– Capítulo Cinco –

Mágoas da Guerra

Draco por algum motivo acordou de bom humor aquele dia, ele se levantou e foi tomar banho antes do café. Aquela simples conversa com Gina o fez ficar meio diferente, talvez até menos mal humorado. Quando terminou enrolou a toalha na cintura para se trocar no quarto e para sua surpresa encontrou Astória sentada em sua cama.

- O que você faz aqui? – perguntou Draco indignado.

- Bom dia Draco. – disse Astória ignorando a pergunta do rapaz – Tenho uma surpresa pra você.

- E você realmente tem que me contar agora? – perguntou Draco apontando para a própria toalha amarrada na cintura – Estou meio ocupado.

- Serei rápida. – disse Astória se levantando para se aproximar dele – Falei com nossos pais, e está combinado de passarmos o natal juntos, as duas famílias, não é incrível?

- Maravilhoso. – disse Draco girando os olhos – Mas eu pensei em passar o natal em Hogwarts esse ano.

- Em Hogwarts? – disse Astória sarcástica – Por favor, Draco, você tem melhor gosto que isso.

- Por isso eu quero passar o natal em Hogwarts. – disse Draco ríspido.

- Não seja grosseiro. – disse Astória aborrecida.

- Não estou sendo grosseiro. – disse Draco superior – Estou sendo apenas firme na minha decisão.

- Mas Draco já está tudo arrumado. – insistiu Astória.

- Será que alguém perguntou o que eu quero? – perguntou Draco irritado.

- Passar o natal com a sua família e com a sua noiva, lógico. – jogou Astória cruzando os braços.

- Você melhor do que ninguém sabe que nós dois não somos noivos. – rebateu Draco – Pelo menos ainda não.

- E quando seremos hein Draco? – disse Astória sarcástica, mas, ela tinha algumas lágrimas que queriam mais do que tudo rolar pela sua face.

Draco odiava ver mulher chorar, ele nunca sabia o que fazer em momentos como esse, mas, antes que Draco pudesse dizer alguma coisa, ela saiu do quarto batendo a porta. Ele socou a parede de raiva em seguida, sem ao menos pensar, ele foi até o seu guarda-roupa, procurou algo no meio das suas roupas e pegou uma garrafa de alguma bebida alcoólica, firewhisk. Sem nem ao menos colocar em um copo, ele bebeu dali mesmo, era sempre isso que ele fazia quando se aborrecia, na verdade, desde o fim da guerra.

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Gina esta manhã acordou, ou melhor, foi acordada de um jeito diferente, quando abriu os olhos uma coruja lhe bicava o dedo sem descanso.

- Ai! – exclamou Gina chupando o dedo em seguida – É só piar que eu acordo. – disse irritada para a coruja que carregava uma carta em uma das patas.

A coruja piou e Gina girou os olhos, irritada, ela pegou a carta em seguida e despachou a coruja. Ela percebeu que estava sozinha no quarto, mas, ainda não estava atrasada para a aula.

A carta era de Harry. “Harry! Eu me esqueci de escrever pra ele”.

Oi Gina tudo bem?

Você ficou de me escrever, e não recebi nenhuma carta sua, fiquei preocupado. Como estão as coisas por ai? Eu soube que o Malfoy se ofereceu para ser par da Mione na aula de poções, fiquei espantado.

Como eu disse pra você, estou arrumando a minha vida, comprei uma casa, espero que você goste, quero dizer a gente ainda vai conversar sobre nós dois não é?Espero que não tenha ficado muito chateada comigo, sobre eu não querer assumir nada sério ainda e por isso não me mandou cartas.

Bom eu tenho que ir agora, acho que Monstro está trazendo coisas da Mansão Black pra cá. Estou com saudades.

Harry.

Gina terminou de ler a carta e sentiu um enorme aperto no peito, ela estava incrivelmente incomodada com o fato de Harry querer conversar com ela, embora fosse o que ela mais queria, ao mesmo tempo ela queria tardar a conversa.

Gina revirou outra vez o seu malão, pegou novamente aquele tecido marrom e o desembrulhou, dentro havia uma pequena adaga de prata, incrustada com esmeraldas. Quando eles estavam fazendo limpeza na cede da Ordem na Mansão Black, Sirius a jogou fora, mas, Gina como a achou bonita a pegou para si. Quem diria que seria de tamanha serventia.

Ela correu para o banheiro e trancou a porta, em seguida tirou a parte de cima do pijama e se olhou no espelho, a pele branca e cheia de sardas de Gina, continha também algumas marcas que definitivamente não deveriam estar ali. Gina tinha marcas de corte por todo o corpo.

Gina pegou a adaga e dessa vez fez um corte na palma da mão, fazendo com que imediatamente saísse sangue de puro vermelho, Gina fechou s olhos sentindo dor, as lagrimas caindo pelo seu rosto. Mas era isso que ela fazia para se sentir melhor, desde o final da guerra, a guerra que levou amigos, familiares... Fred. A convivência com sua família estava tão diferente, Gina se sentia tão excluída, tão isolada, tão sozinha...

- Gina você está ai? – era a voz de Hermione batendo na porta.

Gina se sobressaltou de susto, derrubando a adaga no chão, ela abriu a torneira da pia para lavar a mão, a fim de fazer o sangramento cessar.

- Gina? – perguntou Hermione mais urgente.

- Estou aqui Hermione – respondeu Gina apreensiva.

- Você está bem? – a outra parecia mais aliviada por Gina ter respondido.

- Sim. – disse Gina pegando a adaga no chão e a lavando – Eu já vou sair – em seguida ela limpou o chão que respingara sangue.

- Estou te esperando no salão comunal ta bom?

- Ta. – disse Gina ofegante – Eu desço logo.

Quando ela ouviu a porta do dormitório batendo Gina respirou fundo, se sentou no chão escorregando pela parede e ficou olhando para o corte em sua mão. Agora ela se sentia melhor, mas, por quanto tempo duraria esse sentimento até a vontade de se cortar outra vez?