– Capítulo Treze –

Amigos?

Draco ficou parado encarando a garota pedinte a sua frente, se fosse em uma outra época, com certeza ele já a teria beijado e ido mais além se possível. Ele já havia se perguntado antes porque nunca teve mais nada íntimo com Astória, afinal de contas eles eram “noivos”, ela era bonita e inteligente, por que não? Mas alguma coisa o travava.

Ela ainda esperava pela resposta de Draco, foi quando ele respirou fundo se inclinou e deu um beijo de leve no canto da boca da garota. Astória abaixou a cabeça chateada, sua vontade era de chorar, mas, seu orgulho sonserino não permitia então ela encarou Draco.

- Achei que pudesse fazer melhor. – disse Astória com um tom de deboche, mas, Draco percebeu a sua chateação.

- Eu posso, mas, não quero. – disse Draco sincero.

- Por quê? – perguntou Astória quase num sussurro – Não me acha atraente?

- Acho. – respondeu Draco – Mas atração não é tudo.

- E desde quando você se importa com isso? – perguntou a garota meio brusca.

Draco levantou uma sombracelha, realmente Astória não combinava com esse temperamento, ela era incrivelmente delicada.

- Me responde? – insistiu ela – Eu sempre te vi com uma garota diferente todos os dias e você nunca se importou com nada. Agora eu, sou sua noiva mesmo que essa droga seja uma farsa, é assim que a sociedade vê. – Draco sabia que ela estava lutando pra não cair no choro, por que a sua voz já estava embargada – Você pode me ter quando você quiser, eu estou bem aqui, mas, você não quer você diz que eu te atraio, mas, não ta parecendo. O que eu tenho que fazer pra ter você?

- Você já me tem. – disse Draco – Somos noivos não somos? E mais pra frente vamos nos casar, eu prometi e vou cumprir.

Astória inconscientemente olhou para o outro lado do jardim e viu Gina sentada na grama embaixo de uma árvore, com um livro nas mãos. Gina fitava os dois, mas, abaixou a cabeça imediatamente, quando Astória voltou a olhar para Draco, ele fitava Gina com um brilho diferente nos olhos. Astória fechou os olhos e respirou fundo e se levantou.

- Com licença. – disse Astória andando imponente em direção ao castelo.

Draco sabia que a educação da garota não permitiria que ela o mandasse para o inferno, embora ele preferisse que ela o fizesse. Ele olhou novamente para Gina que correspondeu com um sorriso doce.

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Gina queria aproveitar o resto do sol daquela tarde, e resolveu ler um livro nos jardins, escolheu um lugar debaixo de uma árvore, onde os raios solares não atrapalhariam a sua leitura.

Não se passaram nem dez minutos quando ela viu Draco e Astória andando de mãos dadas pelos jardins, Gina percebeu que Astória não conseguia conter a alegria de estar ali com Draco. Gina se sentiu um pouco aborrecida por vê-los juntos, mas, depois a culpa tomou conta dela. “Eu não devia ficar chateada ao vê-los juntos... porque eu sinto isso a final?”.

Gina olhou para ele outra vez, eles se sentaram em um banco, embaixo de uma árvore e começaram a conversar. Gina queria tanto ir até lá, ficar com Draco e impedir que Astória o tocasse... agora ela se sentiu realmente mal, Draco pegou no queixo de Astória, da mesma forma que ele fez com ela na sala precisa, só de pensar no seu toque, Gina sentia os pelos de sua pele se arrepiarem. “Ele não vai fazer isso. Vai?” pensou Gina ao ver Draco se inclinar para Astória, porem, esse deu um beijo no canto dos lábios da mesma. Gina não sabia por que mais respirou aliviada, porque só de pensar na possibilidade de ver Draco beijando Astória ela sentia uma coisa muito ruim.

Imediatamente Gina abaixou a cabeça quando viu Astória olhando em sua direção, Gina se sentiu corar, por ficar investigando mesmo inocentemente a vida de Draco. Em seguida Astória saiu decidida em direção ao castelo e Gina olhou novamente pra onde ela estava antes, e viu que Draco a observava, e Gina não pôde se impedir de sorrir.

Draco fez um sinal para Gina, que entendeu logo o que ele queria dizer, ele se levantou e saiu em direção ao castelo, Gina esperou ansiosamente cerca de cinco minutos para ir atrás dele.

Ela sabia onde encontrá-lo, era meio obvio, Gina seguiu em direção a sala precisa e entrou no lugar, Draco se encontrava encostado em um parede, de cabeça baixa e com as mãos nos bolsos, ele levantou a cabeça quando Gina entrou e sorriu.

- O que houve? – perguntou Gina se aproximando.

- Não posso querer te ver? – perguntou Draco se fazendo de triste.

- Claro que pode. – disse Gina dando de um tapa de leve no braço de Draco – Só pensei que você fosse querer ficar no quarto hoje.

- Tive que sair. – disse Draco conduzindo Gina para um sofá que apareceu no meio da sala – Astória queria conversar.

- Podiam conversar no quarto.

- Eu respeito à Astória. – disse Draco indiferente – Não ia ficar bem conversarmos trancados no quarto.

- Espera ai. – disse Gina indignada – Quer dizer que você não me respeita? Pois, estamos trancados na sala precisa.

- Eu não faria nada que você não quisesse. – disse Draco com um sorriso torto.

Gina corou furiosamente nessa hora e Draco deu uma gargalhada gostosa. Ele colocou um de seus braços em volta dela e a apertou mais perto de si e deu um beijo na testa de Gina.

- Já pensou como seria se nos pegassem juntos aqui? – perguntou Gina enquanto descansava a cabeça no peito de Draco.

- No mínimo terceira guerra mundial. – disse Draco zombeteiro.

- Como vai ser depois? – perguntou Gina um pouco mais séria.

- Depois quando? – perguntou Draco confuso.

- Quando nos formarmos. – explicou, Gina levantou para olhar para Draco – Não vamos mais nos ver? Não existirá mais uma sala precisa pra gente se encontrar.

- Eu já pensei nisso. – disse Draco – É complicado.

- Você vai se casar. – disse Gina cabisbaixa – E eu, provavelmente vou voltar com o Harry, e a sua amizade e a minha não seria bem vinda.

- A gente podia fugir. – disse Draco pensativo.

Gina o encarou incrédula.

- Fugir?

- Eu tenho um cofre cheio de dinheiro e uma mala lá em cima. – disse Draco com um sorriso cínico. – Sou independente, vamos fugir Gina.

Gina deu uma risada alta e Draco a observou com uma sombracelha levantada, esperando que esta terminasse o acesso de riso.

- O que foi?

- Porque não podemos contar a verdade pra todos e dizer que somos amigos? – perguntou Gina.

- Porque mesmo que todos digam que o preconceito acabou eles nunca aceitariam. – explicou Draco – Pensa bem, como você se sentiria se eu te convidasse pra um evento social, onde só tem gente da alta sociedade, com as suas roupas caras, os seus nomes prestigiados e todos se gabando da enorme fortuna que têm.

- Me sentiria deslocada. – disse Gina com um suspiro. – Da mesma forma que você se sentiria deslocado, se eu te convidasse pra jantar na minha casa, por que nós usamos apenas um copo, um garfo, uma, faca, a gente não troca de prato e não tem ninguém pra retirar a mesa e lavar os pratos, porque somos nós que fazemos isso.

- Eu consigo comer com um garfo só. – disse Draco se fazendo de ofendido.

- Você me entendeu. – disse Gina sorrindo – Eu me sentiria completamente perdida, quero dizer, como você não se confunde com tantos talheres na mesa?

- É uma questão de costume. – disse Draco indiferente – Que tal pararmos de falar das nossas diferenças. E falarmos do que temos em comum?

- Pode ser.

- Quadribol por exemplo. – sugeriu Draco – Você vai voltar a jogar.

- Eu ainda não sei. – disse Gina.

- Acho que devia. – disse ele sincero – Você joga bem.

- Sério?

- Sério. – disse Draco voltando a abraçar Gina, ele aproximou seus lábios do ouvido de Gina e falou baixinho – Eu não sei o que eu vou fazer quando a gente se formar, mas, sei que eu não posso ficar sem ver você.

Gina sentiu um arrepio e sorriu, ela também não poderia ficar sem vê-lo.