When You Find Me - Hiatus escrita por CGAA


Capítulo 8
Não esperava por essa


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpas por ter abrasileirado a fic quanto ás datas . Eu ja tinha esvrevido o capítulo e até os capítulos seguintes quando fui me tocar entao achei melhor deixar assim mesmo . Espero que gostem ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/238006/chapter/8

“I've had the time of my life
And I never felt this way before
And I swear, this is true
And I owe it all to you”

The Time(Dirt Bit) – Black Eyed Peas


Ainda meio sonolenta abri os olhos. Vi que o sol iluminava irredutivelmente o quarto, que meu celular permanecia tranquilo na cômoda ao lado da cama e o que me fez sorrir, que eu estava deitada com a cabeça em seu peito tendo uma visão privilegiada de seus belos músculos, envolvida por seus fortes braços. Tentei levemente me desprender de seus braços sem que ele percebesse. Sem sucesso.

– Bom dia meu amor. Dormiu bem?

– Nunca dormi tão bem em toda a minha vida – ele riu.

– Por que será... – ele riu novamente, revirei os olhos.

– Foi por dormir ao seu lado e te encontrar ao meu lado assim que acordei.

– Impressionante como a garota romântica voltou a aparecer só pra não deixar a safadinha levar a melhor...

– Tá bom então chato. Qual das duas você gosta mais?

– Gosto da que mantem as duas no poder – dei um sorriso torto e beijei seu peito. Ele desceu o corpo deixando nosso olhar no mesmo nível. Estranho como aquele simples ato foi suficiente para meu coração se acelerar. Ele tirou o cabelo do meu rosto e sorriu.

– Foi tão sobrenatural pra você quanto foi pra mim? – sorri e pus a mão em seu rosto.

– Jake, foi a melhor noite da minha vida. Tem ideia do que isso representa pra mim? – seu rosto iluminou-se com um sorriso que faria qualquer um sorrir com ele.

– Sim meu amor. E sabe qual é a melhor parte? – sorrindo, fiz que não com a cabeça. – Você continua aqui do meu lado.

– Lugar que eu ficaria pra sempre se pudesse.

– E o que te impede meu amor? – podia afirmar que meus dentes estavam expostos num sorriso.

Beijei-o com todo o carinho e o romantismo que eu tinha. Essa historia de garota romântica e garota safada podia até ser divertida, mas eu podia ter certeza que uma hora eu iria perder a paciência. Ele sorriu e então voltou a me beijar, dessa vez com mais... Desejo, aproximando mais seu corpo do meu.

– Jake... – sorri ofegante. – Não começa.

– “Não começa” o que? – ele riu. – Engraçado. Ontem você estava meio diferente... – revirei os olhos sorrindo.

– Mas ontem a gente tinha tempo. Hoje não. Eu preciso ir pra casa Jake. – ele sorriu maliciosamente no maior estilo “claro, claro. Como se eu fosse deixar você ir embora assim tão fácil.” e começou a beijar o meu pescoço, voltando aos meus lábios em seguida. Meu coração já estava como a minha respiração: acelerado e irregular. Com o canto do olho pude ver meu celular vibrando na mesinha.

– Jake, meu celular – ele levantou uma sobrancelha, se afastando de mim. Muito pouco.

– Numa hora dessas?

– Jake, por favor – pedi com os olhos suplicantes. Eu precisava usar todos os recursos que eu tinha. Ele mordeu o lábio, mas se deitou ao meu lado e me entregou o celular. Anne.

– Nessie? Finalmente.

– Pois é Anne – ele começou a gemer perto do telefone fazendo com que Anne pensasse o que não deveria ter pensado.

– Pelo amor do santo Deus de Israel criador do céu e da terra Renesmee. Se você estava tão ocupada aí, você podia ter tido o bom senso de não ter atendido né?! – fiquei vermelha como um pimentão. Ah Jacob. Você vai gemer sim, mas vai ser de dor seu cachorro, filho da mãe.

– Anne pelo amor de Deus eu não tô fazendo nada. É esse filho da mãe aqui que tá fazendo você pensar o que não deve – ele ria alto sem pelo menos disfarçar.

– Tudo bem que vocês estejam se divertindo eu não tenho nada contra, mas... Eu não quero saber dos detalhes sabe...

– Sim Anne, eu entendo anjo, mas... Por que você me ligou?

– Nada não. Só porque sua mãe me ligou digamos que preocupada, porque ela ligou mais de 15 vezes pro seu celular porque você passou a noite fora e não falou nada pra ela.

– Eu não tinha que falar nada pra ela mesmo não. Eu tenho você pra falar por mim.

– Claro Nessie. Tirando o fato que são uma e meia da tarde e a minha mãe tá desconfiando de porque a Bella ligaria aqui em casa procurando você... Claro. Está tudo bem, vamos desconsiderar essa parte – pus a mão na testa.

– Puta. Que. Pariu. – ela riu. – E o que eu faço agora? Vou pra casa direto?

– Pode ser. Fala que a gente saiu da festa umas 3 horas da manha, acordamos às 12, você almoçou aqui em casa e depois foi embora. Depois você dá um jeito de comer alguma coisa, porque provavelmente você acabou de acordar né sua safada – ri.

– Obrigado Anne. Só vou tomar um banho e já estou indo.

– Nessie. Não demora – ri alto.

– Tudo bem meu anjo. Já estou indo.

– Beijos. – desliguei o telefone e olhei pra Jake tipo “o sonho acabou”.

– Hora de voltar pra realidade – disse me levantando da cama indo em direção ao banheiro. – Me acompanha? – ele riu.

– Que pergunta Nessie – rimos e tomamos um banho rápido, porem quente, em todos os sentidos.


Embora ele não quisesse, peguei um táxi e fui pra casa. Encontrei a casa vazia, tranquila. Claro que eu não parei pra procurar por todo mundo né?! Fui direto para o meu quarto, fechei a porta e deitei na cama, a mente longe... Na verdade a alguns quilômetros daqui. Cada cena da noite anterior se passava na minha mente, como um filme. Não o tipo de filme que eu gosto, mas... Era eu e o homem da minha vida. Na minha opinião, esses sentimentos e essas sensações eram coisa de pessoas um tanto mais... Adultas como 17, 18 anos, mas... O que eu poderia fazer? Era tudo verdade. Eu o amava mais que tudo e impressionantemente, era tudo isso que eu sentia.

– Se eu continuar sendo seu anjo desse jeito vai ficar muito estranho? – balancei a cabeça piscando algumas vezes quando Haniel me tirou dos meus pensamentos.

– Acho que sim, mas seria difícil me acostumar com o jeito normal de ter um anjo da guarda já que você é o meu anjo da guarda desse jeito – ele sorriu. – Onde estão meus pais?

– Acho que estão no quarto. Sua mãe fez torta de frango e deixou pra você na geladeira – sorri, eu estava mesmo com fome.

– Vai lá comigo?

– Posso te levar até lá? – levantei as sobrancelhas sorrindo, mas nem pude responder. Ele já me pegava nos braços e meio segundo depois estávamos na cozinha.

– Uau. Esse meio de transporte é um tanto eficiente não? – ele riu enquanto eu pegava a torta da geladeira. – Aceita?

– Não, obrigado. Vou ficar só te observando mesmo.

Ele me olhava com aqueles olhos azuis que apenas as forças sobrenaturais da minha “paixão” por Jake, conseguiam me fazer resistir. Sinceramente? Ele seria perfeito pra mim. Perfeito pra qualquer uma. A questão era que ele havia me ‘escolhido’. E eu havia escolhido Jacob. Talvez ele pudesse me fazer mais feliz que Jake, mas... No momento, a minha vida era completamente perfeita.


Quando a gente faz alguma coisa boa, o tempo sempre passa mais rápido. Como as minhas férias. Dei a ideia de a gente ir para a casa dos meus avós Carlisle e Esme em Forks, já que Jake ia mesmo voltar pra lá e que a gente não os via há um tempo – principalmente meu avô Charlie –. Para a minha sorte, Edward e Bella aprovaram a ideia.

Fiquei tão feliz em rever meus avós. O jeito protetor de Carlisle, o abraço caloroso de Esme... Ela sim parecia me entender. Sabia de praticamente todas as besteiras que eu fazia desde pequena. Contei pra ela sobre Jake. Ela riu dizendo que a neta dela cresceu rápido de mais e me deu alguns concelhos sobre namoro, que eu não devesse dar muita corda a essa relação, porque se um dia acabar eu sofrerei mais que qualquer outra pessoa e sobre ‘me cuidar’, o que eu não precisava ouvir de mais ninguém.

Falei com a minha mãe e assumi meu namoro com Jake, aproveitando que até tia Rose, tio Emm e tio Jasper apareceram lá e que minha mãe e minha vó me dariam uma força. A reação do meu pai foi bem como a esperada. Ele ainda acha que eu sou a criança dele... Se ele souber que eu já tive aquela noite com Jake então... É bem capaz dele me tirar de vez do hipismo, fazer questão de me levar e me buscar no colégio só pra mim não ter um momento extra com Jake e provavelmente ter um infarto. Tia Rose já sabia então, apenas sorriu. Tio Emmet apostou com Jasper quem se casaria primeiro: eu com Jake ou ele com Alice. Meu avô apenas sorriu e disse que a única coisa que ele queria mesmo era que eu me sentisse bem e que eu fosse feliz.

Edward tentou me proibir de vê-lo, mas logo desistiu já que a atitude infantil era só dele. Fomos ver meu avô Charlie. Ele ficou tão feliz em nos ver... Pelo que Bella falava ele sempre a via como uma vagabunda que não pôde resistir ao impulso de ir se esfregar em um garoto da série seguinte. Mas agora, toda a mágoa e o preconceito pareciam ter se transformado em arrependimento, saudade e carinho da filha que ele havia tratando com um preconceito totalmente desnecessário. Ele tinha me visto apenas umas duas vezes, pelo que minha mãe me contou. Uma no hospital quando eu nasci, e outra quando eu tinha mais ou menos um ano e sete meses. Segundo minha mãe, ele estava cego de raiva ou qualquer outro sentimento do tipo, impedindo-o de ver a “maravilhosa neta que Deus tinha lhe dado”. No dia seguinte ele me chamou para ir a La Push para conhecer Billy, Jacob – quem eu já conhecia bem até de mais... – e uns outros que também moravam lá.

Sem pensar duas vezes aceitei seu convite. Até então eu não tinha parado pra pensar da onde Seth era e que Rachel era a Rachel irmã de Jake. Meu Deus, tô me superando. Seth também era de La Push. Morava com a mãe e Leah sua irmã. Uma garota alta, magra, meio bombada, pele morena – como a de Seth e Jake – e os cabelos curtos e negros. Pensei que ela era gente boa assim como todos os outros – e talvez até seja –, mas alguma coisa tinha acontecido com ela. Talvez uma decepção amorosa ou sei lá. Leah fez o que eu fiz, porém pelo motivo diferente e de um jeito mais radical: por causa de alguma coisa, ela era antipática e chata com todo mundo, ou seja, se revoltava com todo mundo sem que os mesmos tivessem alguma culpa.

Mas com toda certeza a melhor parte das minhas férias foram as escapadas que eu e Jake dávamos de vez em quando... Hora ou outra indo no cinema e passando a noite fora ou simplesmente passando a noite na casa de Jake. Isso sem falar do aniversário dele dia 14. E claro, eu não podia esquecer do meu querido tio Emmet curtindo da minha cara a cada 5 segundos e seguindo a gente em quase todas as vezes só pra deixar o meu pai mais puto ainda comigo.

E assim foram indo as minhas férias: casa dos avós Cullens, casa do vovô Swan, La Push, Port Land... Até que as minhas aulas começaram dia 30 de janeiro.

A parte ruim era que como Jake tinha dito, ele voltou mesmo pra La Push. Jake fazia falta nas aulas. Suas risadas, suas brincadeiras, seu sorriso... Seus beijos, seus braços fortes a minha volta... Enfim, eu sentia a falta dele. As aulas tinham mudado um pouco, graças a Deus pra melhor. O maldito professor de Física foi substituído por um verdadeiro anjo. Bonito – o que não fazia tanta diferença no momento, já que eu só tinha olhos pra Jake –, era direto, explicava tudo direitinho, deixava as aulas animadas... Eu e Anne tínhamos definitivamente todas as aulas juntas, Brad largou aquela garota chata nariz empinado por uma amiga gente boa da Anne e Anne e Embry estavam a um passo do namoro.

E aqui estou eu dia 17 de fevereiro, no meu bom e velho quarto procurando o meu perfume preferido pra poder finalmente ir para a escola. Procurei na “prateleira dos perfumes”, na pia do banheiro... Quando o encontrei, na penteadeira, dei uma boa cheirada no frasco, o que eu não sei por qual motivo, não foi bom. Por que diabos uma pessoas ficaria enjoada com um Carolina Herrera? Apenas corri para o banheiro e botei não sei nem o que pra fora, já que eu não tinha comido nada desde o jantar ontem.

– Nessie? Tá tudo bem? – ouvi a voz preocupada de Haniel.

– Tá sim anjo. – eu acho...

Lavei minha boca com o enxaguante bucal e desci rápido as escadas sem dizer uma palavra pra ele, que me olhava preocupado.

– Mãe eu... Não tô me sentindo muito bem – disse colocando a mão na barriga. Ela franziu a testa quando viu as involuntárias lágrimas que se formaram nos meus olhos.

– Não precisa ir para a escola hoje se não estiver se sentindo muito bem – observei a mesa do café da manha.

– Isso aí são aqueles waffles que eu amo e só você sabe fazer? – ela sorriu.

– São sim. Coma um pouco.

Me sentei a mesa ao seu lado. Aqueles waffles tinham sido feitos hoje, pois ainda estavam quentinhos e exalando um cheiro... Ruim e enjoativo me fazendo correr em direção ao banheiro na primeira garfada. Bella também veio correndo segurando o meu cabelo.

– Filha, o que foi? Você estava tão bem...

– Não sei mãe. Só sei que eu não quero ver waffles por um tempo – sua testa estava franzida.

– Vou pegar um remédio pra você. Me espera no quarto – assenti indo em direção ao meu quarto.

– Ness, sério. Tem certeza que tá tudo bem?

– Não sei ao certo anjo. Volta daqui uns 10 minutos. Vou trocar de roupa e a minha mãe vai me trazer um remédio então... – ele deu um meio sorriso e me deu um beijo na testa, desaparecendo logo em seguida.

Vesti um shortinho e um blusão. Logo, minha mãe entrou no quarto com o remédio.

– Filha você fez o que eu te pedi? – tomei o líquido transparente fazendo uma careta com seu gosto amargo.

– Sobre o que mãe?

– Se “proteger” – esse era o tipo de pedido que eu atenderia mesmo se não tivesse sido verbalizado.

– Por que pergunta mãe? Eu não...

– Não se faça de burra Renesmee – ela me interrompeu de repente um pouco irritada – Eu sei muito bem que você não é mais virgem. Quanto a isso eu nem ligo tanto, mas sabe com o que eu estou mesmo preocupada? – sua voz me repreendia, mas ao mesmo tempo era um misto de preocupação e medo. – Você está do mesmo jeito que eu quando descobri que estava grávida de você.

Como assim “do mesmo jeito que eu quando descobri que estava grávida”? Demorei um tempinho até absorver todas essas palavras que me atingiam como facadas. A parte que menos me importava era ela ter conhecimento de que eu não era mais virgem. Estava óbvio de mais.

– E então... O que eu faço agora? – surpreendi-me com a tranquilidade que as palavras saíram. Ela pôs a mão na testa e olhou com descrença para o relógio em seu pulso.

– Agora eu preciso ir para o escritório filha. Quando a gente voltar prometo cuidar disso ok? – assenti e ela me deu um beijo na testa. – Tente dormir. Qualquer coisa é só me ligar e quanto a dinheiro você sabe onde encontrar – assenti novamente. – Te amo – disse ela antes de fechar a porta. Cinco segundos depois dela ter saído Haniel apareceu me dando um abraço como quem quer dizer “sinta-se segura. Vai ficar tudo bem”.

– Você escutou? – murmurei contra seu peito.

– Sim – ele sussurrou num tom quase inaudível.

– Preciso que faça uma coisa pra mim – me soltei do seu abraço pegando rapidamente pegando uma nota de 20 dólares na minha carteira. – Vai na farmácia e compra pra mim três ou quatro testes de gravidez pra mim.

Ele suspirou pesadamente e mordendo o canto direito do lábio inferior, pegou o dinheiro e desapareceu. Eu não conseguia entender. Era totalmente impossível eu estar grávida. As pessoas me deixam tão paranoica com esse assunto, que em todas as vezes Jake usou camisinha e eu tomei meu anticoncepcional conforme as recomendações da minha ginecologista. Segundo ela, tanto a camisinha quanto o anticoncepcional eram de marcas “boas”. Eu simplesmente não conseguia entender.

Era possível que os dois métodos falhassem? Pelo que eu sei eu não tomei e nem estava tomando remédio algum ou qualquer outro composto químico que anulasse o efeito.

Outro detalhe que eu já deveria ter percebido era a minha menstruação. Como eu pude ser tão burra de não perceber que tinha alguma coisa errada? Dois meses sem menstruar no meio de um ciclo perfeito? Aonde eu estava com a cabeça? Tudo bem que eu sabia que os anticoncepcionais mudariam um pouco toda a situação, mas... Dois meses?

Se eu estiver mesmo grávida, o que vou fazer daqui pra frente? Dar uma de Bella e deixar o moleque de lado? Eu sinceramente não queria ter um filho agora. Eu sabia que seria difícil nessas circunstâncias de eu me dedicando mais ao estudo e Jake morando em outra cidade fazendo Deus sabe o que. Financeiramente eu sabia que poderia cria-lo. Porém eu sei melhor que todo mundo que uma criança não vive apenas de dinheiro.

Essas questões iam martelando na minha cabeça até que Haniel finalmente chegou com os testes.

– “Que a sorte esteja sempre em seu favor” – sorri sem humor. Ele conseguia me fazer sorrir mesmo nas circunstâncias mais extremas. Assim como essa.

Fui para o banheiro e fiz tudo como recomendado na embalagem. Um por um. Eu esperava fervorosamente estar errada, porém o resultado foi unânime: positivo.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vish . e agora ? sdkpdspk ;)