Dia De Empreguete, Véspera De Madame! escrita por Fernanda Melo


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, desculpa sério, demorei eu sei, mas tenho explicações, mas agora vamos para a história e depois eu conto... ótima leitura para vocês.



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Hoje era domingo e Dona Alícia e Dr. Nicola voltariam da curta viagem que fizeram, mas isso só aconteceria bem a tarde, Jasper e Rose decidiram ir almoçar fora e eu fiquei aqui sozinha cuidando de Max, o cachorro era do Jasper e ele tinha o maior carinho pelo bicho, eu tinha que confessar que também o adorava, quando não tinha ninguém nessa casa eu ia brincar e as vezes até conversar com ele. Hoje não seria diferente assim que acabei de almoçar e claro ele também havíamos deitado na grama e ficamos ali parados eu olhando para o céu e Max simplesmente para o nada, sentei-me na grama e fiz um cafuné em sua cabeça, ele adorava receber carinho e nunca dispensava um.

Depois de tanto brincar com Max voltei para dentro e mal percebi quando Jasper e Rosalie já tinham voltado. Fui até a sala para ver se eles queriam ou precisavam de alguma coisa, quando me deparei com uma garota de cabelos castanhos e pele clara, eu estava a reconhecendo mesmo de costa.

- Bella?- Disse de imediato fazendo ela se virar bruscamente quando me viu abriu um sorriso e abriu os braços. Eu sentia falta de Bella, ela era e foi minha única amiga e depois que meus pais morreram nunca mais nos vimos, ela também era de uma família humilde assim como a minha, mas pelas suas roupas não era o que estava aparecendo. Fui lhe abraçar rapidamente estava morrendo de saudades de vê-la.

- Alice, meu Deus quanto tempo, como você está?! – Ela me olhou notei que ela percebeu meu uniforme, mas não queria comentar sobre aquilo, ela não se importava com nada definitivamente.

- Levando a vida como dá Bella, ela me reservou virar empregada doméstica, aquilo que minha mãe menos queria que eu fosse. – Minha mãe também era uma empregada, trabalhava em casa de famílias ricas que a esnobavam e lhe humilhavam, ela sempre me dizia que ela não desejava isto para ninguém e muito menos para mim, mas não teve como fugir a vida me pregou peças cedo demais.

- Ai Alie, como você está se sentindo, ainda foi tudo tão cedo.

- É, ainda não superei, mas a vida continua Bella, não tem como ficar chorando as mágoas e esquecer de viver.

- Alice, Alice só você mesmo pra agüentar a ficar ainda em pé depois dessa. – Ouvimos alguns passos vindos da escada o que parecia ser Rose já que os barulhos eram de sapatos de salto alto.

- Bella você aceita alguma coisa? – Perguntei educadamente

- Um copo de água, obrigada. – Me retirei da sala me lembrando de quando eu era pequena, como minha amizade com bela era a melhor, ela não havia mudado o seu jeito carinhoso e tímido de ser, apesar de pelo visto ter se tornado madame. Peguei um copo de água para ela e levei-o para ela que desta vez se encontrava na presença de Rose. – Obrigada Alice. – Nós sorrimos uma para a outra e notei que Rose havia percebido algo.

- Vocês se conhecem? – Rose perguntou com um sorriso leve em seu rosto, Rose era tão bonita que sua beleza me espantava, ficava pensando como ela era tão perfeita assim.

- Sim. – Bella disse primeiro. – Éramos grandes amigas, as inseparáveis, mas o destino foi meio cruel com nossa amizade não é Allie?!

- É verdade. - Apenas confirmei lembrando-me de como passávamos o dia inteiro uma na casa da outra, Charlie adorava nossa amizade. Lembrei das várias vezes que Bella dormiu em minha casa como contávamos os nossos segredos para cada uma, era tudo tão fácil naquela época que eu desejava voltar no tempo.

- Puxa, então estamos entre amigas. – Completou Rose. Rose era sim minha amiga, ela não me tratava como a empregada da casa, afinal nem sei de quem eles herdaram este caráter honesto. Jasper e Rose eram os tipos de filhos de patrão que todos desejariam ter. Eles não eram mesquinhos e nem tratava ninguém diferente por classes sociais, eles eram as únicas pessoas que eu poderia contar agora. – Alice porque não senta venha conversar com a gente. – Rose me chamou, mas eu me sentia meio receosa, não sabia se eu devia fazer aquilo, eu devia saber estar no meu lugar, como sempre a Sra. Hale me deixava claro.

- Ah Rose não sei se devo.

- Deixa de bobagem Alice, gosto muito de você, não me importo se você é empregada para minha mãe, mas para mim você é uma amiga. – Nós tínhamos um largo sorriso no rosto, sabia que a minha amizade com Rose era verdadeira, ela sempre foi sincera e muito simpática comigo desde que cheguei aqui.

- Tudo bem, somente um pouco não posso demorar.

- Me mostre algumas das peças de roupas Bella, estou ansiosa para ver os novos modelos. – O assunto tenho que confessar que me agradava bastante, quando vi algumas fotos no tablet que Bella nos mostrava, todas as roupas foram desenhadas perfeitamente bem, eu achei a coisa mais perfeita e essa nova coleção seria com certeza a melhor, claro eu nunca deixava de dar meus palpites e Bella estava me olhando de um jeito um tanto quanto estranho o que me intrigava.

- Alice não sabia que você entendia tanto assim de moda. – Completou Rose.

- Eu apenas gosto de roupas bem desenhadas. Fui assim desde criança.

- É verdade, Alice sempre desenhava roupas para suas bonecas desde pequena e sua mãe tirava suas idéias do papel e tornava os desenhos em vestidos. – Bella ainda me olhava estranho como antes, eu estava com a língua coçando faltando pouco para que eu a perguntasse o que havia acontecido.

- Alice você tem um dom, você nunca pensou em se formar na faculdade de moda?

- Claro que já pensei Rose, estava até me empenhando no ultimo ano no colégio para conseguir uma vaga boa na faculdade, mas aí aconteceu aquele acidente. Com meu salário não dá para pagar uma faculdade e também não tenho tempo o suficiente para estudar para uma prova para tentar garantir a bolsa de estudos.

- Minha mãe não devia lhe obrigar a trabalhar tanto assim, você é jovem e tem um grande futuro pela frente. – Dona Alicia era o tipo de patroa rigorosa, não queria encostar em um móvel em sua casa e ver um grãozinho de poeira. Eu era obrigada a trabalhar feito escrava, só tinha folgas nos domingos isso quando ela não inventava de dar um chá para suas amigas ou uma festa para familiares. Eu não gostava de trabalhar naquela casa e só aturava por dois motivos. Primeiro porque não tenho um lugar para onde ir e segundo por causa de Jasper.

Até porque se eu largasse esse emprego eu não teria mais motivos para ficar perto dele e vê-lo todos os dias, eu o amava e seria capaz de ter que aturar a mãe dele para vê-lo todos os dias.

- Bem, tenho que ir, mas obrigada por me receber.

- Que isso Bella você é sempre bem vinda em nossa casa. - Disse Rose.

 As duas se abraçaram e se despediram, Bella também fez o mesmo comigo e depois se foi, Rose voltou a se sentar no sofá e começou a mim encarar. – Lice, por que você nunca me contou sobre isso?

- Rose eu não tenho mais inspiração para fazer esses desenhos mais, já faz dois anos que não desenho uma peça de roupa.

- É pelo motivo dos seus pais não é?! Olha eu sinto muito mesmo, não queria que a vida fosse tão ruim para certas pessoas enquanto uns tem de tudo mesmo não merecendo.

- Não se preocupe Rose, mas obrigada por se importar comigo. Minha inspiração foi embora junto com minha mãe, ela que me dava forças para continuar e hoje...

- Fácil se inspire em mim, eu sou muito linda e tudo cai bem em mim. – Rose fez pose de modelo, ela seria perfeita para ser uma, a altura, seu corpo escultural e sua beleza era impressionante. Mas ela me fez rir com isso, Rose sempre arrumava um jeito de me animar mesmo em certos momentos ruins. – Ou em meu irmão. – Fiquei espantada, mas tentei disfarçar. – Lice não precisa esconder de mim, eu sei muito bem que você gosta de meu irmão.

Ficamos alguns segundos caladas, eu estava espantada por Rose ter percebido, era sinal de que eu não disfarçava tão bem assim, ou ela que era bisbilhoteira demais. Eu estava logicamente estática, não sabia o que fazer se tentava enganar Rose ou se contava a verdade, mas eu decidi optar por uma terceira opinião simplesmente não dizer nada.

- Vamos Alice não tente me enganar.

- Eu... Não sei o que dizer.

- Alice, você sabe que sou sua amiga, pode-me dizer não contarei nada para ele eu lhe prometo. – Revirei os olhos e minha cara de nervosa estava bem vista.

- Está bem, eu gosto dele sim, mas não era para ninguém saber disso. – Eu disse em um cochicho, pois Jasper estava no andar de cima da casa, mas a qualquer momento poderia aparecer e simplesmente o meu segredo ir à tona de uma vez por todas. – Agora... Eu preciso voltar ao trabalho. – Disse me retirando da sala rapidamente. Dirigi-me até a cozinha com intuito de fazer algo para me esquecer da conversa, então resolvi fazer o que já não fazia a muito tempo, peguei minha pasta onde havia vários desenhos e comecei a desenhar imaginando em um vestido que cairia bem em Rose. Logo pensei em um vestido longo de uma alça que era formado por um laço, o vestido se encaixava perfeitamente em sua silhueta marcando bem seu corpo bem modelado, quando eu finalizei o vestido o colocando em um tom de azul marinho, um tom que cairia bem em Rose.

Como eu havia ficado realmente inspirada e resolvi fazer mais algumas peças, alguns vestidos mais soltos e outros mais curtos até ao joelho, vestidos de diversas cores, dos mais básicos aos mais ousados. Eu então fui guardar as peças feitas por mim juntamente com as outras em uma pasta bem organizada, a qual eu não deixava ninguém mesmo ver. Mais tarde fui ir dar a comida de Max, foi quando percebi Jasper sair da piscina, ai meu santo Deus, desse jeito eu não agüento, todo dia nos fins de semana era como tradição para Jasper ir para a piscina e aquilo me fazia passar mal, ver aquele seu corpo escultural, seu abdômen perfeitamente esculpido.

- Tudo bem Alice? – Ele me tirou do mais perfeito transe, eu devia estar com uma cara de boba olhando para ele.

- Ah... Sim tudo ótimo, só vim trazer a comida do Max. – Sorri tentando disfarçar o meu constrangimento.

- Isso é bom, mas não era sobre isso que estava perguntando. Você deveria estar de repouso não?

- Jasper, se eu estivesse na cama até agora sem fazer nada, aquela cozinha estaria uma zona e Max estaria morrendo de fome, apesar de não parecer vocês precisam muito de mim. Não dá para simplesmente ficar deitada em cima de uma cama.

- É eu tenho que admitir que não seria nada sem você. Mas lembre-se de sua promessa.

- Claro que lembrarei, enquanto isso não se preocupe eu vou me cuidar. – Me retirei rapidamente da beira da piscina indo para onde Max ficava, acariciei sua cabeça fazendo com que ele abanasse cada vez mais o rabo, ele adorava quando alguém ia vê-lo e odiava mesmo Dona Alicia. Ela nunca deu importância quando o Jasper resolveu trazer o cachorro para casa. – Oi meu pequeno, tudo bem?! – Eu sempre conversava com Max era como mania, eu sabia que alguns podiam me achar louca, mas para mim eles me entendiam, pelo menos às vezes Max fazia alguns gestos parecendo me responder algumas perguntas, eu sempre ficava abismada com aquilo. – Às vezes aço que daqui alguns dias você vai começar até me dar conselhos. – Eu disse rindo enquanto Max latiu para mim e encostava sua cabeça em minha perna.

- Você é tão carinhosa com ele. – Me assustei ao ouvir sua voz. – Gosto de seu jeito Alice. Você é tão doce e encantadora.

- Jasper você me assustou. – Eu disse colocando a mão em direção ao meu coração sentindo o quanto ele estava tão agitado.

- Me desculpe, não era meu ideal. – Ele disse sorrindo e eu não resisti, abri um largo sorriso, eu não resistia em vê-lo assim tão perto e ao mesmo tempo tão longe. Nossas classes sociais são totalmente diferentes e com certeza ele não deve sentir nada por mim.

- Tudo bem e obrigada pelos elogios. – Senti cócegas em minha perna, talvez pelo fato de um golden retriever estar bem atrás de mim, senti apenas ele empurrar minhas pernas já bambas de tanto nervosismo. – Max... – Eu lhe chamei a atenção enquanto ele continuava me empurrando e cada vez a distancia entre mim e Jasper ficava cada vez mais curta. Por fim eu encostei meu corpo no dele e Jasper me segurou pela minha cintura. E me senti arrepiar toda, eu não podia acreditar que estava ali entre seus braços. Eu lhe olhei e meu rosto deve ter corado ao ver seu lindo olhar e seu carinhoso sorriso vindos diretamente para mim eu não resisti em sorrir, porém um sorriso vergonhoso.

- Jasper... O que você pensa que está fazendo com a nossa empregada?! – Me recompus rapidamente, não acredito que Dona Alicia já havia voltado. Meu sorriso assim como minha felicidade aviam ido embora. – Não quero ver você se envolvendo com qualquer uma.

- Mãe, você não tem nenhum direito de chamar Alice de qualquer uma, ela faz tudo por nós nesta casa, admita que sem ela vocês estariam perdidos. – Jasper gritou com a mãe, eu sabia que poderia estar na reta final do meu trabalho e que as portas da rua estariam abrindo para mim.

- Jasper, como você pode ser tão inocente, se envolva com uma mulherzinha desta uma vez em sua vida e você verá o golpe da barriga que ela irá lhe aplicar. Jasper abra teu olho. – Eu não podia acreditar que ela seria tão baixa deste jeito achando que eu envolveria com Jasper em busca de dinheiro. Eu nunca seria capaz de fazer isto com alguém que eu ame tanto.

- Alice vá para dentro, por favor, tenho que ter uma conversa com minha mãe. – Pediu Jasper me olhando profundamente, sabia que ele não gostava de como sua mãe me tratava, mas eu era somente mais uma empregada, ele não poderia fazer exatamente nada.

Fui rapidamente para a cozinha sentindo uma lágrima descer pelo meu rosto pálido e agora talvez sem vida. Por que tudo isso tinha que acontecer, por quê? Eu já havia perdido meus pais e tive que aprender a me virar sozinha. Agora tinha que aturar patroa arrogante.

- Alice minha filha o que aconteceu? – Perguntou Matilde, a empregada mais antiga da família. Ela se importava comigo e quando me via com o olhar distante já sabia no que estava pensando, ela era doce e tão feliz como minha mãe. E era isso que eu adorava nela.

- Dona Alicia me pegou com o Jasper, nós estávamos apenas abraçados e ela me humilhou, dizendo que se Jasper se envolvesse comigo que eu iria dar o golpe da barriga nele.

- Minha querida não fique assim, essa família não merece nem uma lágrima sua. Eu estarei aqui para lhe ajudar.

- Obrigada Matilde, se não fosse por você já teria desistido disso aqui há muito tempo. – Disse-lhe abraçando com tanta força, eu precisava de um braço que me amparasse naquele momento, senão eu teria desabado e me entregado ao fim. Mas tudo que eu mais queria era que minha vida desse uma reviravolta e que tudo isso mudasse, para que eu não precisasse mais ouvir desaforos de pessoas que não mereciam nada de mim.


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Notas finais do capítulo

Bem primeiramente espero que tenham gostado e que comentem...
E segundo o motivo pelo meu atraso, eu tinha um trabalho de química super difícil e não deu tempo para eu escrever a história e na sexta acordei mal de pneumonia, mas agora já estou melhor. Espero que me entendam e obrigada pela paciência. Bjos



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