– Capítulo Trinta e Quatro –

Seja Bem Vinda.

O silêncio na qual aquele lugar se transformou, era mortal, algumas pessoas esboçavam um sorriso de incentivo para que Gina, aceitasse, como alguns conselheiros, outras faziam uma careta, como Lúcio e Harry e outras tinham uma feição indescritível, como Narcisa Malfoy. Gina percebeu os flashes das câmeras nos dois àquela hora, ela sabia que independente da resposta, eles estariam na primeira página amanhã.

Gina olhou para Draco que ainda estava ajoelhado diante dela, ele possuía um semblante decidido, mas, ao mesmo tempo nervoso, esperando por sua resposta, Gina nunca havia visto Draco nervoso antes, mas, dessa vez tinha um motivo, Draco sempre sabia das coisas, mas, agora ele não sabia se Gina diria sim ou não.

Era certo que Gina também sentia o mesmo por Draco, talvez mais, hoje foi o dia em que ela provou um pouco do mundo dele, e se sentiu completamente perdida nele, as coisas não eram simples como na vida normal dela, as pessoas eram, diferentes, falsas, arrogantes, elegantes, refinadas e com certeza ela não se enquadrava nesse estilo. Mas ali estava Draco, esperando ansioso por sua resposta, ele embora faça parte desse mundo novo que Gina queria fugir, escolheu Gina para ficar ao seu lado, sendo que ele tinha centenas de outras escolhas, mas ela foi a escolhida, a garota da Grifinória, de família humilde, ignorante, com roupas de segunda mão, ela foi a escolhida.

Gina olhou para Lúcio e Narcisa, Narcisa não se opôs a eles ficarem juntos, embora acredite que ela não tenha gostado muito da ideia, e Lúcio, com certeza esse faria da vida dela um inferno, mas, o inferno é o de menos, se ela não pudesse ter Draco. Gina voltou a olhar para Draco e sorriu decidida.

– Eu também te amo Draco. – disse Gina deixando involuntariamente uma lágrima escapar – E aceito ser sua esposa.

Draco respirou aliviado enquanto se colocava de pé ao mesmo tempo que Gina, ele colocou a aliança em seu dedo e beijou a garota, seu beijo foi seguido de aplausos por parte dos convidados. Gina de repente se sentiu feliz, porque era como se finalmente ela pudesse dizer que Draco era seu, que aquilo não era uma brincadeira de mau gosto e que, sim, Draco a amava. Ela sabia que agora a sua vida mudaria totalmente, mas, agora ela não tinha mais medo, pois, Draco estaria com ela.

– Prometo de fazer feliz. – disse Draco no ouvido dela.

– Você já me faz feliz. – disse Gina eufórica, olhando de relance Harry pegar uma garrafa de firewhisk e desaparecer com Monique entre os convidados.

– Meus parabéns aos noivos! – disse o Sr. Stuart se aproximando para cumprimentá-los – Grande escolha Draco, grande escolha.

– Obrigado. – disse Draco apertando a mão do homem.

– Gina. – era Narcisa, ela parecia um pouco inquieta, mas, pegou nas mãos de Gina – Fomos pegos de surpresa, mas, apoiamos a decisão de Draco – ela disse dando um olhar severo ao marido, que girou os olhos irritado – Seja bem vinda a essa família, pode contar comigo.

– Obrigada. – disse Gina feliz, ela sabia que as palavras de Narcisa eram sinceras. – Eu prometo fazer o possível para me ajustar a essa família.

Narcisa assentiu e foi abraçar o filho.

– Decisão meio repentina Draco. – disse Lúcio ríspido – Acredito que você tenha se lembrado de que a garota têm pais, e eles deveriam ceder à mão dela a você.

– Não se preocupe com esse detalhe Lúcio. – disse Draco em voz baixa – Eu falei com eles antes, sem que Gina visse, e dá pra acreditar que eles apoiaram a minha decisão? – disse Draco cínico.

– Vá para a sua festa. – disse Lúcio irritado.

Draco bateu continência e puxou Gina pela mão.

– Vamos linda. – disse ele.

– Onde estamos indo? – perguntou Gina que notou que um grande número de presentes desaparecera da reunião.

– Você vai ver. – disse Draco sorrindo.

Eles seguiram até a saída do salão, passaram por um corredor e apareceram no hall de entrada da mansão, Draco a conduziu até outro corredor que ficava ao lado da escada e abriu outra porta. Essa porta dava para o lado de fora da mansão, ele tirou seu paletó e cobriu os ombros de Gina, estava frio e a neve dominada a parte de fora da mansão.

– Draco! – exclamou Gina quando sentiu o vento gélido batendo em suas faces – O que estamos fazendo?

– Prometo que você vai gostar. – disse ele puxando ela pra fora, mas, ela se manteve firme.

– Não sei andar de salto direito nem em chão reto, imagina na neve. – disse Gina cruzando os braços – Não vou sair daqui.

Draco deu um sorriso torto e pegou Gina no colocou e começou a andar pela neve em seguida.

– Eu espero que realmente seja bom pra você fazer tudo isso. – disse ela se sentindo aquelas princesas dos contos, nos braços de Draco.

– Vai ser. – disse ele dando um beijo nela.

Draco foi com Gina nos braços até uma grande casa que ficava a alguns metrôs da mansão. Quando Gina foi colocada no chão ficou boquiaberta com a beleza da casa, ela parecia àquelas casas dos cartões postais, cheia de neve a decorando. Não era nem de longe do tamanho da mansão, mas, era grande o suficiente para comportar vinte pessoas.

– Alguém mora aqui? – Gina perguntou sem tirar os olhos da casa.

– Não. – respondeu Draco com a mão na maçaneta – Essa é a casa de visitas.

Gina girou os olhos se perguntando por que ter uma casa de visitas, com uma mansão tão grande e cheia de quartos desocupados. Draco abriu a porta e se surpreendeu com o que viu, a casa estava cheia dos jovens que escapuliram da “reunião” na mansão, uma música alta tocava, e eles dançavam um com o outro enquanto outros se agarravam em uma parte da sala, alguns já estavam bêbados e caídos nos sofás.

– O que está acontecendo? – perguntou Gina não conseguindo evitar um sorriso, pois, ela nunca acreditaria ver pessoas distintas e refinadas naquela situação.

– Você acha que rico não se diverte? – perguntou Draco sorrindo torto.

Gina sorriu outra vez imaginando se Astória já teria vindo aqui e se comportado dessa forma.

– Astória, ela...

– Com certeza. – disse Draco fechando a porta atrás de si – E ela subiu bem naquele balcão ali.

Disse ele apontando para um balcão cheio de bebidas.

– Pra fazer o que? – perguntou Gina confusa.

– Você nem imagina? – perguntou Draco sarcástico. – Gina isso é só pra te mostrar que somos iguais, que a gente também se solta... alguns mais do que outros, o que acontece aqui, fica aqui, aqui nós podemos ser nós mesmos, sem se preocupar com que a sociedade vai achar.

– O Harry veio pra cá? – disse Gina atônita olhando Harry que estava praticamente deitado em uma poltrona com uma garrafa de firewhisk na mão, o que mais a surpreendeu foi que Monique estava em cima dele, e eles estavam se engolindo.

– Que depravação. – disse Draco balançando a cabeça, mas Gina sabia que ele estava se divertindo.

Eles se sentaram em um sofá que estava um pouco distante.

– Eu nem posso acreditar que estamos noivos. – disse Gina alegre – Mas, acho que meus pais não vão gostar de eu ter ficado noiva, sem ter falado com eles.

– Eu já cuidei disso. – disse Draco a puxando mais pra si e fazendo com que ela se deitasse em seu peito. – Quando fui a sua casa, falei com seus pais quando você deu um pulo no seu quarto.

– Sério? – disse Gina agora olhando pra ele.

– Eu queria pedir a sua mão quando fui a sua casa. – explicou Draco – Mas seus pais acharam que seria melhor se eu fizesse isso aqui, assim os meu pai não teria como negar o noivado na frente de tanta gente.

– Meus pais sabiam? – disse Gina indignada.

– Sabiam. – disse Draco com um sorriso – Foram eles mesmos que deram a ideia de eu fazer o pedido perto de todo mundo.

– E seu eu não tivesse aceitado? – perguntou Gina encarando ele com um ar divertido.

– Sua mãe disse que você aceitaria. – disse Draco dando de ombros – Eu confiei nela e deu certo.

Gina sorriu, apesar de tudo ela estava feliz, bom, feliz até o momento em que ela viu Harry levantar do sofá com dificuldade e caminhar capengando até onde eles estavam.

– Você. – disse Harry apontando para Draco, sua fala estava mole – Acha que agora... que pediu ela pra... que agora que ela é sua noiva, ficou tudo certo? – Draco apenas prestava atenção indiferente – Você se enganou, por que... porque ela não vai ser seu mais novo brinquedo Malfoy.

– Arry vamos voltarr parra o sofá. – disse Monique manhosa.

– Já vou. – disse agora olhando para a Monique como se nunca a tivesse visto antes – Quem é você?

– Vou procurrarr o Blásie. – disse Monique girando os olhos e desaparecendo no meio dos jovens que dançavam.

– Potter. – disse Draco se levantando para ficar de frente a ele – Porque não vai pra casa? Você está péssimo.

– Cala a boca! – disse Harry bebendo mais um pouco da garrafa – Você é um... idiota.

Draco girou os olhos e tentou se aproximar de Harry que mesmo bêbado conseguiu acertar um soco no queixo de Draco, Draco cambaleou um pouco pra trás, Gina se levantou para ficar ao lado dele.

– Vem logo. – disse Harry em voz alta – Ta esperando o que?

Gina ficou nervosa no mesmo momento, ela sabia que aqui se Draco quisesse ele brigaria com Harry, porque ninguém ficaria sabendo, mas, ela estava preocupada com que Draco pudesse fazer com ele, não porque ainda nutria algum sentimento pelo moreno, mas, poderia estragar a impressão que Draco conseguiu com a família dela. Mas Gina ficou espantada quando Draco arrumou a sua roupa no lugar, pegou um lenço do bolso e limpou o sangue que escorria da boca.

– Jink. – chamou Draco e o elfo apareceu no mesmo momento – Leve o Sr. Potter pra casa dele, ele não pode ir sozinho ou vai acabar estrunchando.

– Eu não vou.

– Vai sim. – disse Draco com a voz calma – Eu não vou permitir esse tipo de comportamento na minha casa. Pode levá-lo Jink.

– Jink não sabe onde o Sr. Potter mora. – disse o elfo com medo de ser repreendido.

– Então leve ele para a Toca. – disse Draco com um sorriso maldoso – Você sabe onde fica não?

O elfo assentiu e pegou na mão de Harry contra a sua vontade e desaparatou.

– Para a Toca Draco? – disse Gina preocupada – Meus pais então lá.

– Nossa! – disse Draco cínico batendo na própria testa – Eu acho que esqueci.