Imponente Carvalho escrita por Lúcia Hill


Capítulo 22
Capítulo - Marriage


Notas iniciais do capítulo

Queridos, apesar de no banner estar escrito capítulo 23, esse capítulo é o 22.



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Amy olhou seu reflexo de frente para o espelho, o vestido simples de noiva lhe caíra muito bem após alguns ajustes e contava uma longa história: era o mesmo vestido usado por sua mãe e por suas irmãs em seus casamentos, mas embora já fosse velho e usado, havia sido tão bem lavado, engomado e bem cuidado que a cor era tão branca quanto a neve do Inverno.

As mãos de sua mãe terminaram de ajeitar o véu que deveria cobrir seu rosto.

Embora desaprovasse aquele casamento por não confiar em Lord Oliver, a mãe de Amy Morgan cuidou para que sua filha estivesse impecável como um anjo durante a cerimônia onde compareceriam os amigos mais íntimos do noivo e familiares que também eram as pessoas pessoas extremamente ricas de outra classe social.

Foi decidido que apesar da importância do noivo, seria uma cerimônia simples que aconteceria alguns dias depois do pedido devido aos acontecimentos que haviam colocado em dúvida a reputação de Amy, mas ao menos ninguém poderia falar dela depois que se tornasse a esposa do Mclachlan

– Está pronta, Amy. Aqui está seu buquê - a mãe entregou-lhe as flores que a noiva deveria estar segurando quando entrasse na igreja e Amy tratou de segurá-las com suas mãos pálidas.

Seu pai a aguardava do lado de fora da casa para ajudá-la a subir na carroça que a levaria até a Igreja.

Por mais que estivesse casando-se para provar sua inocência e vingar-se de seu futuro marido, Amy não podia deixar de sentir o nervosismo que toda noiva sente no dia de seu casamento.

– Oh Amy! Está linda! Parece até um anjo! - disse o velho Isaac assim que pôs os olhos na filha.

Estava orgulhoso, pois embora Oliver não fosse um homem gentil, ao menos Amy faria um bom casamento melhor até mesmo do que os de suas outras filhas.

– Obrigado. - suspirou com desânimo enquanto caminhava para subir na carroça, mas antes que pusesse o pé avistou Eileen correndo em sua direção com uma imensa sacola na mão.

– Espere um pouco, menina Amy! Trouxe algo pra você. - disse a velha moura assim que parou ao lado da noiva ofegante.

Notava-se que a criada de Lord Mclachlan era quem parecia mais feliz com o casamento, pois seus olhos brilhavam de alegria ao imaginar que Amy agora seria sua Senhora.

– Eileen, o que faz aqui? Não deveria estar na Igreja? - perguntou a jovem Morgan enquanto fitava carinhosamente a moura a quem tinha como uma amiga.

A idéia de voltar para aquela opressora casa onde tanto sofrera não era tão assustadora apenas pela presença de Eileen, a moura era quem a impedia de sentir-se tão solitária nas paredes escuras do lugar onde morara durante aqueles dias em que o próprio Oliver ignorara sua presença senão quando lhe dava ordens ou a repreendia.

– É que imaginei que precisava de algo para dar sorte. Veja, trouxe uma coisa azul como manda a tradição. - disse a moura estendendo uma fita de seda para que a noiva guardasse consigo quando estivesse entrando na Igreja.

Amy não acreditava muito naquelas superstições, mas ficou grata com a atenção de Eileen.

– E Lady Mclachlan mandou lhe emprestar isso, para usar durante a cerimônia. Uma coisa emprestada, também para dar sorte. - disse retirando da sacola um belíssimo colar de pérolas que combinava com o vestido de noiva rendado de mangas compridas.

Por um momento a jovem Morgan se pôs a fitar o belíssimo colar perguntando-se se deveria aceitar usar uma coisa que era de Lady Mclachlan, foi sua mãe quem delicadamente pegou a jóia das mãos da moura e colocou no pescoço da filha.

– É muita gentileza de Lady Mclachlan, ao menos é um sinal de que minha filha será bem aceita na família. - comentou.

– Quanto a isso não precisa se preocupar, Amy já é querida por todos na nossa casa apesar de tudo e tenho certeza de que a mãe de Lord Oliver a receberá como uma filha, está muito contente com o casamento. - disse Eileen com sinceridade.

– Bem, melhor irmos andando, sei que a noiva pode se atrasar, mas ainda temos um longo caminho até chegar na Igreja. - disse o velho Isaac estendendo a mão para ajudar a filha a subir na carroça.

Uma vez que a família estava pronta para partir, a mãe notou que a filha estava um pouco calada e apreensiva.

– Querida, você sabe que não aprovo totalmente sua decisão de se casar com esse homem embora compreenda seus motivos, mas já que tomou essa decisão por escolha própria pense no lado positivo. Ao menos haverá pessoas que gostam de você por perto como Eileen, com o tempo virão os filhos que embora nos preocupem são uma dádiva e terá uma vida confortável. - falou a mãe tentando animar Amy.

O que ela não imaginava era que nos pensamentos da jovem ela não estava preocupada em ter uma vida confortável, filhos ou qualquer outro tipo de felicidade, tampouco o motivo para aceitar aquele pedido havia sido para tirar a mancha em sua reputação e evitar uma vida aprisionada em um convento.

Nos pensamentos de Amy vinha apenas o desejo de vingar-se de Oliver mostrando para ele o quanto estivera errado sobre ela. Desejava vê-lo arrependido de tudo o que lhe fizera ao acusá-la injustamente.

A carroça parou perto da Igreja e logo Amy se viu de pé diante da porta com seu buquê nas mãos ao lado de seu pai que sorria orgulhosamente enquanto a guiava pelo imenso corredor ao som da já conhecida marcha nupcial.

Próximo do altar estava Oliver impecavelmente vestido e com uma expressão séria no rosto no momento em que Isaac passou o braço da filha para o do noivo entregando-a. Aquele simples contato fez com que o coração de Amy se acelerasse, ele estava lindo, muito mais do que ela lembrava.

Lindo por fora, porém com um coração frio como gelo por dentro". Pensou enquanto ajoelhava-se ao lado do homem que seria seu marido. Dizem que o destino é dono grandes surpresas, basta sabermos escolher o que é certo ou errado.


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