– Capítulo Trinta e Um–

Perdida

Draco se olhou mais uma vez no espelho e ficou satisfeito de ver que tudo estava em seu devido lugar. O sapato bem lustrado as vestes escuras bem passadas e seus cabelos devidamente arrumados.

Ele olhou em seu relógio e pegou uma caixa de veludo preto que estava em cima do criado mudo e saiu de seu quarto, rumo ao quarto de Gina. Bateu duas vezes e em seguida ouviu a sua voz dizendo que entrasse, Draco deixou escapar um assovio ao contempla-la, Gina sorriu corada.

- Você está linda. – disse Draco se aproximando e depositando um beijo nos lábios de Gina.

- Obrigada. – disse Gina – Você também.

Draco agora prestou mais atenção nos cabelos de Gina, que estavam presos no alto, fazendo com que alguns cachos caíssem pelos seus ombros e rosto.

- Você cortou o cabelo. – disse ele numa mistura de contentamento e alívio. – Está perfeito.

- Foi Pansy quem ajudou. – disse Gina sem graça.

- Ah, sim, ela é boa nisso. – disse Draco abrindo a caixa de veludo – Eu trouxe isso pra você usar hoje.

Na caixa continha um colar e brincos de diamantes, que combinavam harmoniosamente com o seu vestido.

- São lindos Draco! – exclamou Gina levantando os cabelos para que Draco colocasse o colar nela – Mas, sabe, não é um pouco de exagero, pra uma reunião íntima? – perguntou Gina com um tom de ironia na voz.

- Não. – respondeu Draco naturalmente, e ela girou os olhos.

Em seguida ele depositou um beijo no pescoço de Gina, que fechou os olhos se deliciando com a sensação, ele virou Gina de frente pra ele e a beijou carinhosamente. Gina sentiu como se um frio elétrico invadisse o seu corpo por inteiro, ela sabia que precisava de Draco sempre ao seu lado e que se o beijo parasse algo terrível aconteceria, um sentimento de perda a invadiu e ela o abraçou forte, sendo correspondida pelo mesmo.

- Vamos com calma. – disse Draco em voz baixa cortando o beijo – Eu sei que sou irresistível, mas, nós temos que descer daqui a pouco.

- Porque vamos com calma? – perguntou Gina se surpreendendo com a própria audácia.

- É... como? – era a primeira vez que Draco não tinha uma resposta na ponta da língua.

- Porque não estamos no mesmo quarto? – Gina perguntou corando.

- Não sei aonde você quer chegar com isso. – disse Draco confuso.

- Emília fez um comentário. – disse Gina mais firme, agora que começara a falar iria até o final – Ela disse alguma coisa sobre nós dois não estarmos no mesmo quarto.

- Ah! Entendi. – disse Draco com um sorriso torto – Ela simplesmente disse isso porque as minhas... “namoradas” – disse fazendo aspas com os dedos – Dormiam no meu quarto.

- E será que eu posso saber por que eu não estou lá? – agora Gina se sentia ofendida, feia e indesejável.

- Porque você não é como elas. – disse Draco sincero – Eu não quero ultrapassar certos limites com você.

- E porque não? – perguntou Gina aborrecida – Não me acha atraente?

- Você está mesmo me perguntando se você me atrai fisicamente? – perguntou Draco com um sorriso de canto. – Nós estamos mesmo tendo essa conversa?

- Agora que eu comecei, sim – disse Gina chateada.

- Tudo bem. – disse Draco respirando fundo – Gina eu me sinto incrivelmente atraído por você. Mas eu só não tomei uma atitude mais íntima porque, você é diferente pra mim, e eu quero fazer tudo certo, eu não quero dar nenhum motivo para que tirem você de mim.

- Você deve estar me achando uma oferecida. – disse Gina cabisbaixa.

- Claro que não. – disse Draco voltando a abraça-la – Mas eu percebi que você é meio insegura. Não precisa se sentir assim, porque, eu nunca vou olhar pra outra como eu olho pra você.

- Certo. – disse Gina mais suavizada, mas, ainda incomodada, quando alguém bateu na porta do quarto.

- Entre. – disse Draco e um elfo aparatou dentro no quarto – O que quer?

- Mica veio avisar que a Sra. Malfoy pediu que descessem. – disse a elfa com uma curvatura.

- Pode ir. – disse Draco e a elfa desaparatou – Está pronta?

- Estou. – disse Gina colocando os brincos e respirando fundo – Não é nada de mais não é? Porque é apenas uma “reunião íntima” – disse fazendo aspas com os dedos.

- Você quer me dizer alguma coisa? – perguntou Draco confuso, abrindo a porta para que Gina saísse.

- Que esta reunião está mais para festa. – disse Gina enquanto caminhavam pelos corredores.

- Claro que não. – disse Draco naturalmente – Para ser uma festa teria que ter mais de duzentas e cinquenta pessoas.

Gina arregalou os olhos.

- Duzentas pessoas? – disse ela enquanto se aproximavam de uma escadaria, que não era a mesma do hall de entrada.

- Sim, porq... por Salazar! – disse Draco batendo na própria testa – Me perdoa, eu esqueci que você nunca participou... nossa Gina me perdoa.

- Acho que estou passando mal. – disse Gina nervosa.

- Calma. – disse Draco preocupado – Aja normalmente, seja você mesma, do que eu estou falando nem eu sou eu mesmo perto deles.

- Tudo bem Draco. – disse Gina – Eu vou conseguir, aliás, eu acho que não viemos pelo mesmo caminho. – disse Gina olhando para a escadaria.

- Porque nós iremos nos reunir no salão. – disse Draco simples – Tem certeza que está bem?

- Tenho. – disse Gina respirando fundo e torcendo para não tropeçar no próprio pé, pois, salto alto, não era uma de suas habilidades. – Vamos.

Draco deu o seu próprio braço para Gina que o entrelaçou com o seu, e ele a conduziu calmamente descendo as escadas, enquanto desciam Gina ouviu uma música instrumental ao som ambiente. E quando finalmente eles entraram em foco, Gina quase exclamou de surpresa. Era um salão amplo todo decorado com flores brancas e folhagens, algumas mesinhas estavam espalhadas pelo salão, como também alguns divãs. Bandejas de petiscos e bebidas voavam por todo salão servindo os convidados vestidos elegantemente que conversavam entre si. “Reunião íntima” – pensou apreensiva – Estou perdida.