NTS: Atos e Consequências escrita por iceecoffee


Capítulo 7
Um Anjo


Notas iniciais do capítulo

Oi ooi, desculpem pela demora okay? Espero que gostem desse, e que continuem me mandando esses maravilhosos reviews *-*



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POV Jade

Tudo ainda está triste, e sombrio. Beck me deixou e essa é a verdade, nada simples porém real. Ele me abandonou mais uma vez, e me deixou presa nesse mundo paralelo e irreal de torturas e dores. Como ele pôde?

Meus braços amarravam meus joelhos, e meu corpo balançava-se de forma continua. Um movimento que eu teria que fazer para ninar o meu bebê. Bebê que não existe mais, bebê que por sorte, nunca existiu.

Sorte? Desde quando está presa num quarto como aquele, rodeado de morte e angustia, sozinha, com medo, assustada e tremendamente irritada.

A porta abriu rangendo e e levantei meu rosto com sombras de esperança, que logo foram desmentidas.

Enfermeira: Doutor, ela acordou. - A enfermeira caminhou se colocando ao meu lado e estendendo as mãos.

Jade: Não encoste em mim. - Cuspi entre dentes.

Enfermeira: Tudo bem, eu... - Ela se retraiu. - Como veio parar aqui no chão? Porque está chorando?

Jade: Pare com essas perguntas estúpidas, tenho outras mais importantes quais você TEM que me responder. - Falei em meu tom usual.

Enfermeira: Acho melhor que você fale com o Doutor, eu não sei se posso ajuda-la. - Ela disse tirando o cabelo loiro do rosto.

Jade: Que seja. - Falei me levantando.

Enfermeira: Tem algumas pessoas aqui que querem te ver, mas não sei se está pronta pra isso.

E eu não estou, acabei de ser terrivelmente abandonada, pior, pela segunda vez em um mesmo dia, ora por meu.. Ora pelo feto, ora pelo Beck. Pela segunda vez pelo Beck. Por que Beck?

Jade: Não quero ver ninguém.

Enfermeira: Já era de se esperar, pelo que você está passando... É bem...

Jade: CALA A BOCA. - Gritei. Ela deu um pulo pra trás.

Enfermeira: Desculpe eu... Tem alguma exceção?

Queria poder dizer que sim, mas diferente do que eu queria acreditar, o Beck não viria aqui.

Jade: Não.

Ela saiu porta afora, e do corredor pude ouvi-la gritar o médico. Logo depois de alguns segundos ainda tentando me recompor, decidi que como eu estou agora é deprimente demais, nada daquilo é real, não entendo porque estou sofrendo tanto desse jeito.

"Cai na real, você está sozinha agora, e você sabe que o seu bebê existiu por pouco tempo, mais existiu e você não pode negar!"

Jade: ME DEIXA EM PAZ. - Ter aquela voz ruidosa e cruel em minha mente é talvez a pior das sensações que eu poderia um dia voltar a ter. Mas eu estou enganada mais uma vez, a pior foi matar de forma estúpida o... bebê e o amor do Beck.

Sem o Beck, sem o meu bebê. O que mais restaria pra mim? Cat não seria diferente quando soubesse do pequenino que carreguei por pouco mais de um mês. Ela ama crianças, e eu matei uma, matei a minha. Eu.

Vasculhei minha bolsa em busca de roupas, preciso sair daqui e preciso esquecer de tudo. Preciso ter o meu bebê de volta.

Uma calça jeans e uma regata vermelha com um capote, vesti. Logo depois sai do quarto deixando todo aquele pesadelo pra trás.

Os corredores estavam vazios, era subdivido em varias outros quartos, alguns com portas abertas, outros fechados.

Caminhando perdida pelo que eu consideraria um corredor da morte, perceber um grito sufocado por uma tosse intensa. Era perto suficiente para que eu escutasse, e minha curiosidade fosse automaticamente atiçada.

Percorri o corredor agora mais aflita até encontrar uma porta entreaberta quase no final do corredor. Então, agora eu posso ir embora e sair desse lugar terrível cercado de morte e dores. Ou eu posso entrar nessa sala e ver se alguém precisa da minha ajuda.

" Está se sentindo culpada pelo seu filho não é? Isso não vai traze-lo de volta." - Ignorei aquela voz cálida e entrei pela porta.

Me deparei com uma das piores cenas quais pudi um dia presenciar. Era apenas uma menininha, onze talvez doze anos, debruçada sobre a cama, com o longo e liso cabelo castanho claro jogado no rosto, de forma desajeitada. Ela estava sozinha e tampava o rosto com as mãos abafando a tosse.

Jade: Vo..Você está bem? - Minha voz falhou. Minha mão estava tremendo, e meus olhos foram tomados por uma onda de desespero e medo ao encarar os olhos esverdeados da menina que parecia agonizar.

Xx: Quem... - Ela foi bruscamente interrompida por mais um acesso de tosse. dessa vez a mão que cobria a boca da menina deixou algo escapar pela fraqueza.

O vermelho que escorreu de suas pequenas mãos pintou o lençol e deu a todo o quarto uma cor amarga. Ela precisa de ajuda, ela precisa...

Jade: Eu... Fique aqui ok? Onde estão seus pais? - Estava ficando desesperada. - Eu vou chamar ajuda. Fique aqui tudo bem?

Xx: Por... Por favor, fique aqui moça. Não me deixe sozi... - Ela encarou-me e revelou manchas de sangue ao erguer completamente a cabeça, revelando também sua boca que estava coberta de sangue. Engasgou-se e corri até a sua cama, segurei seu corpo magro de forma que o sangue não a sufocasse.

Jade: Tudo bem princesa... Está tudo bem, não vou sair está bem? - Meus olhos estavam profundamente lacrimejantes, aquela pequenina precisa de mim, da forma com que um dia meu filho poderia precisar. - Descanse, você vai ficar boa logo tudo bem? - Ela assentiu encostando a cabeça no travesseiro ensanguentado.

Procurei pela sala algum pano molhado para que pudesse limpar seu rostinho assustado. Meu peito apertou ao ver que a menina sorria pra mim tentando agradecer.

Queria gritar com ela, e pedi que não tentasse me agradecer, eu matei o meu bebê e ela estava no leito da morte, no entanto ainda sorria agradecida de um jeito que eu simplesmente não consigo explicar.

Depois de finalmente achar um pano umedecido, limpei o rosto da menina que já conseguia falar. Seus olhos estavam fechados, quando ela começou a disparar perguntas.

Xx: Obrigada, quem é você moça?

Jade: Sou Jade West e você? - A observei sentada numa cadeira. O que estou fazendo aqui?

Xx: Anne Leifert. - Ela suspirou pesadamente. - O que faz aqui?

Jade: Eu... Não quero falar sobre isso.

Anne: Não é pior do que eu não é? - Ela sorriu com os lábios rachados.

Jade: Eu... Eles acham que sou louca. - Abriu o olhos.

Anne: Todos somos meio loucos... Por isso viver é tão legal.

Jade: Não sei até que ponto. - Fitei o chão. - Onde estão seus pais?

Anne: Eles... - Tossiu fraca, eu ja estava pronta para acolhe-la mais não foi preciso. - Onde estão seus pais?

Jade: Perguntei primeiro - Falei e ela riu.

Anne: Parece que você é a criança aqui.

Jade: É, parece... Eles... Não gostam muito de mim. - Fiz uma careta.

Anne: Então temos algo em comum. Você já pode ir embora não é?

Jade: Não exatamente. - Ela sorriu.

Anne: Posso te pedir um favor? - Assenti. - Passa essa noite aqui comigo?

Jade: Eu... Eu não sei se... Eu posso chamar o médico se você quiser... Eu...

Anne: Eu só quero acordar uma vez e ver que alguém se importa comigo, ou se importou alguma vez, eu... Não sei até quando vou...

Jade: Shiii, está tudo bem... Você vai ficar bem... Ainda tem muita coisa pra viver princesinha... - Passei a minha mão tremula em sua testa.

Depois de conversarmos mais um pouco, decidi que ela já devia está dormindo. Eu teria que falar com alguém sobre ela, ela não pode ficar sem acompanhamento médico.

Apaguei a luz mas não consegui dormir.

Anne: Jade? - Ela falou sonolenta.

Jade: Oi..? - Falei, meus olhos já lacrimejavam.

Anne: Obrigada. - Meus rosto estava afogado em lagrimas, e o silencio dominou a sala depois daquela palavra que soara tão rouca e reconfortante.

Jade: Anne? - Falei entre lagrimas.

Anne: Oi? - Percebi que ela sorria.

Jade: Você vai ficar bem ta legal? - Prometi, mesmo que não soubesse como cumprir.

Anne: Eu não vou, mas nunca me senti tão bem na minha vida Jade... Esse menino... O Beck... Ele é especial não é?

Jade: Porque acha isso? Só citei o nome dele uma vez... - Limpei meus olhos.

Anne: Você o ama não é?

Jade: Sim...

Anne: Ele deve ser o cara mais incrível e sortudo do mundo. - Facas, tesouras, laminas, serras. Nada doí mais do que ouvir aquilo.

Jade: Não Anne ele não é... Ele tem raiva de mim Anne... Raiva.- Chorei.

Anne: Jade, você é um anjo... - Ela bocejou cansada. - Tenho certeza que ele sente o mesmo que você sente por ele. Vocês ainda vão se casar e ter filhos, e esse filhos serão muito amados e felizes... - Me virei pro outro lado fitando o vazio. Meus rosto estava banhado em lagrimas.

Eu poderia dizer que ela estaria comigo, eu a queria comigo... Mas isso não é verdade e qualquer outra coisa que eu dissesse soaria falso então apenas chorei até que meus olhos cansados captaram uma sombra masculina no porta antes de se fecharem por completo para um noite de sono profundo.




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Notas finais do capítulo

Então... Reviews?
Musica?
Can't Take My Eyes Off Of You - Lady Antebellun *-*



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