When You Find Me - Hiatus escrita por CGAA


Capítulo 9
Mais essa...? Meu Deus.




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Minha mão pousou instantaneamente na minha barriga, as lágrimas começando a se formar nos meus olhos. Minha cabeça estava em conflito. O que eu faria agora? Tudo bem que eu não me importo com a opinião das pessoas, mas... Grávida? Qual seria a reação do Jacob? Pelo que ele representava sentir por mim eu diria que ele aceitaria numa boa, mas... Ele aceitaria mesmo? Meus pais até poderiam brigar por coisas idiotas quase todos os dias, porém quando eles não brigavam, eu parava algumas vezes pra reparar em seus olhares. Eu não conseguia ver ligação mais forte que a deles. A única que eu poderia comparar era a minha com Jacob, mas o ponto que eu quero chegar, é que, a ligação deles está forte hoje. Ao que tudo indica, era praticamente a mesma coisa antes de eu ter nascido. Se era assim antes de eu ter nascido, e ele ainda assim deixou ela na mão, o que Jacob faria?

Vendo as lágrimas nos meus olhos, o meu olhar e a minha mão pousada na barriga ele logo percebeu que não era isso que eu queria. Ele apenas me abraçou forte. Com seus braços a minha volta e meu rosto escondido em seu peito, deixei que as lágrimas finalmente caíssem.

– Fique calma meu anjo. Tudo vai se resolver – ele murmurou num tom tão baixo que mesmo se tivessem outras pessoas no quarto, elas não ouviriam.

– Como você tem tanta certeza anjo? Como o Jacob vai reagir? – ele suspirou e beijou a minha cabeça.

– Claro que ele vai reagir bem. Quem não iria querer ter um filho com um anjo?

– Talvez quem tivesse outras coisas mais importantes pra fazer...

– Como assim outras coisas mais importantes pra fazer Renesmee? Um filho se torna a sua prioridade... – dessa vez eu o interrompi.

– Essa é a questão! – me soltei de seus braços aumentando meu tom de voz. – Eu não queria ter um filho como prioridade. Pelo menos não por agora... Eu tenho alguns sonhos que para alcança-los, eu infelizmente preciso de uma universidade e outros cursos. Exigindo automaticamente meu Ensino Médio. Você sabe que eu não sou o bom exemplo de aluna, mas também sabe que eu estou dando tudo de mim pra conseguir tudo isso bem. Eu posso até conseguir, mas sabe o que vai acontecer? Essa criança vai virar a segunda Renesmee Cullen já que a mãe dela vai dar atenção só a parte profissional e não o apoio que ela realmente precisa. E isso tudo falando somente da minha parte. E Jacob? – seus olhos refletiam toda a preocupação e o pânico que eu sentia. Voltei para seus braços assim como as lagrimas insistentes voltaram a cair. – Eu sinto muito meu anjo. Essa gravidez é simplesmente inexplicável – ele suspirou novamente me fazendo raciocinar por alguns instantes.

Tinha um episódio da quinta temporada de Sobrenatural que Sam, Dean e Castiel se encontraram com o anjo “cupido”. Eles lhe questionaram sobre se todas as mortes que estavam acontecendo – causadas pelo cavaleiro do Apocalipse “Fome” – eram culpa dele. Ele tinha respondido que não, que suas uniões não tinham nada a ver com isso. Mas a minha relação do momento agora com essa situação foi ele dizer que foi um “grande evento no céu” quando o casal Marie e John Winchester foi finalmente ligado.

Não era pra ter acontecido. O “céu” na verdade não ligava para John e Marie. Eles ligavam apenas para os “frutos gerados por seu amor”. Dean – casca do arcanjo Miguel – e Sam – casca de Lúcifer –. Os quais deveriam dizer ‘sim’ a seus anjos e se enfrentarem no Apocalipse.

Soltei-me novamente de seus braços olhando-o nos olhos com uma sobrancelha erguida.

– Tem alguma razão especial para eu estar grávida? – ele uniu as sobrancelhas balançando levemente a cabeça.

– Não que eu saiba. Por quê? – ele já estava sacando.

– Talvez porque a única chance que eu tinha de engravidar era se você ou algum outro do “time de Deus” – dei um rápido sorriso. Eu estava sendo a forma feminina do Dean. –, sabotassem todas as formas que nós usamos pra evitar que essa criança fosse gerada? – ele levantou as sobrancelhas espantado. Provavelmente pelo meu raciocínio.

– Como assim Nessie?

– Qual será o efeito sobrenatural que essa criança causará na vida das pessoas aponto dela ser gerada em meio a tantas improbabilidades?

– Eu não sei Nessie.

– Fala sério! – cruzei os braços. – Por que eu não posso saber?

– Nessie. Eu realmente não sei. Talvez seja até esse o motivo de eu não saber. Se eu soubesse eu te contaria – ele parecia estar sendo sincero. Suspirei.

– Desculpa. Apenas queria entender toda essa trama que se tornou a minha vida – ele deu um leve sorriso torto. – Tem como você me levar em La Push? Queria resolver essa história antes mesmo da minha mãe voltar – ele sorriu.

– Claro.

Ele apenas tocou no meu ombro e um segundo depois estávamos na estrada perto da casa de Jacob. Parecia que ia começar a cair uma tempestade a qualquer segundo. Apenas conseguia ouvir nossa respiração. A floresta quieta... Um raio quebrou o silencio.

– Estarei do seu lado – disse ele desaparecendo logo em seguida.

Foi aí que o avistei correndo a alguns metros de distancia da casa, em direção à floresta. Apenas com a bermuda jeans e o tênis azul. Em circunstâncias diferentes, vê-lo daquele jeito faria as já não desconhecidas sensações, percorrerem todo o meu corpo. Mas não agora. Meu coração apenas se acelerou enquanto com passos rápidos eu me aproximava mais dele.

– Jacob! – gritei quando estávamos a apenas alguns metros de distancia.

Ele parou subitamente, estranhando a minha voz aqui. Ele se virou ainda confuso para a minha direção e quando finalmente me viu, sorriu e começou a correr na minha direção. Lindo como sempre. Os músculos a amostra, o cabelo liso levemente molhado... Não era um momento pra ficar reparando nisso, mas eu não podia evitar. Ele me pegou num abraço me fazendo sorrir.

– Meu amor! Não esperava te encontrar aqui. Veio com alguém? – percebi seu olhar procurando algum meio de transporte humano. Sorri.

– Eu precisava falar com você.

– Tão importante que te faça vir aqui ao invés de esperar eu ir te ver? – ele sorriu e me beijou fazendo com que pelo menos agora, minhas preocupações desaparecessem. – Diga minha vida.

– Jake... Eu juro. Eu não sei como aconteceu, mas... – suspirei pesadamente vendo a confusão e a preocupação tomando conta de seus olhos castanhos. – Jake eu tô grávida. – pude ver pelo seu olhar que as palavras foram pra ele o mesmo que um tapa na cara. Ele demorou um tempo pra voltar a abrir a boca.

– Como assim grávida?

– Estou tão perplexa quanto você – ele apenas bufou.

– Tanta proteção pra nada então...? – sua voz era cheia de sarcasmo. – Eu te amo Renesmee. Realmente te amo. Mas você queria mesmo me prender tanto assim? Ainda duvida do que eu sinto por você?

– Usar uma criança pra te ‘prender’ Jacob Black? Tenha santa paciência – explodi irritada. – Eu nunca duvidei de você. E você sabia muito bem do ‘medo’ que eu tinha de engravidar. Ou você acha que eu pelo menos não pensei nessa criança que eu acabei de saber que existe? Se eu fosse ter uma família, as minhas exigências seriam estar formada e em um emprego estável, maior de idade e casada.

– Case-se então senhorita responsabilidade.

– Jake... Eu só vim aqui hoje...

– Pra saber se eu vou te pedir em casamento diante da situação?! – ele me interrompeu com total sarcasmo e irritação em sua voz.

– Não Jacob! Não tem nada a ver com isso! – gritei pra ele. – Queria saber se essa criança vai poder contar com pai dela. E... Se eu vou... Poder contar com o meu namorado – a possibilidade dele não fazer nada a respeito me dilacerava. Ele levantou a mão como se fosse tirar o meu cabelo do rosto, mas recolheu-a. E então suspirou pesadamente antes de continuar.

– Eu não sei Renesmee. Eu não tenho condições nem de nos sustentar. Quanto mais essa criança – um esboço de sorriso se formou no meu rosto. Ele finalmente considerou “nós”.

– Você sabe muito bem que eu posso dar um jeito.

– E então a nossa família vai ficar a vida inteira dependendo do seu pai? – as lágrimas incontroláveis ameaçavam cair assim que o sorriso se formou de fato no meu rosto. – Você grita comigo e agora está sorrindo?

– Pelo menos agora você nos considerou como uma família – ele virou o rosto para o lado e mordeu o lábio tentando evitar que eu visse o pequeno sorriso que se formou em seus lábios. – Sabe Jacob... Poderia dar certo.

– Sim poderia – ele deu uma olhada para a floresta como se estivesse procurando alguma coisa, mas depois se sentou na grama. Acompanhei seu movimento. – Se nós dois não tivéssemos mais coisas pra fazer não é?! – as lágrimas já se derramavam contra a minha vontade.

– Está me deixando sozinha então? – consegui murmurar em meio os soluços. Hormônios descontrolados são um saco. Me impressionei com a ousadia dele de me abraçar repousando sua cabeça na minha, que estava encostada contra seu peito. Não que ele não tivesse permissão pra fazer isso, mas... Toda a conversa levava ao contrário.

– Não precisa ficar assim Ness...

Eu não me concentrava direito nas palavras que ele dizia. Apenas tentava arrumar um jeito de parar o choro. Queria parecer mais forte, mas eu não sou de ferro. Ele é tudo que eu preciso. Aqui, sentada com seus braços a minha volta, eu conseguia ver tudo que precisava. Tudo que me daria conforto, segurança... Tudo que faria com que meus problemas ficassem do tamanho de uma formiga e que as lágrimas que caíam dos meus olhos sessassem.

– Eu não preciso Jacob. Tem razão. Querer? Não, eu também não quero. Mas sabe quando algo que você não possa controlar acontece? – ele assentiu suspirando. – Eu não vou conseguir Jake... Não sozinha. – as lágrimas insistentes já voltavam novamente.

– Não estou dizendo que vou te deixar sozinha. Estou apenas dizendo que eu preciso pensar melhor em tudo. Ver quais são as nossas oportunidades. E o que iremos de fato fazer. Temos nove meses pra pensar melhor em tudo. – pela primeira vez ele colocou a mão na minha barriga fazendo com que as lágrimas que agora pouco tinha parado voltassem a se formar nos meus olhos. Pus minha mão sobre a dele mantendo-a ali. Ele sorriu e retirou a mão pra passar o dedo no meu rosto impedindo que novas lágrimas caíssem. – Você chora de mais sabia? – ele disse ajudando-me a levantar.

– E você sabia que os meus hormônios estão fora do normal? – ele sorriu.

Queria que esse momento durasse pra sempre. Mas como de costume, tudo que é bom comigo é sempre rápido de mais. No caso, até nós ouvirmos uma voz masculina vinda da floresta, chamando ele. Não. Não era Haniel.

– Você vai ficar bem não vai? – outro raio caiu. Dessa vez mais forte, dando início a chuva.

– Não posso garantir nada – ele suspirou e me deu um beijo na testa.

– Fique bem. Por nós três – ele se virou e voltou a correr em direção à voz.

Sem nenhum chão, observei-o sumir em meio as árvores. Estávamos num meio termo fudido. Então esclarecendo todo esse rolo, estávamos “perdidamente” apaixonados um pelo outro, mas quando o assunto era a criança que estava no meu ventre, ele tinha outras coisas mais importantes pra fazer, ficava bravo comigo, achava que eu estava obrigando-o a se casar comigo, dizia que me amava, me enrolava dizendo que não queria dizer que estava me deixando sozinha nisso neste exato momento... Era informação de mais para um único momento. A única coisa que pude sentir antes de ser dominada pela escuridão era que braços fortes me impediam de ir de encontro ao chão.


POV HANIEL


Eu deveria fazer alguma coisa. Deveria de alguma forma ajuda-la. Enquanto ela pelo menos aparentava dormir tranquilamente, ficar sem fazer nada enquanto praticamente o mundo dela desabava era agoniante. Já que eu iria ficar aqui parado apenas observando-a, eu podia ficar pensando em alguma forma de... Melhorar a situação. Mas o que eu faria? Se nem o próprio Deus pode interferir no livre arbítrio o que um mero anjo poderia fazer? Jacob disse com todas as letras “Estou apenas dizendo que eu preciso pensar melhor em tudo”, ou seja, vai pensar apenas em si mesmo e ignorar a garota que ele “tanto” ama.

Eu gostaria de entender, mas eu sinceramente não conseguia. Ficava me perguntando se ela conseguia entender. Dizia que amava, mas quando se tratava do fruto concebido pelos dois... Não. “Eu preciso de um tempo pra pensar”. Humph. Mas de errado nessa complicada história não é só ele. Ela também deveria ter em mente que uma criança estava a caminho. Uma vida. Deveria entender que para conseguir seus tão sonhados objetivos ela não teria que se matar de tanto estudar. Ela aprende tudo com uma facilidade praticamente sobrenatural. Claro que não vai ser fácil, todos nós sabemos disso, mas... Ela não estaria sozinha. Eu jamais deixaria.

Fui tirado dos meus pensamentos quando ela acordou assustada chamando o meu nome, as lágrimas já começando a cair. Um segundo depois eu já a tinha em meus braços.

– Desse jeito você vai ficar desidratada – ela me ignorou apenas se apertando mais contra mim.

– Promete pra mim que você não vai me deixar? Se você não tiver certeza se... Poderá ficar comigo ou... Se você pode mesmo afirmar isso – ela engoliu em seco, o pânico era visível em sua voz. –, pelo menos por agora. Me faça acreditar que pelo menos por agora você vai ficar comigo. Por favor.

– Ficarei até a sua mãe aparecer – ela bufou e saiu dos meus braços me olhando diretamente nos olhos. Implorando. O que eu poderia fazer quando esses olhos castanhos que eu tanto amo estavam me pedindo desse jeito?

– Eu queria muito anjo. Mas receio que agora não seja uma boa hora para brincadeiras.

– Qual é meu anjo? Pra que toda essa tristeza? Pra que todo esse pessimismo? Bebês não são a coisinha mais linda do mundo? – ela manteve a expressão de repreensão e súplica, mas dessa vez ergueu uma sobrancelha. Pelo menos pra mim, era impossível não sorrir diante da cena.

– Você tá me enrolando Haniel. Olha, se você não quiser...

– Renesmee – interrompi-a. – A única coisa que poderia fazer eu me afastar de você seriam ordens diretas do Todo Poderoso. Eu lutaria contra o inferno se fosse preciso, só pra não te deixar aqui desse jeito – ela deu um suspiro de alívio e um sorriso torto. Beijei sua testa. – Se você acha que foi Deus que te colocou nessa – ela bufou no maior estilo “como se não fosse”. –, você acha que Ele também não pode te tirar?

– Ah. Então o “Poderoso Chefão” vai fazer um aborto espontâneo em mim? É isso? – sorrindo balancei a cabeça na negativa. Ela ficava engraçada quando era irônica.

– Deus te escolheu a dedo para o maior papel da sua vida. Entende que de bilhões e bilhões de pessoas no mundo você foi a escolhida?

– E se eu não quiser atuar no meu papel? E daí que eu fui escolhida a dedo?

– Por ser forte, sábia, inteligente... Para salvar a honra.

– Honra – ela ironizou a palavra e revirou os olhos como se fosse a coisa mais idiota do mundo.

– A honra por ser escolhido como um guerreiro de Deus – dessa vez ela bufou e revirou os olhos. – Dá pra parar de ridicularizar tudo que eu digo e me escutar um pouco? – ela revirou novamente os olhos, suspirou e fez um gesto com a mão indicando que eu continuasse. – O que significa que você pode sair vitoriosa de uma guerra. Verdade, humanidade, benevolência. Eu tenho a honra de te conhecer Renesmee – segurei suas mãos e olhei no fundo dos seus olhos. A ironia parecia ter desaparecido. – Quando as pessoas verem o quão forte e corajosa você é, o que farão é olhar para a suas próprias vidas. Mas, Ness, há uma verdade gloriosa: a verdade de Deus. E é teu trabalho Ness, dirigi-las a Ele. Fazendo assim com que elas conheçam a verdade de Deus. Não seria isso uma vitória maravilhosa? – ela parecia hipnotizada. Assim como uma criança presa há um brinquedo na vitrine. Sorri. – Entende melhor agora?

– Da onde você tirou tudo isso? – ela perguntou depois de um tempo. Sorri. Eu falo tudo isso e é isso que ela me pergunta?

– Um filme, Cartas pra Deus. Você devia ver. É muito bom – seu queixo caiu fazendo apenas com que meu sorriso aumentasse. Fechei seu queixo com o dedo. – O que?

– Nada – depois de uma pausa ela continuou. – Anjos agora veem filme – não consegui conter a risada.

– Pelo que eu vi, essas palavras mexeram com você. De alguma forma elas realmente te tocaram. Resumindo, Deus usa meios inimagináveis, de forma que toquem o seu coração. Muitas vezes, você não percebe. Mas Ele sempre está lá. Cuidando dos mínimos detalhes... Que passam despercebidos por pessoas geralmente apressadas ou preocupadas de mais, pra perceberem – dei de ombros. – Vem cá – abri os braços para que ela voltasse a repousar a cabeça no meu peito. Ela precisava mesmo descansar. – Você já passou por coisa de mais hoje.

– Pode crer.

Ela disse dando um leve sorriso e se aproximando mais de mim. Jacob tinha a vantagem de ser o pai do filho dela. A questão era que em momento algum isso dizia que eu desistiria dela.



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Notas finais do capítulo

Vish .. ;)