Cap. 63

Pdv Lexi

Um mês depois

"Eu os via ali, deitados na cama, entre beijos e agarros. Por mais doloroso que fosse, e não conseguia deixar de olhá-los. Com aquela dor familiar consumindo-me. "por que fez isso comigo, Willian?" eu tentei gritar, mas minha voz não saia. Tentei sair de lá. Mas meu corpo não correspondia aos meus comandos. Eu só tinha que ficar vendo aquela cena, com dor e raiva..."

– Alexia! Alexia! Acorde, é só um pesadelo! - levantei assustada e arfando - Calma, está tudo bem... - minha mãe disse abraçando-me forte. Minhas lágrimas cairam enquanto eu estava em seus braços. Meu pai sentou ao nosso lado e acariciou meus cabelos.

– Foi com ele? - meu pai sussurrou atencioso - Foi com ele que você sonhou? - eu assenti ainda chorando e meu pai tirou-me dos braços de minha mãe, pondo-me nos dele - Não precisa ficar assim, ele nunca mais lhe fará nada.

E era isso que mais me doia. Saber que eu nunca mais o verei, nunca mais eu o terei comigo... Por que isso teve que acontecer comigo?! Eu o amo tanto! Isso não deveria ter acontecido!!

(...)

– Alexia Cullen Salvatore, se você não descer agora, eu juro que vou até ai te puxar pelos cabelos! - Lorena gritava lá de baixo. Bufei irritada e levantei de minha cama.

Depois que meus pais mudaram-se para Londres, passei a morar com eles, Di também. Lorena estava praticamente morando no novo apartamento de Ashton. Por mais que era para ela estar morando conosco. Seus pais ainda não vieram para cá, já que tia Laisa tem que resolver-se com seu restaurante. Caio, Elizabeth e eu devolvemos aquele apartamento gigante. Pierre mora sozinho agora, por mais que quase houve a terceira gurra mundial quando vó Rose descobriu, ele está se saindo bem sozinho, porém vive aqui em casa infernizando a vida de todos. Caio está de mudança para Richmond - uma cidade perto daqui, pois agora ele seguirá com a carreira de cantor. Ele canta também, e muito bem. Já fizemos dois videos juntos e postamos na internet uma vez. Foi engraçado. Num video usamos a casa de Jason e no outro fizemos na minha nova casa, o que deixou minha mãe louca por causa da bagunça.

(N/A: Para quem nunca viu, recomendo esses videos: http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&v=p5eoHHrTKvs&NR=1

http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&v=1cJkmv8slxk&NR=1

O mais lindo é o que eles cantam Bruno Mars, claro!!(*BRUNOMARSDIVO*)!!)

– O que vocês querem? - perguntei descendo as escadas sem mera vontade. Dianna anotava algumas coisas junto com Lorena, até minha mãe estava no meio.

– Querida, faltam duas semanas para o aniversário de vocês, precisamos organizar tudo! - mamãe disse óbvia e Di concordou.

– Por mim não teria festa. - falei dando de ombros e elas me olharam assustadas, como se eu fosse um E.T.

– Nada disso! - Di praticamento gritou - O aniversario também é meu e mereço uma festa!

– Então faça a sua festa. - falei sem importancias.

– Alexia, pelo amor de Deus, ficará nesse mal humor até quando? - Dianna disse irritada - Desde quando você terminou com Willian, você está seca e fria, ninguém aqui tem culpa!

– Veja só quem está falando, a garota que ficou meses deprimida por causa do namorado. - falei sarcastica e revirei os olhos.

– Se fiquei ou não, eu corri atras de minha felicidade depois, e ainda assim nunca descontei em ninguém minhas mágoas e dores, o que você deveria fazer! - ela falou mais irritada.

– O que faço de minha vida, Dianna, não é de sua conta! - exaltei nervosa.

– CHEGA AS DUAS! - mamãe gritou nervosa - O que deu em vocês?! Nunca brigaram antes!

– Desculpa, mãe. - Dianna sussurrou e revirei os olhos - Mas eu não suporto vê-la agindo de tal maneira.

– Pare de ser sempre a santinha, Dianna! - falei nervosa - A vida é minha entendeu? Se estou fria ou não, não é da conta de ninguém!

– Tem razão, a vida é sua, então não coloque sua infelicidade na vida dos outros! - Dianna disse irritada. Faltava só um pouquinho para eu bater nessa menina.

– Pode parar as duas! - Lorena se intrometeu nervosa.

– Alexia e Dianna, darei banho de verbena nas duas! - mamãe gritou nervosa também. Isso deu-me arrepios - Só estávamos planejando uma festa, não uma briga!

– Querem saber? - Dianna levantou-se do sofá - Não quero mais festa nenhuma!

Então ela passou por mim feito um vulto e subiu para seu quarto.

– E ela será a coitadinha. - sussurrei nervosa.

– Alexia! - minha mãe gritou desacreditada - Chega com esses sarcasmos e ironias! Você está pelnamente irritante!

– URGHT! Eu já cansei disso! - gritei nervosa e rapidamente sai de casa feito um vulto.

Essa casa ficava num lugar deserto. Era próxima a uma floresta sinistra e macabra. Corri para dentro dela e comecei uma corrida numa velocidade impressionante. Nunca tinha alcançado algo assim antes. Eu só queria esquecer de tudo...

Minutos depois, parei de correr e deixei meu corpo cair ao lado de uma grande arvore. Encostei-me na mesa respirando pesadamente.

Há duas semanas que venho tendo o mesmo pesadelo. Na primeira semana,acordei gritando e chorando, já nessa ultima semana, acordo chorando em silencio; sempre com aquela dor.

Notei que já estava anoitecendo. provavelmente fiquei horas aqui. Apenas brincando com as folhas secas caidas ao meu lado.

– Ficar sozinha sempre me ajudava a refletir um pouco. - ouvi a voz de minha mãe. Suspirei profundamente.

– Apenas caindo na real. - sussurrei calma. Ela sentou-se ao meu lado e segurou minhas mãos.

– Princesa, você sabe que sua irmã estava certa, não? - olhou-me cautelosa. Concordei meio chateada - Então por que deixa essa dor, meu amor?

– Todas as noites tenho o mesmo sonho. - sussurrei - Eu prefiro que continue nos sonhos.

– Filha, já aconteceu...

– Exatamente, por já ter acontecido, eu tenho medo que se repita.

– Vejamos... - ela sussurrou pensativa - Pelo que eu me lembre, o quinto lema de Alexia Salvatore era: não tenha medo de nada e não desista tão facilmente.

– Ele desistiu, mãe. - sussurrei chateada - Ele desistiu de nós quando deitou-se naquela cama com Agnes e quando deixou-me partir.

– Filha, você nem o deu chances, foi logo partindo para as arrogancias. - ela disse séria.

– Queria que eu o tratasse como? Ele me traiu! - falei indignada e ela respirou fundo.

– Desse-o uma segunda chance para se redimir, não precisa nem voltar com ele, apenas deixasse-o tomar as decisões certas...

– Para eu me machucar novamente? - falei incredula.

– Pare de achar argumentos e admita que você também agiu errado! - falou incrédula - Alexia, eu te coloquei no mundo, ninguém melhor do que eu para te entender e saber o que está sentindo... - afagou meu rosto.

Deixei suas palavras fixas em minha mente e tentei absolver aquilo.

– Acho que alguém precisa ter uma conversa de irmã para irmã. - mamãe sussurrou sorrindo de lado e ri de leve - Vamos? - levantou-se estendendo sua mão, levantei com sua ajuda e ela beijou meu rosto - Te amo, Lexi.

– Eu também, mãe. - murmurei de volta.

Então começamos a correr de volta para casa. Em poucos minutos já estavamos a frente da pequena mansão. Entramos e encontrei meu pai sentado no sofá com Nicolly no colo. Henry e Nico estavam brincando com um trenzinhos no chão.

– Que bom que você chegou. - ele disse olhando-me sério e levantou-se deixando Niki no sofá - Dianna, desça agora. - ele pouco aumentou sua voz. Sabíamos que ela ouviria.

Meu pai mandou-me sentar no sofá e foi o que eu fiz. Segundos depois, Dianna desceu até a sala, com uma cara não muito boa, sem contar que seus olhos estavam vermelhos (possivelmente de chorar).

– Vamos ter uma conversa séria. - ele disse sério.

Dianna e eu ficamos meio assustadas com esse tom de voz dele. Até minha mãe surpreendeu-se quieta do outro lado da sala. Ele mandou Dianna sentar-se ao meu lado, ela logo sentou sem me olhar nem por um segundo.

– A mãe de vocês contou-me o que houve. - ele começou indo pegar um copo de whisky... - Sabe, vocês farão 17 anos, e por mais incrivel que pareça vocês nunca brigaram. - isso era verdade - Isso é um dos muito motivos que me orgulho de vocês. Quando vi Alexia saindo daqui feito uma maluca e Dianna chorando no quarto, tive voontade de bater nas duas até se acertarem. Mas como sou um bom pai... - ele deu um sorriso que me deu muito medo - Eu só vou jogar pó de verbena na roupa de vocês. - deu de ombros e arregalamos nossos olhos. Meu pai estava... sério?

– Vo-você es-está brincando, não? - gaguejei assustado. Ele negou sério... Ele quer nos matar?! Então do nada meu pai começou a rir. Dianna e eu nos olhamos tipo... "Eu não acredito!"

– Vocês precisavam ver a cara de vocÊs! - ele disse rindo e minha mãe riu também.

– Ah, paie! - falei desacreditada e ele voltou a rir.

– Não, agora falando sério, ou as duas se acertam ou ficarão sem poder sair no sol por alguns dias. - ele deu um sorriso diabolico... Então ele sumiu num vulto e logo apareceu no mesmo lugar segurando duas coisas. Olhei para minha mão e assustei-me. Dianna olhou para seu pulso, assustando-se também.

– Precisa me ensinar esse truque. - minha mãe disse a ele, que sorriu convencido.

– Podem começar a se acertarem. - ele disse esperando.

Di e eu nos olhamos meio receosas. Da mesma forma que eu, ela estava muito arrependida e também não gostava de estarmos assim. Di e eu parecemos entender nossos olhares e rimos rapidamente nos abraçando.

– Desculpa! Desculpa! Eu não deveria me intrometer em sua vida, você tem razão! - ela disse quase chorando.

– Tudo bem e eu não vou mais agir dessa forma, ok? - falei beijando seu rosto e ela assentiu sorrindo.

Pdv Willian

– Se você realmente ama essa garota, você deveria ir atras dela. - Anna dizia.

Por mais estranho que pareça, hipnotizei uma prostituta que encontrei para me dar conselhos. Não que fosse grande coisa... Mas eu precisava de algum conselho, urgente. Eu já estava ficando louco por aqui... Quase matei uma garota hoje, por um pequeno descontrole de minha parte.

– Você está feito uma criança, percebeu? - ela disse séria - Desistiu muito fácil, dela.

– Eu também não podia ficar me rastejando para ela, Alexia disse que não me queria mais, não queria mais me ver...! - falei amargurado.

– Você a traiu, queria o quê? - disse óbvia - Olha, eu não entendo por que estamos tendo essa conversa, nem te conheço, mas você me parece um cara legal. - sorriu tranquila - Essa Alexia teve muitos motivos para te deixar, mas você tem muitos motivos para não deixá-la e pedir perdão, nem que seja de joelhos. Vejo em seus olhos o tanto que você a ama... e precisa dela.

Eu encarei o nada sem falas. Talvez Anna tivesse razão. Eu preciso de Alexia. E... Eu sou Willian Shiloh, nunca desisto facilmente das coisas! Eu corri atras de uma mulher que eu pensei que amava, por décadas; e correrei atras da mulher que sei que amo, por dias, meses, anos, séculos! Mas eu não vou desistir de minha Alexia.

– Você tem razão, Anna. - falei sorrindo de leve e ela revirou os olhos.

– É Lanna. - falou e dei de ombros.

– Olha, foi muito bom conversar com você, An...Lanna. - olhei em seus olhos - Você é uma boa mulher... deveria largar esse seu emprego que não lhe traz benefícios, e correr atras de sua felicidade... Encontrar um homem que lhe deixe feliz e siga sua vida da melhor forma. - ela assentiu olhando em meus olhos - E você nunca me viu em toda sua vida.

Levantei-me deixando a garota confusa e voltei para meu carro. Antes de dar a partida, meu celular começou a tocar... Era David.

– David. - atendi meio receoso.

– Pelo menos dessa forma consigo falar com você. - escutei a voz enojada do outro lado da linha.

– O que você quer, Agnella? - falei impaciente.

– Por que não consigo te encontrar? Onde você está Willian?! - ela falou nervosa.

– Você roubou o celular de David? - falei em deboche - Só para saber onde estou? - ri sem humor.

– Como se você fosse me contar. - ela murmurou com a voz chateada.

– Ficou tristinha, foi? - falei me fingindo de piedoso - Ah sabe o que eu descobri esse tempo que fiquei longe de todos?

– Que você é um idiota por estar fazendo isso? - ela disse ironica.

– Não. - dei de ombros - Na verdade eu fui um idiota sim... E duas vezes. Na primeira quando eu pensei que te amava e na segunda quando me deixei levar por você e perdi a unica que realmente amei.

– Faça-me rir. - murmurou sarcastica.

– Bom... como eu dizia: nesse tempo que fiquei longe de tudo e todos, eu descobri que o que eu senti por você não pode ser nada comparado pelo que sinto por Alexia.

– Mentira...

– Só lhe dando um aviso... - liguei o carro - Eu quero ser feliz, Agnes. Eu quero e vou, não importa se será com Alexia ou não... Eu só não quero você em minha vida, nunca mais.

Então desliguei o celular e dei a partida. Próxima partida? Londres.