When You Find Me - Hiatus escrita por CGAA


Capítulo 15
O sobrenatural pode te supreender


Notas iniciais do capítulo

se você acreditar . Boa leitura ;)



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Anne e Haniel sorriram na mesma hora. Jake hesitou antes de se levantar. Mesmo estando em pé, ele não demostrava nenhum sinal de que me deixaria aqui.

– Se é assim anjo... – Haniel deu de ombros e ignorando Jacob, me deu um beijo na testa. – Fique com Deus – Jake rosnou baixinho, porém alto o suficiente para que eu e Anne percebêssemos, enquanto Haniel saía do quarto rindo.

– Você tem que admitir que ele tem direito Jake – ela riu. – Como melhor amigo, como anjo da guarda, como...

– Tá bom, eu já entendi – ele a interrompeu meio irritado, como se não quisesse ouvir tudo que Haniel fez por mim. Ela apenas riu de novo.

– Volto aqui amanhã meu anjo. Que Deus te abençoe – sorrindo ela me deu um abraço. – Cuide bem do meu anjo Jake.

– Pode deixar – os dois sorriam enquanto ela deixava o quarto e ele voltava seu olhar novamente pra mim. – Não quero deixar você.

– Jake, eu... Preciso de um tempo – ele suspirou pesadamente.

– Sei que precisa. Eu só... Não quero te deixar de novo. Agora que eu tenho você aqui comigo... – sorri.

– Passe a noite aqui então. Apenas me deixe sozinha por enquanto. Descanse, curta a nossa filha, mas... Deixe-me aqui por agora – ele deu um sorriso torto e se inclinou novamente pressionando seus lábios contra os meus.

Assim como há alguns minutos atrás, perdi o senso de praticamente tudo. Cinco meses sem ele foram suficientes para me deixarem eu diria que sem chão. Aposto que com ele tudo seria diferente. Eu jamais teria me cortado, teria aprendido a amar a nossa filha desde o primeiro momento em que soube da sua existência, aproveitaria muito mais a minha gravidez... O que o meu pai disse dois meses atrás era mesmo verdade. Eu poderia viver bem sem ele, graças a Haniel, mas eu nunca poderia viver consideravelmente feliz sem ele. Eu odeio admitir, mas sou dependente dele.

Isso é um tanto ridículo considerando que eu deveria lembrar-me de tudo que passei por culpa dele. Todo o sofrimento, toda a pressão psicológica... Minha destruição e ao mesmo tempo a minha glória. Mas sendo bem honesta, eu simplesmente não consigo imaginar nada comparado a isso. Seus braços novamente a minha volta, seus lábios novamente aos meus, nossas respirações e corações acelerados... Eu não só o amava mais que a minha própria vida. Ele também me amava. Não podia responder quanto, apenas poderia dizer que ele correspondia o que eu sentia por ele na mesma intensidade. Mesmo com as vozes na minha cabeça dizendo que ele queria apenas fazer o que quisesse de mim – de novo –, eu simplesmente não conseguia ignorar o meu coração praticamente gritando o nome dele.

Apesar de ele ter parado de me beijar, mantive minha mão na sua nuca enquanto nos perdíamos no olhar um do outro. Não faço a mínima ideia de quanto tempo ficamos assim. Apenas sei que fiquei perdida em algum lugar dos seus lindos olhos castanhos até que ele quebrou o silêncio com um sorriso. Fiquei imaginando. Uma vida pra nós... Uma casinha no meio do nada... Dois cavalos no quintal... Victoria montando tão bem quanto uma princesa...

– Eu te amo Nessie. E sempre amarei – ele sussurrou no meu ouvido enquanto se inclinava novamente pra me dar um beijo na testa.

– Também te amo Jake. Mais do que você possa imaginar.

– Tenho certeza disso meu amor – ainda sorrindo ele deixou o quarto que estava em completo silêncio. Por onde eu deveria começar?

– Deus, eu... Eu queria te pedir ajuda – completei depois de uma pausa. – Salve-a – as lágrimas já vinham aos meus olhos. – Obrigado Deus. Muito obrigado por tudo. Pelo meu anjo da guarda que foi e ainda é... Realmente importante pra mim, pelos meus pais, por Jake, por ela... Eu a amo Deus. Salve-a, por favor. Eu daria a minha vida pela dela se fosse preciso. Apenas salve-a. Se eu já passei por tudo que passei por ela, seria justo perde-la assim tão rápido? Sei que pode salvá-la. Sei que és o único que poderia fazer algo assim. Sei que o Senhor pode tirá-la de mim, mas... Sei também que pode deixa-la. Creio nisso.

– Sabe Renesmee, não fui eu que deixei Victoria doente.

Arregalei os olhos quando depois de alguns minutos nos quais o único som presente nesse quarto era o dos meus soluços, ouvi uma voz nítida na minha mente, tão forte quanto um trovão. Ela parecia... Vir da minha mente, mas era nítida a ponto de eu ter a certa ilusão de que vinha de alguém ao meu lado, assim como Jacob estava alguns minutos atrás. Instantaneamente pensei que estivesse louca. Essas coisas acontecem mesmo? Bom, ou eu estou completamente pirada com tudo isso ou essas coisas estão mesmo acontecendo. Um arrepio percorreu a minha coluna deixando os pelos dos meus braços arrepiados.

– Deus? É... É mesmo o Senhor?

– Sim filha, sou eu. Sei bem o quanto está pedindo. Sei também que você daria a sua vida pela dela. Só quero que saiba que não fui eu que fiz isso com ela. Eu apenas dei permissão – fiquei confusa. Que erro grave eu cometi pra ser punida desse jeito? – Renesmee, você não cometeu erro algum que fosse responsável por tudo isso.

– Então... Por que tudo isso está acontecendo comigo?

– Filha, você não é a primeira. A alguns mil anos atrás, houve um profeta chamado Jó. Jó era um homem justo, honesto, fiel a mim, dono de várias terras, animas, uma família abençoada... Satanás pensava que ele apenas era fiel a mim por seus bens materiais. Então lhe dei autoridade para que lhe fossem tirados seus filhos, seus animais, suas terras... E então Satanás retirou de Jó todas essas coisas e mesmo assim, Jó me louvou.

– Então Satã precisa da sua “autorização” pra fazer o mal na vida das pessoas? – pude ouvir um som que parecia ser uma risada.

– É claro que sim! Eu dei o meu filho por amor a estas pessoas! Tudo que você toca, vê, ou até mesmo ouve falar, tudo, tem um dedo meu.

– Oh claro. Como a corrupção, a prostituição, a pedofilia, a pornografia, o tráfico... – pude ouvir novamente o som que se parecia com uma risada.

– Renesmee, por favor, entenda que eu não controlo as pessoas. Isso tudo é consequência do livre arbítrio. Eu permiti que as pessoas o tivessem, dando-lhes assim o direito de escolherem seus destinos. Eu permiti que lhes fossem dadas oportunidades que lhes fariam ser “pessoas boas” e “pessoas ruins”, portanto “dignas” e “não-dignas” do Paraíso.

– E qual é o objetivo disso tudo? Se pessoas estão agindo de uma forma ruim sem nem mesmo ter consciência de toda a trama da qual elas estão envolvidas... – fui interrompida novamente pelo som da risada.

– Filha, eu sinto te dizer, mas receio que todas as pessoas fazem todas as coisas que fazem, boas ou ruins, tendo a plena consciência do que estão fazendo. Muitas vezes, a justificativa é que não têm condições ou estão apenas “ganhando” a vida. Outros, tem “condições”, até de mais, e com ela, cada vez mais ambição e amor ao dinheiro. Não acha que se as pessoas mais poderosas deste planeta realmente se importassem com as outras pessoas, a situação da população mundial estaria deste jeito que está hoje? – fiquei sem palavras por um momento.

– Se você me “obrigou” a te pedir pela vida da minha filha, por que não pode obriga-los também?

– Não se lembra que você me pediu isso naquele dia em que lhe enviei Haniel? Não se lembra que você me pediu alguém que pudesse te entender, alguém que fizesse você se sentir amada e que te pudesse mostrar que a vida era muito mais do que aquele pensamento de suicídio?! Terei que te relembrar cada pensamento que você teve enquanto tinha os dois? Diga-me que não está grata pelos dois – agora tocou na ferida. – Quanto à saúde da Victoria, sinto muito filha, mas receio que o corte que você provocou na sua barriga tenha sido profundo o suficiente para causar danos que Haniel não tinha poderes para reparar.

– Então tudo isso que eu estou passando é resultado das minhas próprias ações? – as lágrimas já rolavam livremente pelo rosto. Eu já sabia a resposta para essa pergunta.

Eu faria mesmo tudo que fiz se soubesse que tudo isso causaria a possível morte da minha filha? E de pensar que eu já pensei nisso... Como eu pude ser tão burra de fazer isso? Como pude ser tão fria e sequer pensar nessas coisas? A começar por mim. E então a minha filha... Meu anjo... Onde estão os meus sentimentos nessas horas? Como pude ser tão fria com os motivos que eu tenho pra levantar todos os dias? Pessoas que eu daria a minha vida se fosse preciso. O estranho foi que conforme minhas lágrimas caíam, uma sensação de paz dominava o meu corpo. Como se toda a culpa que eu sentia desaparecesse do nada. Eu sentia como se... Alguém estivesse me abraçando e me passando... Paz e segurança. Novas lágrimas caiam, mas dessa vez, elas não tinham motivo algum pra cair.

– Eu te fiz assim filha, você não tem culpa.

– Por quê? Aposto que se fosse a Anne tudo seria diferente. Tudo.

– Você é especial desse jeito. Você pode procurar o quanto quiser que em lugar algum no mundo achará pessoa alguma que tenha as mesmas características que você ou tomaria a mesma atitude que você diante de determinada situação. Você é especial. E única. Claro que com a Anne tudo seria diferente. Ela é diferente.

– Mas então pra que tudo isso? Se você já sabe... Perdoe-me. Se o Senhor já sabe como tudo isso começou – achei que um pouco de respeito não faria mal, afinal, era com o Criador de tudo que eu estava conversando –, sabe tudo que já aconteceu e vai acontecer, e ainda como vai terminar, por que não acaba com tudo isso logo?

– Filha, as razões disso tudo vão muito além da compreensão humana. E eu penso que você já tenha ouvido a história do “tudo a sua hora” – revirei os olhos. Essa história tá me cansando já. – Sei que está. Na maioria das vezes, a hora certa “demora” de mais pra chegar, fazendo com que os mais impacientes se antecipem fazendo muitas vezes a coisa errada. Chama-se apenas “impaciência humana” – bufei novamente revirando os olhos. Sei muito bem que isso é verdade, mas... Tanto faz pra mim agora. – Falta de confiança em mim... Sabe, eu apenas queria um pouco de atenção. Amo todos igualmente. Incondicionalmente. E aí todos viram a face pra mim... Às vezes eu permito que algum tipo de sofrimento ocorra na vida das pessoas para que elas se voltem pra mim. Para que elas me busquem e cresçam espiritualmente. Mas elas não se tocam. Por que é tão difícil para as pessoas entender que eu só quero um pouco de atenção?

– Se nem o Senhor sabe imagina eu... – sorri ouvindo o som da risada.

– Na verdade Ness, eu sei. Eu só... Queria que elas entendessem que eu as amo e que eu só quero o bem delas. Queria que elas soubessem que não faria mal se elas vivessem de acordo com as minhas leis. Sabe, você não faz ideia do quanto me faz feliz ver uma pessoa de joelhos em referência a mim. E então eu vejo pessoas se drogando, se cortando, dizendo que ninguém se importa com elas... Isso vem como um golpe no meu peito – engoli em seco. Ele tinha razão.



“Derramamos nossas misérias

Deus apenas ouve uma melodia.

A bela bagunça que estamos,

O choro honesto de corações partidos,

São melhores do que um Aleluia.

A mulher lutando pela vida,

O moribundo desistindo da luta

São melhores do que um Aleluia, às vezes

As lágrimas de vergonha pelo que foi feito,

O silêncio quando as palavras não vêm

São melhores do que um Aleluia, às vezes.

Melhor do que um toque do sino da igreja,

Melhor do que um coro cantando, cantando.”

Better Than a Hallelujah – Amy Grant



– Então... É isso que se chama ‘provação’?

– Sim filha. Apenas para dar oportunidade as pessoas. Eu nunca deixei e nunca deixarei ninguém que precisa da minha ajuda sozinho enfrentando toda essa “barra”, como vocês dizem. A questão, é que somente alguns pedem a minha ajuda. Verdadeiramente – já estava começando a me convencer.

– Sabe Deus, se você tivesse conversas como essa mais vezes com as pessoas, talvez você tivesse mais pessoas te dando atenção.

– Sabe Renesmee, pra começo de conversa, quem de nós dois começou esta conversa? – engoli em seco. – Isso mesmo, não fui eu. Uma coisa que as pessoas não entendem, é que como eu disse, algumas coisas estão fora da sua compreensão. Não as culpo por sua sede de conhecimento. Só quero dizer que elas se baseiam de mais nas provas concretas. Tudo que elas precisam está na Bíblia Sagrada e mesmo assim elas ainda querem ter a prova concreta de que tais fatos realmente aconteceram. Responda-me uma coisa: o que te “faz feliz”, entre aspas, é o seu iPod em si ou o que ele te proporciona, como... O que você sente quando escuta as músicas que tem nele? – não entendia o porquê da pergunta, mas quanto a isso eu já estava acostumada.

– O que eu sinto.

– Sei que está confusa filha, só queria que você entendesse que sou um Deus espiritual. As pessoas podem me sentir, sentir o meu poder, a minha presença, o meu Espírito. Eu lhes dou todos os sinais necessários, mas é como se eles passassem despercebidos. Um dia Renesmee, eu habitarei junto com determinadas pessoas para todo o sempre e serei o seu Deus. Farei novas todas as coisas. Não haverá morte, pranto, clamor, dor... Todas estas pessoas viverão comigo na nova Jerusalém que descerá do céu. Ou se preferir Cidade Santa ou Paraíso. E aí eu te pergunto, como uma pessoa que não dá testemunho que é meu seguidor, alguém que não crê, alguém que não tem amor ao próximo, que dá mais valor aos desejos carnais, quem idolatra alguma coisa ou pessoa que não seja eu, alguém que pratique feitiçaria ou dependa da mentira... Como alguém assim pode ser digno de viver eternamente comigo?

– Deus...

– Diga filha – podia ouvir uma certa animação na sua voz.

– Eu quero ser digna de viver eternamente com o Senhor.

– Tem certeza Renesmee? É uma decisão e tanto. Sua vida não será fácil daqui pra frente.

– Ela nunca foi fácil. Sei que nunca será e também sei que o Senhor me dará o apoio que preciso. Então minha resposta é sim.

E então o Espírito Santo de Deus me envolveu de tal forma que era impossível de se descrever.



POV HANIEL



Esperei que Anne saísse do quarto que Nessie estava para irmos para o refeitório juntos. Quando ela saiu, alguns segundos depois que eu, pude ter a certeza que o sorriso que estava em seu rosto indo de orelha a orelha, era o mesmo que estava no meu rosto. Logo seus braços vieram de encontro a minha cintura em um abraço amigável. Sua felicidade era contagiante.

– Vai com calma Anne – brinquei retribuindo seu abraço.

– A gente tá conseguindo meu anjo. Estamos conseguindo trazer a nossa garotinha pros caminhos do Senhor – ela disse rindo. Sua risada não tinha nada como curtição ou ironia. Não era nada a mais que... Felicidade, ou aquela sensação de desejo realizado.

– Já te falei Anne. Sou o anjo dela, não seu – ela revirou os olhos.

– Muito obrigado pela delicadeza Haniel – ri. Bom, tecnicamente, nem dela eu sou anjo, mas tudo bem. As duas sabem que faço isso por brincadeira. – Bom... Pra onde estamos indo mesmo?

– Esperava que você soubesse – a gente ria. Acho que nada poderia abalar o nosso humor agora. – Já que a gente tá atoa mesmo, vamos ver a nossa afilhada de novo?

– Eu nem vi. Só sabia que era menina, fui ver a Nessie logo.

– Não sabe o que tá perdendo Anne. Senhorita, poderia nos dizer como a gente chega onde a minha afilhada está? – perguntei a uma enfermeira que estava andando no corredor. – O nome dela é Victoria Cullen...

– Black? – ela completou fazendo com que uma careta surgisse no meu rosto. Anne ria descontroladamente.

– É, ela mesma – a enfermeira sorria.

– Ela virou o assunto do hospital inteiro. A bebê mais linda dos bebês que estão aqui além de ser a bebê milagrosa – eu e Anne trocamos um olhar, o sorriso novamente de orelha a orelha. – É só vocês irem reto nessa direção e virarem no terceiro corredor a direita.

– Obrigada.

– Por nada – a enfermeira não retirava o sorriso do rosto. Me perguntei se ela tinha algum interesse em mim.

– Huum Haniel, arrasando corações – Anne brincou rindo enquanto a gente ia para a determinada sala. Revirei os olhos.

– De que adianta “arrasar” o coração das outras pessoas se nenhuma delas vai “arrasar” o meu? – ela ficou em silêncio por um tempo.

– Ah Haniel, você é um anjo meu anjo – fiz aquela expressão irônica e engraçada como a de quem quer dizer “ah, não me diga”. – E você entendeu que eu não quis dizer isso nesse sentido, como se você não soubesse disso. Quis dizer que é... Você é um anjo, ou seja, pelo que eu sei isso não é coisa de anjo – suspirei.

– É... De qualquer forma devo aceitar isso. Será que isso é imprinting então? – Anne riu alto... – Para de rir aqui garota, olha o lugar – ela apenas pôs as mãos na boca tentando diminuir o volume da risada.

– Na boa Haniel... Fico feliz que você esteja lendo Crepúsculo, mas... Lê outra coisa. Você especificadamente ia ficar muito...

– Anne – interrompi-a. –, o lobisomem tem mais influencia sobre mim do que aquela fadinha que brilha no sol – ela riu de novo, me dando um leve tapa dessa vez.

– Para de fala dele. Ele só era um...

– Pamonha apaixonado – interrompi-a novamente enquanto o sorriso no meu rosto me fazia ignorar o outro tapa que ela dava no meu braço. Reação Victoria.

– Haniel ela... É a coisinha mais linda que eu já vi na minha vida – olhei pra ela por um momento. As lágrimas se formavam facilmente em seus olhos.

– Eu fiz o trabalho direitinho não?! – tudo é sempre bom de mais pra ser verdade...

– Aah, vai caçar seu rumo, vai Jacob – Anne o empurrou de brincadeira. Ele ria enquanto eu revirava os olhos sem que ambos percebessem.

– Já encontrei ele Anne. Mas no momento, ele encontra-se dividido – não podia ignorar o brilho contido em seus olhos enquanto seu olhar estava pousado em Victoria. – Ela está melhorando não está?

– Sim – respondi com um sorriso. Ao mesmo tempo em que os médicos nos davam a certeza de que ela estava melhorando, eu podia sentir uma grande energia em todo este lugar. Tal energia só poderia ser vinda de alguém em um alto posto no céu. Talvez o mesmo que colocou o tal feitiço na sala. Jacob quase pulou de alegria vendo a confirmação sair da minha boca.

– Quero morder ela – eu e Jacob rimos.

– Se ela é a “coisinha mais linda que você já viu na vida”, agora, precisava ver na hora que ela nasceu.

– E pensa que eu não vi? – Anne pôs a mão na boca escondendo uma risada enquanto Jacob me olhava com aquele olhar “como assim cara?”, fazendo com que um sorriso surgisse no meu rosto. – Elas estavam mesmo a coisa mais linda do mundo. Edward e Bella já estão sabendo?

– Provavelmente. Acho que só tem um jeito de saber – fomos até o refeitório. Edward e Bella nos esperavam sentados em uma mesa. Com um belo sorriso Bella se levantou dando um abraço em Anne. Jacob foi cumprimentar Edward.

– Anne! Deu certo!

– Então você também pediu? – Anne sorria.

– E por que não? Acho que... Ele sempre quis me ajudar e eu só... O considerava nos momentos ruins. Me esquecia que era Ele que me proporcionava todas as coisas boas então... – Bella deu de ombros ainda sorrindo. – Eu preciso comprar uma Bíblia – as duas riram apenas aumentando o meu sorriso. – E claro – ela se virou pra mim sorrindo e pegou as minhas mãos.

– Sabe, Haniel né?! – assenti sorrindo. – Então garoto – ela continuava sorrindo. – Obrigado por você ter dito tudo aquilo hoje. Eu não sei como você sabia de tudo aquilo, mas... Obrigado. Parece que... Eu me sinto mais leve, como se um grande peso tivesse sido tirado das minhas costas.

– Eu não sabia de nada senhora. As palavras só... Surgiram de forma que chegaram ao seu coração então... – dei de ombros. – Fico feliz que a sua reação tenha sido essa. Geralmente as pessoas não aceitam – ela bufou.

– Não sei por que, isso que eu tô sentindo é tão bom... – meu sorriso se aumentou. Se existe uma coisa que me deixa muito feliz é quando esse alguém encontra o bem de Deus. – E, por favor, não me chame de senhora.

– Conheço a sensação, Bella – ainda sorrindo ela sentou-se novamente ao lado do marido.

Enquanto isso eu podia sentir a energia aumentando. O que Bella sentia parecia se espalhar por todo o hospital. Pude reparar que os pelos do braço de Anne estavam arrepiados.

– Anne – chamei-a baixinho.

– Diga meu anjo.

– Está sentindo também?

– O que está acontecendo? Alguém está aqui?

– Ele Anne – ela pôs as mãos na boca evitando um gritinho. Sorri. – Bom, Ele sempre está em todos os lugares, mas parece que... Tem alguma coisa acontecendo aqui Anne – disse com um sorriso. Lágrimas se formaram nos olhos dela.

– Haniel?! – ouvi a voz forte de Deus na minha mente. Apenas assenti com um grande sorriso. Geralmente seria errado responder em voz alta como se você estivesse falando no telefone. Diga Pai. – Diga a Brianne que eu a amo e que ela é importante pra mim. E acho que alguém gostaria de falar com você – sim Senhor, respondi mentalmente tendo a completa certeza de que Ele me entenderia. Virei-me pra Anne com um sorriso que ia de orelha a orelha.

– Deus te ama Brianne. Você é importante pra Ele – a mesma caiu em lágrimas no mesmo momento.

– Eu também te amo Deus – ela sussurrou baixinho me abraçando como se procurasse apoio.

– Anne, preciso ir. O dever me chama – disse mais ou menos um minuto depois. Ela sorriu ainda em meio as lágrimas, se soltando dos meus braços. – Nos veremos em breve meu anjo – sussurrei antes de desaparecer. Não éramos o centro das atenções. Meu desaparecimento passou despercebido.

Quando apareci em seu quarto, Nessie chorava descontroladamente. Logo passei meus braços ao seu redor, ela retribuiu o abraço sem pensar duas vezes.

– Haniel...

– Diga meu anjo.

–Eu me sinto como a pessoa mais feliz do mundo. Eu...

– Te disse que era impossível explicar.

– Muito obrigado. Obrigado por tudo. Obrigado por ter me salvado tantas e tantas vezes... Deus muito obrigado por tudo. Mais uma vez – ela disse olhando para o alto, fazendo com que lágrimas saíssem dos meus olhos. – Obrigado por estar aqui comigo sempre que precisei de você.

Deus, quero te agradecer por ter a honra de tê-la conhecido. Posso dizer que de todas as missões que tive, esta é de longe a melhor delas. Pude ser testemunha mais uma vez do quanto o Senhor é bom e age na vida das pessoas de forma maravilhosa. Pude conhecer humanos que... Posso chamar de amigo, ou melhor, amiga. Ou especificando ainda mais, “meu anjo”. Alguns outros não chegaram a ser tão próximos, mas ainda assim, te agradeço Deus por estas pessoas estarem na vida dela. Conheci o sentimento humano do amor entre um homem e uma mulher, e com ele, também a decepção. Isso já era certo já que relações assim não são permitidas. Mesmo assim, me orgulho de ter contribuído na conversão destas pessoas. Espero que tal sentimento permaneça e que elas se mantenham fiéis a Ti assim como eu sempre estarei. Obrigado Deus por te conhecer. Assim como ela disse agora pouco, obrigado por tudo. Mais uma vez.

Sorri repousando a minha cabeça sobre a dela.

– Seja bem vinda a sua nova vida meu anjo.



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Notas finais do capítulo

um capítulo e tanto não ?! dskpsdpk ;)
peço desculpas pela demora , net no "buraco" é osso . ¬¬ .
bom , mas está aí , espero que tenham gostado ;)