Priane.

Hoje completava três semanas que o Cadu me ignorava. A Roberta armou para nos separar, Carlos marcou um encontro e se desculpou comigo, Cadu viu tudo e entendeu errado.

-Priane eu estou falando com você. - O professor disse meio bravo.

-Desculpa.

-Se liga. -Disse e se voltou para a turma. Olhei para o lado e o Cadu estará conversando com o Dan. Na hora do intervalo resolvi ligar para a Windy já que não há vi.

-Priane! -Ela berrou. -Saudade!

-Digo o mesmo, sumiu! -Disse rindo.

-Bem eu. Começou a namorar e esqueceu as amigas.

-E você e o Rafael?

-Vou terminar. -Disse ela rindo.

-Maluca você. Tá matando aula é?

-Que me dera amiga, estou mal.

-Nossa! Vou ai depois ok?

-Claro.

-Beijo então.

-Beijo.

     Desliguei e fui até o Dan a Liane o Rafael, o Arthur, o Thiago e a Shayane.

-Não acredito que a Windy tá matando aula! -Dan disse.

-Ela não tá matando aula, ela foi para casa. Está mal. -Shay respondeu.

-Liguei para ela, e ela disse isso mesmo. -Falei.

-Nossa. O que será que a minha namorada tem? -Rafael disso, não convencendo ninguém de que se importava com a situação da Windy.

-Vaso ruim não quebra. -Arthur disse frio.

-Que isso? Achei que você gostasse dela. -Thiago perguntou.

-É dor de cotovelo. -Rafael respondeu rindo e debochando.

-Já te deixei com o olho roxo uma vez, quer repetir a dose? -Arthur perguntou.

-Para vocês dois! -Liane disse. Observei o Cadu conversando com a Roberta.

-Porque tanto ódio assim da minha irmã Arthur? -Dan perguntou.

-Ela é uma idiota.

-Idiota é o cara que diz que vai esperar com ela e transa com outra. -Defendi.

-Até você Priane? -Arthur perguntou furioso.

-Para com essas tuas recaídas de moleque Arthur! -Bufei.

-É dor de cotovelo. -Rafael disse rindo.

-Minha opinião? Antes eu achava que o Arthur era perfeito para a Windy. Hoje vejo que nenhum dos dois prestam. -Disse sinceramente.

-Priane revoltada. -Liane riu.

-Acho que homem nenhum presta! -Bufei e fui para o banheiro, retoquei meu brilho. Olhei pelo espelho e o Cadu estava atrás de mim.

-Aqui é o banheiro feminino. -Falei indiferente.

-Quero falar com você. -Murmurou ele.

-Você tem trinta segundos. -Ele suspirou.

-Ok, me desculpe? Eu sou um idiota e você estava certa. Desculpa por não acreditar em você.

-Acabou seu tempo. -Disse e sai deixando-o sozinho. Fui para a sala e sentei no mesmo lugar, no canto e afastada do Cadu.

Windy.

Ricardo e eu estávamos olhando um filme.  Estava deitada no seu colo, tentando me concentrar no tal filme, mas a duvida não me deixava em paz. 72 horas, era o que faltava para saber o resultado do exame de sangue. O que eu irei fazer se der positivo? Eu, grávida do Ricardo.

-Ei. -Ricardo disse sacudindo-me, dei um pulo saindo assim de um transe.

-Hm? -Murmurei.

-Nada, você estava ai... Viajando.

-Ah. -Suspirei e levantei-me. Fui até o meu quarto e o Ricardo me seguiu até o mesmo.

-Ei, o que foi? -Perguntou aflito.

-Nada. -Disse colocando a mão sobre minha testa.

-Windy. Poxa! -Disse ele.

  Seus olhos encontraram os meus que obviamente estavam visivelmente aflitos.

Eu o vi se aproximar de mim calmo, ao contrário de mim que estava quase entrando em desespero por dentro. Era inevitável, não tinha como escapar... E a verdade é que eu não queria escapar, de forma nenhuma. Então deixei me envolver e se aproximar, torcendo para que ele não reparasse no meu rosto quente que eu já sentia que estava vermelho. Ele carinhosamente me deu um selinho, aquilo serviu pra me acalmar. Antes que eu pudesse pensar em alguma coisa ele já abria espaço entre meus lábios cerrados com sua língua quente e macia, que logo adentrou em minha boca, ele virou um pouco o rosto e nossos lábios se encaixaram com perfeição. Começamos a nos beijar, ele explorava a minha boca assim como eu explorava a dele, calmamente, sem nenhuma pressa. Paramos o beijo aos poucos, quando percebi estava em seus braços.

-Vai ficar tudo bem, eu prometo. -Disse e beijou o topo da minha cabeça. Fechei meus olhos e senti o seu perfume. Isso me deixou um pouco mais relaxada.

-O que significa isto? -Abri meus olhos e Rafael nos encarava. Bufei, Ricardo puxou-me para mais perto de si.

-Depende. -Rebati.

-Como assim depende? -Perguntou e eu ergui a sobrancelha.

-Estamos juntos. -Ricardo rebateu, me assustei com a sua atitude.

-Ela está comigo! -Rafael disse num berro.

-Estava. Cansei de você. -Disse e sai dos braços do Ricardo.

-Como assim? Você não pode fazer isso! Tá terminando comigo?

-Você entendeu e posso fazer sim e estou fazendo. Não estou terminando com você, eu TERMINEI com você. Cai fora, preciso descansar.

-Isso não vai ficar assim, Windy. -Bufei e ele saiu do meu quarto.

-Que gritaria é essa? -Disse Priane ao entrar no meu quarto.

-O idiota do Rafael. -Dei os ombros.

-Bem, vou indo. Qualquer coisa me liga tá bem? Qualquer coisa mesmo. -Ricardo disse e deu-me um beijo na testa. Fiquei observando ele sumir da minha vista e voltei a encarar a Priane.

-Tá acontecendo algo aqui que eu perdi? - Ela disse confusa, fiz uma careta. -É, está. Conta!

-Fiquei com o Rafael por vingança, sabia que ele ia se apegar a mim e estava de quatro. Menti pra ele que eu estou com o Ricardo para ele se sentir traído. -Disse.

-Nossa, eu não sou muito fã de vingança, mas até que ele mereceu. Mas você e o Ricardo hein... Que química.

-Nada a ver. –Ri.

-Mudando de assunto, o Arthur tá bem idiota.

-Como assim? -Perguntei. -Ele tá normal comigo.

-Então abre o olho porque ele anda falando mal de você pelas costas.

-Foda-se ele, agora me conta do Cadu. -Disse.

-Me procurou hoje, não dei muito papo.

-Dorme hoje aqui? -Pedi.

-Claro.

Ficamos conversando até o Dan invadir o meu quarto.

-Podemos conversar? -Disse fitando-me.

-Sim. -Disse e o segui até a cozinha.

-Você ficou com o Rafael para se vingar, não é? -Perguntou.

-Fiquei. -Disse sincera.

-Cuidado, você pode se queimar nessa brincadeira.

-Pode ter certeza que não. -Sorri.

-Faz um favor? Fica longe do Arthur. -Disse.

-Por quê?              

-Ele andou falando algumas coisas de você. Então só se mantenha distante.

Assenti e voltei para o quarto, todo mundo está dizendo que o Arthur falou de mim. Lindo isso, bom saber que a mascara dele caiu.

(...)

Acordei no outro dia, tonta, não tanto quanto ontem. Esfreguei meus olhos e observei a Priane que estará deitada ao meu lado ouvindo música.

-Nossa, acordou cedo. -Ri.

-Cedo? É 12h00min. -Arregalei os olhos fazendo com que ela gargalhasse. Levantamos e eu fui direto para o banho, deixando com que a água escorresse por todo meu corpo na esperança de que ela lavasse minha alma e apagasse muitas memórias que pareciam inesquecíveis. Sai do banho e a Priane havia ido tomar banho no quarto do Dan. Sentei-me sobre a cama e fiquei pensando por alguns instantes, peguei uma blusa branca com o ombro de fora e uma calça escura. Peguei uma sapatilha vermelha escura de camurça com um top na ponta e coloquei, penteei meu cabelo e o deixei solto já que estará molhado. Desci as escadas e estará todo mundo almoçando, peguei uma maça e a comi.

-Não vai almoçar filha? -Minha mãe perguntou.

-Não, estou sem fome. -Murmurei.

-Mas você precisa se alimentar! -Disse ela.

-Uma maça não serve? -Perguntei, ela balançou a cabeça em um gesto de negação.

                               (...)

  Fui para a faculdade, eu e a Priane ficamos caminhando pelo campus entediadas. Não vi o Ricardo nem o Arthur na hora da entrada, mas vi o Rafael que me olhou torto. Prestei atenção redobrada na aula. Talvez por ser algo que eu goste a aula passou rápida a aula e o resto foi normal, apenas com uma pitada de Rafael com uma cara nada amigável mais os paparicos do Ricardo e a rejeição do Dan perante a minha pequena vingança.