encontrar meus pais.

– Pai. – falei assim que cheguei próximo a eles dando um abraço. Desde que voltamos ainda não o tinha visto.Também estavam reunidos meus irmãos alem de alguns amigos.

– Seus irmãos estão me interando da missão. - Falou pesaroso.

– Mais uma vez falhamos,- suspirei me sentando num lugar vago próximo a Emmet.

– Dessa vez nem rastro deixaram. – Emmet disse enchendo a caneca com o vinho.

– Falei com Zafrina a pouco e disse que finalmente terá um fim. – minha mãe sorriu e a encaramos - .Zafrina nunca havia falado com tanta convicção como hoje.

– Ela disse exatamente o quê? - Jasper que estava num canto da mesa triste resolveu interar-se da conversa. – Ela nunca deu certeza que a encontraríamos.

–Ela leu a sorte de vocês no baralho e viu seis cisnes brancos num lago. – disse minha mãe segurando minha mão.

Sorrimos um ao outro. Cisnes brancos representavam casamento e apenas confirmava por estarem em pares.

Acreditávamos nisso. Sempre que ela  tinha alguma visão ou lia a sorte a respeito das prometidas era algo vago que nunca tinha certeza. Era uma esperança.

–Carlisle preciso falar com você.  – Jacob estava se apoximando da mesa ao falar. Olhou para mim e meus irmãos – falar com vocês. Agora.

Meu pai nos olhou fazendo sinal para que o seguíssemos. Caminhamos até o lado mais afastado da praça.

– Não é melhor voltarmos ao castelo? – disse Emmet olhando ao redor – Dependendo do que quer nos falar é melhor não termos testemunhas.

Só então sentimos um cheiro muito ruim vindo das árvores.

– Ele não confia em nós para ir até lá. –Jacob disse e olhos brilhantes saíram das matas. Uma forma acinzentada começou a emergir por entre as árvores.

– Um lobo! - disse já tomando posição de ataque, sendo seguido por Emmet e Jasper.

–Esperem -. Jacob esticou os braços para que nos afastássemos.

– Seja o que for vamos ouvir primeiro o que ele tem a nos dizer.- Carlisle disse encarando o lobo.

– Não gosto disso. – Jasper disse rangendo os dentes – Os lobos não são confiáveis.

-Pode falar, não iremos atacá-lo – disse Jacob ao lobo.

A enorme fera cinzenta se transformou num homem nu de pele pálida. Vimos um embrulho amarrado em sua perna. De lá, ele puxou uma bermuda vestindo-a;.

–Saibam que sinto o mesmo por vocês – gruniu o homem – também sinto ódio por vocês.

– Como ousa? – Jasper avançou em direção do lobo mas Carlisle o deteve .

– Por favor, controlem-se. - olhou para nós – Não é do agrado de nenhum de nós estar aqui, portanto - olhou para o homem - diga o que quer.

O homem soltou uma risada baixa fitando meu pai.

– Vossa majestade, – falou sarcasticamente fazendo uma reverencia.- eu sei onde estão as prometidas dos príncipes.

Por um segundo cogitei ser mais uma armadilha preparada por um dos clãs inimigos, até que ele falou novamente.

– Tenho provas.- tirou do embrulho preso na perna uma folha de papel dobrada. Esticou para meu pai – Pegue.

Carlisle deolhos semicerrados pegou o papel e trouxe até nós desdobrando.

Uma brisa leve lançou o intenso perfume sobre nós. Na hora o vampiro rugiu em meu peito e de meus irmãos.

Haviam três fios de cabelo presos no papel. Um de cada prometida nossa. Senti minha boca encher de veneno e meus caninos aflorarem.

– ONDE ESTÃO???? - Jasper rugiu e Seus olhos já estavam negros.

O lobo deu mais uma risada sarcástica aproximando-se de nós . Devo admitir que ou era muito burro ou tinha coragem ao encarar quatro vampiros sendo que três estavam no linear de arrancar sua cabeça e estraçalhar suas vísceras.

– Um bilhão de dólares – disse em tom tão baixo que os ouvidos humanos com certeza não escutariam.

– DIGA ONDE ESTÁ MINHA FAMILIA! - Jacob acertou em cheio um soco na cara do lobo que avançou tremendo pra cima dele.

Tomamos a frente de Jacob de modo que ficasse atrás de nós; embora ele soubesse se defender seu corpo não agüentaria um ataque do lobo

– BASTA! – a voz firme de meu pai nos chamou a atenção.

Olhou para nós e com certeza tínhamos a mesma expressão. Queríamos muito encontrá-las Precisávamos encontrá-las. Dinheiro não seria problema. Essa quantia não era nada comparada com nossa riqueza. A preocupação do meu pai era com nossa segurança.

Mesmo que estivéssemos entrando em mais uma armadilha, tentaríamos.

Olhou para o lobo e assentiu com a cabeça.

– Muito bem, tem minha palavra. Lhe daremos uma pequena parte agora e o restante quando a encontrarmos.

– Se estiver armando algo, mentindo, irei matá-lo com minhas próprias mãos. – ameacei.

– Não se preocupe alteza, - falou debochado puxando um cigarro do embrulho. Acendeu e após dar uma baforada virou-se pra mim.– elas são minhas filhas de criação.