When You Find Me - Hiatus escrita por CGAA


Capítulo 16
Pais de “Primeira Viagem”


Notas iniciais do capítulo

desculpa a demora . o hell começo agr entao ... acho que eu vou postar uma vez por semana . espero que gostem , os reviews do ultimo capitulo me animaram ;) dspkkpsdkpds . boa leitura ;)



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Como prometido no dia seguinte Anne estava aqui me mimando e me enchendo o saco. Mas eu nem ligava. Estava tão feliz que nada poderia abalar a minha felicidade no momento. A menos que algo sobrenatural acontecesse, mas algo me dizia que “tempos de paz” estavam próximos. O que me acalmava já que até acostumada a tudo ser inconstante eu estava.

Segundo todos que falavam comigo, Victoria se tornava uma garotinha cada vez mais linda, forte, saudável... Enquanto eu passava a maior parte do meu tempo dormindo. Humph. Essa cesariana acabou comigo. Jake ocupava a maior parte do meu tempo acordada, mas claro, eu tinha as minhas outras visitas como meus pais, Anne – que vez ou outra trazia uma Bíblia e nos falava mais dela – e sem jamais poder esquecer, o meu anjo. Assim fui indo até que finalmente recebemos alta. Acho que voltar pra casa nunca foi tão bom.

– E então. O que os pais responsáveis farão agora? – meu pai falou olhando para Jacob com um sorriso no rosto. Pelo sorriso e pelo tom de voz sem sarcasmo algum, porém com uma “ironia amigável”, pude deduzir que ambos aprontavam alguma.

– Ness, eu... Estava pensando que talvez você... Você poderia morar comigo naquele apartamento – Jake gaguejou deixando claro que era a sua vontade, porém tinha medo de que eu não aceitasse, já que a decisão está em minhas mãos. – Isso claro, se você quiser.

Antes de responder qualquer coisa, virei meu olhar para os meus pais. Ambos sorriam e mantinham um certo brilho no olhar. Edward assentiu sorrindo, em resposta ao meu olhar um tanto inseguro parado no dele.

– Bom, eu... Eu adoraria Jake – ele suspirou de alívio como se houvesse em mim a mais remota vontade de recusar o convite. Olhei para os meus pais apenas para... “Pedir permissão”, já que apesar de ser mãe eu ainda tenho 15 anos.

– Ah, mas se vocês forem pra lá eu que vou levar vocês. Minha neta não vai ficar aí andando de moto pra cima e pra baixo não. – ri enquanto minha mãe e Jacob apenas alargavam o sorriso.

– Ué pai, é só antecipar o meu presente.

– Ah é pirralhinha? – ele brincou com um sorriso. – Esqueceu que 16 é só no fim do ano?

– Eu podia ter uma identidade falsa. Problema resolvido – Jacob riu enquanto meus pais reviravam os olhos. Edward até pôs a mão no rosto e balançou a cabeça.

– Agora Bella, imagina a educação que essa menina vai dar para a nossa neta... Imagina Bella. Imagina... – eu e Jacob demos uma gostosa gargalhada. Victoria se remexeu nos meus braços, mas logo encostou a cabeça e voltou a dormir tranquilamente como antes.

– Jake, pode segurá-la um pouco pra mim? Vou lá em cima arrumar um pouco das minhas coisas. Mãe, pode fazer alguma coisa pra gente comer? Tô morrendo de fome. – Bella sorriu enquanto com cuidado eu deixava a minha garotinha nos braços do garoto que eu amo. Victoria ia começar a protestar, mas um beijo dele em sua testa a fez mudar de ideia. Sorrisos por todos os lados.

– Claro meu anjo – meu pai a seguiu até a cozinha, mãos em sua cintura. Sorri enquanto com uma careta, desviava o olhar.

Subi as escadas naquela lerdeza de sempre. Pressa e agilidade estavam fora do meu dicionário por pelo menos essa semana. Peguei a minha Tommy Hilfiger L500201 vermelha e deixei-a em cima da cama. Abri as portas do guarda roupa, fitando-o com um sorriso no rosto e as mãos na cintura por alguns minutos.

– O que devo levar? – fiz a pergunta em voz alta mesmo já sabendo a resposta.

– Leva o de sempre ué. Calça jeans, blusa de manga comprida... Moletom... – Haniel passava os braços ao redor da minha cintura sussurrando no meu ouvido. – Você volta aqui amanhã não volta?

– Claro que sim né meu anjo. Já viu algum dia eu ficar sem falar contigo? – me virei olhando para seus olhos azuis. Mantendo-nos afastados, fisicamente. Ele riu.

– É, nunca vi não. – fiquei de costas novamente pra ele pegando duas calças jeans. Ele se afastou mais de mim continuando depois de uma pausa. – Sabe Ness... Esse dia vai chegar – engoli em seco.

– Só... Me avisa antes. Não com um bilhete, mas sim com uma despedida decente tá bom?! – ele assentiu com um sorriso triste. Podia perceber que ele nem queria pensar no assunto. – Anda, me ajuda a escolher uma blusa. Essa ou essa? – peguei duas regatas de malha, uma branca e uma preta. Ele sorriu.

– Gosto da branca.

– Vou levar as duas – disse contrariando. Ele revirou os olhos ainda sorrindo.

– Mulheres, humph. – ri dele enquanto eu continuava arrumando a minha mala.


Almoçamos um delicioso macarrão com queijo. Depois de amamentar Victoria e fazer uma cansativa – e desnecessária – sessão de fotos, Edward nos deixou lá. Bella foi também. Perguntei se eles queriam entrar, mas com um sorriso no rosto eles recusaram. Queriam apenas deixar-nos a sós? Bom... Isso eu acho que seria a última coisa que eles fariam se tivessem opções.

– Posso saber o que vocês estão aprontando? – Jake riu.

– Nada de tão especial meu amor.

Pegamos o elevador voltando ao apartamento 304, com uma nova visitante dessa vez. Quando Jake abriu a porta um sorriso surgiu instantaneamente no meu rosto. Tudo estava tão arrumadinho... Não estava tão diferente de antes, mas o ambiente estava agora muito mais... Familiar. Talvez fosse a parede, anteriormente toda em tom areia, possuía agora uma fina faixa branca florida a mais ou menos um metro do chão. E claro, eu não podia ignorar. A parede que anteriormente separava a sala da cozinha fora reduzida a um balcão com dois bancos – talvez houvesse outros dois do outro lado.

– É papel de parede, mas... Acho que ficou bom.

– Ah Jake, eu... Eu amei.

– Espere até ver isso aqui então. – ele me conduziu até o quarto de hóspedes, que estava com a porta fechada. – Faça as honras meu amor – ele disse sorrindo, acariciando a cabeça de Victoria com o dedo. Ela acompanhava tudo atentamente com a mãozinha na boca.

Apoiei-a no meu braço esquerdo e com a mão direita abri a porta. Assim que meus olhos puderam visualizar todo o quarto, lágrimas embaçaram a minha visão. O antigo “quarto da bagunça do Jacob”, que tinha apenas uma simples cama, o armário embutido e cores sem vida sofrera uma mudança radical: estava agora em um claro tom de rosa, no armário estavam coladas letras coloridas formando a frase “a nossa ‘Victoria’”, abaixo da janela havia um berço branco com detalhes de renda roxa em tons que iam do lilás ao púrpura, combinando com o tom de rosa da parede. No outro lado podia ver um balcão e algumas prateleiras com bonequinhas e essas coisinhas fofas de criança.

– Você é um péssimo pai Jacob – olhei pra ele ainda com os olhos cheios de lágrimas. Através delas pude ver que ele sorriu. – Não sabe até hoje que crianças e janelas não combinam? – ele continuou sorrindo me abraçando por trás.

– Foi ideia da sua mãe. Ela queria ver a sua reação – ele sussurrou suavemente no meu ouvido. Se não estivesse com Victoria nos meus braços daria um tapa nele.

– Então o mundo inteiro estava sabendo disso menos eu?

– Bom, eu estava guardando um dinheiro que deu para uma boa parte, mas sabe como é. Seus pais quiseram ajudar com... O berço e as coisinhas dela. Achei que seria melhor não recusar.

– E então vocês fizeram tudo? Tipo... Comprar roupas...

– Não gostou? – ele me interrompeu ainda com a voz rouca no meu ouvido. Seus lábios se moviam tão perto da minha orelha que que um arrepio percorreu toda a minha espinha.

– Não Jake, quer dizer, eu gostei sim, amei. Eu só...

– Meu amor, não se preocupe a toa. A sua mãe comprou apenas o que achou necessário para esses primeiros dias. Você não perdeu e nem perderá nada – ele me garantiu fazendo com que meu coração se acelerasse e as lágrimas voltassem aos meus olhos. – Seus pais também compraram um carrinho e uma cestinha ou qualquer que seja o nome dessa coisa. – ri me desprendendo dos seus braços para colocar Victoria no berço.

– E então bebê? Você gosta? – ela agitou os bracinhos, um esboço de sorriso no rosto. – Bom, acho que ela gosta.

– Ela é mesmo linda não é?

– Sim Jake, ela é o nosso anjinho.

– Meu amor... Porra, ela puxou você – ri.

– E então agora a gente virou aquele casal maluco daquela série da Universal?! – ele riu alto... Victoria parecia gostar.

– Claro, claro. – “Vicky” apertava freneticamente as mãozinhas na direção dele.

– Sua vez papai – sorri pra ele.

– Ness, eu... Eu não sei.

– O que? Não quer segurar a nossa filha? – perguntei com a testa franzida. Os alertas na minha mente piscavam freneticamente como se fossem letreiros em neon: “eu te avisei”.

– Não meu amor, não é isso. É que... Eu não sei, é como se ela fosse delicada de mais pra mim sabe? – meu coração falhou uma batida e voltou com toda força. O meu senso de garota abandonada me dizendo que tudo iria se repetir e ele estava apenas com medo de machuca-la... O sorriso já voltava ao meu rosto em companhia as lágrimas. – Eu tenho medo de machuca-la ou sei lá. Ela parece tão frágil...

– Own, meu anjo. Não é tão difícil assim, não precisa ter medo.

– Esse apelido é meu não é não? – eu e Jake demos uma leve tremida.

– Haniel seu filho da mãe. Eu vou te bater seu anjo mal criado. – pude ouvir uma prévia da sua risada antes que ele desaparecesse.

– Esse seu anjo tá abusando da minha paciência Nessie. Estou falando sério meu amor. Eu vou achar na internet um feitiço tão forte quanto aquele daquele dia e vou fazer ele aqui em casa – ri.

– Sabe meu amor – ainda sorrindo passei meus braços ao redor da sua cintura o olhando nos olhos. –, você tem uma coisa que ele não tem.

– Imagino o que seja. Mas quero ouvir de você – ele sussurrou no meu ouvido.

– O meu coração – me estiquei para sussurrar no seu ouvido. Quando voltei meu olhar ao seu novamente pude ver que algumas lágrimas se formavam nos seus olhos. – É isso que imaginou? – seus dedos vieram de encontro ao meu queixo acariciando-o

– Pensei que seria você. Por inteiro. Mas o seu coração é suficiente e igualmente... Maravilhoso. Me considero o cara mais abençoado do mundo por ter você ao meu lado. E também... O mais burro por ter cometido tal erro. Eu nunca Nessie. Nunca mais deixarei vocês duas entendeu? – sua expressão era séria. Assenti com um sorriso. – Eu juro pela minha vida.

– Jake... Você apenas cometeu um erro. Um grande erro, mas... Seres humanos erram. E... Você se arrependeu e pelo que eu estou vendo, não vai cometer o mesmo erro de novo então... Acho que é isso que importa.

Nossos lábios estavam quase se tocando quando quase que automaticamente paramos. Victoria estava chorando. Mas mesmo assim, nenhum de nós dois fomos atendê-la a primeiro momento, atrasando cerca de cinco segundos, tempo suficiente para um breve beijo.

– Calma bebê, estamos aqui – ele a pegou com total delicadeza, colocando-a contra seu peito, de modo que a cabeça dela se recostava em seu ombro. Dessa vez a mágica “beijo do papai” não funcionou. – Shh. É leite que você quer? A mamãe está aqui e... – ela golfa no ombro dele. Não pude evitar o impulso de virar o rosto e soltar um gemido de nojo. Em seguida claro, comecei a rir descontroladamente.

– Ah é?! E você fica aí rindo né?!

– Desculpa meu amor – falei ainda em meio as risadas. Minha barriga começava a doer. – Vem cá meu anjo, vem com a mamãe coisa linda.

– Eu vou tirar isso aqui – ri novamente enquanto ele saía do quarto.

– É melhor mesmo não é bebê?! Você não vai querer ter um papai sujo e fedorento... – não consegui evitar o impulso de não rir novamente enquanto ia em direção à sala e me sentava no sofá. – Calma Vicky, aí, pronto, já tá mamando. Calma, você vai acabar engasgando.

– Ela vai é acabar vomitando de novo, isso sim. E na mãe dela – ri de novo.

Mas isso enquanto o meu olhar estava paralisado na minha doce criança. Quando o levantei para olhar para Jake... Percebi que ele apenas havia tirado a camisa e deixado na roupa suja. Ele estava apenas de calça jeans e o tênis preto DC de skatista. Não preciso nem comentar que seus músculos praticamente cantavam pra mim, fazendo com que um arrepio percorresse toda a minha coluna. Mordi o lábio observando cada centímetro dele, da cabeça aos pés. Ele sentou-se no chão encostado na parede me encarando com um sorriso malicioso.

– Você não cria vergonha nessa sua cara mesmo né Renesmee! – corei. – Tá amamentando ela, pensando em outra coisa totalmente diferente...

– Ninguém pediu pro pai mais gato do mundo aparecer na sala com os músculos nada definidos a amostra, uma calça jeans perfeita, o tênis dando o toque especial no look...

– Com tanta coisa pra você prestar atenção, você presta atenção no tênis – peguei a almofada mais próxima e joguei na cara dele. Ele apenas riu.

– Queria que eu reparasse aonde hein Jacob Black? – quando ele ia abrir a boca pra responder o interrompi. – Não responda – ele riu ainda mais. – Jake, pode pegar a minha bolça, por favor?

– Claro – ele saiu rapidamente em direção ao quarto voltando quase que imediatamente. Ele deixou a bolça ao meu lado e voltou para o quarto. – Já volto.

– Seu pai é louco bebê – disse passando a mão em sua cabeça.

– O papai é louco, mas te ama viu bebê?!

Alguns minutos depois ele voltou, se ajoelhando para lhe dar um beijo na testa. Jake sentou-se no chão escorando na minha perna enquanto eu pegava a “Bíblia da Adolescente”, que minha mãe tinha me dado. Anne disse que essa era “boa” pra começar, já que tinha “diagramas, versículos para memorizar, onde encontrar” e outras coisas mais que me ajudariam a ter mais interesse e entender melhor a Palavra. Abri nas últimas paginas onde estavam o ‘índice’ de todos esses tópicos. Todos pareciam ser interessantes. Fui em um chamado o “Capítulo do Amor”. 1 Coríntios, capítulo 13, página 1424.

– Olha só Jake, aqui explica o que é amar – sorri começando a ler em voz alta.

“O que é amar? Amar é preocupar-se tanto por outra pessoa, a ponto de sempre fazer o que é melhor para ela. Amar não é querer ardentemente uma coisa, não é ter um sentimento de ternura ou estar apaixonado por alguém.”

Jake que até então estava concentrado brincando com o cadarço do meu tênis, acariciava a minha perna. Não sedutoramente, mas... De um jeito romântico, carinhoso.

“Amor real é muito mais que isto. Lamentavelmente, shows de televisão e música popular confundem as pessoas quanto ao que é amar realmente uma pessoa. Nossos amigos em geral, também não são de muita ajuda.”

Sorri.

“O capítulo 13 de Primeiro Coríntios explica claramente o que Deus quer nos dizer com amar. Este ‘capítulo do amor’, entre aspas, mostra-nos o que é amar, como se espera que amemos aos outros e como Deus nos ama.”

E então o comentário que fez meu coração se acelerar:

– Ness... Pode lê-lo pra mim em voz alta?

– Claro meu amor – respondi com um sorriso. Ele também estava se interessando pelas coisas de Deus.

“Eu poderia falar todas as línguas que são faladas na terra e no céu, mas, se não tivesse amor, as minhas palavras seriam como o som de um gongo ou como o barulho de um sino.

Poderia ter o dom de anunciar mensagens de Deus, ter todo o conhecimento, entender todos os segredos e ter tanta fé, que até poderia tirar as montanhas do lugar, mas, se não tivesse amor, eu não seria nada.

Poderia dar tudo o que tenho e até mesmo entregar o meu corpo para ser queimado, mas, se não tivesse amor, isso não me adiantaria de nada.

Quem ama é paciente e bondoso. Quem ama não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso.

Quem ama não é grosseiro nem egoísta; não fica irritado, nem guarda mágoas.

Quem ama não fica alegre quando alguém faz uma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo.

Quem ama nunca desiste, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência.

O amor é eterno. Existem mensagens espirituais, porém elas durarão pouco. Existe o dom de falar em línguas estranhas, mas também terminará.

Pois os nossos dons de conhecimento e as nossas mensagens espirituais são imperfeitos.

Mas, quando vier o que é perfeito, então o que é imperfeito desaparecerá.

Quando eu era uma criança, falava como criança, sentia como criança e pensava como criança. Agora que sou adulto, parei de agir como criança.

O que agora vemos é uma imagem imperfeita num espelho embaraçado, mas depois conhecerei perfeitamente, assim como sou conhecido por Deus.

Portanto, agora existem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. Porém a maior delas é o amor.”

Sorri já podendo sentir uma lágrima caindo do meu olho. Uau. Eu aprenderia lendo este livro, muito mais coisas do que pude imaginar. Realmente eu já havia ouvido falarem de amor inúmeras e inúmeras vezes, mas jamais dessa forma, com o amor em sua forma pura e perfeita. A frase que mais me tocou foi: “O amor é eterno”. O que eu estava fazendo procurando por isso em outros lugares? Eu jamais encontraria, Anne tinha razão.

– Sabe Nessie. De acordo com esse novo e... Lindo conceito de “amar”, posso dizer que te amo com todas as forças do meu ser. Posso dizer que amo a nossa filha, que amo a nossa família. Que amo a sua família como também amo a minha.

Ele bufou. Não de forma sarcástica, mas sim como se estivesse concordando com alguma coisa. E então ele levantou o seu olhar. Não pra mim ou para Victoria. Mas sim para o alto.

– Obrigado Deus. Eu... Quero te agradecer por tudo. Ela podia ter ficado com o anjo dela que... – pude perceber que ele engolia em seco. – Não a deixou em momento algum. Não a... Magoou da mesma forma que eu. Acho que ele nunca faria isso. Talvez ‘magoou’ não seja a palavra certa, mas o que quero dizer é que apesar de ter feito tudo de errado que poderia fazer o Senhor ainda permitiu que eu pudesse continuar com ela. E olha o presente que ela me deu! Obrigado Senhor. Muito obrigado meu Deus, por tudo.

Victoria finalmente se desgrudou do meio seio enquanto meu coração batia acelerado, fora de ritmo. Talvez meus hormônios ainda estivessem desestabilizados, mas algo me dizia que não eram eles que atuavam agora. Algo me dizia que era uma força sobrenatural, da qual eu já estava familiarizada.

Enquanto me levantava para fazer Victoria arrotar, pude ver que o que Jake foi pegar após ter trazido a minha bolsa, foi a tal “cesta” para carregar Victoria. Sorri. Ele não queria leva-la para lugar algum, mas sim deixa-la deitada lá enquanto dávamos atenção um ao outro. Um leve e baixo arroto foi suficiente para enchê-lo de orgulho. Revirei os olhos sorrindo.

– Essa é a minha garota – ele disse com um enorme sorriso, se levantando para lhe dar um beijo na testa.

– Porco.

– Patricinha – rimos olhando um nos olhos do outro, um sorriso maroto brincando em seus lábios. Um sorriso extremamente convidativo.

Deitei Victoria na “cestinha” – aproveitando que seus olhinhos começavam a ficar pesados – ao meu lado, cantarolando pra ela o tema do Super Mario World de 1990, nas fases em que ele tinha que mergulhar. Quando vi que ela dormia tranquilamente, dei um leve beijo em sua mãozinha, que anteriormente agarrava firmemente o meu dedo indicador. Quando me levantei, me virei tão subitamente, que não percebi que Jacob estava em pé tão perto de mim, de modo que meus lábios tocaram o seu perito, provocando um riso alto...

– Jacob... Ela tá dormindo.

Ele se afastou pouco, porém suficiente para que seus dedos viessem de encontro ao meu queixo levantando-o de modo que meu olhar encontrasse o seu. Primeiro apenas nos olhávamos em silencio, com um sorriso no rosto. Apenas imaginando o que o outro estava pensando. Aposto que ele curtiria da minha cara ou no mínimo comentaria. Acertei. Ele se inclinou para sussurrar com os lábios tão próximos a minha orelha, me fazendo arrepiar.

– Mães normais cantariam canções de ninar comuns. Mas então eu tenho a honra de conhecer a exceção. Aquela mãe, legal e maneira que nina a filha dela com o tema do Mario World. E o de 90 não é?! Um dos melhores – corei com um sorriso no rosto.

– Foi a primeira que me veio na cabeça. Não tão chata, mas lenta o suficiente pra fazê-la dormir. Bom, não posso fazer nada se meus refúgios eram o PlayStation e o notebook – dei de ombros.

– Com ela vai ser diferente, certo?

– Claro que sim meu amor – tranquilizei-o pondo a mão no seu rosto. – Como se ela fosse ficar no PlayStation e no computador o dia inteiro – bufei. – Eu também preciso jogar ué – ele revirou os olhos sorrindo, pondo as mãos na minha cintura.

– Olha... Acho que a única coisa que eu posso dizer é que eu continuo preferindo esse estilo de mãe – ri. – Curte rock, motos, cavalos, vídeo game... Ao mesmo tempo em que é carinhosa, atenciosa... Extremamente linda... E ainda, cheia do Espírito Santo – ri novamente com as famosas lágrimas se formando nos meus olhos.

– Sabe Jake, eu também curto Demi Lovato tá bom?!

– Meu amor, fuja do pop. Pop é ruim e... – coloquei a mão direita tapando sua boca, impedindo-o de terminar a frase.

– Primeiro amor, não generalize. E segundo, se você falar mais um “a” que for dela você vai dormir no sofá hoje ok querido? – disse com a voz doce e gentil, sem deixar de deixar a minha ameaça bem explícita, um sorriso malicioso estava no meu rosto.

– Tá bom então amor da minha vida – sorri quando ele beijou o meu pescoço. – Virei um lovatic agora. É lovatic mesmo que fala? – ri inclinando a cabeça para trás.

– É agora que você dorme no sofá mesmo, poser.

– Ah Nessie, vai arranjar uma coisa melhor pra fazer vai – levantei as sobrancelhas sorrindo maliciosamente.

– Alguma ideia? – disse passando meus braços ao redor do seu pescoço.

Não recebi nenhuma resposta. Verbal. Seus braços puxaram-me gentilmente de modo que nossos corpos ficassem colados ao mesmo tempo em que nos lábios se uniam em um beijo apaixonado, mas ao mesmo tempo urgente, enlouquecedor.

Eu poderia pensar em milhares e milhares de situações – possíveis ou não – que nenhuma delas seria tão perfeita quanto essa.



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Notas finais do capítulo

;)