Dia De Empreguete, Véspera De Madame! escrita por Fernanda Melo


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo fresquinho para vocês espero que gostem...
E Sill muito obrigada pela capa flor eu adorei mesmo!



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Mais um dia desagradável havia começado, o dia anterior havia me tirado o sono durante toda a noite, nem tive a audácia de servir a família no jantar de ontem que com certeza teve como tema a mim. Eu não sabia como eu havia deixado isso acontecer, até porque eu nunca havia me aproximado tanto de Jasper assim. Claro tínhamos nossas brincadeiras, nossas trocas de sorrisos, mas nada além disso e quando eu me deixo a liberdade de um abraço sua mãe já me acusa a um golpe da barriga.

Eu nunca seria capaz de fazer isto, ainda mais com alguém que eu tanto amo. Jasper era minha primeira paixão e me tirava o sono saber que meu segredo não estava apenas comigo, mas eu sei que posso contar com Rose, ela desde então está sendo tanto minha amiga como a Bella era quando éramos crianças.

Por mais que eu tentasse disfarçar, por mais que eu tentasse com todas as minhas forças afastar esse assunto de minha mente eu não conseguia, porque eu ainda não havia me disposto a humilhação por completo, eu sei que ainda tem muita coisa por vir de Dona Alicia.

Neste momento eu estou aqui em pé já desde sempre porque não consegui dormir, agora eram umas cinco e meia da manhã e eu já estava preparando o café da manhã para a família Hale. Estava preparando o café, algumas frutas, pães e bolo e ainda faltava o suco de laranja que Rose tanto gostava.

Quando já era seis horas eles já estavam todos de pé. Matilde me fez o favor de ir servi-los para tentar evitar o meu constrangimento já de manhã. Se eu pudesse fugiria de Dona Alícia pelo resto de minha vida, com certeza assim que ela me visse ela iria aprontar alguma coisa, iria me jogar todo seu veneno para cima de mim.

– Alice... Alice querida volta pra terra que ela ainda precisa de você. – Disse Matilde me tirando do transe. Eu sacudi de leve a cabeça para afastar os pensamentos. – Você está tão preocupada filha, você está bem?

– Ai Matilde eu não sei o que fazer... Meu dia promete ser um daqueles que nem Deus agüenta. – Desabafei enquanto puxava uma das cadeiras da cozinha para me sentar.

– Calma que tudo vai ficar bem. Ela não pode fazer nada contra você.

– É, nada além de me despedir. – Eu disse afundando meu rosto entre minhas mãos, eu precisava tanto deste emprego que se eu o perdesse agora estaria perdida, não teria lugar para dormir e nem dinheiro para me alimentar. O pior seria não poder e nem ter como ver Jasper mais. Acho que este sofrimento seria pior de todos.

O tempo foi passando e quando todos acabaram de tomar o café eu fui tirar a mesa, ninguém se encontrava por lá e eu tentei fazer isso o mais rápido que podia, mas não fui tão rápida quanto eu queria neste exato momento se ouvia os passos pesados vindo em direção onde eu me encontrava.

– Então finalmente resolveu aparecer. Eu realmente precisava falar contigo. – Minhas pernas congelaram ali mesma, eu não conseguia meche-las e nem fazer com que elas me tirassem dali, minha voz não saia e minhas mãos estavam trêmulas. – Não ouse a chegar mais perto de meu filho, ele não merece se envolver com gente de sua laia, ele merece coisa melhor e afinal já tenho pretendentes para ele, mulheres que são capazes de fazer meu filho feliz ao contrário de você. – Ela fez uma breve pausa e eu?! Eu estava ali apenas escutando desaforos pois não conseguia dizer nada. – Você não ouse a tentar aplicar um golpe em meu filho, você nunca receberá nenhum dinheiro de minha família.

Meus olhos estavam cheios de água e eu não tinha o que dizer, minhas pernas travaram ali mesma, me fazendo pensar que eu merecia ser humilhada, que merecia ouvir todas aquelas besteiras de Dona Alicia em cima de mim, eu nunca, nunca seria capaz de enganar Jasper, jamais.

– Você não é ninguém Alice, é apenas uma inútil, imprestável que me serve em troca de moradia e deve ser grata a mim por não lhe colocar no olho da rua. Lembre-se Alice antes de qualquer coisa, você não é, nunca foi e nunca será nada e nem ninguém.

As lágrimas de fraqueza já desciam por minha bochecha e não tinha mais como contê-las eu simplesmente abaixei a cabeça e continuei chorando, Ela estava certa eu não era mesmo ninguém, apenas uma empregadinha com sonhos altos, apenas uma órfã que era obrigada a servir aos outros.

– É muito bom saber o que você pensa de Alice mãe. É muito bom mesmo saber o quanto você valoriza o que ela faz para você todos os dias. – Disse Jasper me surpreendendo, não imaginava que ele estaria em casa nesta hora, ele deveria estar no hospital e não aqui.

– Jasper meu filho, o que fazes aqui?

– Eu, por sorte, esqueci os documentos que precisava. – Ele disse se aproximando. – Você não entendeu com a conversa que tivemos ontem?! Deixe Alice em paz, ela faz de tudo por essa família e você não seria nada sem ela, dê o valor que ela merece. – Jasper se aproximou de mim e eu não tive coragem de levantar meu rosto eu chorava constantemente e não conseguiria para tão cedo. – Mãe não aceito o modo como você trata a Alice, ela é gente, ela também é como nós.

– Ela é pobre e sem família, ela nunca será como nós.

– Ela pode não ter dinheiro, mas isso não importa, isso é o de menos. Ela é melhor do que você mãe, ela tem um bom coração, é uma ótima pessoa e isso sim é o que importa nesta vida. – Dona Alicia neste instante soltou uma gargalhada maldosa.

– Jasper, ninguém consegue vencer na vida sendo apenas digno e de bom coração.

– Eu sou vou falar mais uma vez Dona Alicia. – Disse Jasper rígido. – Trate Alice como ela merece, se você não gosta dela, bem, apenas a trate como gente, não vou admitir ver você a maltratando assim, está me ouvindo? Se você acha que Alice não tem ninguém ao lado dela você está bem enganada, pois eu estou.

Quando eu finalmente criei coragem eu saí correndo daquele lugar, sentei-me na cadeira da cozinha e comecei a chorar. Eu sei que me envolver com Jasper não daria em nada e era por isso que tentava ao máximo ficar longe dele. Percebi que Matilde não se encontrava ali, ela deveria ter ido fazer algo importante, era melhor assim não queria que ela me visse nesse estado.

– Alice. – A voz dele ecoou pelos meus ouvidos, continuei de cabeça baixa, deixando as lágrimas descerem naturalmente. – Alice se acalme, não fique assim. Olha para mim. – Eu em nenhum momento levantei a cabeça, não queria que ele me visse assim. Mas minha vontade não contaria, senti a mão quente de Jasper tocar meu queixo fazendo com que eu olhasse para ele. – Me desculpe isso tudo é por minha culpa. – Ele disse enquanto enxugava algumas lágrimas que desciam do meu rosto. – Minha mãe não dá valor a nada nesta vida e as vezes fico me perguntando a quem eu herdei o dom de ser tão pacífico. Minha mãe é fútil demais e meu pai ambicioso demais, eles não medem palavras para falar com pessoas de baixa renda e eu sinto tanta vergonha disso. Me desculpe mesmo pelo o que ela disse, ela não devia mexer com seu passado.

– Ela tem razão Jasper, eu não sou nada e nem ninguém, apenas sirvo para que as pessoas sintam pena de mim e ela disse a verdade eu estou sozinha neste mundo, não tenho família, não tenho nada.

– Alice... Não leve em consideração o que minha mãe fala ou faz, ninguém merece ouvir suas besteiras.

– Não são besteiras Jasper, são as mais puras verdades. Eu na verdade nem sei onde estava com a cabeça quando comecei a gostar de você. – Eu disse de uma vez só antes que eu perdesse a coragem, eu já estava alterada e não sabia direito no que pensar, as únicas palavras que passavam repetidamente em minha cabeça eram as falas de Dona Alicia me humilhando o máximo que ela conseguia. Voltei a olhar em seu rosto que estava surpreso, mas no fundo de seus olhos demonstravam alegria eu podia sentir isso.

– Alice eu não...

– Me esquece Jasper se sua mãe quer que eu suma para sempre da vida de vocês é isso que eu vou fazer, eu não posso simplesmente continuar vivendo aqui. – Levantei de solavanco da cadeira, mas senti uma mão forte segurar meu braço, ele me puxou em sua direção tão rapidamente que nem vi quando nós já estávamos nos beijando, eu não podia me entregar a este momento, era importuno e se Dona Alicia nos visse aí sim ela teria motivos para querer acabar comigo. Mas ao mesmo tempo meu coração me ordenava que eu ficasse quieta e aproveitasse o momento, até porque eu era loucamente apaixonada por ele desde quando eu o vi pela primeira vez. – Jasper... Pare. – Eu me afastei um pouco dele interrompendo nosso beijo. Ele ainda se encontrava de olhos fechados e meu rosto devia estar parecendo um pimentão.

– Alice não faz isso comigo... Eu te amo tanto. – Essas eram as únicas palavras que eu queria ter ouvido naquele momento, todas pronunciadas em um som perfeito como uma melodia.

– Mas eu não posso Jasper... Nós não podemos. – Foram às únicas palavras que saíram de minha boca antes de sair correndo para meu quarto, me tranquei por lá e comecei a chorar de novo. Não podia me entregar ao meu coração, Jasper nunca amaria de verdade uma arrumadeira sendo que tem tantas garotas bonitas se oferecendo para ele. Provavelmente ele queria apenas brincar comigo, com meus sentimentos e depois me descartar, me jogar fora como um lixo qualquer.

Mais a tarde não tinha ninguém na casa todos haviam saído até mesmo Matilde que foi fazer as compras da casa, neste exato momento ouço a porta ser aberta, não sabia quem era pelo simples motivo de não estar na hora de ninguém chegar do trabalho. Então avisto um homem loiro já entrando na cozinha, sim é Jasper, eu apenas o olhei e depois voltei aos meus afazeres.

– Alice precisamos conversar. – Ele disse bem ao meu lado, dava para sentir sua presença bem de perto.

– Não Jasper, não precisamos não.

– Alice eu sei que você me ama, você mesma me disse e eu me declarei a você, porque você está fazendo isso conosco, com você?! – Eu não sabia o que dizer apenas me virei em sua direção e não esperava que ele estivesse tão perto, encostei minha mão levemente em seu peitoral o afastando e ele entendeu.

– Nossas diferenças são muito grandes.

– Você está ficando com a mesma filosofia que minha mãe. Alice eu gosto tanto de você, eu não quero me envolver com aquelas garotas fúteis que minha mãe vive as jogando para cima de mim, eu gosto de você, desse seu jeito delicado, dessa sua voz doce e angelical, desses seus olhos verdes em contraste com sua pele branca e seus cabelos escuros. Alice é você quem eu amo. – Eu não tinha mais o que dizer, não conseguia olhar em seus olhos e soltar mais um discurso incrédulo para ele se afastar de mim, porque no coração a gente não manda?

Aos poucos ele se aproximou de mim e começamos a nos beijar, um beijo longo amoroso e que tenho que confessar que estava gostando, senti sua mão entrelaçar em minha cintura me trazendo para mais perto de si. Aos poucos as coisas que se passavam em nossas cabeças eram mais que apenas beijo, nem ao menos percebi quando ele me pegou no colo e já subia as escadas em direção ao seu quarto, me senti um pouco retraída e um pouco de vergonha, nunca pensei em me entregar a um homem assim tão rapidamente, mas eu o amava e Jasper, bem, Jasper era diferente.

Ele me colocou na cama delicadamente beijando meu pescoço, aos poucos ele começou a tirar sua camisa e os sapatos, e depois partiu para mim tirando o avental.

– Você tem certeza que... – Ele não completou a frase, mas eu havia entendido eu mordi os lábios inferiores, estava nervosa e não sabia o que fazer.

– Me prometa que nunca me deixará.

– Eu te prometo, serei teu para o resto de minha vida.

Então nós voltamos a nos beijar em sincronia, ele começou a tirar minha roupa e eu sentia os pelos do meu braço arrepiar. Eu estava a um ponto de ter um ataque, não sabia se aquilo era o certo e se Jasper apenas quisesse me usar? Mas ele havia me prometido e o seu olhar nunca me enganava, por mais que seus pais fossem mesmo turrões, Jasper era diferente não era e nunca seria como os pais. Então seguindo meu coração e a promessa de Jasper, me entreguei ao amor, me entreguei a quem eu tanto amava.


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Notas finais do capítulo

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