Imponente Carvalho escrita por Lúcia Hill


Capítulo 23
Capítulo - Wedding Party




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A noite estava perfeita mesmo sendo o ultimo dia de inverno, a Lua minguante se erguia sobre um céu estrelado. Mas para Amy Morgan não seria tão perfeita como sempre imaginou quando ainda era uma garotinha, a jovem estava próxima ao pilar de sustentação do imenso salão de festa dos Mclachlan, observando em silêncio o céu. 

 Lord Oliver Mclachlan observava com curiosidade, Amy Morgan, agora Lady Mclachlan ostentava um estranho silencio. Parecia Frívola, mas serena. 

Amy se virou em um turbilhão de saias com a aproximação de sua sogra. Aquele vestido de seda pueril todo rendado, adornava bem suas delicadas curvas, anunciando uma jovem recém saída da adolescência. Amy sorriu, formando uma curva suave de seus lábios. Ela estendeu as mãos, na direção de Lady Margareth para apertá-las, ambas mantinham uma conversa acalorada como se já se conhecesse há tempos. 

A jovem Lady virou se na direção de Oliver, em fração de segundo ele pode notar que os delicados lábios de Amy pressionaram-se em uma linha dura, tentava manter-se distante da jovem, mas sua mãe gesticulou para que se aproximasse. Mesmo contra sua vontade, Oliver caminhou com passos lentos na direção de ambas. 

- Oliver! Por que não me informou que a jovem Amy era tão linda? - anunciou Lady Margareth. 

Os olhos azuis de Oliver por um segundo pousaram sobre sua esposa, mas logo desviaram-se para um canto. 

- Confesso que mal tive tempo de reparar. - mentiu. 

Amy perdeu um pouco mais a cor. Ela apertou os lábios firmemente, resistindo à vontade de fazer um som de protesto. O rosto delatava suas emoções. Lady Margareth sentiu certa inquietação no ar entre ambos, era visível a magoa que a jovem continha de seu filho, mas não entendia. 

- Vejo que ambos precisam de um minuto a sós antes da noite nupcial. - disse - Irei conversar com o Conde Nebraska. 

Ela apertou as mãos ainda estava agitada, e suas luvas de cetim branco produziram um estranho som ao serem friccionadas. Oliver estendeu seu braço na direção de sua jovem esposa, por um segundo pensou em negar aquele gesto. Mas respirou fundo e aceitou com desdém.

 - Preciso conversar antes de tudo. - ele avisou. 

Amy mal olhou em seus olhos, permaneceu calada apenas gesticulou. Com passos lentos o casal se direcionou para o velho escritório do casarão, olhou descontente na direção de seu pai que retribuiu com um sorriso ameno.

Assim que fechou a porta atrás de si, olhou para Amy.

- Sei que não quer dirigir-me nem uma palavra, mas peço que tenha compreensão. Aquelas pessoas vieram apenas para testemunharem nossa união. 

Pela primeira vez a jovem encarou o nos olhos.

- Compreensão? Não tenho deveres com aquelas pessoas, milorde. - vociferou - Acha mesmo que irei agradar os demais, apenas por que esta me pedindo?

Amy foi até o centro da câmara. Seus olhos estreitaram-se. 

- É minha esposa e deve me obedecer. - grunhiu.

Ela virou-se em um farfalhar gracioso de saias, com uma expressão dura.

- Posso até ser, milorde. Mas não sou sua criada e farei o que me for cabível, não tem direito de me forçar. - rebateu.

Amy virou-se de costas para ele. Olhou por cima do ombro em um gesto que era ao mesmo tempo provocante e impertinente. Seus olhos estavam semicerrados, os cílios velando os seus pensamentos mais profundos. Oliver sentiu sua garganta se contrair.

- Está me desafiando? - grunhiu.

Amy manteve sua palavra.

O ressentimento venceu as palavras de Oliver. Uma pequena fenda no exterior polido dele apresentou-se. Mas também havia um brilho de vitória nos olhos. O olhar que ele viu em Amy era cheio de determinação.

- Tenho-lhe uma grande magoa, milorde. - disse referindo se a surra que levara.

Oliver recuou.

- Já lhe pedi desculpas. - grunhiu.

Ele era um homem grande, com ombros largos e pernas longas. Não havia nada infantil nele, apenas seus atos impensáveis.  Ele estendeu a mão em uma tentativa de desculpas. Mas Amy recusou-se aceitar e caminhou na direção da porta. Sua respiração congelou em sua garganta, mas ele realmente não percebeu. Tudo ficou suspenso enquanto seu olhar direcionava para o chão de mogno.

Existia apenas ódio nas palavras da jovem, ele não tinha o direito feri-la novamente. Logo seguiu a na direção do salão de festa, sentou-se em uma cadeira acolchoada, enquanto seus olhos se perdiam na multidão que valsavam alegremente, mal notou aproximação de Philipe II.

- É melhor modificar sua feição ou as pessoas irão notar seu mau humor. - disse.

Oliver virou se na direção do rapaz com desdém. Não estava nem um pouco a fim de discutir sobre aparências naquele momento, Philipe II sentou ao seu lado.

- Ela ainda esta chateada contigo não é? - perguntou.

Ele soltou um longo suspiro.

- É obvio que deve me odiar pelos atos abomináveis que a fiz passar. - resmungou.

Aquelas palavras fizeram Philipe II sobressaltar do pequeno divã.

- Você se refere à surra?

A carranca apareceu no rosto de Oliver,  seus lábios eram uma linha fina. Ele olhou para baixo tentando desviar seus pensamentos. Assim que levou seus olhos, deparou se com Amy inerte conversando com Charles Wilkinson ou o tradicional conde de Nebraska, rapidamente seus olhos azuis tornaram se escuros. O olhar de apreciação durou apenas um instante antes de seu temperamento explodir, mas fora contido pela mão de Philipe II.

- Não estrague as coisas. - disse.

Oliver resmungou e livrou-se das mãos de seu velho amigo.

- Ela está me desafiando. - grunhiu.

Ele reprimiu sua primeira resposta.

- Dê um tempo para ela, seja paciente. Ela também deve estar sofrendo. 

Ele deu uma olhada rápida por cima do ombro de Philipe II para garantir se ela estava observando-o, teria que engolir seu orgulho ferido ou acabaria aumentando ainda mais o escândalo. Mas não iria desistir de fazê-la tratá-lo bem, caminhou com passos duros na direção de onde ela estava.

- Será que poderia roubar minha esposa por um instante? - anunciou.

Conde de Nebraska consentiu, mas sua pergunta cortou seus pensamentos distraídos. Ela se afastou dele, lançando-lhe um olhar de desaprovação um tanto discreto.

- Claro meu jovem. - anunciou Charles Wilkinson.

Assim que se assegurou da distancia do casal de anciões, grudou no fino braço de Amy Morgan e a puxou pra si fazendo a soltar um gemido abafado de dor.

- O que acha que está fazendo? - questionou.

Ele apertou os lábios em uma linha dura. Seu rosto escureceu-se com ira antes que tivesse chance de responder. Sua mão se estendeu tentando soltar-se.

- A festa acabou para nós, iremos consumar essa união. - disse.

Sua expressão se nublou ainda mais com desaprovação. Ela podia ver seu temperamento oscilante em seus olhos agora. Um músculo se contraiu em sua mandíbula, traindo o quanto ela o irritava. Suas sobrancelhas juntaram-se em resposta. Uma resposta pequena a preocupação que não durou muito tempo. No entanto, ele estendeu a mão e acariciou delicadamente o rosto dela. Seu toque queimava, o calor abateu seu corpo tão rapidamente que se sentiu tonta. Ela enrijeceu-se e acompanhou o na direção dos imensos degraus.


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