Kurt P.O.V

_ Blaine, esse casaco ficou divino em você, sério! – eu disse, maravilhado com aquele moreno de gel, gravata borboleta e casaco de couro na minha frente – Só podia trocar a camisa... Não gostei desse verde. Um azul quem sabe. - se bem que o preferia sem nada.

Estávamos em nosso quarto e nos arrumávamos para mais um tedioso jantar em família. Tedioso não, insuportável. A rivalidade entre Finn e Puck só cresceu depois que Joe deu aquela cena na escola. Meu meio-irmão ficou possesso por Quinn ter se consolado com Puck e não com ele.

Rach também anda insuportável, e com razão. Aquele ridículo do St. James está começando a pressionar demais minha prima para ir para a última base, o que ela se recusa terminantemente. Eles brigam praticamente todos os dias e Puck quer bater nele a cada duas horas.

Santana também está evitável, levando em conta que ela e Rory estão mal. Eles nunca tiveram nada sério, mas essa crise na amizade colorida não está fazendo bem. Ou isso, ou outra coisa. Não sei, meu gaydar está apitando...

_ Que tal assim Kurt? – perguntou Blaine, dando uma voltinha. Suspirei. Porque ele não é gay mesmo?

_ Incrível Blaine. – garanti – E eu?

_ M-m-muito bonito Kurt. – confirmou ele, após alguns segundos de hesitação.

_ Meninos, vamos logo! – gritou papai do corredor e apanhei meu celular.

_ Vamos? – perguntei, lhe estendendo a mão, mas recuando – Desculpe, costume com a Cedes.

_ T-t-tudo bem. – confirmou ele, corando. Saímos lado a lado e chegando lá embaixo, todos nos esperavam para sair.

Santana P.O.V

Estava encostada no capô do meu carro e ele estava na minha frente. A casa estava movimentada, com todos exaustos após mais um MA-RA-VI-LHO-SO jantar em família. Sentia que esse era o ultimo de que Rory teria participado.

_ Então... – começou ele, com o sotaque puxado. Dei um sorriso doce, atípico de Santana Berry. Sabia que sentiria falta do sotaque dele e das conversas que tinhamos durante as noites – Sant, eu quero perguntar algo: você me ama.

Demorei alguns segundos para formular a resposta, e quando saiu, foi até mais doce do que pretendia.

_ Eu gosto de você Rory, gosto de fazer sexo com você, de conversar, de te beijar... Mas amor, amor é algo estranho a mim. Eu não sei o que é amor, e se nem sequer me passa pela cabeça que amor possa ser o que sinto por você, então acho que não o é.

Ele sorriu, abraçando-me. Escondi a cabeça na curva de seu pescoço, deixando-me despedir dele.

_ Seja feliz com a Sugar. É o que eu lhe desejo do fundo do coração. – sussurrei, assustando-o – Por Deus Rory, você acha mesmo que sou cega? Eu vejo como você olha para a Motta e, se eu tenho alguma vaga ideia do que é amor, eu posso assemelhar aquilo.

_ E você seja feliz com quem fizer seu coração bater da mesma maneira que o meu bate pela Sug, Sant... – desejou ele, me beijando na testa. Logo depois, entrou em seu próprio carro e saiu de nossa propriedade.

_ Sant... – alguém me chamou baixinho e me virei assustada, dando com Britt ainda no carro do pai – Desculpa, não queria espionar. É que meu cinto tá preso e eu não consigo abri-lo.

Sorri, me aproximando a abrindo a porta. Quando me estiquei por cima dela para abrir o cinto, senti o cheiro de seus cabelos. Morango silvestre, doces e sensuais ao mesmo tempo. De repente, as borboletas no meu estomago reviraram e meu coração disparou. Abri seu cinto e recuei, enquanto ela saia alegremente do carro.

_ Obrigado Santana! – agradeceu ela, me abraçando apertado – Vamos para o nosso quarto?

Não sei se é carência ou o que é, mas eu desejei que quando ela falasse ‘nosso quarto’ o que nos esperasse fosse uma cama de casal e morangos, como os dos cabelos dela.

Quinn P.O.V

Rachel não dormiria em casa hoje, o que dava o quarto só para mim. Depois de muito brigar, ela convenceu Shelby a deixa-la dormir na antiga casa, e Kurt e Mercedes quiseram ir junto. Por fim, Burt e Carole foram também e levaram Blaine.

Papai saiu agora a pouco com Shelby. Recebeu um irrecusável convite para uma festa com membros da alta sociedade e, depois do que ele chama de ruína social que eu despontei terminando com Joe, ele tinha que estar na festa.

Finn e Sam convenceram mamãe a deixa-los dormir em Dave, para que possam ir a uma festa qualquer que foram convidados. Como papai já havia saído, mamãe não viu problema algum.

Em casa ficamos eu, Britt, Santana e Noah. Britt e Santana já foram dormir, já que a Berry está de ‘broken-heart’ e minha irmãzinha não gosta de dormir tarde. Diz que é a hora dos duendes fazerem traquinagens.

Puck está no quarto dele, em silêncio. E eu estou aqui, entediada. Acho que vou fazer uma visitinha ao meu meio irmão.

_ Noah... Posso entrar? – perguntei batendo a porta.

_ Claro. – disse ele lá de dentro. Abri-a e dei com ele deitado na cama, só de cueca. Não pude deixar de admira-lo em seus trajes íntimos. Ele era, definitivamente, o cara mais gostoso da escola – Em que posso ajudá-la fada Fabray?

_ Fada? – perguntei rindo e sentando-me a ponta da cama.

_ Você é tão meiga e delicada, que parece uma fada. – garantiu-me ele e eu ri.

_ Uma fada gorda, convenhamos. – brinquei, apertando minha barriga – Eu não devia ter comido aquela sobremesa.

_ Eu acho que você está gostosa. – deu de ombros enquanto eu corava – Quer vinho? Vodca? Tenho tequila em algum lugar aqui.

_ Vinho. – aceitei e ele puxou uma caixa debaixo da cama. Tirou de lá duas garrafinhas e as abriu na quina da cabeceira, me dando uma – Saúde.

_ Saúde. – brindou ele e viramos um bom gole, começando a conversar. Duas horas depois, já riamos mole, com cerca de dez garrafas vazias a nossa volta.

Puck P.O.V

_ Preciso dormir. – comentou vagamente e ri mole.

_ Te acompanho até seu quarto. – ofereci, levantando-me e lhe estendendo o braço – Vamos senhorita?

_ Vamos senhoriro. – respondeu ela, rindo do próprio erro. Descemos as escadas aos tropeços e assim que paramos a porta dela, ouvimos alguém na escada – Rápido, entra.

Ela me puxou para dentro e ficamos parados, ouvindo. Ouvimos alguém se chocando na parede e minha mãe gemeu o nome de Russell, fazendo meu sangue ferver.

_ Calma. – sussurrou Quinn no meu ouvido, fazendo-me arrepiar. Eu estava com os braços em sua cintura, e ela segurava firmemente meus ombros e parecia que as borboletas no meu estomago estavam loucas – Já foram.

Ela me olhou e nossos olhares se sustentaram. Seus olhos eram como chocolate e sua boca entre aberta estava avermelhada de tanto ela morde-la ao rir. Eu puxei uma mecha de seu cabelo loiro para trás de sua orelha e acariciei seu rosto.

_ Quinn... – sussurrei, tremendo – Eu acho que existe a remota, não, remota não...

_ Puck, o que foi? – perguntou ela, segurando meu rosto.

_ Quinn, eu to total e completamente apaixonado por você. – soltei, prendendo a respiração.

Ela me olhou surpresa, se afastando e dando as costas. Senti-me corando e segurei a maçaneta para sair, quando ouvi:

_ Eu também.

_ Como?

_ Eu também. – repetiu ela, virando-se e se aproximando, me pegando pela mão – Eu também estou total, completa, perdidamente apaixonada por você Noah Berry. – e se aproximou de meus lábios – Eu te amo.

_ Eu te amo Quinn Fabray. – garanti antes de beija-la. Suas mãos se moveram para minha camisa, começando a abrir os botões. Abri o zíper de sua calça, começando a puxa-la lentamente para baixo – Tem certeza Quinn?

_ Mais do que qualquer coisa na vida! – sussurrou ela, retirando minha camisa de vez. E o resto, é história.