Rachel Berry Academy escrita por R_Che


Capítulo 8
Mulher?


Notas iniciais do capítulo

Pois é...
Leiam as notas finais, please.



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– Quando é que será que nos deixam entrar? – disse Britt para Santana.

– Não sei, mas a Rachel de certeza que manda recado pela enfermeira ou vem cá fora buscar-nos.

– Como é que ela estará?

– Espero que bem, mas nem quero imaginar quando ela souber que a mãe... – a latina não precisou de concluir.

– E o Mass? Achas que ele vai ficar bem?

– Espero que sim. Nunca mais acaba a operação. – e Santana levantou-se da cadeira da sala de espera e começou a andar lentamente pelo espaço ansiosa.

– Santana, Britt!!! – ouviram as duas chamar. Quando olharam eram Hiram e Leroy que acabavam de entrar nas urgências. Os quatro abraçaram-se emocionados, pelos piores motivos.

– Alguma novidade? – perguntou Hiram.

– Nada. O Mass está há 8 horas dentro do bloco operatório. A Rachel entrou há coisa de 50 minutos para ver a Quinn, que está em coma. E eu não tenho coragem de começar a mexer no processo Judy.

– Nós tratamos disso. – disse Leroy. – Nenhum de vocês merece passar por tudo isto ao mesmo tempo e fazer tudo sozinhas. Nós resolvemos a questão da Judy.

– Eles ainda vão fazer autópsia.

– Sim, nós tratamos do resto.

– A Quinn tem de acordar, temos de atrasar o funeral o máximo possível até a Quinn acordar e o Massimo poder estar presente. – acrescenta Britt preocupada.

– Vai depender da autópsia. – responde Santana.

Rachel sai naquele momento para a sala de espera, e quando vê os seus pais, as lágrimas voltam a cair descontroladas. Depois de se abraçarem a morena explica como está Quinn.

– Em coma. O médico diz que não sabem por quanto tempo, que podem ser horas, dias, semanas, meses... vocês podem entrar a vê-la amanhã, eles pediram que compreendessem.

– Claro que sim. – disse Santana.

– E o Mass? – perguntou a morena.

– Continuamos à espera. – respondeu Britt.

– Eles dizem que não sabem o estado em que ela vai acordar. – diz Rachel desconsolada. – e eu sei que pode ser egoísta da minha parte, mas pelo menos ela está viva.

– E vai ficar bem filha. Vais ver que sim. – diz Hiram.

– Eu sempre disse que tinha medo. Quando tu és demasiado feliz, essa felicidade nunca dura muito tempo.

– Não penses nisso agora. – acrescenta Leroy.

Passados 35 minutos um médico vem informar que a operação de Massimo terminou e ele foi transferido para os cuidados intensivos pelas próximas 48 horas. Não havia possibilidade de o verem, e ele ainda estava muito débil para poder comunicar. Além de perder uma perna, durante a cirurgia ele tinha sofrido uma hemorragia interna que tinha agravado a situação.

Oito horas depois, todos se encontravam no mesmo sitio, quando chegaram Mercedes, Sam e Kurt. Quando souberam da noticia puseram-se a caminho, e vieram prontos para ajudar Rachel neste momento em que ela não podia estar presente nos compromissos profissionais que tinha. Mercedes e Kurt assumiram a academia, com a orientação de Britt e Sam prontificou-se a tomar conta do estúdio de fotografia de Quinn.

4 dias passados, e o funeral de Judy não podia ser adiado novamente. A primeira visita que Massimo recebeu foi de Rachel, que com o coração partido lhe deu a noticia da morte de Judy. O cozinheiro não aceitou a perda e entrou num estado depressivo muito grande. Hiram e Leroy trataram de organizar a cerimónia fúnebre, mas como nem Quinn nem Massimo podiam estar presentes, optaram pela cremação do corpo, e um dia mais tarde poder celebrar a vida de Judy juntos.

E após duas semanas, Quinn ainda não acordou e Massimo estava pronto para sair do hospital. Rachel não permitiu que ele ficasse sozinho, e obrigou-o a aceitar a companhia dos seus pais, que se instalaram na casa do cozinheiro e o ajudaram.

Todos os dias de Rachel eram passados no hospital. Santana nunca saiu de perto de Rachel, mas só no horário de visitas é que lhes era permitido entrar no quarto de Quinn. E foi nesse dia, a essa hora, que a loira começou a abrir os olhos.

– Chama um médico. – disse Rachel para Santana, que não tardou em cumprir. Quinn estava confusa, e tentou falar. – Não, não. Shhh, calma. Não fales. O médico já vem. – Santana regressou com o médico.

– Quinn, o meu nome é Richard Cruz, sou o médico que está a acompanhá-la. Consegue falar?

–Si...m – disse com dificuldade. Rachel e Santana estavam mais atrás a assistir, e a morena estava visivelmente emocionada. – o que é que aconteceu? – perguntou Quinn devagar.

– Houve uma explosão e a Quinn ficou inconsciente por uns dias. Mas aparentemente esses dias terminaram.

– O que é que estás a fazer assim vestida? – perguntou a loira a Santana. A latina não percebeu a pergunta. – E ela? – apontando para Rachel. – Porque é que estás aqui com ela? – Nenhuma das duas entendeu, mas Rachel sentiu um soco no estômago ao perceber o tom com que Quinn falou dela.

– Quinn... – disse o médico. – Posso perguntar-lhe a sua idade?

– Não tem a minha ficha?

– Tenho sim, mas preciso que me responda, por favor. – respondeu o Dr. Cruz com cuidado.

– 17. – O médico baixou a cabeça ao dar-se conta da situação e Santana abraçou Rachel automaticamente. Rachel só processou a informação quando Santana lhe sussurrou ao ouvido “calma”.

– Amnésia? – perguntou Rachel baixinho.

– Quinn, lamento informá-la que sofreu algumas alterações na memória com o acidente. Não sei se será temporário ou definitivo, vai depender de mais alguns exames que teremos de fazer. Quero que respire fundo e tenha calma com o que lhe vou dizer. A Quinn tem 24 anos, feitos recentemente. Estamos no ano 2015, em Nova Iorque, onde a Quinn tinha um restaurante que foi alvo de uma explosão.

– Pode dizer-lhe tudo? – perguntou Santana ao médico.

– Façam-no vocês, eu fico aqui a acompanhar. Mas a informação mais básica e importante.

– Rachel? – perguntou a latina.

– 24 anos? – sussurrou Quinn confusa.

– Conta tu. – respondeu Rachel a Santana com as lágrimas a escorrer pela cara.

– Tu és amiga dela? –perguntou Quinn.

– Sim, calma. Uma coisa de cada vez. O restaurante... A tua mãe estava dentro do restaurante e não resistiu à explosão. – disse Santana de uma vez. Quinn engoliu em seco e ficou visivelmente fragilizada. – Tu moras aqui há uns anos, tens um estúdio de fotografia, além do restaurante. A Rachel é tua mulher. – e o silêncio instalou-se no quarto. Quinn olhou confusa para Santana e Rachel encolheu-se.

– Se calhar é demasiada informação para processar. Diga com mais calma. Eu vou só dar informação interna de que a Quinn precisa de mais exames, volto num minuto. – disse o médico. Santana assentiu.

– Mulher?

– Sim, vocês casaram no último ano de secundaria. E renovaram os votos este ano. Todo o processo durante os últimos 6 anos é outra conversa, que haverá tempo para contar. – Santana estava a tentar dizer tudo da maneira mais clara que conseguia.

– Como é que eu posso ter casado com... ela – e apontou para Rachel com uma expressão enojada. A morena fechou os olhos e abraçou-se a si própria enquanto as lágrimas lhe pingavam pelo queixo.

– Acredita que eu perguntei isso muitas vezes, mas já percebi porquê. “Ela”, acredites tu ou não, é o amor da tua vida. E além de ser irritante, é também uma das pessoas mais importantes da minha. Assim como tu. Por isso, eu percebo que tu estejas confusa e não te lembres, mas vais ter de tentar relativizar isso, e não fazê-la sofrer mais do que ela tem sofrido nas últimas semanas. Ela não merece.

– E eu? – disse Quinn zangada. – Eu mereço? Eu mereço saber que perdi a memória dos últimos sete anos da minha vida, perdi a minha mãe, perdi tudo, perdi a noção do ridículo, porque para me ter casado com ela... Até te perdi a ti, que eras a minha melhor amiga.

– E ainda sou. Não me perdeste, nem vais perder. Aliás, tu estás rodeada de gente que gosta de ti. E vais perceber isso quando fores para casa.

– Com licença. – disse Rachel enquanto saía do quarto. Santana olhou para ela com o coração nas mãos.

– Ninguém gosta mais de ti do que ela Quinn. E eu dava a minha vida em como ninguém gostava mais dela do que tu. Tenta não ser rude. Tu não sabes o que passaste e o que sofreste para ficar com ela, nem sabes o feliz que eras. Eu percebo que com 17 anos tu não imaginasses que isto ia acontecer, mas aconteceu, embora não te lembres.

– Nem me quero lembrar. Sai daqui.

– É melhor ficarmos por aqui. – disse o médico a Santana quando regressou.

– Sim, eu vou embora. – a latina olhou para Quinn e não saiu enquanto não acrescentou: - Tu não estás, nem vais ficar sozinha.


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Notas finais do capítulo

... e agora?
Eu tenho uma ideia delineada, mas acontece-me várias vezes enquanto leitora, principalmente nesta temática de perda de memória, que eu gostava sempre que acontecesse qualquer coisa que não acontece. Então, se alguém tiver sugestões, que gostasse de ver implementadas nesta fase da história, é o momento de dizer! Se eu conseguir, eu acrescento.
Obrigada pela vossa paciência.



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