When You Find Me - Hiatus escrita por CGAA


Capítulo 11
As pessoas podem te surpreender .




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POV HANIEL


Tirei praticamente o dia de folga. Renesmee estava “sob controle” quanto à situação toda então... Vim para um dos lugares que eu mais gosto nesse mundo: Ketchikan, Alasca. Estando sozinho era bem mais fácil pensar em tudo. Ketchikan é uma cidade pequena, mas eu gosto daqui. As pessoas, o lugar... Uma visão de mim com a Nessie aqui é uma reação automática quando eu olho para qualquer lugar daqui. Olhava para as pessoas e pensava “a gente poderia ser feliz aqui. Eu, ela e seu bebê”. Balancei a cabeça na tentativa de afugentar esses pensamentos, mas ela simplesmente inundava toda a minha cabeça.

Ficava imaginando se algum dia isso poderia acontecer. Nós três. Se pelo menos agora que Jacob a deixou eu teria uma chance. A questão era que ela não demonstrava querer o mesmo. Isso me desanimava. Seria como obriga-la a gostar de mim, já que ela me vê apenas como o anjo-da-guarda-melhor-amigo. Isso não daria certo. Ela não estaria feliz comigo. Ou estaria? As possibilidades tomavam conta da minha mente enquanto eu me esquecia de um outro detalhe. Essa coisa toda de estar apaixonado é uma coisa de humano. Se eu estou sentindo tudo isso, penso eu que seja por consequência à minha falta de respeito com o modo “tradicional” de ser um anjo da guarda. O que mais me doía, era que apesar de tudo que ele fez com ela, ela ainda o amava. Podia negar isso com todas as suas forças, mas ela ainda o amava. Quando ela estava com ele, eu tentava agir o mais normal possível apesar de que aquilo me dilacerava. Eu estava feliz por vê-la feliz, mas ao mesmo tempo a vozinha na minha cabeça não parava de gritar “você pode fazê-la mais feliz que ele”.

Todo esse rolo tinha uma parte ruim – péssima na verdade –: ela agora era praticamente dependente de nós dois. Essa teoria se concretizou quando ele a deixou. Ela queria que as palavras “eu não vou deixar você” saíssem da minha boca de um jeito ou de outro. Mesmo se eu estivesse mentindo, a única coisa que ela queria era que eu fosse convincente. Eu deveria acostumá-la mais à minha ausência para que na hora em que eu realmente fosse obrigado a deixa-la, ela estivesse preparada. Isso aconteceria mais cedo ou mais tarde, seria inevitável. Se fosse por agora, eu sinceramente iria lutar para poder ficar pelo menos até ela dar a luz. No momento, ela realmente não tem ninguém. Bom, isso seria muita prepotência e talvez “realmente” não seja a palavra correta já que ela tem a Anne e agora – o que me deixava particularmente feliz –, seus pais.

Resolvi voltar para a casa dela, já era de tardezinha em Ketchikan. Quando cheguei a seu quarto meus olhos se arregalaram ao vê-la desmaiada no chão, com a mão sobre a barriga. Sua blusa originalmente branca possuía agora uma grande mancha vermelha que se estendia por quase toda a sua lateral esquerda. Logo abaixo, eu podia encontrar uma poça de sangue de um vermelho tão vivo como eu jamais havia visto antes. O pânico me dominava. Há segundos atrás eu nos imaginava juntos e agora sou obrigado a conviver com a ideia de que ela pode estar morta. Tudo isso passava como um raio pela minha cabeça enquanto eu corria em sua direção e a apoiava em meus braços.

– Renesmee! – sibilei. – Nessie! – pude ver sua pequena e frustrada tentativa de abrir os olhos. – Pelo amor de Deus Renesmee! Acorde! Por favor. – abaixei meu tom de voz tornando-o quase imperceptível, as lágrimas que se formaram nos meus olhos já começavam a cair.

Beijei sua testa e levantei sua blusa até a altura do corte. Coloquei minha mão sobre seu ferimento esperando fervorosamente que não fosse tarde de mais para que isto funcionasse. Eu sabia muito bem que se extrapolasse no uso de “poder divino” isso poderia forçar de mais a minha “casca” me prejudicando fisicamente. Eu simplesmente não ligava. Eu me mataria se fosse preciso para salvar a vida dela. Uma luz dourada emanava da minha mão direita fechando ao poucos o profundo corte que havia em sua barriga. Podia sentir a forte pressão na minha cabeça. Era uma dor infernal que eu nunca havia tido antes. Mesmo com essa dor gritando no imperativo para que eu parasse, eu continuei. Não pararia até que seu ferimento estivesse curado. Quando já não estava aguentando mais, levantei minha mão e vi que sua pele permanecia intacta, como se jamais houvesse sido rasgada.

– Ah – arfei de dor enquanto recostava minha cabeça na dela. – Nessie. Por favor, meu anjo. Abra seus olhos e me diga que você está bem. Por favor. – meus olhos já não resistiam mais. Quando estavam quase se fechando, se abriram de súbito com a voz dela.

– Haniel – ela disse levemente, não era mais alto que um sussurro.

Sorri quando ela pronunciou meu nome. Ela estava viva, bem e consciente. Consegui pronunciar apenas três palavras antes de meus olhos serem tomados de vez: eu te amo.


POV NESSIE


– Haniel? – sua cabeça ficou mais pesada, como se ele não conseguisse se apoiar.

Me virei pra olha-lo e vi que seus olhos estavam fechados e apesar da enorme quantidade de sangue que havia esparramada no chão, pude perceber que o sangue que havia lá, não era totalmente meu. Com um pouco de esforço consegui vira-lo de barriga pra cima. Havia sangue em suas narinas. E agora ele estava desmaiado.

– Haniel? – chamei-o novamente, sem sucesso. – Meu anjo, por favor. – A preocupação já tomava conta de mim. O que eu faria com um anjo que estava desmaiado e sangrando no meu quarto? Principalmente, esse especifico anjo.

Coloquei a mão em sua testa, ele ardia em febre. Talvez fosse a parte humana. Eu não fazia a mínima ideia do que havia acontecido enquanto eu estava desmaiada e muito menos o que me fez acordar, já que agora eu tinha consciência do que havia feito. Fui ao banheiro e molhei uma toalha. Em seguida limpei o sangue em seu nariz, dobrei a toalha e a coloquei em sua testa. Abaixei minha cabeça a ponto de encostar meu ouvido em seu peito. Ouvi as batidas lentas e ritmadas do seu coração. Ou pelo menos seu coração humano. Em pouquíssimo tempo sua camisa já estava molhada com as lágrimas que caiam sem pedir licença. O som de seu coração era um dos sons mais importantes pra mim.

– O que eu fiz com você? – murmurei baixinho ainda em meio as lágrimas.

Fiquei tão cansada de derramar minhas lágrimas por tudo que está acontecendo comigo que acho que acabei dormindo em seu peito. Acordei deitada na minha cama com as tradicionais batidas da minha mãe na porta.

– Ness? Tá tudo bem?

– Claro mãe. Por que não? – minha voz falhou levemente, porém suficiente para que ela percebesse.

– Bom... O jantar estará pronto em meia hora.

– Ok mãe.

Esperei que passasse mais ou menos um minuto do momento em que ela saiu para me voltar para Haniel que estava sentado na minha “mesa dos estudos” segurando uma bolsa de gelo sobre a cabeça. Tanto sua expressão quanto o seu olhar continham um misto de indagação, pânico, incredulidade, e raiva. Eu nunca o havia visto assim. Seu olhar era tão intenso que abaixei a cabeça, sentindo o sangue queimar sob minha pele.

– Me desculpe pela camisa. Você tá bem? – um esboço de sorriso surgiu em seu rosto quando falei da camisa. Pela primeira vez ele ignorou uma pergunta minha. Ele poderia até ter fugido da pergunta mudando de assunto, mas ignorar era de fato a primeira vez.

– Por que fez isso? – depois de um longo tempo ele questionou. Mordi o lábio.

– Não sei.

– Por qual razão? O que você tinha na cabeça pra fazer isso? – as lágrimas ameaçavam cair.

– Eu me sentia... Um lixo – seus olhos se arregalaram em uma expressão de total espanto.

– Por quê?

– Eu... Liguei pro Jacob e... Enquanto eu cuidava do meu filho, enquanto eu me privava de refrigerantes, café e tudo mais que pudesse fazer mal para esse bebê, ele me trocava por uma vagabunda qualquer.

Ele fechou seus punhos com tanta força ao lado do seu corpo que poderia quebrar algum dedo por pura ignorância. A fúria e o ódio em seus olhos eram praticamente palpáveis. Sua fúria era tamanha que um raio estrondoso caiu do céu iluminando todo o meu quarto e possibilitando que eu pudesse novamente ver suas asas negras como a noite.

– Eu não acredito – ele murmurou com os dentes cerrados.

– Eu também não esperava que ele fosse chegar a esse ponto – ele bufou e revirou os olhos do mesmo modo irônico que eu fazia.

– Não me referia a ele. Daquele filho da mãe eu já esperava de tudo. Só não esperava que você fosse se destruir por causa dele. Desistir de tudo que você lutou por nada. Você deveria fazê-lo se arrepender disso usando o seu caráter. Sendo a maravilhosa garota que você é e mostrando o quanto estava feliz com a sua gravidez e não cedendo ao seu sofrimento rasgando o seu corpo – as lágrimas já vinham ao meu rosto, ele estava certo. – Caralho Renesmee. Poxa, o seu corpo é o templo do Espírito Santo! Você pôs em risco a vida da sua criança e a sua própria vida. Isso sem falar de mim.

– Você me ajudou porque quis.

– Você sabe muito bem que eu me mataria por você se fosse preciso. Sabe que eu daria com orgulho a minha vida no lugar da sua – as lágrimas caiam mais violentamente agora. Suas palavras eram cheias da mais pura e divina verdade que eu já pude ouvir. – E eu posso afirmar com todas as letras que você tem inúmeras pessoas que estariam dispostas a fazer a mesma coisa. Você pensou nelas?

– E você pensou na minha dor antes de julgar minhas atitudes? Tentou entender pelo menos? – se não fosse a consciência de que meus pais estavam em casa, eu estaria gritando com ele. Ele estava totalmente certo, mas eu não aguentava mais. – Eu já te tratei como lixo? Já fiz você se sentir assim? Já te traí de tal modo que você não quisesse mais viver porque a pessoa que você mais ama te despreza? – ele engoliu em seco vendo que dessa vez, eu estava certa.

– Para que você me traísse a esse ponto, você teria que ter comigo uma relação um pouco mais forte que a amizade. Assim como você teve com ele.

Fiquei completamente atônita diante de suas palavras. Eu pensava que iria dizer, mas eu permanecia em silêncio. Congelada. Mesmo depois de eu praticamente morrer por Jacob ele ainda não havia desistido de mim. Isso fez com que meu coração se acelerasse. O que eu faria agora? Eu me entreguei de corpo e alma para Jacob. Estou grávida de um filho dele. Ele me traiu em todos os sentidos possíveis da palavra e ainda assim – eu odiava com todas as forças do meu ser –, eu deveria admitir que ele era o amor da minha vida. Sendo mais realista, ele ainda é. O que eu não poderia negar, era que eu fui de fato apaixonada pelo meu anjo. Se não chegava a ser tão sério, eu realmente gostei dele. Se ele estiver mesmo disposto a lutar por mim, eu não conseguia encontrar a certeza concreta de que eu me manteria fiel ao meu sentimento por Jacob – mesmo não devendo mais fidelidade a ele –.

– N-Não muda de assunto – gaguejei contra a minha vontade mostrando claramente pra ele a minha indecisão. Sua resposta foi um sorriso e um abraço apertado.

– Renesmee, suicídio, é uma resposta errada, para inúmeros problemas que estão na mente das pessoas. E impressionantemente, todos são resolvíveis. Todos. Essas pessoas conseguem resolve-los sozinha? Não, claro que não. Mas elas buscam ajuda? Elas buscam pessoas que podem ajuda-las?

– Mas Haniel, e se essas pessoas não querem falar dos seus problemas para alguém? Quando eu me cortei, a única coisa que ocupava a minha mente era a dor na minha barriga. Não havia meus pais, não havia a Anne, não havia você e muito menos o Jacob. Essa é a justificativa de quem faz esse tipo de coisa.

– Com todo esse tempo você ainda não se tocou não é? Cara, o dono do universo está de braços abertos esperando apenas você se voltar para Ele. Você vai negar até quando Nessie? Você foi escolhida. A vida de quem é escolhido por Deus muda pra sempre. Você tem a marca da promessa. Você acha mesmo que é só isso que Deus tem reservado pra você? Desculpe-me a expressão, mas... Você acha que a sua vida se resume a um filho da puta que te deixou e a um mero anjo que você nem considera? – mordi o lábio e engoli em seco. – Esse mero anjo, não seria capaz de viver em um mundo no qual a protegida dele não existisse. Se eu fosse obrigado a viver sem você, sabe qual seria o meu único conforto? – assenti. Eu sabia muito bem que ele se referia a Deus. – Sabe, quando você começa a buscar a Deus mais do que você busca o seu oxigênio necessário para viver, o poder de Deus começa a se manifestar de tal forma na sua vida, que você não sentirá nada a não ser uma... Felicidade ou... Um sentimento de paz sabe? Ness, falando em termos não muito adequados, a coisa toda é a maior loucura. É praticamente impossível de se descrever. Você só... Sente. E sabe, quando você dedica verdadeiramente alguns minutos da sua vida apenas pra desabafar com Ele, toda a sua tristeza saí da sua mente pelo menos por uns instantes. E aí em seguida, Deus vai te dar a solução.


“It seems too easy to call you ‘Savior’,

Not close enough to call you ‘God’

(…)

I want to fall in love with You”

Love Song for a Savior – Jars of Clay


Quando ele falava de Deus pra mim, ele me deixava tão hipnotizada quanto Jacob me deixava dizendo que me amava. Ele afirmava que Deus era seu porto seguro com tanta certeza, que me fazia acreditar no mesmo. Eu acredito em Deus. A partir do momento em que Haniel apareceu eu pude ter a completa certeza de que Ele realmente existe. Eu acredito que Ele existe. A questão no momento era que eu ainda não havia sentido a presença real de Deus, assim como ele descrevia. Se ele enchia a boca pra falar de Deus, eu estava disposta a chegar ao mesmo estado que ele estava.

– Ness, você acha mesmo que eu quero ver o am... A minha melhor amiga se matando por um cara que não merece? – fiz que não com a cabeça sorrindo. Ele iria falar “o amor”... Provavelmente da minha vida, mas em respeito a tudo que eu tive com Jacob disse “a minha melhor amiga”. Eu realmente não entendo da onde saiu o meu “amor” por Jacob. Haniel merecia muito mais que ele. Deus? Eu gostaria de entender, mas... Isso não fazia tanta diferença.

– Bom, mas... Quem fez isso com você mesmo?

– Haniel... O que você quer? Você sabe muito bem que foi o Jacob...

– Jacob – ele repetiu o nome e em seguida desapareceu.

Apesar de eu não esperar que Haniel fosse capaz de fazer alguma coisa contra Jacob, o medo me dominava. Ele era a criatura mais desprezível do mundo, mas ainda assim...

– Apenas não o mate – murmurei um segundo após ele ter desaparecido, sem saber ao certo se ele poderia me ouvir.


POV HANIEL


Jacob corria na floresta assim como no dia em que a Nessie lhe contou sobre a existência de seu filho. Apenas de bermuda e tênis, ignorando a fina chuva que caía. Revirei os olhos. Como se os músculos dele fossem o seu maior orgulho. Humph. Apesar dele não ter consciência, ele corria em direção a mim. Quando ele se aproximou o suficiente, apareci na sua frente do nada lhe dando um soco com a mão direita. Ele voou caindo a alguns metros de distância. Caminhei em sua direção lentamente enquanto ele tentava se levantar, buscando com dificuldade ar em meio à tosse.

– O que diabos é você? E da onde você saiu? – seu olhar era um misto de confusão e medo.

– A minha origem não veem ao caso. E muito menos quem eu sou – lhe dei um soco no rosto fazendo com que sua boca sangrasse. Ele pôs a mão na boca sentindo o sangue e em seguida tentou revidar, porém desapareci antes que seu braço direito me atingisse, aparecendo atrás dele logo em seguida.

– A sua raça é a raça de criaturas mais desprezíveis do planeta – ele se virou rapidamente pra mim, a confusão exposta em seu rosto.

– Como assim “raça”? – ri irônico.

– Aquela do tipo de pessoa que muda totalmente a vida de uma pessoa e ao mais simples “problema” some como se tudo não tivesse feito a menor diferença. O que fica com uma pessoa sem dar a mínima para a opinião dela – dessa vez quem riu ironicamente foi ele.

– Então aquela vadia contratou alguém pra me da uma surra e ainda lição de moral? Que engraçado – ele continuou rindo, até que lhe dei outro soco. Dessa vez, em seu nariz, provavelmente quebrando-o. O sangue escorria livremente.

– Vadia é a sua mãe filho da puta. E não. A garota que mais te amou na vida não contratou ninguém não. Vim por conta própria – ele gemeu de dor pondo a mão no nariz.

– Ela deu pra mim porque quis – revirei os olhos.

– Essa é a única coisa que você tem a dizer? “Não tenha medo. Nós pertencemos um ao outro” – ironizei as palavras que ele disse no dia do... Baile. Sua expressão ia de sarcasmo e desprezo à... Pesar?

– Não sei do que você está falando.

– Sabe sim. Foram as palavras que você disse antes de beijá-la novamente e leva-la para o seu quarto.

– Ela te contou tudo isso? – ri.

– Ela nem sabe que eu sei disso – seu rosto estava novamente em confusão. – Eu só gostaria de saber por que você fez isso. Por qual razão cara? Sério.

– Sinceramente? – ele perguntou olhando pra mim depois de um tempo. – Eu não faço a mínima ideia. Eu não... Estou preparado pra ser pai sabe? Se eu vou mesmo ter um filho, quero que ele tenha uma vida boa, do tipo que eu não posso proporcionar – bufei. – O que foi? Quero que ele tenha uma boa casa, uma vida nos estudos...

– Sabe – o interrompi –, antes que eu chegasse na vida dela, ela até pensava em suicídio, e sabe por quê? – seus olhos se arregalaram. – Ela quase nem falava com os pais dela. Quando falava, eles sempre acabavam discutindo. Os pais dela sempre tiveram uma boa condição financeira, mas conhecendo a Nessie como você conhecia, ela se preocupava com o dinheiro que a família dela tinha? – ele negou com a cabeça. – O único medo dela, era que seu filho ficasse do mesmo jeito que ela. Com raiva dos pais, querendo se matar... Ela estaria feliz mesmo se estivesse morando embaixo da ponte. A única condição dela, é que fosse com você – pude jurar que vi uma lágrima caindo do seu olho. – E aí, por ela, eu fiquei sabendo que você estava de um jeito meio... Indecente com outra garota. Ela ainda tinha esperança que você caísse na real, e se brincar ainda tem. Ela sabia muito bem que você não devia mais fidelidade a ela, mas mesmo assim, isso representou pra ela uma traição sem tamanho. Não no sentido físico, mas sim á tudo que ela acreditava que você era – ele colocou a mão na cabeça demonstrando preocupação.

– O que foi que eu fiz? – eu sabia que ele fazia a pergunta para si mesmo, mas mesmo assim decidi comentar.

– É eu também gostaria de saber. Sabe que ela fez após ter ligado pra você? – ele balançou a cabeça indicando que não. – Ela se cortou Jacob – seus olhos se arregalaram novamente. – E não foi qualquer corte. Foi um corte profundo que se eu não tivesse chegado logo ela provavelmente estaria morta agora. E claro, não só ela. Ela perdeu tanto sangue a ponto de estar desmaiada sob uma poça de sangue na hora em que eu a encontrei.

– Você só pode estar brincando.

– Quem dera se eu estivesse mesmo. “Quando eu me cortei, a única coisa que ocupava a minha mente era a dor na minha barriga. Não havia meus pais, não havia a Anne, não havia você e muito menos o Jacob”. Essas foram as palavras extas que ela disse – primeiro ele estava horrorizado e provavelmente se sentindo culpado. Mas depois suas sobrancelhas se juntaram. Ele voltava novamente às especulações.

– E como eu posso saber que tudo isso é verdade? Eu nem sei quem você é – ri irônico.

– E você acha que ela sabia quem você era quando entregou sua vida a você? Ela pensava que te conhecia e agora veja o que você fez com ela. Você acha mesmo que algum dia a possibilidade de você deixa-la já passou pela cabeça dela? – outra lágrima caiu do seu olho. – Me responde uma pergunta com toda a sinceridade? – ele suspirou e em seguida assentiu. – Você realmente a amou ou foi tudo enganação? – Jacob fechou os olhos com força fazendo com que outra lágrima caísse. Em seguida ele engoliu em seco.

– Sim.

Quando ele a deixou, o que mais me preocupava era que eu sentia que ele não estava mentindo. Sendo um anjo, eu não escutava a uma distancia muito longa e muito menos tinha uma super visão. Mas eu podia sentir a energia que emanava das pessoas. Se elas estavam fazendo o bem, ou o mal... Se elas estavam mentindo ou não... E o que me... Dilacerava ainda mais, era sentir que a relação deles era tão forte quanto a daquele casal de vampiros da saga que ela gosta de ler. Ele nunca mentiu pra ela. O que me deixava ainda mais surpreso e intrigado com a sua atitude. Ele também não mentia agora.

– O resto você não vai conseguir me responder. Só isso já é suficiente – toquei em seu ombro fazendo com que seu nariz, sua mandíbula e sua respiração voltassem ao normal. Desapareci logo em seguida, aparecendo no quarto dela um segundo depois.


POV NESSIE


Se Haniel voltou pra cá ontem eu nem vi. Apenas comi rapidamente o meu jantar e fiquei ouvindo música no último volume até adormecer. Quando finalmente acordei, a primeira coisa que percebi foi que a gigante mancha vermelha no chão do meu quarto havia desparecido. Levantei-me ainda meio sonolenta com apenas um blusão e um shortinho.

– Bom dia bebê. Dormiu bem? – passei a mão na minha barriga cumprimentando-o. Em resposta recebi um leve chute no local onde passei a mão. Era totalmente impossível não sorrir. Cenas assim se tornaram comuns a mais ou menos uma semana.

Antes que eu pudesse abrir a porta, minha mãe o fez com uma expressão de raiva e... Pesar? O que faria com que minha mãe tivesse essas emoções?

– Você tem visita – Bella murmurou sem emoção alguma. Pela sua cara e seu estado, eu já poderia ter a perfeita ideia de quem a “visita” era.



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Notas finais do capítulo

e agora ?? reconciliação? mais lenha na fogueira? momento família ? façam suas apostas dskpsdkp ;)