Depois de alguns minutos andando Hill parou em frente a um grande prédio. De 20 andares. Avaliando ele, era um prédio de quatro estrelas. Maria adorava coisas sofisticadas. Já Eve estava em transe com a beleza com prédio, nunca havia visto nada como isso. Hill abriu o portão com sua chave e fez um gesto chamando Eve para entrar. A ruiva entrou e subiu alguns degraus. Seguiu olhando tudo em sua volta. Até que viu uma pequena salinha ali no meio com um vidro meio escuro. Viu também que havia alguém ali. O porteiro, claro. Sabia o que era aquilo. Ela via televisão escondida quando dava no orfanato. Hill pegou na mão da jovem e a guiou até a porta do elevador. Abriu a porta e olhou para Eve, que parecia assustada.

- Não me lembro de entrar em um desses.

Hill riu e entrou no elevador fazendo Eve entrar em seguida com cautela. Eve então olhava para os botões com números ali. Hill apertou um deles. O número 14. Logo a porta se fechou. Fazendo a porta de metal de dentro se fechar também. Eve olhou para aquilo com certo medo e maravilhada ao mesmo tempo. Sentia-se uma jovem dos anos 20 que fez uma viagem para o futuro. Ela já havia visto tudo isso na televisão. Mas nunca havia entrado em um. Bom, talvez com sua mãe. Mas ela não se lembrava de sua infância como queria. Esperaram o elevador chegar até o andar 14. Ele subia muito rápido. Eve estava com certo receio daquilo. Quando a porta se abriu Hill empurrou a outra e esperou Eve sair do elevador. Eve saiu correndo do elevador, como se ele fosse cair. Hill soltou a porta e pegou na mão de Eve e a puxou para o corredor. Eve viu algumas portas. Era um grande corredor. Foi então que elas pararam na penúltima porta do corredor. Numero 402. Eve esperou Hill abrir a porta, e quando o fez. Eve ficou chocada com tamanho luxo que a casa dela era. Olhou para a cara de Hill com um espanto e Maria riu da cara dela. Maria entrou em sua casa e fechou a porta. Viu Eve andar pela grande sala olhando tudo maravilhada.

- Você é tipo, rica?

- Classe média alta. – Riu.

- Sua casa é linda.

- Obrigada. Queria ter mais tempo para ela.

- Por quê?

- Trabalho muito.

Hil disse indo se sentar em seu sofá. Era um sofá lindo de couro preto. Grande o suficiente para caber um casal deitado ali. Havia uma mesinha de centro também. Feita de madeira. E uma televisão pendurada na parede. Era enorme. Umas 50 polegadas. Eve até se assustou em ver aquela televisão. Sempre assistiu com a pequena que havia na cozinha do orfanato.

Eve ficou sem graça em se sentar. Ela estava meio suja. Gritava por um banho. Estava com sono também. Estava cansada de tudo que havia acontecido hoje. Não imaginava como um dia poderiam acontecer tantas coisas assim. Ela deduziu que já passavam das três horas da manhã. Bocejou de sono. Hill ao perceber que Eve estava com sono levantou-se do sofá e olhou para ela.

- Vou lhe arrumar umas roupas para você tomar banho e ir dormir.

- Obrigado. É tudo que eu preciso agora.

Hill a pegou pelo braço e a levou até seu quarto de hospedes. Eve ficou maravilhada com o quarto. Era cinza e grande. Mas não havia muita coisa. Uma cama de casal. Uma cômoda e dois criados-mudos ao lado da cama com abajur. Era lindo mesmo. Havia outra porta no canto do quarto. Eve imaginou que seria o banheiro.

- Tem toalha limpa no banheiro. Deixarei uma roupa encima da sua cama.

- Ok.

Eve viu Hill sair do quarto e fechar a porta. A ruiva sorriu ao olhar por tudo. Não havia muita coisa na sala, mas era enorme. Adorou aquilo. Então andou até a porta do banheiro e abriu. Sorriu ao ver a beleza do banheiro. Era branco e tinha o box lindo. Nunca havia visto nada igual. Ficou pensando em como seria o mundo lá fora que a aguardava. Olhou-se no espelho e viu que estava acabada. O corte em sua testa já estava bem melhor. Estava curando-se rápido. Eve então se despiu. Colocou sua roupa em um cesto que havia ali. Ligou o chuveiro com receio, pois não sabia se a tecnologia que ela ainda não conhecia havia ali também. Mas a água caiu morna. Uma temperatura perfeita para ela nesse momento. Entrou debaixo da água e deixou-a lavar seu corpo. Era tem bom sentir a água cair. Sentia-se limpa com isso. Ensaboou-se. Lavou seu cabelo que estava bem sujo. E depois saiu do banho. Pegou a toalha que estava pendurada ali e começou a se enxugar. Depois que enxugou seu cabelo, enrolou-se na toalha e saiu do banheiro. Foi até a cama e viu a roupa que Hill deixou. Sorriu ao ver que as roupas eram de cores “escuras”. Vestiu as intimas e logo depois vestiu a roupa. Voltou para o banheiro e colocou a toalha molhada onde havia encontrado. Voltou a cama e pegou sua bolsa que havia deixado encima dela. Abriu-a e tirou tudo que havia ali dentro. As coisas estavam meio molhadas devido a chuva que ela pegou. Separou cada coisa e as colocou encima do criado mudo para secar. O dinheiro não tinha molhado muito. Mas o deixou dentro de sua carteira e colocou-a para secar também. Pegou o videogame que praticamente salvou sua vida e viu se ele ainda estava funcionando. Ligou-o e viu que ele ainda pegava. Desligou em seguida e o colocou para secar também. Tirou seu relicário do bolso. Colocou a bolsa ao lado da cama e deixou-a secar também. Acendeu um abajur e foi até o interruptor que ficava ao lado da porta e desligou-o. O quarto ficou escuro apenas com a luz do abajur clareando parte da cama. Eve foi para a cama e deitou-se. Pegou o relicário e o abriu. Olhou para as fotos de seus pais e sorriu. Sentiu uma pontada no coração. Era a saudade que sentia dos dois. Mesmo não conhecendo seu pai, sentia saudade. Isso era possível? Sentir saudades de alguém que você nunca viu? Bom, pelo menos para ela sim. Olhou para a foto de sua mãe e riu por um instante. Sua mãe nunca gostou de tirar foto. Isso era uma derrota para Eve. Porque a ruiva era apaixonada por fotografia. Se ela tivesse uma câmera, tiraria milhões de fotos por dia.  Eve era do tempo daquelas máquinas com filme. Mal sabia o que a tecnologia aprontou para ela. Eve pegou no sono logo. Já passavam das quatro horas da manhã. Ela estava muito cansada. Por ela, dormiria por alguns dias. Mas isso não iria acontecer. A ruiva dormir segurando seu relicário. Agora era só esperar para ver o que o destino iria lhe trazer.