Artie P.O.V

_ Papai, está pronto? – perguntou Nigel entrando no quarto, enquanto eu terminava de amarrar a gravata.

_ Estou campeão. – respondi – Me passe a bengala, por favor.

Quando Nigel tinha três anos, nos mudamos para Holanda, onde havia um estudo de células tronco acontecendo. Havíamos armazenado as de Nigel, mas não eram suficientes, então Pauline engravidou novamente e com as células de Demi conseguimos dar início ao tratamento.

Hoje, cinco anos depois, eu não posso andar perfeitamente, mas já posso andar apenas com o apoio da bengala. Atualmente moramos em Lima, Pauline trabalhando como fisioterapeuta no hospital local, enquanto eu viajo constantemente para dar palestras em centros de reabilitação física.

Desci as escadas com o apoio de Nigel e da bengala, encontrando Pauline com Demi e Kevin, de dois anos, no andar debaixo.

_ Todos prontos para o batizado? – perguntei e Kevin começou a bater palmas rindo – Acho que ele está.

Eu e Pauline casamos quando ela estava com seis meses de gestação e nos mudamos para Los Angeles, onde os pais dela moravam. Pouco depois fomos para a Holanda, onde ficamos até Demi completar dois anos e Pauline engravidar novamente. Então voltamos, para que as crianças pudessem crescer com a família.

_ Então vamos? – perguntou minha mulher e todos assentimos. Demi pegou minha mão, enquanto Nigel corria abrir a porta. Pauline me deu o braço, segurando Kevin com o outro braço, e saímos para o batizado.

Tina P.O.V

_ Michael Chang Junior, venha aqui agora. – gritei e logo meu marido apareceu resfolegando na porta, os olhos esbugalhados – Mexeu. – eu disse com um sorriso, estendendo a mão para ele.

Após respirar mais aliviado, ele se aproximou e ajoelhou ao meu lado, colocando a mão sobre minha grande barriga e sentindo nossa filha pulando.

_ Vai ser dançarina igual o papai e a mamãe, não é Kiara? – perguntou ele sorrindo, beijando minha barriga – David, vem cá sentir sua irmãzinha mexer.

Nosso filho mais velho, de três anos, apareceu na porta emburrado, como é costume nos últimos meses por ciúmes do bebê. Mike se levantou indo até ele e o pegando no colo, voltando ao meu lado e o sentando na perna.

_ Coloca a mão aqui David. – orientou Mike, colocando a mãozinha gordinha do pequeno – Tá sentindo? É a Kiara aqui dentro.

_ Ea nem nascieu. – disse ele, intrigado – Tomo ea mexi?

_ Do mesmo jeito que você. – expliquei – Mas como ela ainda é beeem pequenininha, ela tem que ficar aqui dentro da barriga da mamãe, até ela ficar grande e poder sair. Que nem foi com você.

_ Eu tamem tava na sua baiga? – perguntou ele e nós confirmamos.

_ E do mesmo jeito que você saiu e virou um garoto grandão, a Kiara logo vai sair. – explicou Mike e David aproximou o rosto da minha barriga, como se tentasse ouvir alo.

_ Num faia nada. – declarou frustrado e nós rimos.

_ Não mesmo querido. – expliquei – Depois que ela nascer, ela vai aprender aos poucos falar. A Amanda, a Lyra ou a Babra falam? – perguntei e ele negou – Então, quando elas ficarem maiores, os irmãos delas vão ensiná-las, assim como você vai ensinar a Kiara.

 _ Eu vo? – perguntou ele com os olhinhos brilhando e eu concordei – Mai voceis vão amar mai ela. – resmungou ele baixinho.

_ Claro que não, que besteira. – bronqueou Mike carinhosamente – Vamos amar os dois igualmente, porque os dois são nossos filhos.

_ E seu pai ama tanto todos nós que vai até te arrumar pro batizado. – disse, fazendo o pequeno rir e Mike me dar um olhar torto – Te amo amor. Agora vai arrumar ele.

Eu e Mike demoramos a ter filhos e até mesmo a casar, pois logo que ele se formou (um ano antes de mim), ele foi para Chicago, em uma companhia de dança. Um ano depois, me juntei a ele. Foram anos e anos e só paramos quando engravidei de David, e decidimos nos casar.

Por um tempo, Mike parecia meio distante, triste pela súbita parada e pela distância dos palcos, da dança, enquanto eu, por mais falta que sentisse, me maravilhava com a gravidez. Meu marido por outro lado perdeu todos os encantos e sequer esteve presente quando David nasceu.

Meu sogro foi encontrar Mike num estúdio de dança, onde ele dançava havia horas e horas sem ter avisado a ninguém aonde ia. Quando ficou sabendo que nosso filho já havia nascido, correu para o hospital, mais preocupado que eu brigasse com ele que outra coisa.

Quando ele viu nosso menino no meu colo, eu o vi chorar pela primeira vez. Ele pediu desculpas por tudo e disse que não me merecia, mas eu sabia que era apenas uma fase ruim dele, todos tem uma.

Desde então ele trabalha naquele mesmo estúdio de dança todos os dias, mas só sai de casa depois de alimentar David e sempre volta a tempo de jantar conosco. E desde que decidimos ter outro filho e o concebemos, tem participado de cada instante da gravidez.

_ Madame, os cavalheiros da casa estão prontos. – anunciou Mike, com David gargalhando em seu colo – Quer ajuda para fechar o vestido?

Assenti, dando-lhe as costas. Ele pôs David na cama e me ajudou com o zíper, me dando o braço logo depois e apanhando nosso filho. E fomos saltitando, como a linda família que somos.

Rory P.O.V

_ Sugar, vamos logo. – gritei do pé da escada – É apenas um batizado, não precisa se empetecar taaanto.

_ Caaaalma homem. – gritou ela rindo do andar de cima – Você sabe a dificuldade que é carregar duas crianças na barriga?

_ Não, mais se que você fica maravilhosa as carregando. – elogiei enquanto ela descia com cuidado as escadas. Dei-lhe a mão e a sentei no sofá, já que com a barrigona de sete meses está difícil ficar de pé – Cameron está pronto?

_ Não, nem ele nem o Damian. Mas não consigo arrumá-los com Lindsay e Marissa pulando aqui dentro. – resmungou ela e eu ri, lhe dando um selinho.

_ Vou lá terminar de arrumá-los então. – disse e ela concordou – Meninos, cadê vocês?

_ No quarto. – gritou Cameron e eu entrei, vendo-os só de cueca ao lado da cama e rindo.

Algum tempo depois de Kurt e Blaine casarem, voltei para a Irlanda. O pai de Sugar não permitiu que ela fosse e rompemos. Três meses depois, ela apareceu na porta da minha casa com uma grande barriga dizendo que nosso filho nasceria em alguns meses.

Nos casamos pouco depois de Cameron nascer e dois anos depois veio Damian, agora com quatro anos. E um ano atrás voltamos para cá, já que Sugar sentia muita falta de todas as amigas e queria que os meninos crescessem nesse clima de amizade que tínhamos vivido.

Logo depois ela engravidou de novo, dessa vez de gêmeas e acho que posso me considerar o homem mais sortudo do mundo. Dou aula de irlandês no McKinley, já que agora tem essa matéria lá e Sugar continua recebendo sua gorda mesada do pai, mesmo eu sendo contra.

_ Rory, agora acelera você, porque você é padrinho né. – ouvi ela gritar lá de baixo, com a voz ressentida e ri. Ela ainda não superou isso.

_ Prontos meninos? – perguntei e eles confirmaram. Damian é minha cara, enquanto Cameron se parece muito com a mãe – Então vamos.

Descemos as escadas com eles me segurando pela mão e pulando. Já na sala, ambos correram para a garagem e eu ajudava minha mulher a levantar, enquanto ela resmungava sobre estar gorda. Mas eu sabia que ela estava tão feliz quanto eu.