– Capítulo Dezessete –

Acordo

Gina encarou Draco, sobressaltada, era aquilo mesmo que ela havia ouvido? Será que ela não havia sonhado acordada? Ou Draco havia voltado a ser aquele garoto mimado e estava zombando dela? Seu coração batia descompassado, e suas mãos ficaram frias de repente.

- Como? – ela perguntou gaguejando.

- Gina, eu realmente tentei. – disse Draco sério – Você não sabe o quanto isso é difícil pra mim. Eu me afastei da Astória porque simplesmente ela é perfeita eu sabia que seria fácil gostar dela, mas, por mais que eu me afastasse dela, eu me aproximava de você, uma pessoa completamente diferente de mim, eu nunca pensei que sentiria isso por alguém. Mas as nossas diferenças me fizeram ver que você me completava como eu nunca imaginei que aconteceria.

- Do que você ta falando Draco? – Gina perguntou com o coração na mão, na verdade ela sabia do que ele estava falando, porque se era isso mesmo, ela sentia o mesmo.

- Que um sentimento novo, invadiu a minha vida. – disse Draco olhando no fundo dos olhos de Gina – Um sentimento que eu achei que nunca iria experimentar. Gina eu acho que estou gostando de você de verdade. – ele disse a ultima frase fazendo uma careta.

Gina não conseguiu evitar sorrir, não da frase, mas, da cara que Draco fez, devia ser muito difícil pra ele admitir tal coisa, mesmo ele não dizendo com todas as palavras, era lógico que Draco Malfoy não iria dizer a palavra “apaixonado”, mas Gina se sentia honrada em ter sido com ela.

- Você está falando sério? – claro que era sério, Gina viu sinceridade em seus olhos.

- Eu nunca falei tão sério em minha vida.

- Então... o que você acha de concretizar o ultimo pingente? – disse Gina corando.

- Eu acho que demorei demais. – disse Draco se aproximando mais de Gina, ele a abraçou pela cintura, e ela jogou os braços em volta do pescoço dele.

Draco espalhou beijos por todo o rosto de Gina, até chegar perto dos lábios onde ele despejou vários selinhos “Que tortura” pensou Gina desejando logo que Draco a beijasse como ela sempre via ele fazendo com outras garotas nos anos anteriores. Ele pareceu ouvir o pensamento de Gina, pois, deu a ela um sorriso malicioso e logo voltou a beijá-la pedindo dessa vez passagem com a língua. Gina de repente se sentiu amolecer, era como se o seu corpo não existisse mais e no lugar dele só restasse lembranças do que era ter um corpo sólido. Logo as comparações vieram, o beijo de Draco era diferente do de Harry, o de Harry era calmo e doce, o de Draco era apaixonante e possessivo, com toda certeza ela preferia a ultima opção.

Draco cessou o beijo e parou para observá-la, Gina quase protestou de raiva e corou ao ver que Draco percebeu.

- Isso foi diferente. – disse Draco quase inaudível, mas, como Gina estava grudada com ele, pôde ouvir maravilhosamente bem.

- Diferente? – perguntou ela confusa – Você não gostou?

- Não é isso. – disse Draco com um sorriso sem graça – É que foi o primeiro beijo que eu dei sem segundas intenções.

Gina corou furiosamente e abaixou a cabeça, Draco gargalhou e ela bateu nele, foi quando ele a segurou e a prensou contra a parede voltando a beijá-la.

- O que vai acontecer agora Draco? – perguntou Gina quando pararam o beijo.

- Referente?

- A nós dois. – disse Gina ficando séria – Não podemos aparecer assim, ninguém entenderia, muito menos a sua família e a minha.

- É eu sei. – disse Draco também sério.

- Além de Astória e Harry que ainda espera pela gente. – disse Gina – Isso é injusto.

- Tem razão. – disse Draco respirando fundo, pensativo – A não ser que a gente faça um pequeno sacrifício.

- Como assim?

- E se for somente por esse ano? – disse Draco se remoendo, ele não queria apenas esse ano – Ficaremos juntos por esse ano e...

- Depois voltaremos a nossa vida normal. – terminou Gina chateada – Realmente parece o melhor caminho.

- Então vamos aproveitar enquanto pudermos. – disse Draco pegando as mãos de Gina e beijando ambas.

- É. – disse Gina abraçando Draco – Porque tudo que é bom, dura pouco.

Foi naquele momento que ela reconheceu o cheiro de Draco, ele tinha o mesmo cheiro dos biscoitos que a sua mãe fazia, por isso que quando ela estava com Draco ela não sentia falta de casa.

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Então foi esse o acordo resolvido entre eles, embora no íntimo de cada um, eles preferissem ficar juntos mesmo depois da formatura, pena que um não podia ler o pensamento do outro.

Gina e Draco se encontravam quase todos os dias para se verem, mas, dessa vez nada a ver com amizade, conforme os dias passavam, um sentia mais necessidade do outro, mas, faziam o possível para que ninguém notasse.

Tudo ia bem até o primeiro jogo de quadribol do ano, Grifinória contra Sonserina. Draco e Gina haviam voltado para os seus times, como apanhador e artilheira. Grifinória ganhava de oitenta a sessenta, mas, Draco não se importava de Sonserina estar perdendo, porque a sua Gina estava ganhando e logo eles ficariam a sós novamente, longe das vistas de todos.

- Anda Draco se mexe! – gritou o capitão do time que era batedor – O pomo já passou por você três vezes!

Draco levantou uma sombracelha como que dizendo, você está mesmo gritando com um ex-comensal? O capitão do time fez uma careta.

- Faz alguma coisa. – disse o capitão da Sonserina mais ameno.

Draco girou os olhos e resolveu procurar o pomo, ficar observando Gina não ia ajudar a disfarçar o seu relacionamento com ela, foi quando ele deu um mergulho em direção ao chão pra chamar a atenção do outro apanhador, Draco sorriu satisfeito quando viu que deu certo. O apanhador da Grifinória mergulhava decidido atrás de Draco, quando já estava muito perto do chão Draco subiu de repente somente ouvindo o barulho das vaias quando o apanhador da Grifinória se arrebentou no chão.

- Pronto. – disse Draco com um sorriso cínico – Agora eu posso procurar o pomo em paz.

- Agora sim é o Draco que eu conheço. – disse o capitão satisfeito – Vou dar um jeito naquela artilheira ruiva – disse ele mostrando o seu bastão.

- Em quem? – perguntou Draco preocupado, mas o outro já estava longe.

Draco sacudiu a cabeça e resolveu procurar pelo pomo, o avistou logo, e avançou em direção a ele, quando estava prestes a pegá-lo ele ouviu mais vaias. Gina havia sido acertada por um balaço, e agora caia rapidamente em direção ao chão, Draco não pensou duas vezes, ele deixou o pomo de lado e voou com a vassoura a toda velocidade a fim de socorrer Gina.

Quando a garota já estava quase próxima do chão Draco a segurou com toda a sua força, Gina abriu os olhos e se deparou com os olhos azuis acinzentados de Draco a observando preocupado, Gina sorriu molemente e disse:

- Você não devia ter feito isso.

Draco olhou ao redor, o jogo havia parado ninguém nas arquibancadas se atrevia a respirar, mas, os olhos de todos ali, estavam nos dois. Draco pôde discernir nas arquibancadas, Blásio com uma careta, Astória boquiaberta e Pansy com os braços cruzados, mas, ele sabia que a garota estava irritada.

- Droga! – disse Draco.

Gina gargalhou dolorosamente.