– Capítulo Trinta e Cinco –

Final de Abril

Depois de Gina ter sobrevivido à mansão Malfoy e ter voltado para Hogwarts, ela percebeu que o clima na escola estava diferente, alguns alunos a olhavam torto (na maioria garotas), outros começaram a cumprimentá-la (sonserinos) e outros continuaram sem nem ao menos olhá-la (Hermione voltara a ignorá-la), e ficou nisso, ela era respeitada por uns e ignorada por outros. Gina sabia que tudo isso era devido ao que saiu no Profeta Diário, sobre o noivado dela e de Draco, e também muito provável, Hermione não falava mais com ela por causa de Harry, que levou uma baita bronca da Sra. Weasley quando chegou à Toca completamente bêbado.

Mas fora todas essas coisas, ela não se sentia mais tão sozinha como antes, quando precisava se cortar para se sentir melhor, agora ela simplesmente corria e conversava com Draco ou até mesmo com Pansy e Blásio, quem diria que ficariam tão próximos, de Emília ela ainda se mantinha um pouco distante a garota tinha uma língua ferina, mas, as vezes ela era legal. Neville deixara de ser tão formal com ela depois de Gina ter colocado ele na parede, era muito injusto ele ficar com medo de Gina por causa de Draco, mas, agora eles voltaram a ser como antes, o único problema realmente, era Hermione que se distanciara dela.

- Está errado Zabine! – exclamou Hermione na aula de poções – Vou tirar zero por sua culpa.

- Cala a boca Granger! – disse Blásio irritado, ele normalmente não se irritava fácil. – Você sempre quer colocar o dedo no que eu faço.

- Porque está errado. – afirmou Hermione firme.

- Não está errado. – rebateu Blásio dignamente – A única coisa errada nessa sala é você e esse seu bocão.

Hermione abriu a boca indignada e Blásio olhou pra ela e sorriu de lado.

- É esse bocão mesmo. – disse ele – Que só sabe criticar.

- Você é um idiota. – disse Hermione segurando a vontade de bater nele.

- Eu concordo plenamente com você. – disse Blásio mexendo a poção – Se eu não fosse idiota eu ainda estaria sentado com a Gina.

- Você está fazendo errado de novo. – disse Hermione olhando a poção – É pra mexer no sentido horário depois de quatro minutos.

- Anti-horário. – disse Blásio mostrando no livro.

- Só se você não acrescentou o chifre de unicórnio. – disse Hermione jogando as mãos para o alto.

- Você é cega ou...

- Hei vocês – Hermione e Blásio se viraram para ver quem falara.

Emília estava sentada com Neville, depois que Astória foi embora, Emília que estava sem dupla começou a se sentar com ele por ordem do professor.

- Será que dá pra vocês calarem a boca? – perguntou ela ríspida – Já tenho que aguentar perguntas idiotas desse aqui – disse Emília apontando para Neville que olhou indignado pra ela – Não dá pra me concentrar com vocês dois latindo o tempo todo.

Blásio girou os olhos e voltou a se endireitar na cadeira, Hermione ainda encarava Emília, quando Blásio pegou Hermione pelos ombros e a fez ficar reta na mesa.

- Não discute com a Emília. – disse Blásio calmamente – É para o seu próprio bem.

- Sério? – disse Hermione sarcástica – E desde quando você se importa?

- Que se dane Granger! – disse Blásio voltando a ler o livro de poções para ver se esqueceu algo.

- Que cavalheirismo. – disse Hermione para atingi-lo.

- O cavalheirismo morreu há muito tempo. – disse Blásio sério ainda lendo o livro – Hoje em dia é cada um por si.

- Insuportável. – bufou Hermione – Me deixa ler isso. – disse tentando tirar o livro de Blásio.

- Não. – disse Blásio firme – Fica quieta ai que eu já estou terminando.

- Zabine é serio. – disse Hermione – Eu não quero tirar zero.

- Você não é a única com cérebro aqui Granger. – disse Blásio voltando a se irritar.

- Mas sou a única que pensa.

- Pensa em que? – disse ele cínico – Em ignorar uma amizade por causa dos seus princípios idiotas?

- Do que você está falando?

- Estou falando da Gina. – disse Blásio como se fosse óbvio – Está a desprezando porque você tem um preconceito em relação ao Draco. Depois sonserinos são preconceituosos.

- Sei, e você aceitou numa boa a relação deles. – disse indignada.

- Não. – respondeu Blásio agora encarando a garota – Mas eu descobri uma coisa, ela é uma boa garota, ao contrário de você, que mesmo sendo uma san... nascida trouxa, se não fosse tão medita a gente até poderia se dar bem.

Hermione apenas ficou quieta pensando no que Blásio dissera.

- Você está fazendo errado de novo. – disse Hermione depois de um tempo quando Blásio acrescentara pele de lagarto à poção.

“Infeliz” – pensou Blásio irritado.

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Após a aula de poções, Draco se despediu de Gina e se dirigiu com Blásio para a mesa da Sonserina no salão principal.

- É sério Draco. – disse Blásio aborrecido – Essa garota é terrível, eu não vou aguentar até o final do ano.

- Tente ignorá-la. – disse Draco se servindo de salada – Eu era curto e formal com ela e simplesmente nos tolerávamos.

- O fato aqui é que você intimida as pessoas, e eu não. – disse Blásio como se citar um longo discurso – Eu sou o cara legal.

Draco girou os olhos sorrindo e bebericou o seu suco, quando uma coruja que Draco reconheceu como sendo da sua casa pousou na mesa, ele pegou a carta e viu que era da sua mãe.

Ele abria a sua boca conforme lia a carta, acompanhado por Blásio que lia por cima de seu ombro. Draco terminou de ler e ficou pensativo por um tempo, procurando uma saída, mas, não havia nenhuma, isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde, ele desejava que fosse mais tarde, nem tanto por ele, mas, por sua mãe, mas, porque tardar uma situação por mais difícil que fosse?

- E agora? – perguntou Blásio sério.

- Esperar e pagar pra ver. – disse Draco lendo a carta outra vez e parando em um ponto específico.

...seu pai será julgado no final de abril...